NOVIDADE DE ANO NOVO
Por Eduardo Louro
A mensagem de Ano Novo do Presidente da República trouxe este ano uma novidade.
Não, a novidade não é a notícia do envio do Orçamento para o Tribunal Constitucional. Para fiscalização sucessiva, uma vez que não o quis fazer para efeitos de fiscalização preventiva. Novidade não é, também, a notícia de que não contem com ele para dar aquele empurrãozinho que deite o governo abaixo. Já se sabia que não seria ele a tirar o sono a Passos Coelho e seus pares.
Por isso de pouco vale o cartão amarelo que quis que víssemos na sua mão apontado ao governo. Quando Cavaco reconhece finalmente a espiral recessiva em que o país foi lançado, quando diz que é preciso pôr cobro ao ciclo vicioso da austeridade e que o governo tem de encontrar a porta do crescimento, mas a seguir lembra que as eleições se realizaram há apenas ano e meio e que não há condições para mais nada que puxar as orelhas ao executivo – tudo o resto seria o que chamou de crise política – está apenas a puxar do cartão amarelo para a bancada!
É esta a novidade do discurso de Ano Novo do Presidente: substitui o tradicional aviso – o aviso de que bem avisara – pela amostragem do cartão amarelo. Nada de substancialmente muito diferente, mas com muito mais impacto!
Um cartão amarelo incomoda sempre...