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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Uma prenda de Natal*

Sinais positivos na procura de vacina contra a Covid-19 | Internacional –  Alemanha, Europa, África | DW | 16.07.2020

A pandemia está, em Portugal, na Europa e no mundo, a atingir os seus números mais impressionantes, em níveis incomparavelmente superiores aos da primeira vaga. Esta dinâmica, e as circunstâncias do Natal e do fim de ano que aí estão, fazem prever números ainda mais devastadores para o início do ano.

É assim por toda a Europa, onde cada vez mais países se fecham em confinamento total, e por todo o mundo. É assim também por cá, onde acaba de ser renovado estado de emergência. Pela sétima vez, e agora para o período de 24 de Dezembro a 7 de Janeiro.

 Sabemos que a carta-branca dada para o Natal se mantém no baralho. Que o governo só puxou do travão de mão para a passagem de ano.

Sabemos que Macron, o presidente francês, está infectado. E que estaria já infectado quando manteve encontros com outros líderes europeus, incluindo o nosso primeiro-ministro. 

É este o cenário com que nos confrontamos. Só não percebe a gravidade quem não consegue perceber nada. Só não vê, quem não quer ver.

Entretanto a vacina está aí. A vacinação já se iniciou no Reino Unido, na semana passada. E, nesta que hoje acaba, nos Estados Unidos. A Agência Europeia do Medicamento prepara-se para autorizar, já na semana que se vai iniciar, a aplicação de uma das vacinas, a da Pfizer. Também em Portugal, e na Europa, a vacinação vai arrancar ainda neste ano, mais cedo do que as melhores previsões de há poucos dias.

Um estudo de opinião publicado esta semana nos jornais indicava que apenas 61% dos portugueses estão dispostos a tomar a vacina, uma percentagem que não abre as melhores expectativas para a criação da imunidade. Outras partes do mundo haverá onde a resistência à vacinação será bem superior, especialmente entre os mais vulneráveis à desinformação e às teorias negacionistas.

Quer isto dizer que, depois da extraordinária rapidez com que a Ciência nos garantiu a vacina, e depois do heroísmo dos milhares de homens e mulheres que se disponibilizaram a testá-la, há na humanidade gente que, recusando vacinar-se, põe em causa todo esse esforço.

Claro que nenhum Estado deve ter o poder de obrigar os seus cidadãos a vacinarem-se. Num Estado de Direito Democrático isso não tem cabimento. Mas compete a cada Estado, é sua obrigação, promover o sentido cívico da vacinação, e desenvolver nas populações a consciência que a vacinação é uma responsabilidade de cidadania.

A duas semanas do início da vacinação, e com 40% da população sem interesse em vacinar-se, era importante que estivesse em preparação uma sólida, e para isso bem segmentada, campanha de mobilização para esta responsabilidade cívica que nos obriga a todos nós. Talvez fosse a melhor prenda para este Natal…  

* Da minha crónica de hoje na Cister FM

Combate cívico

Praia de Carcavelos cheia em dia que foi decretada pandemia devido ao coronavírus

 

A doença do Covid-19 foi oficialmente declarada “pandemia” pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a segunda deste século. Quer isto dizer que o vírus alastra pelo mundo fora, mesmo que em algumas partes dele esteja já sob controlo, o que reforça a necessidade de mobilização das sociedades e dos cidadãos para a batalha da sua contenção. 

A declaração da OMS é acima de tudo um alerta para a gravidade de uma doença que se combate pelo ataque à sua transmissão. E esse é um combate de comportamento cívico, de pequenos gestos, de consciência do bem comum, de respeito pelo outro. 

É para esse combate que urge mobilizar os portugueses, chamando as coisas pelos nomes e acabando com os paninhos quentes com que pretende evitar o alarme social. Quando as Universidades fecham para se encherem as esplanadas, e ao primeiro dia de sol as pessoas correm a encher as praias depois de esvaziarem os supermercados, percebe-se a maturidade cívica de uma sociedade.

E isso terá também a ver com a comunicação que tem sido utilizada. Que, de tanto fugir com medo do alarme social, validou a irresponsabilidade inata dos portugueses. 

 

Cidadania em toda a linha

Por Eduardo Louro

 

 

Chama-se José António Pinto - Chalana para os amigos -, é assistente social numa das freguesias mais pobres do Porto, e é notícia porque rejeitou a medalha que lhe ofereceram. Mas não se limitou a rejeitá-la, explicou, sem papas na língua, porque não a queria. E o que queria em vez dela...

já não é a primeira vez que choca a ordem instalada. Um exemplo, um grande exemplo de cidadania consequente!

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