Celebram-se hoje os 29 anos da queda do muro de Berlim, o melhor motivo para festejarmos a liberdade.
Mas passam, também hoje, 80 anos sobre a fatídica noite de cristal. Na mesma Berlim!
Em 9 de Novembro de 1938 as tropas de choque do regime nazi espalharam o terror pela capital, iluminada pelo fogo de tudo o que incendiaram depois de espancar, atacar e destruir, de sinagogas a livrarias, tudo o que pudesse "cheirar"a judeu.
Hoje, 9 de Novembro de 2018, um tribunal de Berlim revogou a decisão do vereador da segurança, que proibira uma manifestação convocada pelos neonazis da Wir für Deutschland ("Nós pela Alemanha") para evocarem o acontecimento. Hoje, um tribunal de Berlim autorizou a comemoração da Kristallnacht, anoite em que Hitler deu o pontapé de saída para o extermínio de 6 milhões de judeus!
Em Ancara, na Turquia de Erdogan, um polícia supostamente em folga mata e exibe a morte do embaixador russo numa pacata exposição de fotografia. Em Zurique, um indivíduo ainda não identificado entrou numa mesquita, onde gente rezava, e disparou a matar. Em Berlim, um terrorista que também é jovem refugiado - a ordem é arbitária - tomou de assalto um camion, matando o camionista, para o usar como arma de terror e morte por um espaço comercial dentro. Matou doze pessoas, e deixou largas dezenas feridas, muitas ainda em perigo de vida.
Há mesma hora, em Alepo, gente, muita gente, continua a morrer enquanto foge sem saber donde e muito menos para onde. Apenas perdidos no meios de escombros e bolas de fogo em que ditadores, assassinos, e diplomatas transformaram a outrora maior e mais cosmopolita cidade Síria.
No mesmo dia, mais hora menos hora de todas estas horas, em Paris, um tribunal provava que a conduta negligente de Christine Lagarde, enquanto ministra das finanças de Sarkozy, num processo com essa figura acima de toda a suspeita chamada Bernard Tapie, custara aos cofres franceses 404 milhões de euros. Mas que isso não tinha importãncia nenhuma... Já não tinha grande importância para a lei, que previa uma moldura penal de um ano de prisão, e uma multa simbólica de 15 mil euros. Teve ainda menos para o Tribunal que a aplica, que entendeu que tão destinta personagem, mesmo que culpada, não poderia sujeitar-se a qualquer tipo de sanção.
Pode ser que nada tenha nada a ver com coisa nenhuma. Mas a mim parece-me que tudo tem um bom bocado a ver com tudo...
Não tem é nada a ver com o Natal!
PS: O jovem refugiado paquistanês suspeito de ter tomado o volante do camion, e nessa qualidade detido, foi já posto em liberdade por não ter sido provada essa suspeita. As minhas desculpas pela imprudência de ter assumido por notícia o que não passava de uma suspeita.
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