Sinais
De vez em quando ouvia-se e lia-se que a nossa Presidência da República custava mais ao país que, por exemplo, a coroa espanhola. O nosso presidente era o austero Cavaco, o rei de Espanha era o esbanjador Juan Carlos, das caçadas e amantes...
Na semana passada foi notícia que o director do Museu da Presidência da República fora detido pela Polícia Judiciária. Todos os dias novas notícias acrescentam novas acusações ao rol inicial, na impressionante escalada de burla e crime a que o comendador Diogo Gaspar - já não há dúvidas que as condecorações de Cavaco passam a ser objecto de registo criminal - foi dando corpo ao longo de 16 anos.
Percebe-se como é que um austero e provinicano presidente de um pequeno país gastava bem mais que um cosmopolita monarca do seu vizinho do lado. Bem maior, por sinal. E talvez se perceba por que seja a Presidência da República o mais opaco organismo público em matéria de contratação. Ainda hoje. à Correio da Manhã é certo, é dada mais uma notícia de uma adjudicação directa do mesmo Diogo Gaspar, no passado 10 de Junho.
Ficou bem a Marcelo recusar o Mercedes que Cavaco lhe comprou. É simbólico, não encurtou gastos nenhuns, mas fica sempre bem. Não lhe fica menos bem pôr agora o Palácio de Belém na rota da decência na utilização dos dinheiros públicos. A começar pelo cumprimento da lei na contratação de bens e serviços.