A surpresa de não ser surpresa
Por Eduardo Louro
A surpresa na OPA dos espanhóis da CaixaBank sobre o BPI é ... não ser surpresa. A consolidação da banca ibérica, e até da europeia, é inevitável. E consolidação da banca ibérica quer simplesmente dizer que os bancos espanhóis vão comprar os portugueses… Como o CaixaBank detinha já 44,1%, há muito que o BPI está ali à mão... E está barato... E tem o Novo Banco á mão de semear...
O problema, como se percebe, não estará em chegar à simples maioria, que o banco espanhol define como fasqui de sucesso da OPA. Poderá estar em chegar á maioria qualificada que lhe permita desbloquear os Estatutos, que limitam o direito de voto a 20% do capital. É aí que Isabel dos Santos, o segundo maior accionista, com 18,6% do capital (o terceiro são os suíços do grupo Allianz, com 8,4%), vai contar à séria… E tem muito por onde escolher. Desde logo a operação angolana, que neste momento até nem é grande coisa para o BPI…
O que poderá surpreender é que esta OPA tenha sido anunciada logo no dia em que as nuvens estão mais carregadas nos céus da Europa!