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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Falta sempre qualquer coisa*

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Quando começamos a ouvir os números do balanço da GNR à sua operação de Natal – este ano chamada de “Natal tranquilo” – começamos a achar estranho. Tínhamos dado por garantido que acidentes e mortes na estrada, sendo inevitáveis, eram praga sob controlo e cada vez mais residual, e por isso soava-nos a estranho que as estatísticas tivessem disparado.

Quando constatamos a mesma coisa na Operação Ano Novo, percebemos que estávamos perante uma tendência, e não apenas a chocar de frente com qualquer coisa de circunstancial.

Olhamos para os dados anuais e, com alguma estupefacção, confirmamos isso mesmo. A sinistralidade nas estradas portuguesas, e a sua consequência mais drástica – a morte (513 mortes no ano que acaba de se despedir) – cresceu em 2018, em relação a 2017, quando já tinha também crescido relativamente ao ano anterior. São dois anos a inverter uma tendência que vinha já dos anos 90, com mais de vinte anos.

Os acidentes de automóvel e as mortes na estrada são dos mais fortes indicadores de desenvolvimento. São uma chaga, uma catástrofe nos países subdesenvolvidos, e praticamente marginais nos países mais desenvolvidos.

Percebe-se por quê. Melhores estradas, melhores carros, melhor educação... Aí está!

Temos por cá boas estradas, mas na sua maioria caras, o que empurra a maioria do trânsito para as que têm menos condições e mais perigos. Não podemos dizer que sejamos um país equilibrado na distribuição da frota automóvel, mas também não é nos automóveis que mais nos afastamos da média europeia. Deixamos de ver, com a frequência que víamos, a mais surreal agressividade que há uns anos víamos nas nossas estradas, em que o mais pacato cidadão se transformava num terrorista logo que se sentava ao seu volante. Mas estamos ainda longe de cumprir com a maioria dos requisitos cívicos da cidadania.

Que não são, de resto, especialmente induzidos pelo Estado quando, em vez de canalizar os seus recursos para enfrentar a guerra nas estradas, prefere utilizá-los na caça à multa.

Parece que é isso. Que temos tudo para ser um país desenvolvido, mas falta sempre qualquer coisa.

 

* A minha crónica de hoje na Cister FM

Tantas semelhanças...

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Não sei bem por quê, mas sei que cada vez vejo mais semelhanças entre as mortes de dezenas de emigrantes portugueses nas estradas de França e Espanha e as de centenas de migrantes no Mediterrâneo. Tudo parece tão igual... Estradas tão iguais a mar, carrinhas superlotadas tão iguais a barcos de borracha superlotados... E, por trás, máfias se calhar tão pouco diferentes... E a miséria de que se alimentam. Miséria humana. Miséria que arrasta mais miséria...

Pelo que se vê por esta tragédia que ensombrou a Páscoa de dezenas de famílias portuguesas, por cá acha-se que o mal está nas estradas. As televisões não pouparam em enviados especiais e não nos poupam a reportagens no local. Mas nada vêm para além da estrada. E chamam-lhe da morte. Invariavelmente! 

 

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