Às vezes o Benfica joga mal. Uma vez por outra. Normalmente joga ... "benzinho". O problema não é sequer jogar apenas "benzinho". Poucochinho. O problema é que não consegue surpreender ninguém. Nem os adeptos, nem - e é isso que é determinante - os adversários.
Esta noite, na Luz, perante o Chaves, com o "onze" do costume - apenas com Tomás Araújo no lugar de António Silva (a confirmar que o preenche com absoluta competência), e com Kokçu, aparentemente com o problema resolvido, no banco - aconteceu o que é normal acontecer: sem jogar propriamente mal, o Benfica jogou "benzinho"... mas poucochinho. Ainda assim o suficiente para ganhar, por muitos, ao último classificado. Tem sido frequentemente assim: jogar "benzinho", mesmo que poucochinho, tem sido suficiente para ganhar maioria dos jogos. Umas vezes por pouco, outras por muitos, conforme a eficácia.
Só que, no jogo desta noite, àquilo a que normalmente chamamos eficácia, temos de chamar competência. Nem sempre é assim, nem sempre a falta de eficácia é incompetência, mas hoje foi-o. Hoje, na Luz, não foi eficácia que faltou especialmente a Di Maria e Arthur Cabral. Eficácia faltou a Rafa, Otamendi, Tomás Araújo, Bah ou Florentino.
Di Maria foi infeliz, mas também incompetente, ao permitir ao guarda-redes do Chaves que defendesse o penálti, ainda antes da meia hora, e que mudaria o jogo. Acontece. Arthur Cabral foi infeliz, mas também incompetente, ao imitá-lo, à hora de jogo. Não faço ideia donde tenha partido a decisão de trocar o marcador, mas não tenho dúvida que foi incompetente - um jogador como Di Maria não pode ficar afectado por ter falhado um penálti. Toda a gente sabe que não. Como toda a gente sabe que uma troca dessas pesa na cabeça de um jogador permanentemente desconfiado, como é Cabral. Fez exactamente como Di Maria fizera, e o guarda-redes voltou a defender.
O VAR - que tivera de intervir para que Hélder Malheiro assinalasse os dois óbvios penáltis - mandou repetir. Inicialmente ficara a ideia que Hugo Souza, o guarda-redes do Chaves, dera um passo antes de a bola partir. Deu, na realidade, mas manteve um pé na linha de baliza. E a repetição deveu-se, afinal, à entrada na grande área de jogadores do Chaves antes do remate, que já tinha também acontecido no penálti da primeira parte, de Di Maria, mas passado em claro.
Na repetição, Arthur Cabral já não foi infeliz, nem apenas incompetente. Foi qualquer outra coisa inimaginável, ao repetir, pela terceira vez, exactamente o mesmo. A mesma preparação, o mesmo remate fraco, para o mesmo lado direito do guarda-redes, no mais flagrante exemplo da incompetência que nesta altura grassa no futebol do Benfica!
A mesma que faz com que apenas consiga marcar ou em contra-ataque, ou de bola parada. Foi assim, num livre cobrado por Di Maria e concluído de cabeça por João Neves que, aos 68 minutos, marcou o golo que assegurou mais uma vitória. Curtinha, justa pelas oportunidades criadas, mas à justa e com muito pouco encanto.
Só depois do golo Roger Schmidt começou a mexer na equipa. A tempo de duas agradáveis surpresas: a primeira nos aplausos a Arthur Cabral, quando foi substituído por Marcos Leonardo; a segunda, pouco depois, pela pacífica entrada de Kokçu que, com João Mário, substituíram Di María e o irreconhecível David Neres.
Parece que Roger Schemidt já mudou o que tinha a mudar. Hoje, em Chaves, voltou a repetir tudo o que fizera em Arouca, há quatro dias. A mesma equipa inicial, o mesmo sistema - os três centrais, João Neves na ala direita e Aursenes na esquerda, João Mário e Florentino no meio, e o mesmo trio na frente, no tal "ataque móvel" que Di Maria, Guedes e Rafa constituem.
Se era criticado por não encontrar um onze tipo, agora não o poderá ser. Para ele, com os jogadores que há disponíveis, é esta a sua equipa tipo. O que não lhe evita a crítica.
O ataque é tão "móvel" que se esquece que o objectivo do jogo é marcar golos. E a equipa é tão tipo quanto o tipo de futebol que pratica, decalcado do que fizera em Arouca. Em tudo, até no resultado.
A primeira parte só não é a cópia exacta da de Arouca porque lhe faltou a magia de Di Maria, que então fizera a diferença. E o golo. Por isso esta ficou a zero. E mais pobre.
Com este "ataque móvel", a mesma posse de bola e a mesma circulação. E, na mesma, sem profundidade, sem velocidade, sem intensidade e sem presença na área adversária. Oito remates apenas. E apenas dois enquadrados, nas estatísticas. Porque um, o primeiro, foi apenas uma "coisa" que passou pela cabeça de Di Maria a meio do seu meio campo. E contou por remate.
Dos outros seis apenas dois poderiam ter tido outro destino, e dar origem a qualquer coisa parecida com oportunidade para marcar. Um de Morato, de cabeça, na cobrança de mais um pontapé de canto, que saiu um pouco por cima da barra. E outro, na a única jogada bem construída, concluída com quatro jogadores bem dentro da da área do Chaves, que de Di Maria aproveitou para rematar de primeira, por alto.
Foi triste, a primeira parte, tanto como a tarde ventosa e chuvosa em Chaves.
Para a segunda parte Schemidt alterou o "ataque móvel". Ao intervalo substituiu Guedes por Cabral e, mais tarde, repetindo exactamente Arouca, os restantes dois. Di Maria e Rafa deram lugar a Musa e Tengstedt.
O Benfica não passou a jogar muito melhor, nada disso, mas passou a ter mais profundidade e mais velocidade. E Cabral era bem mais influente no jogo do que fora Guedes. Não se pode dizer que o golo tenha surgido com naturalidade, mas passou a ser mais provável. Aconteceu à beira do primeiro quarto: João Neves desequilibrou pela direita, numa boa jogada individual e a bola sobrou para Cabral marcar ... com o cu. Para que não fosse um golo "cu-rioso", um defesa do Chaves tirou-a de dentro da baliza e, porque o Benfica já conseguia "povoar" a área adversária, ainda lá estava Aursenes para confirmar o golo que já era.
É caso para dizer que ainda bem. Pelo que jogou, Cabral não merecia que o seu primeiro golo no campeonato fosse marcado com o cu.
Logo na resposta, como que a rebobinar o filme do costume, o Chaves poderia ter empatado, na segunda oportunidade (a primeira tinha antecedido o golo do Benfica em seis minutos) de golo em todo o jogo. O (grande) remate de longe, de Bruno Langa, foi defendido por Trubin, para a barra.
Mas o Benfica não tremeu, como tantas vezes tem acontecido, e continuou a mandar no jogo. Mas sem jogar muito mais que o minimamente exigível. E arrumou com as dúvidas sobre o resultado, já com o trio de "atacantes fixos", com o penálti cometido sobre João Neves, que João Mário (sem Di Maria ...) converteu com classe.
O penálti incomodou o pessoal da Sport TV. Tanto como Moreno, o treinador do Chaves, que até foi expulso. Pena que não aconteça o mesmo à malta da televisão que tem o exclusivo da transmissão dos jogos (de todos, à excepção dos do campeonato que se disputam na Luz) cá do burgo.
Dantes ainda se perdoava um chapada a um miúdo. E até se chegava a dizer que só se perdiam as que caíam no chão. Hoje já não é assim. O Bruno Langa é que talvez pensasse que sim, que não tem mal nenhum dar uma chapada ao miúdo. A malta da Sport TV também sabe que, num jogo de futebol, dar uma chapada num adversário é falta. Só que, dentro da área ... é que não. E penálti para o Benfica, a um quarto de hora do fim, depois do Porto ter perdido, no Dragão, com o Estoril - último classificado - dói-lhes. E como lhes doeu...
O jogo não teria mais história se não tivesse ainda sido invalidado o terceiro golo, já à beira dos 90 minutos. Todo ele nascido da nova estrutura atacante da equipa, com Cabral a ceder a bola a Musa, sobre a esquerda, que fez golo. Como a poderia ter passado a Tengstedt, à sua direita, muito provavelmente com o mesmo destino.
Não se percebeu qualquer fora de jogo, mas o VAR conseguiu arranjar umas linhas que davam Musa 9 cm adiantado em relação ao penúltimo defesa.
O árbitro, o bem conhecido Hélder Malheiro, que até era o VAR do jogo da época passada neste mesmo campo - lembram-se do penálti não assinalado a favor do Benfica, no último minuto, que deu no golo da vitória do Chaves? - foi o artista do costume. Também não viu o penálti sobre o João Neves. Valeu que não tem o dom da ubiquidade e que, estando no campo, não poderia estar no VAR. Mas, por ele, fez tudo o que pôde fazer. Transformou cantos em pontapés de baliza e até mandou cobrar um livre cinco ou dez metros atrás do local onde a falta fora cometida, não fosse o Di Maria fazer uma das suas. O Otamendi, na qualidade de capitão e discreta e educadamente (pelo menos sem gestos de protesto), disse-lhe que a falta ocorrera mais à frente, e viu o amarelo. O António Silva deixou a bola para Trubin cobrar um livre por fora de jogo, e viu amarelo. Os de Chaves agarraram por onde puderam e quiseram jogadores do Benfica a sair para contra-ataque, mas ... nada. Para eles, amarelo, só quando aquilo era para vermelho.
É assim sempre. É ainda mais assim quando o Porto perde. Mas siga!
Era como uma final para o Benfica, este jogo de Chaves. Depois de duas derrotas consecutivas, qual delas a mais confrangedora, esta deslocação a Chaves era decisiva. Era uma final!
E, das finais, diz-se que se ganham, não se jogam. Para ganhar, ou antes, para se dizer que se está ali para ganhar, é preciso entrar com tudo. O Benfica só tinha que fazer isso. Mas não o fez.
Pareceu até que não entrou com isso bem metido na cabeça. Sabe-se que os momentos maus não acabam de um momento para o outro, e sabia-se, por isso, que o Benfica não poderia chegar a Chaves e impor o seu futebol, perdido. Mas também não poderia entrar em campo como se nada estivesse a acontecer ao seu futebol. E foi isso que fez.
Entrou como se tudo estivesse a decorrer normalmente, sem sentir a necessidade de recorrer a outros argumentos. Os jogadores não procuraram na determinação, e na vontade de ganhar, compensar a criatividade perdida. Apenas Neres - com a reclamada condição de titular, que animou os media nos últimos dias, promovida pela ausência de Florentino, que fez deslocar Aursenes para o lado de Chiquinho - trazia ao jogo alguma criatividade. E assim correu toda a primeira parte. Com o Benfica por cima do jogo, tendo mais bola, mas nunca sem aquela pressão sobre o adversário - sempre cómodo na sua tarefa de fechar todos os caminhos para a baliza - de quem tem que ganhar o jogo. E depressa.
Bem espremida, a primeira parte deu um remate de Rafa (que continua completamente desinspirado, como os outros, mas nele nota-se mais), aos 19 minutos, que nem deu para assustar o guarda-redes flaviense, e uma jogada para golo, que António Silva desperdiçou com um remate por cima, com a baliza escancarada ali à frente. E deu, nos minutos finais, para, então sim, o sufoco. Um assalto à baliza de Paulo Vítor de que, no entanto, não resultou uma verdadeira oportunidade de golo. Tudo morria na muralha defensiva que os dez jogadores do Chaves construíram à frente do seu guarda-redes.
Mas deu o mote para a segunda parte. Que começou logo com uma grande oportunidade de golo - duas, no mesmo lance - de João Mário. Primeiro foi o defesa Bruno Langa a afastar a bola de cima da linha; na recarga, foi o guarda-redes a fazer o mesmo. Precisamente 5 minutos depois, um contra-ataque rápido do Chaves acabou com o veloz Juninho na cara de Odysseas. Que na única defesa em todo o jogo, acabou a impedir o golo.
O Benfica continuou a mandar no jogo. Com mais assertividade, e mais consistência, que na primeira parte. Mas com o mesmo resultado - muitos cantos, 19 ao todo, todos marcados da mesma maneira, sempre curta e inconsequente. E pouco mais.
Roger Schemidt voltou a tardar com as substituições. Começou por lançar Gonçalo Guedes, a 20 minutos do fim, por troca com Neres, desaparecido do jogo na segunda parte. Dez minutos depois, lançou Tengsted e João Neves, para saírem João Mário e Gonçalo Ramos, ambos muito apagados, mas os melhores marcadores do campeonato. E só a 2 minutos dos noventa algo arrojado - troca de Gilberto por Musa. Só que, nessa altura do jogo, é difícil falar de arrojo.
O Benfica voltara ao sufoco, para os minutos finais. O árbitro, João Pinheiro, deu 5 minutos de compensação e, ao terceiro, nova situação de golo eminente, depois de mais uma defesa milagre do Paulo Vítor a um remate de cabeça de Otamendi. Que se preparava para a recarga, na pequena área, quando o João Pedro, que entrara ao 78 minutos e logo viu um amarelo por "placar" Gonçalo Guedes, que saía disparado para a área flaviense - com João Pinheiro a parar o lance e a interromper um ataque prometedor, quando devia deixar prosseguir a jogada, e exibir o amarelo na primeira oportunidade -, o atinge, de pitons, na canela.
João Pinheiro assinalou falta ... de Otamendi. O Paulo Vítor ficou deitado no relvado, e a sua equipa médica entrou em campo. O VAR, com todo o tempo para ver e rever o lance, obedeceu a Vítor Baía. O guarda-redes do Chaves está bem - nunca tinha deixado de estar -, e cobra o livre, com pontapé para a frente. Otamendi está sozinho, sem ninguém à volta, com a bola na sua direcção. Pode dominá-la no peito. Ou devolvê-la de primeira para o ataque. Não faz uma coisa, nem outra. Recebe-a com o pé, e ela foge-lhe. Escorrega e, de trás, surge a correr um tal Abass, entrado há pouco para reforçar o lado direito da defesa, com a bola ali à frente. Otamendi ainda poderia ter tentado a falta. Sabendo que seria expulso, deixou-o seguir, acreditando num milagre de Odysseas. Não houve milagre, e o Chaves ganhou o jogo, no último minuto.
Foi assim, esta final. Foi assim que o Benfica perdeu o jogo que não podia perder. Foi assim, não fazendo um grande jogo, mas fazendo mais do que o suficiente para o ganhar. Foi assim, com João Pinheiro (e o VAR) a trocarem, no momento certo, um penálti, e uma expulsão (segundo amarelo), por uma falta ao contrário. E transformarem uma (provável) vitória numa derrota. Antes já tinham feito vista grossa a um outro penálti, sobre João Mário. Sim, tem que ser penálti. Porque é igualzinho a um que, no Dragão, uma hora depois, desbloquearia o nulo. E contribuiria para mais uma vitória pelos mínimos (2-1 ao Santa Clara, o último). Só com uma diferença: João Mário não se mandou para o chão antes de rematar, completamente desequilibrado; Toni Martínez atirou-se de imediato ao chão!
Por ter sido assim perdido, o jogo que não se poderia perder, acredito que a revolta se instale no Benfica. E que será suficientemente forte para que não volte perder um ponto, que seja, que não possa ser perdido.
O Benfica continua a espalhar magia pela relva, sem intermitências. Hoje, de novo na Luz, de novo em festa, praticamente cheia, perante o Chaves, voltou a exibir o seu futebol entusiasmante, de primeiríssima água.
Havia alguns receios, as feridas antigas estarão saradas, mas as más memórias não são fáceis de apagar. O Chaves tinha ganhado em Alvalade. E em Braga. O jogo da passada terça-feira tinha tudo para ter deixado a equipa altamente confiante, e segura do seu valor. Mas também tinha sido muito exigente, física e mentalmente. Os jogadores tanto poderiam entrar em deslumbramento, como desgastados, como em relaxe. E depois havia a questão do chip - a mudança do modo "Champions" para o de campeonato nacional. Contra um adversário tranquilo, bem trabalhado, como se tem visto, e moralizado pela história já feita neste campeonato, deslumbramento, relaxe, cansaço e chip são coisas complicadas.
Só que este Benfica parece imune a essas coisas todas. Não há deslumbramento, não há relaxe, não há cansaço e só tem um chip, o do futebol de alto quilate. E nem deu tempo ao Chaves para sequer pensar que poderia na Luz repetir Alvalade, ou a Pedreira. Quando, com apenas dois minutos, Neres fez magia naquele golo espectacular, já o Benfica tinha conquistado dois cantos, e já o menino António Silva tinha tentado imitar o calcanhar do Rafa, da passada terça-feira.
E nunca mais parou. Os jogadores nunca se cansam quando se divertem a jogar à bola. Estes jogadores a que Roger Schemidt devolveu o prazer de jogar à bola divertem-nos divertindo-se!
Bastaram pouco mais de cinco minutos para Grimaldo voltar a vestir a magia de golo. O jogo não ficava resolvido nos primeiros dez minutos porque já se sabe - o 2-0 é um resultado perigoso, diz-se. Dificilmente o será quando não se levanta o pé, quando o caudal de futebol enleante não seca.
E o Benfica não levantou o pé, nem baixou a quantidade nem a qualidade do seu futebol. E Rafa, primeiro, e Gonçalo Ramos, depois, poderiam ter dobrado o resultado em pouco tempo.
A equipa nunca relaxou, mas abrandou então um pouco. Em ritmo e em concentração, mas foi em apenas dois ou três minutos, pouco depois da meia hora. Resultou em dois passes falhados, um dos quais só não deu em golo porque Vlachodimos também faz parte da equipa. E está também em grande forma!
Serviu de lição, e rapidamente chegou ao terceiro golo. De Gonçalo Ramos, assistido pelo fantástico Aursenes, mais um caso sério nesta equipa, acabando de vez com os perigos do 2-0, e abrindo as portas para uma segunda parte tranquila, como se pedia neste contexto competitivo, com a importante deslocação a Israel, donde poderá ainda trazer o primeiro lugar do grupo de apuramento na Champions.
E foi isso, a segunda parte. Tranquila. Mas nem por isso menos bem jogada, nem por isso sem a magia, que regressou logo no início. Primeiro numa grande jogada de Rafa, que assistiu João Mário para o golo que um defesa adversário evitou, desviando a bola para canto. Pouco depois, naquele mágico golo do fantástico Enzo. Não contou, foi depois anulado por fora de jogo (18 cm) de Aursenes, no início da jogada.
E regressaria mais vezes. No lance em que João Mário foi derrubado à entrada da área, mas ainda a tempo de deixar a bola em Rafa, isolado à frente do guarda-redes, pronto para o golo. Com o árbitro, Luís Godinho, a preferir assinalar a falta, beneficiando escandalosamente o infractor.
Mas é isto. A jogar desta forma, o Benfica não dá hipóteses aos adversários, nem aos árbitros habilidosos, como Luís Godinho. Não se limitou a impedir esse golo, teve ainda que, de uma só vez, amarelar Aursenes - por uma falta que nem falta pareceu - e Otamendi, por simplesmente usar o seu estatuto de capitão para chamar a atenção justamente para isso.
E regressaria no quarto golo, de Musa, assistido por Enzo, a concluir mais uma brilhante jogada tricotada já dentro da área flaviense. E no grande remate do Gilberto, à trave. Que deu a Rafa, na recarga, o quinto golo, igualando os números do melhor resultado da época, com o Marítimo, há semanas. Ainda assim longe do que, com melhor coeficiente de aproveitamento das oportunidades criadas, seria um resultado de mais condizente com a qualidade de mais esta excelente exibição de futebol!
Em véspera do jogo de (quase) todas as decisões o Benfica voltou a mostrar o seu grande futebol, com os jogadores a dizerem aos adeptos: "keep calm", nós estamos cá!
O jogo até nem começou lá muito bem, foram até do Chaves o primeiro remate e, logo depois, a primeira oportunidade de golo. Não passaram no entanto de meros incidentes de jogo, logo se percebeu que o Chaves pretendia apenas manter-se fechado lá atrás, com duas linhas de cinco jogadores muito juntas, sem espaço para lá entrar quem quer que fosse.
Como este Benfica transforma cada ameaça numa oportunidade - as ausências de André Almeida e Ferro foram simplesmente oportunidades para duas boas exibições de Corchia e Samaris, a central - este posicionamento da equipa flaviense foi a oportunidade para mostrar o tiki-taka que ainda não tinha apresentado. E sufocou o adversário, retirando-lhe todo o ar que precisava para respirar.
O primeiro golo, aos 18 minutos por Rafa, então o rematador-mor da equipa, nasceu disso mesmo, desse sufoco. Que não fez o Chaves alterar a estratégia que trouxera para a Luz, pelo que o Benfica continuou com o seu tiki-taka, com momentos de grande brilhantismo. Só com o segundo, aos 37 minutos, por João Félix, o Chaves abandonou o sistema das duas linhas defensivas encostadas, permitindo ao Benfica passar ao segundo acto, então com o jogo mais esticado, onde Gabriel (o melhor em campo e de luto, no dia da morte da avó) é um solista emérito. Não rendeu mais que um golo, este segundo acto. Por Seferovic, a ilustrar bem a qualidade deste seu futebol mais vertical.
Com 3-0, em nove oportunidades claras, pela Luz passou a lembrança do que se passou com o Nacional, há quinze dias. Mas na segunda parte as coisas acabaram por correr de forma algo diferente. Até porque o desperdício de três ou quatro grandes oportunidades logo no arranque, e mesmo a arbitragem de Manuel Mota, sempre na linha do costume, prolongaram o resultado da primeira parte até próximo do fim do jogo. E isso, e provavelmente já com o próximo jogo na cabeça dos jogadores, levou-os a abrandar o ritmo. E nalguns momentos alguma concentração, mesmo que nunca abaixo do níveis de compromisso que são a marca desta equipa.
Foi então oportunidade de matar um pouco "da fome de bola de Jonas" - a tempo de ver mais um amarelo das mãos de Manuel Mota, e de fechar o marcador nos 4-0, já em cima do minuto 90 - e de estrear mais um puto maravilha: Jota, pois claro!
E agora ... vamos esperar tranquilamente pelo Dragão. E pelo que, até lá, de lá certamente virá!
Não é normal jogar-se à quinta-feira para a Liga, em Portugal. Aconteceu ao Benfica, em Chaves, no arranque da sexta jornada, mas teve para não acontecer: a chuva diluviana que caiu em Trás-os Montes durante a tarde e o início da noite deixou, à hora marcada para o início do jogo, o relvado completamente alagado.
Tudo se resolveu numa hora, e pouco depois das nove e um quarto da noite já a bola rolava. E três minutos depois já descansava bem encostada às redes do Chaves, num belo golo de Rafa, a concluir uma espectacular jogada de contra-ataque: Sefereovic numa abertura espectacular para Cervi que, de pé no fundo, foi por ali fora até cruzar para a entrada de Rafa.
E o jogo mudava, logo quando acabava de começar. O Chaves teve de procurar assumir o jogo, e o Benfica parecia gostar das novas permissas. Só que as coisas complicaram-se com a lesão de Jardel, ainda mais porque Conti, que o substituiu, entrou mal no jogo. E acabou por sair pior...
Não foram no entanto muito mais que cinco minutos complicados, entre os 15 e os 20 minutos, quando Rafa atirou ao poste, e o Benfica voltou ao seu registo de superioridade sobre o adversário. Entretanto, e com alguma surpresa, o relvado aguentava-se e permitia um jogo interessante.
A segunda parte arrancou em bases bem diferentes das da primeira, e o Benfica voltou àquilo que têm sido os últimos jogos. Domínio claro do jogo, e sucessivas oportunidades de golo: quatro, só no primeiro quarto de hora.
Todas desperdiçadas, com especial destaque para Seferovic. Que até está a jogar bem, e que até foi decisivo nos dois golos da equipa. O problema é que para jogar bem, o Benfica tem muitos outros jogadores, e até melhores. Precisa dele é para marcar golos, e isso, ele não faz.
Quando assim é, quando se desperdiçam sucessivas oportunidades e se deixa o jogo em aberto, correm-se sérios riscos e permite-se que o adversário, a cada oportunidade perdida ganhe novo fôlego.
E o inevitável acabou mesmo por acontecer, da forma mais inacreditável. Não se percebe o que terá passado pela cabeça do guarda-redes do Benfica quando, num livre a 29 metros da baliza, prescinde de barreira - sim, colocar lá dois jogadores, não é barreira nenhuma - e permite um golo de todo inaceitável. A um quarto de hora do fim...
O Benfica já tinha perdido Gabriel, de novo por lesão. Abriu a nova época da lesão na Luz: quatro nos dois últimos jogos. Entrou Gedson, e como na primeira substituição, também não entrou bem.
Com o empate, Rui Vitória lançou Jonas. Mas voltou a ser Rafa, hoje de longe o melhor e finalmente com golo, a voltar a colocar o Benfica por cima no resultado. Faltavam seis minutos para os noventa, e não passava pela cabeça de ninguém que o Benfica não ganhasse o jogo.
Só que, três minutos depois, o árbitro João Capela, que já nos minutos finais da primeria parte transformara um penalti a favor do Benfica num livre fora da área, cobrado disparatadamente pelo Grimaldo, decidiu expulsar o central Conti. Com 10, e com a instabilidade emocional que uma expulsão sempre acarreta nesta fase do jogo, o Benfica permitiu o empate - de novo pelo arménio Ghazaryan (dois remates, dois golos), e de novo com a passadeira estendida, desta vez a partir dos espaços onde já não estava Conti - no último dos 5 minutos de compensação. O segundo em apenas seis jornadas que faz com que, muito provavelmente, chegue ao clássico, na próxima jornada, já atrás do Porto. Com muitas culpas próprias, mais ainda que as do inacreditável João Capela!
Duas semanas depois o Benfica regressou à Luz para, nesta segunda jornada da segunda volta, defrontar o Chaves, mais um adversário disposto a facilitar-lhe a vida, que lhe estendeu a passadeira para que pudesse continuar a perseguir os seus dois adversários no topo da classificação. De tal forma que cedo ofereceu ao Benfica o golo que lhe daria a vitória, quando um dos seus centrais entregou a bola a Jonas, ali ao lado, sozinho, só com o guarda-redes pela frente.
Agora a sério, até porque Luís Castro, um excelente treinador e um homem sério, não se escondeu atrás de nada, nem avocou aos seus jogadores erros provocados e não provocados, menos concentração ou falta de agressividade e disse apenas a verdade que toda a gente viu: "um Benfica demasiado forte para as possibilidades do Desportivo de Chaves". Porque, ao contrário de outros, não se quer meter onde não tem que se meter. Se quisesse, poderia ter dito que é um Benfica demasiado forte para as possibilidades de qualquer adversário, como ficara demonstrado na última vez que se jogara na Luz.
O Benfica regressou a casa, de novo cheia que nem um ovo, duas semanas depois da memorável exibição com o Sporting, durante as quais espalhou pelo Minho a magia do futebol que vem praticando nos último jogos, claramente o que de melhor se pode ver nos relvados portugueses. Regressou no seu melhor porque, não haja dúvidas, só uma grande equipa, com um grande futebol, consegue fazer gato-sapato de uma boa equipa, como é esta de Luís Castro.
A primeira parte foi verdadeiramente espectacular, com o carrossel do Benfica a funcionar em pleno, impulsionado pelo fantástico Fejsa, como que o dínamo da equipa, e alimentado por Grimaldo, Cervi, Krovinovic, Salvio e Jonas, qual deles o mais brilhante. Cheirava a golo, sentia-se na bancada um forte cheiro a golo quando, aos 13 minutos, Jonas fez o primeiro. E que golo!
Seis minutos depois, Jonas, que no seu cardápio de golos tinha a página do Chaves em branco, bisou. Ainda a primeira parte não ia a meio. O resto foi um prazer para a vista, mesmo sem mais golos.
A segunda parte começou no mesmo tom, e logo a abrir Pizzi fez o terceiro. O jogo não acabou, até porque havia ainda muita coisa para mostrar. Por exemplo, que, com a equipa a jogar este futebol, até o Douglas - que jogou no lugar do castigado André Almeida - joga à bola. Quem julgaria possível ver o que se viu Douglas fazer naquela segunda parte?
Independentemente dos erros cometidos na preparação da época, e dos que se lhe acumularam na maior parte da primeira metade da temorada, o Benfica não tem sido uma equipa com sorte. Mesmo nos pontos já perdidos, há muito dessa coisa da (de falta de) sorte. Que a equipa nem sempre fez por merecer, como aqui muitas vezes se disse. As coisas estavam agora a correr bem. Demasiado bem para assim poderem continuar. A três minutos do fim, num movimento para evitar que a bola saísse pela linha lateral, Krovinovic fez uma rotura de ligamentos e vai falhar o resto da competição. E o próprio campeonato do mundo, na Rússia!
Quando atravessa uma fase de grande brilhantismo, com os adverários a sentirem-lhe o bafo, o Benfica perde o mais influente jogador da equipa. Aquele que personifica a viragem da equipa, na sua nova dimensão táctica. Dificilmente podia ser pior!
Curta, mas grande, esta vitória do Benfica em Chaves. E limpa e justíssima, em mais uma boa exibição. Muito boa, mesmo!
Na primeira parte foi um grande jogo, intenso e bem jogado, com o Chaves a dar a sua contribuição para um espectáculo de grande nível. A equipa agora orientada por Luís Castro soube sempre responder à boia exibição do campeão, com uma boa organização defensiva e sempre pronta a sair para o contra-ataque com grande velocidade e excelente movimentação, com rápidas e bem trabalhadas trocas de bola. Foi bonito de ver.
O Benfica fez o que lhe competia fazer – tomar conta do jogo, mandar nele, impondo um ritmo elevado e apresentando o seu futebol, sempre muito variado na procura de soluções. Criou três boas oportunidades para marcar, mas o golo nunca apareceu. Numa, a bola ficou-se pelo poste, noutra foi o Nuno André Coelho – grande exibição na primeira parte – a sacudi-la em carrinho quando ia mesmo a entrar, e noutra foi o guarda-redes Ricardo, regressado ao activo e a confirmar a sua especial apetência para brilhar nos jogos com o Benfica, a negar o golo.
A segunda parte foi bem diferente. O Chaves abdicou de jogar à bola, e optou declaradamente pelo anti-jogo, apenas preocupado em quebrar o ritmo do jogo, com a complacência – mais do que isso, com o momento que escolheu para voltar a interromper o jogo para que os jogadores se refrescassem – do árbitro Jorge de Sousa. Os jogadores do Chaves, que tão bem tinham mostrado que sabiam jogar à bola, preocupavam-se apenas com chutão para o ar. A relva só lhes servia para se deitarem.
O Benfica procurava o golo de todas as maneiras, mas havia sempre mais uma perna a pôr-se á frente da bola. E quando conseguia desenvencilhar-se das vinte pernas que estavam ali à frente da baliza, lá estava o Ricardo. E assim se foram passando os minutos perante o desespero dos adeptos, que nunca passou para os jogadores. Esgotados os noventa, Jorge de Sousa deu 6 minutos de compensação. Coisa pouca para cinco substituições, para a tal paragem para refrescamento e para as assistências médicas aos jogadores do Chaves, mas suficiente para o Benfica chegar finalmente ao golo, numa jogada que é a prova provada que a equipa não estava desesperada. Em vez de bombear bolas para a área adversária o Benfica continuava a desenvolver o seu futebol de variação de soluções. E foi assim que, aos 92 minutos, Rafa foi à linha pegar a bola para a cruzar, de primeira, rasteiro, para Sferovic fazer o golo com um desvio subtil, em antecipação ao guarda-redes, vinte e tal remates e para aí uma dezena de oportunidades depois.
Curiosamente, nesta segunda jornada, o Benfica repetiu o resultado dos outros dois candidatos. Só que sem peripécias, para não lhes chamar outras coisas.
Grande jogo na Luz, nesta noite de sexta-feira, já de Carnaval, de novo com mais de 50 mil nas bancadas. Que sofreram a bom sofrer, desta vez.
Foi um jogo intenso, bem jogado e com muita, muita emoção. O Benfica sofreu, e fez sofrer os adeptos, por culpa própria, mas também muito por culpa de um excelente Chaves, que joga á bola como gente grande.
Que começou o jogo justamente a explicar isso, que sabe jogar à bola, e foi durante todo o primeiro quarto de hora bem melhor que o Benfica, que falhava no meio campo e falhava nos centrais, que não atinavam na linha do fora de jogo. O Benfica chegaria no entanto ao golo pouco depois de esgotado esse período, na segunda vez – a primeira tinha sido logo na saída de bola – que rematou à baliza da equipa flaviense, e passaria então a mandar no jogo.
Teve então vinte minutos de boa qualidade, com o seu futebol habitual, mas deixando sempre a ideia de muita parra para pouca uva. Por isto ou por aquilo – quase sempre velocidade a menos e hesitações a mais – as sucessivas vagas de futebol atacante do Benfica ficavam bem longe de atingir os objectivos. Nem grandes oportunidades, quanto mais golos.
Depois percebeu-se que o Benfica tinha voltado a trazer o interruptor para o jogo. E que o utilizava com alguma frequência, ligando-se e desligando-se do jogo com total despropósito. O Chaves chegaria ao empate mesmo à saída para o intervalo, e deixaria claro que este era um jogo com tudo para ficar muito perigoso.
Com o segundo golo, em mais uma grande jogada de futebol concluída pelo Rafa, logo no início da segunda parte, o Benfica voltou ao grande futebol. Voltaram a suceder-se as vagas de ataque, com os jogadores do Chaves a terem de correr atrás da bola, agora a circular com mais velocidade entre os jogadores do Benfica, já com Jonas em campo. A equipa era agora mais consequente, e as oportunidades de golo sucediam-se. Os golos é que não, porque os remates invariavelmente não acertavam com a baliza.
Com o passar dos minutos, e a bola sem entrar, os jogadores da equipa transmontana começaram a acreditar cada vez mais. E como sabem jogar à bola, e o Benfica ainda lá tinha o interruptor, nos últimos dez minutos as coisas complicaram-se. Mas pelo meio pairou sempre a ideia que este era um jogo bem mais complicado do que, a cada momento, parecia. Só deixou de ser assim no minuto 89, quando o Mitroglou – em grande forma, com mais uma bela exibição – bisou e fez finalmente o terceiro.
E lá continuamos na frente. Mas é bom que esqueçam os interuptores. Estão obsoletos, agora usam-se sensores.
Afigurava-se muito difícil este jogo que opunha, em Chaves, as únicas duas equipas ainda invictas na prova.
A primeira parte confirmou em absoluto essas dificuldades, e mostrou um jogo com muito Benfica (dois terços de posse de bola) mas pouco bem, e pouco Chaves, mas muito bem. Que não precisava de ter muita bola para jogar bem e, em dois ou três passes, colocar jogadores na cara do guarda-redes Ederson, regressado à baliza nos jogos do campeonato (a sugerir que Rui Vitória vai provocar a alternância com Júlio César em jogos, que não em competições).
Muito bem posicionada e com um meio campo muito pressionante, a equipa do Chaves recuperava a bola em zonas adiantadas do campo, e por isso não precisava de muito para a colocar em zona de remate. O Benfica revelava dificuldades de posicionamento em André Horta, e até em Fejsa, sistematicamente abafados pela pressão dos jogadores adversários.
Deste jogo resultaram dois golos anulados por fora de jogo – bem, o anulado ao Chaves, mal – erradamente – o anulado ao Benfica, e duas grandes oportunidades de golo – uma para cada lado. Falta de sorte para o Chaves, com a bola a bater duas vezes no poste e, à terceira, a sair ao lado. Grande defesa do guarda-redes flaviense, na grande oportunidade do Benfica.
Na segunda parte o jogo foi outro. Porque o Benfica, mantendo embora os mesmos jogadores, rectificou posições (especialmente André Horta, que subiu mais). Mas também porque o jogo que o Chaves fizera precisa muito de pernas e de pulmão. E a equipa já não tinha nem pernas nem pulmão para tanto. Nem havia vídeo motivacional que os trouxesse de volta...
E começou a perceber-se que o Benfica iria ganhar o jogo, mesmo que Rui Vitória continuasse a insistir no sub-rendimento de Salvio. Que penaliza duplamente a equipa: pelo seu próprio défice de rendimento e porque obriga a atirar Pizzi – jogador fundamental neste futebol do campeão – para a esquerda, onde rende também menos. E a verdade é que o primeiro golo só chegou (Mitroglu, aos 69 minutos) depois de Salvio ter deixado o campo, aos sessenta.
Antes, ainda mais um golo anulado ao grego. Desta vez bem.
Com vinte minutos para jogar, com o jogo da primeira parte ainda fresco na memória, e com a propensão da equipa para sofrer sempre o seu golito, ansiava-se pelo segundo, para matar o jogo. Que chegou, por Pizzi, um quarto de hora depois. E mais duas ou três oportunidades para aumentar o score…
Sempre sem que o Chaves sequer assustasse.
No fim, vitória clara e mais fácil do que as dificuldades da primeira parte fariam supor. Num jogo com duas partes distintas - como se diz em futebolês - onde, ao contrário do que é normal por este país fora, o Benfica não jogou em casa.
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