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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Banha da cobra para o crescimento

Intestino Poroso...mito ou realidade? - Scimed

Portugal tem um indesmentível e complexo problema de crescimento económico. Hoje tão iniludível que foi finalmente trazido para o debate eleitoral, nesta campanha. Se não se pode dizer que seja transversal a toda a campanha, menos se poderá dizer que tenha sido trazido em toda a sua plenitude. E, menos ainda, em modo de debate sério

Portugal tem vários problemas estruturais que confluem no problema do crescimento, como uma vasta rede de afluentes a desaguar no rio. Olhar para o estado do rio sem ver o que vem dos afluentes a montante é não querer perceber nada. E o que se não quer perceber, não se quer resolver.

É verdade que o tema veio para a campanha pela mão da direita, e em particular pela da Iniciativa Liberal, que dele faz prato principal. Daí passou para a agenda do PSD. A esquerda, mal, pouco mais fez que ignorá-lo, e deixou a direita sozinha a tratar do assunto da forma que entendeu. Com um mau diagnóstico, a receita nunca poderia ser mais que banha da cobra.

O diagnóstico partiu da comparação do crescimento dos países de leste, do lado de lá da antiga cortina de ferro, com o de Portugal. Não é por acaso, é um diagnóstico propositadamente enviesado para apontar ao fim político. Ignora que todos os países crescem mais nos primeiros 15 a 20 anos da adesão à Comunidade Europeia, por razões tão óbvias, que me dispenso de enumerar. Ignora as qualificações desses países à partida. Ignora o grau de especialização industrial da sua maioria. E ignora a sua centralidade geográfica e, em particular, as paredes meias com as maiores e mais desenvolvidas economias da União.

Ignora tudo isto para relevar as suas políticas liberais. De liberalismo.económico, evidentemente. Porque os outros não lhe importam. Os meios não devem justificar os fins, mas é campanha eleitoral... Temos de ser condescendentes.

O problema é a receita. Nessa já não pode haver condescendência. E a receita, adiantada por Cotrim de Figueiredo e logo apadrinhada por Rui Rio, é baixar o IRC. É simples: baixa-se o IRC e a economia desata a crescer!

Um vendedor de banha da cobra não faria pior. Mas esse nem disputa eleições nem se propõe a fazer crescer o país. Fica-se pelas dores de barriga e afins...

 

Centenos

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Depois de ter percebido que tinha elevado Centeno à categoria de marca, Rui Rio quis emendar a mão. Quando as coisas até parecem estar a recompor-se, simplesmente inverter tudo, virar a coisa do avesso, e  trocar Centeno por Sarmento, não seria grande ideia. Nem suficiente, e decidiu acrescentar-lhe um passo, propondo um debate a dois. Entre os dois Centenos, que já pretendia entre os dois Sarmentos.

E tratou logo de adiantar que quer o seu Centeno quer o seu Sarmento já tinham aceitado!

Para quem não acredita em sondagens - evidentemente que ainda está para nascer quem acredite em sondagens desfavoráveis -  nos últimos dias, à entrada do período oficial da campanha, as coisas parecem claramente mais bem encaminhadas para Rui Rio. Ganhou novo ânimo, e isso nota-se. De tal forma que até já teve que encontrar, à última da hora, um ministro das finanças  ... 

O Centeno que nunca lhe tinha feito falta!

 

Princípios, fins e fronteiras

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Quando a dúvida que paira sobre as eleições do próximo dia 6 é se o PS alcança ou não a maioria absoluta, e sabendo-se que alcançá-la é o objectivo maior do partido, é curioso que, em nenhuma ocasião, António Costa enuncie esse objectivo. Antes pelo contrário, como se viu nas declarações que provocaram mais um ataque de ira a Sócrates.

Depois de esgotados os debates a dois com os  partidos com que poderá ter de se entender na eventualidade de não atingir a maioria absoluta, concluídos ontem com o líder do PAN, não fica qualquer dúvida que António Costa adoptou sempre um comportamento consistente com essa atitude. O debate com qualquer dos três opositores - mesmo com Catarina Martins, que era onde o risco de descambar era claramente maior - foi sempre uma conversa amena e nunca um confronto. A expressão mais marcante de todo esse ambiente é do próprio António Costa: "se fui eu que abri esta porta, não faz sentido que seja eu a fechá-la".

Mas isto é António Costa. Outras vozes no PS dizem coisas exactamente opostas. Nem é necessário ir lá mais atrás buscar declarações inflamadas do Carlos César; ainda ontem, no Parlamento, um desconhecido deputado da Madeira (coisas da insularidade, quem sabe?) proclamava que “o que precisamos mesmo é podermos governar sem empecilhos”. 

Mas se nos lembrarmos que ainda há pouco tempo António Costa dava o braço ao PCP e empurrava o Bloco para longe: "o PCP é um verdadeiro partido de massas, enquanto que o Bloco é um partido de mass media"; ou anunciava  - agora ele - o diabo, enrolado na bandeira da ingovernabilidade que se levantaria a partir de um bom resultado do Bloco, somos bem capazes de acabar a dar razão a um dos populistas-mor nesta disputa eleitoral que diz que António Costa não tem princípios, tem fins.

São, de resto, coisas destas que acabam sempre a baralhar as fronteiras do populismo. 

A política a aquecer. Como o tempo...*

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Com o fim das férias, e a subida da temperatura, a actividade política explodiu. De um dia para o outro, de repente, e sem a ponte que as rentrées sempre abrem, o país deu por si rodeado de entrevistas e debates por todos os lados. Sim, que já não se fazem reentrés como antigamente, e até o mítico Pontal do PSD, onde confluía a fina flor do partido devidamente bronzeada, acabou de vez. Vai valendo o Chão da Lagoa, mas isso fica lá na Madeira, e foi sempre uma espécie de festa particular do Alberto João …

Claro que as eleições estão aí à porta, a um mês de distância. E para nós, um mês, em eleições, é muito pouco tempo. É muito curto, é já aqui. Nada que se pareça com os ingleses, que ainda não sabem se vão ter eleições para a semana…

Se os ingleses não precisam de grande preparação, e muito menos de grande conversa para ir votar, nós nem com grande conversa lá vamos. Talvez seja por isso, para nos mobilizar, que a campanha, ou a pré-campanha, nos entra em casa já todos os dias. Os telejornais já não despregam dos líderes partidários, atrás deles por todo o lado e, no resto, se não há debate a dois, há entrevista a um.

Nem sei se tanta coisa, assim de repente, não acabará por ser demais… Talvez não. Pelo menos para o pessoal mais ligado à oposição, que andava desesperado com o desaparecimento da sua gente. Pelo menos agora pode vê-la todos os dias… Ali, no duro. Ombro a ombro com os demais, a disputar cada minuto de luz e câmara, a cantar e a saltar. E sempre, sempre com alguma coisa na ponta da língua para dizer… Mesmo que, frequentemente e sem tempo para as pensar, acabem por sair umas coisas disparatadas e sem grande sentido. Já as começamos a ouvir!

Como há quem pense que o importante é que se fale de si, nem que seja para dizer mal, na política pensa-se que o importante é falar. Nunca estar calado, falar sempre. Nem que seja a dizer asneiras… 

 

* A minha crónica de hoje na Cister FM

É difícil, mas pode sempre fazer-se pior...

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Fica-me clara, a mim e à generalidade dos portugueses, a avaliar pelos resultados das sondagens, a ideia que dificilmente o PSD poderia fazer pior nas últimas semanas desta campanha eleitoral. Só assim se percebe que no início oficial da campanha tenha estado empatado com o seu principal adversário e que agora o veja a fugir, e já à distância de 10 pontos. Mesmo que não seja apenas por isso que o partido no governo vá ganhar umas eleições que invariavelmente penalizam quem está no poder...

Assistimos neste momento final da campanha eleitoral à maior desorientação por que que já se viu passar um partido de poder. Ontem, depois de Passos e de Ferreira Leite nas vésperas, foi a vez de surgir Luís Filipe Meneses. E que veio ele acrescentar?

Serviu para introduzir o tema das desavenças com as anteriores lideranças, lançando o mote para Paulo Rangel lançar o sound byte do PS unipessoal. Logo ele, de quem Rui Rio fugiu o tempo todo para que em nenhuma circunstância se pudessem sequer cruzar...

Rui Rio que já diz que tudo o que seja acima dos 20% (desmontando os resultados da coligação, e atribuindo ao CDS um valor eleitoral de 7%) de Passos Coelho de há cinco anos, é um bom resultado. É crescer!

Hoje chega Francisco Pinto Balsemão. Não vem a tempo de pôr ordem em coisa nenhuma... Mas pode sempre piorar.

 

 

Ai as sondagens...

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A três dias do fim, a campanha eleitoral para as eleições europeias do próximo domingo vai de vento em popa. Quer dizer, sem nada de novo, sempre na mesma coisa, como se o tempo, que se desloca a velocidades vertiginosas, estivesse parado. No mesmo sítio, há dezenas de anos!

Indiferentes aos ânimos e desânimos que das sondagens vão chegando, os principais partidos seguem imperturbáveis nas suas estratégias, e fiéis os guiões que seguem à risca. 

Por exemplo, o PS esconde Pedro Silva Pereira. Ninguém o vê em lado nenhum, nada dele se vai sabendo. Apenas se sabe que é o terceiro da lista, nada mais. Já o PSD, pelo contrário, mostra mesmo o que nem tinha de mostrar. Primeiro veio Passos. Depois Ferreira Leite. A seguir virá provavelmente Maria Luís Albuquerque, e desconfio bem que não acabará sem Relvas... E nem me admiraria muito que Cavaco ainda viesse fazer uma perninha.

Depois admiram-se com os resultados das sondagens...

Começou a campanha eleitoral. Quem diria?

 

 

Provavelmente muita gente fica surpreendida ao saber que arranca hoje a campanha eleitoral para as autárquicas. Mas é verdade. O que se tem visto por aí, e o que por muito lado se anda há seis meses a ver, não é oficialmente campanha eleitoral. É pré-campanha!

Enfim...

Perguntar-se-á: o que é muda?

Pouca coisa. Vêm "os tempos de antena", que dão um jeitão, em especial às rádios. E os líderes partidários e as respectivas cortes passam a percorrer freneticamente o país, sempre com as televisões atrás. O que faz toda a diferença.

Na pré-campanha, o que do Portugal profundo chegava ao grande público eram cartazes pitorescos, um festival de erros de português, ou habilidades linguísticas na exploração de nomes mais exóticos, de pessoas ou de localidades. Agora, na campanha, o que nos chega desse Portugal profundo é o discurso inflamado dos diferentes líderes partidários, a falar de tudo o que lhes interessa falar ... para as televisões. Estão ali, no meio das populações onde nunca põem os pés, mas não são elas que lhe interessam. Não falam para aquelas dezenas ou centenas de pessoas que ali têm à frente, mas para os milhões que estão à frente das televisões. Não conhecem um problema daquela realidade, nem uma única medida do programa do candidato que ali os traz.

Ver Jerónimo de Sousa em Mal Lavado (1) a exigir 25 dias de férias, Passos Coelho em Pedaço Mau (2) a dizer que é a ele que se deve a saída do lixo, António Costa garantir em Pé de Cão (3) que vai baixar a dívida pública, ou Catarina Martins na Cama Porca (4) dizer que, sim senhor, teria ido muito mais além que o primeiro-ministro, não é menos deprimente que prometer uma cidade com vaginas gratuitas.

Nem a Cristas, mesmo sem sair de Lisboa, escapa. E é vê-la na Penha de França, entre uns pulos e uns beijinhos, a desafiar o governo a entregar o Orçamento antes da data a que está obrigado. Mas essa tem desculpa: é dois em um, e tem que ter sempre um pé em cada lado. Em que se sente peixe na água...  

 

(1) Beja

(2) V.N. Famalicão

(3) Torres Novas

(4) Alhandra

Como se nada se passasse...

Por Eduardo Louro

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A transparência, a credibilidade e a seriedade política não são apenas estilhaçadas com falsas promessas, demagogia, trapalhadas e mentiras nas campanhas eleitorais. São-no também - e muitas vez mais - com as caras que se escondem.

Quando a poderosa máquina de propaganda da coligação escondeu Marco António Costa da campanha sabia o que estava a fazer. Quando a primeira cara da vitória na noite eleitoral é exactamente a que a propaganda escondeu durante a campanha, percebe-se a transparência e a credibildiade da campanha que fizeram.

E quando, quer no folclore  das visitas e recepções supostamente negociais, quer do vai-vem a Belém, a cara mais vista pelas câmaras fotográficas e das televisões é justamente a de Marco António Costa, percebe-se seriedade política de Passos Coelho.

Estranhamente, isto não se discute. Discute-se quem trai quem, discute-se o que seria a verdadeira vontade deste e daquele eleitorado (a propósito, imperdível a crónica de hoje do mestre Ferreira Fernandes), discute-se o que foi e o que não foi dito em campanha. Mas a autêntica vigarice que é este tira e põe, esta maneira de apagar o mago das finanças de Gaia da fotografia da campanha, para logo o recuperar  para a foto do poder, passa como se nada se passasse...

Vamos lá ver essa coisa da legitimidade política

Por Eduardo Louro

 

É espantoso como a coligação de Passos e Portas, cujo único programa era o de ataque ao programa do adversário, de repente fica disponível para governar com esse programa.

Porque não apresentaram programa nenhum, até se poderia ser levado a pensar que estariam legitimados para governar com qualquer um. O problema é que o único elo que a coligação criou com os seus eleitores foi o da rejeição desse programa. 

Sem mais nada para dizer, a coligação limitou-se a repetir-nos que aquelas medidas eram o regresso ao passado, o despesismo, a bancarrota... Adeus aos compromissos europeus, adeus mercados... O apocalipse. Todos os sacrifícios que fizemos teriam sido em vão.

Mas afinal não era nada disso. Era tudo a brincar, agora não faz mal nenhum e Passos e Portas dizem - repito, dizem - que todas essas medidas são muito bem vindas ao programa do governo que por nada querem largar.

Não vou dizer que nunca ninguém em Portugal chegou tão longe em matéria de traição ao voto. Até porque nem me parece que isso seja coisa que preocupe muita gente, que já provou que convive bem com isso. Mas tenho que dizer Passos e Portas perderam toda a legitimidade política que ainda pudessem ter!

E pode ser que assim a sua máquina de propaganda comece a abrandar...

 

A pantominice também é como o azeite...

Por Eduardo Louro

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A coligação PàF, com Paulo Portas, como sempre, a não poupar nas palavras, espalhou aos sete ventos durante a campanha não só a saúde de ferro da nossa economia, mas que os empresários estavam todos carregados de decisões de investimento prontas a avançar. Só estavam à espera dos resultados das eleições, a confiança no país era tanta que, apurados os resultados e confirmada a sua vitória eleitoral, era só carregar no botão para que investimentos brotassem que nem cogumelos.

Também aqui a realidade é bem diferente. Afinal, pelo contrário, os empresários estavam à espera das eleições para anunciar despedimentos e encerramentos. Era - e foi - só carregar no botão. Só que em vez de investimentos começaram a sair mais encerramentos. E em vez de novos postos de trabalho, mais despedimentos.

Não se sabe se há empresas que não quiseram perturbar o bom andamento da campanha, ou se foram mesmo Portas e Pires de Lima a pedir-lhes que não a (os) perturbassem. Mas também não importa muito... A pantominice seria apenas um poucochinho maior!

A pantominice também é como o azeite: também vem ao de cima. Não costuma é ser tão depressa!

 

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