Ontem disse aqui que era preciso uma explicação. Não terá sido por isso que Rui Costa, sentado na primeira fila, obrigou Bruno Lage à conferência de imprensa, hoje.
Se não foi por isso, também não foi para isso. Para explicar coisa nenhuma. Como cantava o Zeca, o que é preciso é animar a malta. Nem que seja com equívocos.
Rui Costa voltou a fugir com o rabo à seringa, e equivocou-se, pensando que Bruno Lage o safava. Bruno Lage, com o equívoco aberto, entrou por ele dentro, a toda a velocidade: "malta, o que é preciso é o vosso apoio, do resto trato eu". Isto é, a confirmação oficial e solene do "se eu tiver o vosso apoio vou resolver esta merda".
O equívoco de Lage não é a falta de conteúdo da lamentável mensagem. O grande equívoco de Lage está em pedir apoio aos adeptos, sem perceber que só eles nunca faltam ao Benfica. Que enchem sucessivamente a Luz, e esgotam todos os campos do país onde a equipa jogue.
O que falta ao Benfica não é apoio dos adeptos. Falta é gente que faça mais alguma coisa que simplesmente tentar a safar a pele!
O Benfica perdeu (0-1) em Munique, com o Bayern. Dito - ou visto - assim, nada de anormal. Afinal nunca, na longa história de confrontos entre ambos os emblemas, o Benfica tinha ganhado ao Bayern. Mesmo que este, como a própria classificação demonstra, e o jogo tenha confirmado, não seja neste momento o papão que por hábito é. Dito - ou visto - assim, este era um jogo de que se não esperaria muito para uma trajectória aceitável nesta "Champions". Mau mesmo tinha sido perder, na Luz, com o Feyenoord.
Só que o Benfica não perdeu apenas um jogo, por um só golo, na casa de um dos convencionados mais poderosos adversários. Perdeu um treinador, perdeu certamente alguns jogadores. E perdeu a crença em tudo o que tinha acreditado ter sido até aqui construído por Bruno Lage.
O onze anunciado denunciava que Bruno Lage ia abdicar dos conceitos básicos da equipa. Não se percebia como é que teria tido tempo para trabalhar aquele 5x4x1, independentemente de também se não compreender os jogadores escalados. Cedo se percebeu que aquilo não era mais que um exercício experimental de falta de ambição, de falta de capacidade e de falta de personalidade de Bruno Lage.
Com uma estratégia miserável, que depois do jogo o treinador não conseguiu explicar a ninguém, como, antes, também não conseguira explicar aos jogadores, o Benfica foi apenas a imagem de uma exibição humilhante. Dificilmente deixaria de perder o jogo, como sempre acontece a quem apenas tem medo de perder. Mesmo que o golo de Musiala não tivesse acontecido, e no fim se tivesse salvado o empate, esta exibição nunca deixaria de envergonhar o nome do Benfica.
Há coisas que não voltam atrás, nem se limpam. Não sei se hoje Bruno Lage perdeu os adeptos. Não tenho dúvidas que perdeu os jogadores!
O que se passou com os adeptos do Benfica, que provocaram a paralisação do metro, e a evacuação de uma estação, por uso de material pirotécnico, e levou a atrasar num quarto de hora o início do jogo, só torna mais negra esta noite de Munique.
Depois da mudança de treinador, do fecho do mercado (as entradas de Akturkoglu e Amdouni, e a saída de Marcos Leonardo foram mesmo o último suspiro à janela), do regresso dos jogadores das selecções - esta paragem, com outra já dentro de um mês, é um absurdo -, e daquele episódio deprimente com que alguém que não tem noção (quem não tem a noção do tempo, não consegue ter a noção de nada) quis fazer prova de vida, o Benfica regressou à Luz. Que voltou a encher-se, como sempre, mas desta vez com a esperança renovada.
Com apenas dois dias para preparar o jogo, Bruno Lage manteve toda a linha defensiva. A partir daí apenas Florentino - a desempenhar sozinho a função de cobertura no meio campo -, Di Maria e Pavlidis se mantiveram na equipa. Kokçu e Rollheiser jogaram nas funções de construção, e Akturkoglu entrou directamente na equipa para completar, na esquerda, o trio de ataque.
O ambiente das bancadas era de entusiasmo, do maior que se viu nos últimos largos tempos. Foi sobre esse entusiasmo que, logo aos 20 segundos, o golo do Santa Clara caiu que nem um balde de gelo.
Não havia pior maneira de começar. A primeira vez que um jogador do Benfica tocou na bola foi para a tocar no círculo central, donde os jogadores da equipa açoriana tinham acabado de a tocar no pontapé de saída. Atrasaram-na para o guarda-redes, que a chutou para a frente. Otamendi, num movimento digno de um juvenil, falhou o corte e a bola ficou ali à frente do avançado do Santa Clara, bastando a Vinicius dar-lhe um toque para a fazer passar por cima de Trubin.
Se, por tudo o que acontecera nos últimos dias e semanas, a tarefa dos jogadores do Benfica já não era fácil, com este arranque de jogo - era o golo, mas era ainda consequência de um erro tremendo do capitão - ficava ainda mais complicada.
A equipa reagiu, mas as coisas não saíam bem. Via-se que a equipa procurava outra dinâmica - Bruno Lage tinha dito que mais importante que o sistema era a dinâmica - mas a ansiedade dos jogadores, e também naturalmente a falta de treino, levavam a uma sucessão de passes falhados, mesmo de baixo risco, que emperrava qualquer dinâmica. Há uma ou duas semanas, as bancadas reagiriam com assobios. Hoje estavam incondicionalmente com a equipa, e isso foi fundamental.
Se o colectivo não funcionava, se o jogo associativo se ia perdendo nos passes falhados e na oposição do adversário que, apanhando-se a ganhar, não saía lá de trás, tiveram que ser as individualidades a tentar resolver. Normalmente isso não funciona, mas hoje foi a forma da equipa se ir recompondo, passar a dominar o jogo, criar oportunidades para marcar. Ter marcado na primeira -antes Pavlidis vestiu-se de Gyokeres, mas não foi feliz no remate - também ajudou. Tranquilizou os jogadores e deu-lhes a confiança necessária para que as coisas passassem a correr melhor.
O primeiro golo, o do empate, resultou claramente da qualidade individual de Kokçu (passe picado para ultrapassar a densa linha defensiva contrária) e do estreante e seu compatriota Arkturkoglu, a desmarcar-se e marcar com um toque de classe. Seis minutos depois, aos 34, no primeiro canto do desafio, consumava-se a reviravolta.
Foi o primeiro golo de canto da equipa que mais cantos tem no campeonato. Percebeu-se o trabalho que antes se percebia não existir: canto curto, cruzamento rigoroso de Di Maria para o segundo poste, donde Otamendi assistiu, de cabeça para o golo de Florentino, de rompante no lado contrário.
Era o segundo golo, em duas oportunidades. Só a partir daí o Benfica passou a criar oportunidades sem concretizar em golo. Também o Santa Clara criou então a sua segunda oportunidade de golo, num remate ao poste direito da baliza de Trubin.
Ao terceiro canto, logo no arranque da segunda parte, num cabeceamento de António Silva, o Benfica fez o terceiro. Se já dominava completamente o jogo, com o terceiro golo, jogadores e adeptos sentiram que já nada impediria a vitória. O resultado acabou por se fechar com o espectacular golo de Di Maria, ainda antes de atingido o primeiro quarto de hora da segunda parte, num coeficiente de aproveitamento na ordem dos 40%.
Bruno Lage ainda chamou a jogo Amdouni (Rollheiser), Prestiani (Di Maria), Schjelderup (Arkturkoglu), e Cabral (Pavlidis). E bem. Sem ser no último minuto, e todos com tempo e oportunidade de mostrar que podem também ser titulares.
Bruno Lage tinha referido que a dinâmica importa mais que o sistema. Com dois dias de trabalho já foi possível ver que a equipa foi mais dinâmica. E - parece-me - é possível esperar que o treino trará as rotinas e dinâmicas de um futebol entusiasmante por que há muito aguardamos. E para a reviravolta!
O futebol desconexo que o Benfica está a apresentar - e não, não é só na Champions, embora aí o estigma seja maior - está em linha, já não sobra qualquer dúvida, com o desconexo discurso do seu treinador. Hoje é tão penoso o futebol da equipa como o discurso do treinador.
Há poucos meses Bruno Lage, mais que uma lufada de ar fresco, era a grande revolução do futebol português. Recuperava jogadores dados por perdidos, lançava miúdos desconhecidos, apresentava um futebol que maravilhava toda a gente e galvanizava os adeptos e não se limitava a ganhar, goleava. E a par de tudo isto introduzia na paróquia do futebol nacional um discurso bem composto, claro, bem articulado, explicativo, respeitoso e elegante, com efeitos contagiantes que felizmente se começam já a notar.
Os mais resistentes a este discurso, invariavelmente os adeptos mais empedernidos dos rivais, daqueles que por princípio de vida recusam o que quer que seja de positivo nos adversários, desvalorizavam a novidade, e a inovação, apenas sustentadas no sucesso dos resultados. Quando os resultados deixassem de aparecer - coisa por que obviamente ansiavam - iria esfumar-se e desaparecer no meio das agressões, insinuações e impropérios do carroceiro discurso oficial do futebol português.
O momento actual do Benfica não está a dar-lhes razão na medida em que Bruno Lage não cedeu ao discurso carroceiro, e era esse o ponto daquela perspectiva. Mas é inegável que Bruno Lage surge sem discurso para ciclos negativos, como o que está a atravessar.
Nos tempos actuais a comunicação não é tudo. Mas sobra muito pouco. É quase tudo!
E a comunicação de Bruno Lage está a falhar quando mais falta lhe faz. Mesmo que com alguma dificuldade, acabamos por perceber que o planeamento possa falhar, que as opções possam não ser sempre as melhores em todos os momentos, que os jogadores percam mínimos de forma aceitáveis, ou que caiam em depressão. O que não se percebe, e se torna inaceitável, é um discurso sistematicamente auto-explicativo e negacionista, enrolado e sem convicção, que lança todas as dúvidas sobre a real capacidade de reacção à adversidade.
PS: Não se conclua deste texto que atribuo a Bruno Lage todas as responsabilidades pelo que se está a passar. Nada disso. Este texto apenas trata de discurso, de comunicação. De Bruno Lage.
Desapareceu há um mês, sem deixar rasto, equipa de futebol conhecida pela qualidade, variedade e velocidade do seu jogo e pela pressão alta sobre os adversários, que sucessivamente caíam a seus pés, invariavelmente goleados. Responde pelo nome de "Benfica de Bruno Lage".
Há quem tenha julgado avistá-la nos últimos dias, entre Lisboa e o Minho, mas foi sempre falso alarme. Diz quem se aproximou que, abordada, confidenciou identificar-se por "Benfica de Rui Vitória".
Não desistiremos de te procurar. Volta depressa. Há um 38 à tua espera!
Maior que a alegria pelo 37 é o orgulho pela festa do título. Nada do que se tem visto por outros lados. Nada de arruaça, apenas benfiquismo. Nenhuma provocação a qualquer adversário, apenas festa. E depois ... um treinador que começa por pedir à multidão que à retirada deixe o Marquês limpo, e segue a dizer que há coisas muito mais importantes que o futebol, que temos de reconhecer o mérito aos nossos adversários quando ganham e que não podemos ser apenas exigentes no futebol, que essa exigência é muito mais útil ao país se transportada para o nosso quotidiano de cidadãos, enche a enorme alma benfiquista de cada um de nós.
A minha está cheia. Obrigado, Bruno Lage. Parabéns!
O Benfica, este Benfica de Bruno Lage e dos miúdos, foi a Istambul buscar a primeira vitória em solo turco. Mas, mais do que isso, foi ao terreno do Galatasaray resgatar o prestígio perdido, e confirmar que nada do que se está a passar é fruto do acaso.
Bruno Lage optou por deixar em Lisboa três jogadores nucleares da equipa: Grimaldo e Pizzi por óbvia sobrecarga de jogos, e Jonas porque a sua condição física tem que ser gerida com pinças. Já em Istambul optou ainda por poupar André Almeida, que tem participado em todos os jogos ao longo da época, Rafa, que vem de uma lesão e que deve implicar cuidados, e Gabriel, sem tanta carga de jogos acumulada, mas em todos os últimos jogos desta nova era.
No total, seis jogadores sairam da equipa, que apresentou outros tantos, seis, nada menos, miúdos do Seixal. Tudo isto no chamado inferno de Istambul, e perante um adversário recheado de jogadores de grande experiência e com nome no futebol mundial. É obra!
Bruno Lage conhece-os, sabe do que valem. E sabe que não o deixam ficar mal. E não deixaram. Os miúdos foram soberbos. Rúben Dias (já capitão), Ferro, Florentino, Gedson e João Félix jogaram como grandes craques, jogadores feitos. Yuri Ribeiro, o sexto, não atingiu esse patamar, mas não comprometeu. longe disso.
Entraram no jogo sabendo bem o que tinham a fazer, naquele ambiente meio fantástico, meio louco. Sem medo, e com a lição na ponta da língua. E tomaram conta do jogo, passando por cima do decisivo primeiro quarto de hora sempre por cima do jogo. Depois a equipa turca equilibrou e passou até por uma fase de alguma ascendência, definitivamente encerrada com o primeio golo do Benfica, num penalti convertido por Salvio, ia o jogo apenas no minuto 25.
A partir daí, o Benfica controlou sempre o jogo, nunca tendo passado pelo sofrimento que praticamente todas as equipas passam naquele estádio. Iniciou a segunda parte a jogar o futebol de qualidade que tem apresentado, e foi contra a chamada corrente do jogo que, bem cedo, sofreu o golo do empate, mal sofrido, no seguimento de um lançamento lateral.
Nem mesmo chegando ao empate bem cedo, logo aos 10 minutos da segunda parte, e com o inigualável apoio do seu público, o Galatasaray conseguiu empurrar o Benfica para a sua área e limitar-lhe o alcance da sua qualidade de jogo. É certo que o Odysseas salvou o golo do empate, ao minuto 90, com uma defesa espectacular, mas o Benfica, antes e depois do golo da vitória, numa excelente finalização de Seferovic, criou sempre mais oportunidades.
E, quando se esperava o assalto final da equipa turca, foi o Benfica a manter a bola e a fazê-la rodar pelos seus jogadores.
Não foi, nem com tantas alterações na equipa poderia ter sido, uma exibição fantástica, ao nível da elevada fasquia a que estamos habituados. Mas foi suficente para se superiorizar a um adversário que não é nenhuma pêra doce.
Em cima, à direita, Domingos Soares de Oliveira diz que Bruno Lage "é homem para ficar muitos anos". No lado inverso, em baixo, à esquerda, "Jorge Jesus rescinde com o AL Hilal". Com o "dragão a lamber as feridas", o Sporting parado no "sinal vermelho", e Bruno Lage bem seguro pelos adeptos, de repente o mundo ficou virado ao contrário. Keizer que se cuide...
Foi bem difícil este segundo jogo de Guimarães em três dias. Como se esperava mas, se calhar, diferente do que se esperava. Até porque o jogo foi completamente diferente do que selara a passagem do Benfica às meias-finais da Taça, há apenas três dias.
Ambas as equipas mudaram alguns jogadores, mas por razões perfeitamente inversas. O Vitória porque recuperou lesionados (André André) e castigados (Tozé), o Benfica porque perdeu, por lesão, Fejsa e, por castigo, Rúben Dias. Às balizas de ambas as equipas regressaram os habituais titulares no campeonato e, ao Benfica, regressou (?) Castillo, a preencher a quota de surpresas que Bruno Lage tem reservado para cada jogo, para o lugar de Seferovic.
O Vitória apostou numa equipa mais subida e na dimensão física do jogo, muito forte nos duelos individuais e muita rasgada na disputa de todas as bolas. E com isso criou bastantes dificuldades ao Benfica durante muitas partes do jogo, especialmente na segunda parte. Mesmo assim, e passados os primeiros dez minutos, na primeira parte o Benfica foi quase sempre melhor, com mais bola e mais remates, sete contra quatro, mesmo sem grandes oportunidades claras de golo.
Na segunda parte o Vitória reforçou a agressividade e a pressão alta, e na verdade esteve mais por cima do jogo. Essa dinâmica entusiasmou os jogadores vitorianos, e criou-lhes a sensação de que poderiam ganhar o jogo. Acabaria por lhes ser fatal. Bruno Lage mexeu bem na equipa, lançando Seferovic e o regressado Rafa, e começou a aproveitar o espaço que a equipa vimaranense deixava nas costas da sua defesa, virando decisivamente os dados do jogo.
Quando aos 80 minutos Seferovic fez o golo, numa belíssima jogada de futebol que passou por um passe sensacional de Gabriel, já o Benfica tinha deixado sérios avisos do que estava para vir, incluindo duas jogadas de golo erradamente anuladas pela equipa de arbitragem por foras de jogo inexistentes. O Vitória sentiu o golo e, em vez de uma equipa de futebol, pouco mais foi que onze jogadores de cabeça perdida. Onze, porque o árbitro Tiago Martins, também ele, e apesar da juventude, um velho conhecido, permitiu que André André permanecesse em campo depois de, consecutivamente, na mesma jogada, completamente de cabeça perdida, se ter aplicado os pitons nos pés e nas pernas de João Felix e André Almeida. Foi ao minuto 84, e se na primeira entrada sobre o miúdo nada assinalou quando, no segundo seguinte, atingiu André Almeida, mostrou amarelo a ambos!
Teve que ser Luís Castro a fazer o que Tiago Martins devia ter feito, tirando-o do jogo logo a seguir. Mas fazendo entrar outro, naturalmente.
Fica mais uma vitória a alimentar a crença, e a certeza que há treinador. Esta é uma vitória com muito dedo de Bruno Lage. Na estratégia (Castillo não decidiu, mas cumpriu com as tarefas que lhe destinou), na forma como especialmente Gabriel, mas também Samaris, foram importantes no jogo, na forma como corrigiu os jogadores ao longo do jogo e, finalmente, nas substituições. Decisivas!
E, depois, no fim, é uma delícia ouvi-lo falar do jogo. Sem rodriguinhos nem frases feitas, apenas a explicar aquilo que aconteceu. E o que todos vimos!
No segundo jogo da era Bruno Lage - durante quanto mais tempo os jornalistas continuarão a perguntar-lhe se é o último jogo? - os jogadores do Benfica voltaram a mostrar como Rui Vitória tinha chegado ao fim da linha.
Depois da surpresa do afastamento de Ferreyra do lote dos convocados, o novo treinador do Benfica guardava mais uma supresa para o onze inicial, com duas alterações em relação ao jogo do passado domingo, com o Rio Ave, saindo os dois alas argentinos - Cervi e Salvio - e entrando, sem surpresa, Zivkovic e, surpreendentemente, o brasileiro Gabriel. Que conseguiu aproveitar para, finalmente, apresentar alguma coisa que justificasse a contratação!
Viu-se que os jogadores estão mais bem distribuídos em campo, e confirmou-se a pressão alta e a intensidade posta na disputa da bola. Para isso, Gabriel contou. E muito. E contou Fejsa, finalmente a abandonar a cadeira lá atrás, onde passava os jogos sentado, e a subir à grande área adversária para aí entrar nas tarefas de recuperação da bola.
Bastou isto, e Zivkovic e Pizzi nas alas, para que a equipa passasse a ter jogo interior, deixasse de chutar a bola para a frente e deixasse de passar por sobressaltos, como sempre passava contra este tipo de adversários. Depois, para o resto, lá estão João Felix, Grimaldo e Seferovic.
Hoje em Ponta Delgada foi de tal forma assim, foi de tal forma gritante a superioridade do Benfica, que a única coisa que se não percebe é o resultado. É inacreditável como um jogo destes acaba com um simples 2-0!
O Benfica criou bem mais de uma dezena de oportunidades de golo, daquelas em que simplesmente a bola não quer entrar. Todas através de jogadas de encher o olho, que bem podiam caber em números de Circo.
Mas não se pode dizer que o Benfica tenha feito uma grande exibição, sem ponta de mácula. É bom que os jogadores percebam isso, e vão perceber. Percebemos que o Bruno Lage percebeu isso bem, e não vai deixar de lhes explicar que o circo não é actividade de estádio, normalmente decorre numa tenda.
Se em vez do espectáculo de circo, na segunda parte os jogadores se tivessem dedicado apenas ao futebol, tinham feito uma grande exibição e teriam saído dos Açores com um resultado que constiuiria um recorde imbatível!
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