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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Gente Extraordinária

Catedral de Lisboa, la Sé: cómo llegar, historia y precios

Logo às primeiras horas da notícia da morte do Papa Francisco, para o evocar, Carlos Moedas falou de si próprio e fez de si próprio o centro da conversa.

À noite, à entrada da Sé Catedral, para a missa celebrada pelo Cardeal Patriarca de Lisboa em memória do Papa, repleta de televisões, enquanto as altas individualidades que iam surgindo se desviavam das câmaras e dos microfones, porque o momento não era para palavreado, como por exemplo referiu o ministro Paulo Rangel, lá surgiu também Carlos Moedas.

Estendido o microfone lá disse que estava à espera do Senhor Presidente da República, para entrar com ele. Incapaz de lhe resistir, imediatamente soltou a picareta falante que lá tem dentro, e que não mais conseguiu calar. Falou de si, e de si, e de si ... Tanto que Marcelo chegou, atravessou o largo, subiu as escadas, passou-lhe mesmo ao lado e entrou. Quando acabou, quando já não tinha mais que dizer de si, lembrou-se que estava à espera do Senhor Presidente da República. 

E lá ficou à espera ... a fazer a triste figura dos pequeninos a quererem ser grandes ...

Muito pequenino, mas gente extraordinária, este Carlos Moedas. 

 

Coisas da última bolacha do pacote

Carlos Moedas anuncia que autarquia vai comemorar o 25 de novembro

Carlos Moedas, a última bolacha do pacote do PSD, discursou - claro - na sessão oficial da comemoração da implantação da República. Só que a tirar a última bolacha lá do fundo do pacote obriga a muitas voltas. Normalmente a cabeça não sai de lá em muito bom estado. A cabeça não gosta de andar às voltas.

E depois baralha-se. Acontece-lhe  com frequência.

Aconteceu-lhe outra vez. Desta deu-lhe para a baralhação de datas. De 5 de Outubro saltou para 25 de Novembro. Parece que quem apreciou foi a rapaziada do Chega. Tanto que fizeram a festa, atiraram os foguetes e apanharam as canas!

Pedras no sapato

Jornada Mundial da Juventude | Jornada Mundial da Juventude | Notícias |  RTP Notícias

Os que por aqui me acompanham mais de perto conhecem a "série" "gostava de ter escrito isto". Nos últimos tempos não tem sido muito frequente, provavelmente porque infelizmente não tenho lido assim tanta coisa que "gostasse de ter escrito".

"Gostava de ter escrito isto", mas nunca o conseguiria escrever com a subtileza, o humor e o talento do Manuel Cardoso. Mas a verdade é que gostava também de escrever qualquer coisa sobre isto. 

Sabemos todos que esta JMJ de Lisboa 2023 começou por dividir a sociedade portuguesa. É certo que uma certa divisão seria praticamente inevitável logo à partida. Pelo que a Igreja Católica divide, mas mais ainda pelo dividiu com os crimes dos abusos sexuais na ordem do dia. O envolvimento "político", os dinheiros públicos, o secretismo e a falta de transparência, o improviso, as obras de última hora fizeram o resto, polarizando a polémica que culminou na célebre questão do altar.

Tudo isto arrastou o poder político para um processo justificativo profano, sobrando-lhe em contradição o que lhe faltava em dignidade. Tudo justificavam com razões economicistas sustentadas em estudos e certezas que eram, esses sim, questões de fé. À revelia da fé!  

Para Moedas era fazer de Lisboa o “centro do mundo”. Para António Costa era a “projecção internacional do país”, essa obsessão nacional. O retorno económico em turismo seria uma coisa nunca vista. Era um investimento de futuro. E a requalificação daquela zona de Lisboa teria um impacto só comparável com a Expo-98.

Não faziam a coisa por menos. E, se já havia motivos de divisão, somavam-lhe mais outro. Agora dividiam os portugueses entre os que lhes validavam as pantominices e os que sabiam que não passavam disso. E dividiam mesmo muitos que a JMJ não tinha antes dividido.

O que podemos dizer hoje, no fim de tudo e de uma semana memorável para o país, é que, como dizia o Diácono Remédios, não havia nexexidade!

A Jornada tinha méritos suficientes para convencer os portugueses. E como podem eles ter uma visão para a cidade, e para o país, se nem sequer tiveram visão para o perceber?

O país encheu-se de rapazes e raparigas. Alegres, educados, e felizes que deixaram um rasto de festa, alegria e simpatia por onde passaram. Ficaram, como se sabia, em escolas, em famílias de acolhimento, ou quartos baratos. Não em hotéis. Não encheram restaurantes, consumiram fast-food. 

Então porquê, e para quê, vender pantominices quando era tão simples - e genuíno, verdadeiro e apropriado - vender o banho de festa e de alegria que eles traziam nas mochilas? 

O país correu a receber um Papa que é um exemplo de humildade, simplicidade e saber. Um Papa mensageiro de inclusão, de justiça, de inconformismo e de amor à vida:  

- "Não sejam administradores de medos, mas empreendedores de sonhos."

 - “Sujem as mãos no combate à pobreza dos outros, da qual não devemos ter nojo”.

  Um Papa que não é preciso ser-se católico, nem sequer crente, para admirar. Um Papa de todos, mas que, nas suas próprias palavras, é "pedra no sapato" de alguns. 

Foi este Papa, estas largas centenas de milhares de jovens dos quatro cantos do mundo, e uma multidão enorme de pessoas de boa vontade - entre as quais a Albina, a mais entusiástica e entusiasmante das que conheci, a quem o destino, numa crueldade sem limites, se encarregou de lhe alterar a viagem de ontem, trocando-lhe o Parque Tejo pela sua última morada - que transformaram esta JMJ num acontecimento não absolutamente - nada nunca o é - mas largamente consensual. 

Agora acabou. Quem cá veio desfrutou, viveu e vai embora. O país voltará a olhar-se a si próprio, a encontrar-se com os mesmos problemas, bem longe da propaganda de António Costa. A cidade acordará como antes, e não como a que Carlos Moedas quis vender. Até esta Igreja, que aqui se tentou mostrar pátria da fé católica, seguirá igual. Como se percebeu ainda na presença do próprio Papa.  

À espera que o ar fresco que sopra do Papa Francisco, e o brilho que dele brilha, se vão com ele, quando ele se for... E a pedra lhes sair do sapato!

 

O ridículo (não) mata

Não preciso de estar numa manifestação para falar com os lisboetas”: Carlos  Moedas sobre protesto pelo direito à habitação - Vídeos - Correio da Manhã

O líder do Iniciativa Liberal, Rui Rocha, participou na manifestação organizada pelos donos de Alojamentos Locais. O do Chega, também. E o Carlos Moedas também

Os dois primeiros, lideram partidos políticos. É normal que integrem manifestações com o objectivo de pressionar e de impressionar. E de defender os interesses que politicamente representam. E é normal que se afastem, e que fujam como o diabo da cruz, das que representam os interesses que não lhe interessam.

O terceiro é presidente da Câmara de Lisboa. Não é bem a mesma coisa. Até pode ser que Carlos Moedas ache que ser presidente da Câmara de Lisboa lhe garante que venha a liderar o seu partido. Mas, agora, é presidente da Câmara da capital do país. E por acaso também capital dos problemas da habitação. 

Carlos Moedas fez o mesmo que os outros dois, sem que a sua condição lhe permita colocar-se nas mesmas condições dos outros. Não deveria ter participado na que participou. Mas, tendo-o feito, deveria participar na de hoje, pelo direito à habitação.

Mas não, também fugiu dela como diabo da cruz. E quando se lembrou que era presidente da Câmara de Lisboa, apressou-se a declarar que estava de alma e coração com os manifestantes

Não acredita que o ridículo mata. E se calhar não mata mesmo. Se afinal matasse, Moedas já estaria (politicamente) morto há muito!

 

 

Pantominices

 Câmara de Lisboa diz que altar de €4.200.000 para o Papa vai ser  reutilizado em "eventos internacionais" mas não diz quais: "Seria  prematuro" - CNN Portugal

É um altar. Mas como custa 5,3 milhões de euros - curioso como a generalidade das notícias referem 4 milhões, deixando de fora as fundações; se o altar fosse obra de outros seria de 7 milhões, o valor com IVA convenientemente arredondado - não é só um altar, garante Moedas. É um altar que fica para o futuro, e que vai servir para outras coisas.

Quais? Isso agora não interessa nada!

Por ajuste directo com a empresa onde pontifica Paulo Portas. Mas isso para Moedas não importa nada, porque "não podemos como cidade, como país, não acolher o papa, respeitando aquilo que é a regra de um evento que nunca se fez em Portugal". Ah... e este foi o melhor preço encontrado. Metade do que chegaram poraí a pedir...

Respeitando a "regra". E a pantominice!

 

 

 

Mudar é preciso.

Táxis a mais, venda de licenças e queixas do serviço. Taxistas reconhecem  problemas - Renascença V+

 

Mudar, fazer diferente, é um imperativo normal de quem acaba de chegar a qualquer posto de poder, seja el qual for. Para deixar tudo na mesma não é preciso mudar, mesmo que muitas vezes seja preciso mudar para que tudo fique na mesma.

O que é preciso é fazer diferente, pensou também Carlos Moedas. Se calhar havia muita coisa por onde começar, de preferência uma das que não estivesse assim tão bem. Mas o novo Presidente da Câmara de Lisboa resolveu fazer diferente na primeira coisa que lhe chegou às mãos, sem se preocupar muito se, para fazer diferente, fazia pior. E logo na vacinação. E logo nesta altura, em que o alarme social volta a soar.

Não é fácil perceber que seja uma boa medida fechar dezenas de centros de vacinação espalhados pela cidade, e abrir um único numa ponta, olhe-se por que perspectiva se olhar. Mas é diferente, e isso é que importa a Carlos Moedas. E dinamiza uma das principais actividades da cidade, por acaso uma das que mais visivelmente tinha apoiado a sua candidatura, revoltada com as ciclovias - o táxi, pois claro. A Câmara paga, não se importem!

 

Gente Extraordinária

SIC Notícias | Operação Olíssipus. Câmara Municipal de Lisboa alvo de buscas

Mais um caso a abrilhantar estes dias que vivemos. Desta vez na Câmara Municipal de Lisboa, alvo de buscas da Polícia Judiciária. Tem nome, como não podia deixar de ser, e chama-se Operação Olissipus 

Enquanto dela nada sabemos, ficamos a saber que o Presidente Fernando Medina, ainda antes de alguém olhar para ele, já estava a apontar o o dedo para Manuel Salgado, que já lá não está. Com o desplante de dizer que não era ele a apontá-lo, era o comunicado da PJ. Que não o fazia.

Bonito de se ver.

Como bonito foi ver Carlos Moedas a sair à pressa pata surfar a onda, comparando logo Medina a Sócrates. 

Gente de elevada estatura, digna de ser levada a sério. Aqui chamamos-lhe gente extraordinária.

Acertar com a música

Por Eduardo Louro

 

Carlos Moedas foi hoje ouvido no Parlamento Europeu, numa espécie de prestação de provas, na condição de comissário europeu indigitado. Provas - nesse sentido - tanto mais necessárias quanto, pela evidente falta de peso político, o parlamento desconfiava da sua preparação para a função.

Saiu-se bem, dizem. Apresentou-se como um produto do fenómeno de mobilidade social ascendente, imagem de marca da democracia europeia, o que é sempre bonito, e fez a sua mais surpreendente revelação quando disse que esteve muitas vezes em desacordo com a troika.

A surpresa - ninguém nunca deu por nada, antes pelo contrário, alinhou sempre pela ala mais dura do governo, na linha da frente da defesa da troika - deixou de ser surpresa quando se percebeu que, antes, o próprio Parlamento tinha criticado fortemente a intervenção da troika no nosso país. É sempre a mesma coisa: o que é preciso é saber dançar certinho ao som da música de cada momento. Acertar com a música...E isso aprende-se facilmente por Wall Street e pela City...

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