Excessos*
Ainda estamos todos ressacados dos excessos dos últimos dias. Aquilo é que foi, não faltou nada. Foi até deitar fora. Foi o Papa, foi o Benfica, foi o Salvador … Foi a economia a crescer para além do imaginável … Foi os juros negativos, mais negativos que nunca, como se fossemos a Alemanha…
Uma bebedeira, é o que é. “Tá” tudo bêbado! Até Marcelo – olha quem? - já veio pedir juizinho. Por acaso não reparei se a língua se lhe enrolava, mas que é mesmo conversa de bêbados, lá isso é!
Andávamos nós nesta vida boémia quando o Correio da Manhã se lembrou de avisar que os excessos são perigosos, e às vezes correm mal. Para ilustrar a coisa, nada melhor que um ambiente de queima das fitas. Melhor ainda, um autocarro especialmente fretado para – já se vê – combater excessos. De álcool, mas apenas ao volante.
Fê-lo à “Correio da Manhã”. Porque não sabe fazer de outra maneira. E porque lhe continuam a permitir que o faça dessa maneira. A divulgação de um vídeo de uma alegada violação de uma rapariga num autocarro da cidade do Porto, durante a Queima das Fitas, não é jornalismo. É falsa informação, é a receita manhosa para maximizar audiências que choca, frontal e violentamente, com a ética e a deontologia do jornalismo. É nojento. É repugnante.
Há jornais assim em todo o mundo. É verdade que sim, com mais ou menos exageros. Não há é gente que estivesse tão encantada, tão lá em cima, como nós estávamos…
Até parece um murro no estômago. Para quem ainda o tenha, evidentemente!
* Da minha crónica de hoje na Cister FM