O ridículo (não) mata
O líder do Iniciativa Liberal, Rui Rocha, participou na manifestação organizada pelos donos de Alojamentos Locais. O do Chega, também. E o Carlos Moedas também.
Os dois primeiros, lideram partidos políticos. É normal que integrem manifestações com o objectivo de pressionar e de impressionar. E de defender os interesses que politicamente representam. E é normal que se afastem, e que fujam como o diabo da cruz, das que representam os interesses que não lhe interessam.
O terceiro é presidente da Câmara de Lisboa. Não é bem a mesma coisa. Até pode ser que Carlos Moedas ache que ser presidente da Câmara de Lisboa lhe garante que venha a liderar o seu partido. Mas, agora, é presidente da Câmara da capital do país. E por acaso também capital dos problemas da habitação.
Carlos Moedas fez o mesmo que os outros dois, sem que a sua condição lhe permita colocar-se nas mesmas condições dos outros. Não deveria ter participado na que participou. Mas, tendo-o feito, deveria participar na de hoje, pelo direito à habitação.
Mas não, também fugiu dela como diabo da cruz. E quando se lembrou que era presidente da Câmara de Lisboa, apressou-se a declarar que estava de alma e coração com os manifestantes.
Não acredita que o ridículo mata. E se calhar não mata mesmo. Se afinal matasse, Moedas já estaria (politicamente) morto há muito!