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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

À procura da lógica ... e do aeroporto

Aliança quer aeroporto de Beja como alternativa ao de Lisboa | Rádio Voz da  Planície

Confesso que não me senti confortável em não encontrar outra, que não a lógica da batata, na trapalhada de ontem deste governo trapalhão. Sim, a trapalhada também tem que ter a sua lógica.

António Costa começou por dizer que “obviamente foi cometido um erro grave”, que “felizmente já foi corrigido” e "sigamos em frente".

Pedro Nuno Santos "lamentou o erro de comunicação", uma "falha na articulação e comunicação com o senhor primeiro-ministro".

Quer isto dizer que o "erro grave" não está na decisão comunicada, mas simplesmente no "erro de comunicação". Evidentemente que ninguém acredita que a decisão anunciada e subscrita por Pedro Nuno Santos - mal ou bem, o único ministro que parece capaz tomar de decisões - não estivesse validada por António Costa, e consensualizada no governo. Estava, mas não era para se saber. Faltava embalá-la com um embrulho do consenso - “não é um assunto de interesse do Governo”, mas sim de “interesse nacional" - e acrescentar-lhe o  “diálogo com a oposição, especial com o principal partido da oposição".

Com o primeiro-ministro atarefado nas suas lides externas, e o ministro cá dentro a querer despachar serviço, o embrulho do consenso só servia para atrasar. Para que serve a maioria absoluta? - interrogou-se certamente Pedro Nuno Santos, esquecendo-se que a folha do “diálogo com o principal partido da oposição" era indispensável na embalagem do embrulho.

Portanto, Pedro Nuno Santos, com as suas legítimas aspirações, não se demitiria para de algum modo salvar a face de António Costa. E este não poderia correr o risco de deixar o outro à solta, e livre de dizer que apenas assumiu uma decisão tomada pelo governo, da evidente responsabilidade do primeiro-ministro. Também responsável por se ter esquecido de a deixar embrulhada e pronta.

Não ajuda muito, mas sempre dá para encontrar alguma lógica nisto.

Agora, com Montenegro em funções a partir do fim-de-semana, e provavelmente a não querer deixar-se "embrulhar", pode ser que alguém se lembre que há um aeroporto em Beja que possa servir para alguma coisa. 

A lógica da batata quente

Localização novo aeroporto. António Costa determina revogação do despacho  do ministro Pedro Nuno Santos

 

Afinal a lógica é mesmo uma batata. Errar é humano, e os ministros são afinal humanos. E humildes!

Os erros, mesmo que "obviamente graves" corrigem-se. Não se passa nada, e siga a dança... mesmo que com passes trocados, e pares desacertados.

Mais uma trapalhada. E já houve um governo com apoio parlamentar maioritário que caiu de trapalhada. Não é, desta vez, o caso deste. Não quer dizer que não seja na próxima. A batata da lógica fica quente, e a escaldar as mãos de António Costa. Mais ninguém lhe pega.

 

A lógica da falta de lógica

Pedro Nuno Santos. “Se houvesse contradição” com António Costa, “qual seria  o problema?”

No novo aeroporto, em vez de levantarem e aterrarem aviões, há décadas que levantam e aterram trapalhadas. O tráfego é tão intenso que corre o risco de ficar saturado ainda antes de começar a ser construído.

A última era de ontem, antes de hoje, logo pela manhã, chegar mais uma, fresquinha.

Ontem foi publicado um despacho assinado pelo secretário de Estado das Infra-estruturas, Hugo Santos Mendes, do ministério de Pedro Nuno Santos, a determinar o aprontamento do Montijo para 2026, complementado pela construção do de Alcochete, a concluir em 2035, e ainda de mais obras na Portela, que encerraria com a abertura de Alcochete. À noite, o ministro passou pelas televisões a assumir a solução como decisão final. Finalmente!

As críticas não pararam de chover, de todos os lados. Ninguém tinha sido ouvido, e havia leis para alterar. Desde logo a que obrigava a parecer positivo dos municípios envolvidos, que há muito não estavam pelos ajustes. Era a maioria absoluta a funcionar em todo o seu esplendor, apenas uma semana depois do primeiro-ministro ter garantido no parlamento que aguardava a decisão do presidente eleito do PSD, Luís Montenegro, sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa para que houvesse “consenso nacional suficiente” tendo em vista uma decisão “final e irreversível” sobre esta matéria.

Não "batia a bota com a perdigota", mas isso já começa a não surpreender. Surpresa, que também já não surpreende, foi a reviravolta desta manhã, no comunicado publicado pelo gabinete de António Costa: “O primeiro-ministro determinou ao Ministério das Infra-estruturas e da Habitação a revogação do despacho ontem [quarta-feira] publicado sobre o novo aeroporto da região de Lisboa”... e “reafirma que a solução tem de ser negociada e consensualizada com a oposição, em particular com o principal partido da oposição e, em circunstância alguma, sem a devida informação prévia ao Presidente da República”. O remate final do comunicado, para quem pudesse ter ficado com dúvidas sobre mais um episódio da guerra aberta entre Costa e Pedro Nuno Santos, é esclarecedor: “Compete ao primeiro-ministro garantir a unidade, credibilidade e colegialidade da acção governativa..."

Agora é só esperar pela lógica demissão do ministro das Infra-estruturas. Ou, na falta dessa lógica, pela lógica exoneração de Pedro Nuno Santos pelo primeiro-ministro.  Ou ainda que a lógica seja uma batata, que começa a ser a maior lógica deste governo que, tendo tudo para governar com alguma lógica de rumo, prefere  prosseguir a navegação à vista, mesmo que no meio das nuvens.

 

 

 

 

Notícias de mortes manifestamente exageradas

Zero também chumba novo aeroporto do Montijo e aponta “graves erros e  lacunas” | TVI24

 

A  decisão - polémica, mas haverá alguma que não o seja? - da construção do aeroporto do Montijo sucumbiu ontem, de morte natural, depois da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) anunciar que não ia proceder à apreciação prévia de viabilidade por falta de condições legais para o efeito. 

Para obras desta natureza a lei obriga ao parecer positivo de todos os municípios envolventes, quando os do Seixal e da Moita eram de parecer negativo, e o de Alcochete nem se tinha pronunciado. Não havia volta a dar, e volta tudo ao princípio. Já é assim há 50 anos!

Voltam agora a estar em cima da mesa três opções: Alcochete e, na mesma, Montijo em duas alternativas. Uma como estrutura principal, como a de Alcochete, e outra como estrutura complementar à Portela. Exactamente a ressurreição ao primeiro dia da que ontem sucumbiu.

Estranho? 

Não. Muda-se a lei, de forma a que os municípios já não sejam tidos nem achados na coisa. Porque, em boa verdade, as leis não existem para outra coisa. Existem para serem mudadas ao sabor dos interesses de cada momento. Já é assim há muito anos, bem mais de cinquenta.

O Ministro das Infraestruturas anunciou de imediato a essa possibilidade, e Rui Rio chegou-se de imediato à frente a dizer que podem contar com ele. Pode já dizer-se que a notícia desta morte é manifestamente exagerada...

 

 

Eufemismos*

Resultado de imagem para aeroporto montijo

 

O Carnaval já lá vai, e o Entrudo até já foi a enterrar. Guardaram-se umas máscaras, mas ficaram outras, que duram para lá do Carnaval. Mais assustadoras. Que metem mais medo!

Medo é talvez a palavra-chave desta semana. Infundido pelo Covid-19, o nome atribuído ao coronavírus, e pela forma como se está a espalhar. Mas mais ainda pelos mais insondáveis interesses de uma obscura ”indústria” do medo interessada em lançar o pânico como caminho para o caos.

Mas medo também temos quando percebemos que, numa matéria tão decisiva como a localização de um aeroporto, que anda em discussão há dezenas de anos, depois de tudo anunciado, negociado e assinado com pompa e circunstância - mesmo ainda antes de recebidos todos os necessários pareceres, depois emitidos à medida, e os pássaros não são estúpidos - tudo fica bloqueado por uma obscura lei com 10 anos, feita de interesses e objectivos incógnitos, e que ninguém levou a sério.

Medo temos que ter da leviandade com que nos governam. Da leviandade com que um governo quer mudar, à medida, uma lei que lhe não serve. Da leviandade com que a ignorou. E da leviandade com que vem agora dizer que, se não há mudança da lei, não há aeroporto. Nem drama. Nem debates apocalípticos!

Medo, a sério, temos de tanta incompetência e de tamanha irresponsabilidade. Leviandade é eufemismo!

 

* A minha crónica de hoje na Cister FM

Golas e outros fenómenos

 

Não fosse o caso das "golas" ir crescendo todos os dias, e ter já atingido uma dimensão que tapa quase tudo, e hoje seria dia de falar de aeroportos. Do do Montijo, porque foi ontem conhecido o respectivo estudo de impacto ambiental, que vai estar em consulta pública até 19 de Setembro e que, como de costume, nos deu a conhecer mais umas tantas aves desconhecidas que fazem a sua vida no estuário do Tejo. E que vão sofrer com aquilo... Do de Beja, porque o avião que transportou o Benfica desde Boston foi obrigado a permanecer durante 45 minutos - tem lógica, uma parte do jogo - de portas fechadas na pista, sem ninguém de lá sair. Disse-se que o pessoal do SEF, que naturalmente só se desloca para o aeroporto quando é avisado que "vem aí avião", chegou atrasado. Mas do SEF dizem que não... também sem surpresa. Ou do de Faro, que se não fosse em Portugal, onde tudo é possível, dir-se-ia que era do Entroncamento. Que também é Portugal, mas é onde acontece tudo o que é ainda mais inacreditável.

E que tal, caro leitor, se acabasse de aterrar num destino turístico, precisamente num aeroporto que serve o turismo desse destino, que sem ele não existiria - em Portugal até poderia existir, afinal existe Beja -, e se deparasse com um anúncio que, em vez de lhe dar as boas vindas, lhe dizia que estava equivocado, que ali nem pensar em descansar, e que o melhor mesmo seria voltar para trás e procurar uma coisa mais calma?

Pois... No aeroporto de Faro, até ontem, encontrava mesmo isto: "foge da confusão algarvia e descansa em França", em português, inglês e espanhol, promovendo o destino Marselha.

Mas com as "golas" - no fundo com o seu quê de semelhanças com este fenómeno no Algarve -  a cavarem cada vez mais fundo e a deixar ainda mais à mostra as misérias das estruturas partidárias no poder, vai lá falar-se de aeroportos. Vai é falar-se do líder do PS de Arouca que, de padeiro em Gaia, passou para adjunto do Secretário de Estado da Protecção Civil, por sua vez o último presidente da Câmara de Arouca, logo feito Secretário de Estado assim que esgotou todos os mandatos na presidência da Câmara, em 2017, justamente em Outubro, por ocasião da segunda vaga dos mais mortíferos incêndios no país. Que apresentou a demissão, dizendo-se o responsável pela selecção do fornecedor das golas, por acaso uma empresa do marido de uma autarca do partido, em Guimarães. E, como estas coisas são como as conversas, que são como as cerejas, já se diz que o filho do Secretário de Estado já vai nuns milhões de euros de negócios com o Estado nos últimos dois anos. E que, por via disso - que "evidentemente" desconhecia -, à luz da lei, deverá ser exonerado. O Secretário de Estado, claro...

 

 

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