Ricardo Salgado voltou a falar, na circunstância a escrever mais uma carta. Cavaco voltou a mentir, ao dizer que nunca falou do BES, e a omitir, porque é um túmulo, morre com ele o que a ele for dito...
É apenas mais um episódio da promiscuidade que mina o regime e as suas élites. Quando foi pedir ajuda a Cavaco, a Passos, a Portas, a Carlos Moedas e a tutti quanti, Ricardo Salgado achava-se com legitimidade para isso. A legitimidade de quem cobra favores!
É mais uma gota de água num copo muito cheio. Tão cheio que levou António Barreto, um institucionalista que não é conhecido por ceder facilmente ao populismo ou de armar ao popularucho, a reclamar a prisão para uma certa "tropa fandanga" de “banqueiros, empresários, administradores de empresas, ex-ministros, ex-secretários de Estado, ex-diretores gerais”.
Só não se percebe é como o copo ainda não está a transbordar!
Há gente que adquire o estatuto de dizer o que lhe apetece – disparates, lugares comuns ou verdades de La Palisse – sempre com plateia disponível para os ouvir e medias prontos a amplificar.
Refiro-me a António Barreto e não é por ele vir agora garantir que não quer ser candidato presidencial depois de, não sei quem - se calhar ele próprio - nem por que carga de água, o ter projectado como presidenciável. É por dizer coisas como as que hoje disse!
"É possível que Portugal, daqui a 30, 50, 100 anos não seja um país independente como é hoje",
É possível? Quem diria!
"Com a crise que estamos a viver há alguns anos e com as enormes dificuldades que vamos ter para resolver e para ultrapassar, põe-se sempre o caso de se saber se daqui a dez, 30 ou 50 anos Portugal será o que nós conhecemos hoje".
Põe-se o caso de saber? Mas não se sabe já que é possível que não seja um país independente como é hoje? E os outros países? Serão o que conhecemos hoje? Mas isto faz algum sentido?
“Depende da nossa liberdade e das nossas decisões de hoje saber o que vamos construir daqui a um século", garante António Barreto.
Francamente! Mas pronto, a notícia deste final de dia é mesmo esta: Portugal pode deixar de existir como país! Nem mais!
Não sei se é esta a grande notícia. Eu acho que é outra: o rei vai nu!
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