Que um miúdo israelita, um estudante de 17 anos, em visita de estudo a Auschwitz, tenha efectuado a saudação nazi em frente ao portão principal do campo de extermínio nazi, mostra bem o estado a que este mundo chegou, com o processo de destruição da civilização em curso em primeiro plano.
Passam hoje 80 anos sobre a entrada das tropas soviéticas no campo de concentração de Auschwitz, que os nazis construíram apenas nove meses depois de tomarem a Polónia, e para onde deportaram mais de 1,3 milhões de pessoas.
Dessas, 1,1 milhões morreram. Dessas, 900 mil eram judeus.
A 26 de Janeiro de 1945, quando as portas foram abertas, restavam lá 7 mil presos. Em absoluta debilidade física, incapazes para aguentar a marcha da morte imposta e organizada pelos comandantes nazis na retirada em fuga.
Hoje, muita gente vai estar em Auschwitz a assinalar a data, no mais perverso cenário dos mais hediondos crimes contra a humanidade. Ironia da História: lá estará Netanyahu, apesar do mandado de captura emitido pelo Tribunal Penal Internacional - o governo polaco decidiu incumprir o mandato -, também por crimes contra a humanidade.
Se passam hoje 75 anos sobre a libertação de Auschwitz, a maior vergonha e o maior pesadelo da humanidade, de ontem saltaram duas notícias para o topo da actualidade: a trágica morte de Kobe Bryant e o congresso do CDS, com outra morte, mesmo que menos dramática - a do portismo.
A morte em todas elas, o que faz delas notícias de morte.
O maior campo de concentração e de extermínio do regime nazi de Hitler foi libertado há precisamente 75 anos, e a data é hoje assinalada com uma cerimónia no local a que, para além de chefes de Estado e embaixadores de todo o mundo, conta ainda com a presença de 200 sobreviventes daquele terrível espaço de morte.
Tivemos conhecimento da morte de Kobe Bryant ontem à noite, e surgiu-nos como aquelas notícias em que não queremos acreditar. É assim que sempre reagimos às notícias da morte de uma lenda, daqueles que temos por imortais, como era o caso desta estrela maior da NBA.
Do congresso do CDS saiu o anúncio do nascimento um novo partido por morte de outro, do velho CDS. Dizem que é um novo CDS a renascer das cinzas do velho CDS. Pode ser, mas a mim parece-me que o novo é mais velho que o velho!
Poderão ter morrido alguns "ismos", já a cair de maduros. Mas morreu também o CDS que desempenhou um papel histórico na democracia portuguesa enquanto tampão da extrema-direita anti-democrática. O que aí vem agora é um partido com ar de muito à frente virado muito para trás. Um partido com um presente acantonado no passado, articulando pensamento retrógrado com linguagem actual, e altamente centrado no culto ao líder.
Comemoram-se hoje os 70 anos da libertação de Auschwitz, a maior vergonha da humanidade. Em 27 de Janeiro de 1945 as tropas soviéticas chegavam ao maior campo de concentração e extermínio de Hitler, onde encontraram ainda cerca de 7 mil sobreviventes... Construído em 1940 para acabar com as raças impuras, naquilo a que o regime nazi chamou solução final, ali morreu milhão e meio de pessoas em apenas quatro anos.
Que nunca desapareça da nossa memória!
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