Quando pensamos em direitos, liberdades e garantias, educação cívica ou boas práticas sociais, lembramo-nos do norte da Europa, e em particular da Escandinávia. É de lá que há muito nos habituamos a receber boas notícias, basta lembrar que a Suécia foi o primeiro país a dizer ao mundo, na década de 70 do século passado, que bater não é educar. Nem na escola, nem em casa. E para que isso ficasse claro, as palmadas ficaram desde então criminalizadas no seu Código Penal.
Desta vez a novidade vem da Dinamarca, com um pacote legislativo que acabou de entrar em vigor, mais precisamente no passado dia 1 de Abril, que integra no complexo processual do divórcio um curso de “cooperação após o divórcio”. Que cada elemento do casal, com filhos até aos 18 anos de idade, fica obrigado a frequentar, presumo que com aproveitamento.
O curso aborda a vida em separado, mas foca-se em especial nas situações de maior potencial de frustração, para as crianças, e de conflitualidade, para os pais. Como a organização das férias, dos aniversários ou até dos passeios escolares...
Dado que a separação dos pais não é um exclusivo de casais casados, também os pais não casados podem aceder gratuitamente ao programa. Só que, nesse caso, já não há como obriga-los. Terão que ser os próprios a solicitá-lo.
Por cá, ainda com a violência familiar na ordem do dia, dificilmente sentimos a saudável brisa destes ventos frescos do norte.
Ainda mal refeito da polémica lançada pelo outro senhor no “Prós e Contras”, cada vez mais o velho lavadouro público da aldeia transportado para a televisão, que deixou o país em alvoroço com a tal coisa escandalosa das crianças não deverem ser obrigadas a dar beijos aos avós, o país voltou a entrar em ebulição com as fotografias da detenção de três suspeitos de roubos e agressões as idosos na zona norte do país, que dias antes haviam fugido em pleno tribunal.
Claro que uma não tem nada a ver com a outra, mesmo que as acções na origem de cada uma, e as posteriores reacções, tenham, e muito, umas a ver com as outras.
A questão levantada pelo tal senhor que, dizem, é professor numa universidade da praça, até faz sentido. O problema começou logo por não ter sido posto dessa maneira. Por não ter sido levantada como questão, mas lançada com a arrogância de uma certeza absoluta e indiscutível. A partir daí… valeu tudo. Porque nas redes sociais nada se perd(e)oa, tudo se transforma ... em crueldade cega e ilimitada.
A publicação da fotografia dos fugitivos acabados de deter, poderá perceber-se à luz da óbvia humilhação da polícia na fuga. Deixar fugir gente dada por perigosa pela janela de um tribunal é das maiores humilhações por que pode passar uma polícia. E daí a tentação da ostentação na recaptura, como um troféu redentor.
Só que a Polícia não serve para isso. A Polícia não serve nem para deixar fugir presos, nem para os expor como troféus. A Polícia serve, tem de servir, para preservar e defender os valores do Estado de Direito. Ao contrário, mais uma vez, da cultura das redes sociais, onde impera a lei de Talião, de “olho por olho, dente por dente”, a mais antiga lei da história da humanidade, anterior aos esforços de milhares de anos de civilização.
Os avanços civilizacionais são o resultado de milhares de anos a contrariar e sublimar os instintos mais básicos e primitivos do homem, para que a convivência harmoniosa seja possível em comunidades cada vez mais alargadas. Em sociedade!
O valor da dignidade humana é um desses resultados, porventura o maior. E justamente o que as redes sociais mais reiteradamente atropelam, de forma muitas vezes selvática.
Até para a semana. Ah… já me esquecia: “se Deus quiser”. Até para a semana, se Deus quiser!
À falta de tema, ou à falta de melhor, a coisa aqui descambou para sexo. Acontece aos melhores, mesmo que não seja o caso…
Depois das "garagens do sexo", vamos paraexames à virgindade. Agora é na Indonésia onde, provavelmente entre os exames de admissão ao ensino superior, surge agora um exame à virgindade. Isso: nem mais nem menos!
A justificação não deixa de ser interessante: o aumento da prostituição, mas também o aumento do sexo antes do casamento.
Na Indonésia, o maior país muçulmano. O país do Islão moderado. Que faria se não fosse...
É claro que isto não tem nada a ver com sexo... foi apenas chamariz. Isto trata de direitos humanos, de dignidade e de civilização!
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