"O futebol é isto mesmo" - é uma das mais recorrentes expressões do futebolês. E até já deu título de livro.
No passado domingo o Porto ganhou em Guimarães, com um golo na conversão de um dos dois penáltis assinalados pelo árbitro João Pinheiro, e confirmados pelo VAR, Rui Costa. Árbitro e VAR que viram nos unanimemente reconhecidos mergulhos de Taremi para a piscina razão para assinalar dois penáltis, mas já não viram qualquer falta quando o Mbemba atropelou dentro da área o central vimaranense Jorge Fernandes, partindo-lhe a clavícula. A equipa da casa teve ainda um jogador expulso,
No final do jogo, as declarações de Pepa, o treinador da equipa do clube de Guimarães presidido por um sócio do Porto, foram para exaltar o mérito de Taremi e para dizer que o Porto tinha jogado para ser campeão.
Hoje, de novo em Guimarães, na recepção ao Paços de Ferreira, que ao intervalo tinha 65% de posse de bola, a equipa de Pepa beneficiou de - não um, não dois, mas três - três penáltis, qual deles o mais discutível. E da expulsão de um adversário, logo ao segundo.
Em Portugal, o futebol é mesmo isto mesmo. Quem se portar bem não se vai dar mal!
O Porto ganhou (3-1) em Penafiel. Com dois golos irregulares e com um penalti contra por marcar. Pelas contas que por aí se fazem, a verdade do resultado seria 2-1 a favor do Penafiel... E menos 3 pontos para o Porto!
Mas está tudo bem: o árbitro Soares Dias não viu e Lopetegui também não. Nem a Sport TV, sem linhas para o fora o jogo, e com o lance do penalti bem escondido no fundo de uma gaveta, não fosse alguém ver...
Ninguém perguntou a Lopetegui se estava triste com a arbitragem. E, como já se sabia, também ninguém se preocupou com Quiñones...
Com a desvantagem de 6 pontos para o Benfica a manterem-se teimosamente desde que, há 4 jornadas atrás, os campeões nacionais foram ganhar categoricamente ao Dragão, o Porto decidiu fazer ressuscitar Pedroto e renascer Pinto da Costa.
Pretendendo fazer ignorar que esses seis pontos de diferença se devem à claríssima vitória do Benfica no Dragão, que não fosse esse resultado e ambos estariam com os mesmíssimos pontos, na contingência de não conseguir por si só evitar o bi-campeonato do rival, a estrutura do Porto volta-se para os jogos de bastidores da arbitragem, donde verdadeiramente nunca saiu. Tudo como dantes...
O aniversário do falecimento de Pedroto, o mentor da estratégia, já lá vão quase 40 anos, e o regresso de um dos seus agentes comunicacionais a um programa televisivo ao serviço da causa, foram a alavanca deste regresso em força aos velhos métodos. Lopetegui, que tanto demorou a entender o futebol de cá, e que tanto tempo perdeu em experiências com jogadores que tinha obrigação de conhecer bem foi, desta vez, muito rápido a perceber a coisa. Não diz palavra (em) que não (se) meta árbitros!
Há quatro anos atrás, a última vez que o bi-campeonato poderia ser hipótese, trataram de tudo logo no início, e á quarta jornada já levavam 9 pontos de vantagem... No ano seguinte deixaram para mais tarde, e a coisa começou a dar resultados em Coimbra, com Carlos Xistra - justamente o árbitro para este jogo do Benfica no Funchal, o último da primeira volta - para acabar em beleza com o inevitável Pedro Proença no jogo do título, na Luz. E há dois anos foi já mesmo no fim, com Paulo Batista - por mera coincidência o árbitro do penúltimo jogo, em Penafiel (e, já agora, Rui Costa, do Porto, foi o árbitro escolhido para o último jogo, com o Guimarães). No ano passado aquilo foi tudo tão mau que não havia nada a fazer!
Com o campeonato a virar para a segunda volta e com o calendário do Benfica a apertar, numa sequência que começou em Penafiel para prosseguir, na Luz, com o terceiro classificado, na Madeira, com o Marítimo, em Paços de Ferreira e com Alvalade já aí, quando o Benfica exibe níveis exibicionais e de confiança em ascensão, este é o momento escolhido para este ano.
Faixas, atrasos a ocupar as bancadas, repetir incessantemente benefícios alheios e prejuízos próprios em jornais e televisões até que passem a verdades, tudo vale para condicionar arbitragens e respectivas nomeações. Nada portanto de novo nesta estratégia portista. Sempre assim foi, quando não foi muito pior, como todos nos lembramos e o "apito dourado" haverá de guardar para a posteridade.
Poderia até pensar-se que entretanto muita coisa mudou, que a máquina portista está velha e gasta, e que no quartel general há gente séria, sem medo e imune a pressões. Mas aí está Carlos Xistra, já amanhã... Com quem o Benfica, sempre com erros grosseiros, conquistou apenas 17 pontos (perdeu 10) nos 9 jogos que disputou, e com quem o Porto conquistou 36 nos (perdeu 6) nos 14 jogos que lhe arbitrou ...
E Artur Soares Dias em Penafiel, onde o emprestado Quiñones não jogará. Sem ponta de polémica, evidentemente...
À medida que o Benfica vai fugindo na classificação as nomenklaturas sportinguista e portista acentuam a pressão sobre as arbitragens, alegando prejuízos próprios e reclamando de benefícios alheios.
Ambos os lados contam com orquestras bem afinadas, com algumas particularidades, mas não mais que isso. Na orquestra portista a batuta está entregue ao treinador Lopetegui, que não perde um único ponto que não seja por responsabilidade dos homens do apito. Atingiu já o ridículo de nem dentro da própria orquestra ser levado a sério, o que, convenhamos, não é fácil. Mas é assim, e ainda ontem assim foi, quando reclamou um penalti por uma bola na barriga de um jogador do Estoril, mas já estava muito longe para ver o penalti que o seu guarda-redes cometeu e o árbitro assinalou. Não é por culpa dele que não fazemos a mínima ideia do que achou do outro, que o árbitro não assinalou na primeira parte, quando aos 30 minutos o Casemiro deu no pé do Kuca para que não chutasse para golo. Isso não sabemos porque ninguém lhe perguntou. É que há perguntas que não se fazem ao treinador do Porto...
Mas não precisou que ninguém lhe perguntasse para dizer que viu o jogo do Benfica. E para dizer que os árbitros dão uns pontitos ao Benfica que tiram ao Porto, e que é isso que faz a diferença na classificação.
E lá entra no peditório também a orquestra leonina. Curiosamente com o treinador Marco Silva, que começara por garantir que não contassem para ele para esse peditório, a empunhar também a batuta. Foi também o árbitro que não deixou que ganhassem ao Paços, ao anular um golo, já nos descontos (já devia saber que isso de golos nos minutos 92,93 ou 94 é só com o Porto), por fora de jogo, ao Montero. Que não estava. Poder-se-ia pensar que se tratava de acertar contas antigas, que depois de tantos golos marcados em fora de jogo, chegara a vez de lhe apresentar a factura. Mas não. Não era nada disso, apenas aconteceu que o Slimani, em posição de fora de jogo, intreveio na jogada movimentando-se para a bola. Mas disso já ninguém da orquestra se apercebeu!
É de resto um problema comum a ambas as orquestras. É um problema de falta de atenção. Por exemplo, com mais um bocadinho de atenção, teriam percebido que não é evidente nenhum fora de jogo no segundo golo do Benfica, ontem na Madeira. A Sport TV bem se esforçou para encontrar alguma coisa que pudesse tirar as dúvidas, mas não consegiu. Paciência... Claro que, depois, conseguiu mostrar uma falta assinalada a um jogador do Nacional que, com o jogo interrompido, enviou ainda a bola para a baliza, sem ver amarelo nem nada... Pois, o árbitro assinalou, e bem, uma falta e não um fora de jogo que, esse sim, seria mal assinalado. O que o árbitro viu, como toda a gente podia ter visto, foi o (outro) jogador do Nacional ganhar a disputa da bola de pé em riste. Em falta, portanto... Punível com livre indirecto, como no fora de jogo.
Claro que os comentadores da Sport TV podiam ter deixado tudo claro. Podiam... mas não era a mesma coisa! Já não dava para o peditório que está em curso...
Há maldição, há… Mas não é do velho húngaro que repousa seja lá onde for, certamente em paz. É a maldição da arbitragem da UEFA, essa é que continua e para essa é que não há macumba que resulte!
Foi a arbitragem da UEFA que amputou a equipa que o Benfica teve de apresentar hoje. Foi a arbitragem da UEFA do Sr Platini que hoje permitiu a violência com que o Sevilha entrou no jogo, enviando de imediato mais um jogador do Benfica para estaleiro. Foi essa mesma arbitragem que deixou por assinalar três – não foi um, nem dois, foram três – penaltis a favor do Benfica. De que resultaria a expulsão de dois jogadores do Sevilha, um ainda na primeira parte e outro logo no início da segunda. E foi esta mesma arbitragem – qual cereja no topo do bolo – que validou as defesas do guarda-redes Beto depois de ter dado não um, nem dois, mas três passos em frente nos penaltis que decidiram a final…
Esta é a maldição, e não outra qualquer!
Que o Benfica não merecia voltar a perder uma final, é claro. Que mesmo a equipa que apresentou, e mesmo com muitos erros de jogadores e treinador, é muito superior ao Sevilha, também não ficaram dúvidas. Mas nada disso conta, e conta apenas que a equipa que não perdeu qualquer jogo numa competição a eliminar não a ganhou. Conta que o Benfica perdeu esta Liga Europa sem perder qualquer jogo. Não conta nada que o Benfica tenha sido a equipa que mais golos marcou, a melhor da prova e a melhor do jogo da final…
E conta, conta muito, a profunda tristeza que nos invade. Conta muito que se tenha esgotado a ilusão do pleno que tudo redimia… Que tudo apagava. Até as maldições!
O que é que se terá passado em Alvalade em menos de um mês?
Basta menos que um mês para uma mudança de 180 graus. Nem é preciso falar do presidente Bruno de Carvalho, que conseguiu dizer tudo lhe apeteceu sobre toda a gente sem sequer uma repreensão, quando outros, por bem menos, só porque abrem a boca, são logo suspensos e multados. Basta lembrar que Leonardo Jardim, que a comunicação social elegeu treinador modelo a falar de arbitragem, ainda há menos de um mês dizia das arbitragens o que Maomé não disse do toucinho, reivindicando o recorde mundial de golos anulados, esquecendo o outro recorde, o de golos obtidos em fora de jogo, e até de penaltis cometidos por placards de publicidade. Hoje, apela à honestidade intelectual, já os árbitros são humanos e erram, como erram os jogadores, e como ele próprio erra. Já nem os golos anulados têm qualquer importância...
Se este mundo do futebol é fantástico, no Sporting é ainda mais fantástico. Se calhar já basta de hipocrisia... Não?
Mais que um belo jogo, este que, provavelmente as duas equipas que actualmente melhor futebol estão a praticar, disputaram hoje na Luz, foi um jogo curioso. E cheio de curiosidades!
O Benfica jogou ao nível a que já nos habituou, mas com a curiosidade de, à sua condição de grande equipa de futebol, aliar a de grande anfitrião. Sabendo que o Estoril gosta de ter a bola, o Benfica entrou de rompante para resolver o jogo – o primeiro golo acontece logos aos cinco minutos, mas à terceira oportunidade – para rapidamente ofertar justamente a bola às visitas. E assim fez, não foi sovina e deixou o Estoril ficar com a bola.
E fez muito bem. Porque a equipa do próximo treinador do Porto - parece que não está fácil de convencer, e que o Porto já não tem capacidade de sedução - até sabe o que fazer com ela, pelo menos para os olhos dos espectadores. Mas acima de tudo porque não precisou dela para nada para fazer mais uma grande exibição, marcar três golos – a arbitragem, sabe-se lá por quê, anulou o terceiro - e desperdiçar mais três ou quatro. Nem precisou de a ter para impedir o Estoril de chegar á sua inviolável baliza – um golo sofrido, aquele charuto de má memória em Barcelos, nos últimos 16 jogos. Na primeira parte, nem um remate. E no fim, uma única defesa, e fácil, de Oblak!
O Benfica alargou hoje para 7 pontos a distância para o segundo – o Sporting. Que empatou em Setúbal, porventura sem ter merecido ganhar, mas claramente prejudicado por uma arbitragem de um velho conhecido, do Porto… E assim, na jornada que antecede a visita do Porto – que jogando o que tem vindo a jogar, lá conseguiu uma vitória tão gorda quanto enganosa – vê reduzida para metade a vantagem que já tinha. Mais do que isso, o Porto chega a Alvalade a poder discutir ali o segundo lugar. E como esse velho conhecido que hoje esteve em Setúbal sabe da importância desse segundo lugar… Há coisas que, mesmo que não pareça, nunca mudam!
Já aqui tinha referido que os media andam com o Sporting ao colo, não querem que lhe falte nada. Tem sido assim esta época, e nada teria de mal se, paralelamente, não se esforçassem para afundar outros. Mas enfim, também já aqui estranhei que ninguém dissesse que o Porto não anda a jogar nada...
Repare-se que enquanto o Sporting andou a marcar golos em fora de jogo que lhe renderam pelo menos 3 dos seus 11 pontos (quase 30%) não se passou nada. Quando ao Sporting foram perdoados penaltis estava tudo bem… Mas ontem, quando o próprio Leonardo Jardim disse achar hipocrisia falar da arbitragem e achou o resultado justo – e bem percebemos que não estava convencido disso, ou não tivesse o Nuno Espírito Santo recordado o seu critério de avaliação, quando disse que a única variável estatística em que o Sporting superou o Rio Ave foi nas faltas cometidas – toda a imprensa traz para a primeira página um penalti por assinalar a favor do Sporting.
Não é costume escrever sobre os jogos do Porto. É esta a primeira vez que o faço, e para começar por dizer que o Porto entrou forte no seu jogo de hoje com o Nacional, na Madeira, com boa dinâmica colectiva e com duas ou três exibições individuais muito boas - os suspeitos do costume - mas, acima de tudo e de todos, com Varela em excelente nível, não dando qualquer hipótese ao adversário. Na primeira parte, porque na segunda já não foi nada disso: o Porto regressou ao jogo fraquinho, fraquinho, fraquinho que tem vindo a apresentar nos últimos dois ou três meses, e o Nacional, mesmo sem qualidade nem ambição, esteve por cima do jogo, desperdiçando, não propriamente oportunidades de golo, mas oportunidades de finalização.
Em 10 minutos o Porto fez três golos, aos vinte da primeira parte já ganhava por 3-0. Não sendo fácil justificar um resultado tão desnivelado ainda antes de ser atingido o meio da primeira parte, a verdade é que a boa exibição do Porto e o pouco menos que miserável desempenho dos comandados de Manuel Machado, justiçava-o. No entanto, esses três golos em dez minutos, têm uma história que não é limpinha, limpinha, limpinha… No primeiro, quando o Varela cruzou a bola, que foi parar ao Jakcson para depois seguir para o James, que fez o golo, já ela tinha saído pela linha final. No segundo, o Mangala – que marca com um vistoso toque de calcanhar, com nota artística, como diria o outro – está fora de jogo. E o terceiro, o penalti – finalmente aparece alguém que não falha – convertido pelo Lucho, é bem assinalado. A falta sobre o Varela existe e é dentro da área… Mas é exactamente um daqueles – e são muitos - penaltis que os árbitros em Portugal só assinalam se a favor do Porto. Da posição em que o árbitro se encontrava, nunca conseguiria ver o toque que o justificou. Nem o árbitro auxiliar, que estava precisamente do outro lado do campo… Cosme Machado - o árbitro de Famalicão que, curiosamente, havia assinalado o penalti falhado no tal jogo do Dragão com o Olhanense, hoje muito chorado, que terminou empatado, sem que o Porto tirasse vantagem do último empate do Benfica, fabricado nessa mesma jornada pelo senhor Pedro Proença, justamente neste mesmo campo – assinalou a marca de grande penalidade sem qualquer certeza. Mas também sem nenhuma dúvida que, na dúvida, pró Porto!
É no entanto curiosa a forma como tudo isto é branqueado. Ou, pegando nas palavras da moda, como tudo isto fica limpinho, limpinho, limpinho: na enésima mão de jogadores do Porto dentro da sua área, na enésima menos qualquer coisa mão de Mangala, Cosme Machado marca, finalmente, o primeiro penalti contra os andrades neste campeonato. À 28ª jornada, a antepenúltima, quando o Porto ganhava por 3-0… Para a história deste campeonato não fica que Cosme Machado, na Choupana, validou erradamente dois golos ao Porto e assinalou um penalti de cruz, tendo influência decisiva no resultado. Fica antes que assinalou o primeiro penalti contra o Porto!
Claro que o Vítor Pereira – tolinho, tolinho, tolinho - não deu por nada. Nem o Manuel Machado, que tão preocupado andava com as arbitragens de terceiros.
Mas há mais outra primeira vez. Pela primeira vez, num jogo em que participa o Porto, que não na Luz, se entoou o SLB…SLB…SLB …sem filhos da puta. O que incomodou seriamente o comentador da Sport TV – o insuspeito Luís Freitas Lobo, com enorme dificuldade em ver quer a mão quer o fora de jogo de Mangala - que nunca manifestou qualquer incómodo quando, em Braga, no Dragão ou em tantos outros campos por onde o Porto passe, o tom é dado em filhos da puta SLB!
Espanha e Itália, no grupo C, apuraram-se para os quartos de final. Dos PIIGS, apenas um saiu do Euro. Um I – a Irlanda – mas ficam, ainda assim, PIGS!
Espanha e Itália, como seria de esperar. Mas como podia muito bem não ter acontecido, porque a Croácia demonstrou que nada lhes devia. Não foi inferior à Itália, no jogo anterior, e arrisco a dizer que também não foi inferior à Espanha, no jogo de hoje. Com tudo o que isso possa ter de herético!
A verdade é que o jogo entre espanhóis e croatas não deixou de confirmar a ideia que aqui tinha ficado expressa antes do início da competição: “… não a coloco na primeira linha de favoritismo … porque … já há antídotos para o tiki-taka”. A Espanha não ganhou à Itália, mas aí até há a desculpa de ser o primeiro jogo, e logo com o suposto e confirmado parceiro de apuramento. Como depois goleou a Irlanda, exibindo o seu tiki-taka ao mais alto nível. A deixar a ideia enganadora de que tudo continua na mesma no reino do tiki-taka. Enganadora porque, como se percebeu, com a Irlanda aquilo resulta. Como resulta outra coisa qualquer, como o provaram italianos e croatas.
O jogo foi de grande emoção. Porque ambas se poderiam qualificar – o empate a dois, que desde cedo se percebeu de todo improvável, deixava a Itália de fora – e qualquer delas poderia ficar de fora, cenário que esteve bem nítido até ao fim do jogo. Até ao minuto 88!
A primeira parte foi jogada sob o signo do medo, que é sempre a pior visita que um jogo de futebol pode ter (os árbitros não são visitas…). Repare-se que só aos 12 minutos a Espanha consegui ligar uma jogada e apenas aos 21 conseguiu o primeiro remate do jogo, por Torres. Mesmo assim sem qualquer ângulo, o que quer dizer sem qualquer hipótese de êxito. O primeiro remate da Croácia surgiu quatro minutos depois, com defesa de Casillas. Até ao intervalo poucos mais remates houve e, de oportunidades de golo, nem sombras. Mas aconteceu algo de relevante: no minuto seguinte ao do primeiro remate dos croatas, aos 26, Sérgio Ramos faz penalti sobre Manduzik, que o árbitro alemão (que já havia arbitrado e adulterado o resultado do Polónia - Rússia) resolveu ignorar, provavelmente para retribuir idêntico favor do árbitro espanhol, ontem, no jogo da selecção do seu país com a Dinamarca.
Com os resultados ao intervalo a Itália, que ganhava por um a zero - ainda antes do espectacular golo de Balotelli e de De Rossi lhe ter tapado a boca, para que não fizesse mais asneiras – ocupava o primeiro lugar do grupo.
Percebeu-se logo de entrada que a segunda parte seria diferente. A Croácia estendeu-se no campo e começou a impedir a equipa espanhola de compor o seu jogo. Aos 58 minutos criava a primeira verdadeira oportunidade de golo do jogo, através de uma grande jogada do seu génio criativo: Modric. E aos 65, com duas substituições em simultâneo para alargar a companhia de Mandzukic, Bilic – um grande treinador, a par de Fernando Santos, o melhor no banco - o jogo mudava definitivamente!
A equipa da Croácia tinha de marcar: um golo para ganhar o jogo, ou dois golos para, empatando-o, se qualificar. E o jogo tornou-se emocionante, com a Croácia a partir para a frente mas a dar o espaço que nunca dera aos espanhóis. Ao minuto 79 volta a estar perto do golo, com defesa de Casillas. A Espanha tremia e continuava sem conseguir criar perigo junto à baliza de Pletikosa e, aos 87 minutos, na sequência de um pontapé de canto, o árbitro alemão volta a não assinalar novo penalti contra a Espanha, quando Sergio agarrou Corluka, impedindo-o de dar o melhor destino à bola. No minuto seguinte, aos 88, já com os jogadores da selecção dos Balcãs sem capacidade de recuperação, Fabregas isola Iniesta e Navas, já dentro da área, à frente do pobre do Pletikosa. Dois para um, e o golo de Navas a decidir tudo.
A Croácia caía, mas de pé. A Espanha não ganhou para o susto, e poderia estar a esta hora a fazer as malas. Viu-se livre de um dos adversários mais incómodos (para aquele seu tipo de jogo) e, agora mais importante que isso, vê-se livre de outros que por lá estão. Até à final, se lá chegar! Porque Inglaterra ou Ucrãnia, para já, e Portugal, como espero, depois, – repito, para aquele seu tipo de jogo - são do melhor que lhes poderia calhar!
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