"Onde é que está a novidade"? - já estão todos a perguntar. A novidade é que é pelo lado do negócio, é que o extraordinário criador de canções "virou" empreendedor exactamente pelo lado do uísque.
Uma novidade não tem que ser necesariamente uma surpresa. E na realidade nem há aqui grande surpresa: se sair-se tão bem no manejamento da palavara a escever canções lhe valeu o Nobel da literatura, tanto lidar com o uísque ... pode dar premium!
Sou muito mais dado ao Scotch, acho que é no malte que está a verdade, mas não deixarei de experimentar um "Heaven's Door" 20 anos... Se é que vai ser possível lá entrar. Pode sempre acontecer que, por mais que se bata, a porta se não abra.
Bob Dylan já tinha cantado alguma dificuldade em atender o telefone. Já em 1963 cantava que o telefone tocou, tocou, tocou... Mas aí acabou por atender. Era Kennedy.
Acho que é a melhor resposta que Bob Dylan encontrou para a polémica que se instalou à volta da atribuição do Nobel::não dar sinal de vida. Assim deixa toda a gente satisfeita com a sua razão.
Os que acham que foi a escolha errada, reforçam as suas razões: não merece um prémio quem lhe falta ao respeito desta maneira - dirão. Os que, pelo contrário, concordam com a escolha da Academia, sentem as suas razões ainda mais reforçadas: só um espírito livre e desalinhado, próprio de um grande criador, merece incontestavelmente um prémio que despreza desta forma!
Acho.eu... E acho que nem lá vai pôr os pés no dia 10 de Dezembro...
Não se lhe conhecem livros, mas conhecem-se-lhe canções. Livros e livros de música e de palavras. Das melhores que se escreveram...
Diz-se que escreveu dois livros com canções. Eu acho até que escreveu muitos mais. E que escreveu uma obra de ficção. Eu acho que eram mais canções. E que também escreveu um volume de memórias. Eu acho que nem era preciso...
Acho que não sei o que lhes passou pela cabeça para que lhe entregassem o Nobel da Literatura. Acho até que o Bob Dylan merece. Mas acho que é apenas porque acho que ele merece tudo...
Marcou uma geração, talvez a primeira geração globalizada. Fez soprar ventos (blowing in the win) e mudar tempos (times they are a changing) e já faz hoje 70 anos!
Parabéns Mr Robert Allen Zimmerman: Bob Dylan para o mundo!
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