A Luz encheu-se e engalanou-se para se tornar no palco da certificação da entrada do Benfica na Champions. E a equipa retribuiu com uma exibição de gala, a melhor deste início da época.
E comecemos por aí, pela qualidade da exibição do Benfica desta noite. Não só a mais espectacular até ao momento, mas também a mais consistente. De jogo inteiro, sem quebras. Sem descansos, nem facilitismos. Sempre a sério, sempre a alto ritmo, e sempre com qualidade, mesmo depois das substituições.
É certo que o resultado acabou fechado ao intervalo, como na partida de Lodz, há uma semana. Mas não foi por a equipa ter desistido de procurar o golo, e de criar situações para o atingir.
A primeira nota alta para o jogo surgiu ainda antes do seu início, com a calorosa recepção que a Luz fez ao Dínamo de Kiev. Merecida, pelo que a equipa ucraniana fez ao longo desta fase de apuramento mas, evidentemente, pela mensagem de apoio à equipa da capital da Ucrânia, na véspera dos seis meses sobre a invasão russa.
Depois, logo que a bola começou a rolar, começou o espectáculo. Aos três minutos já a Luz vibrava com uma grande jogada de futebol a anunciar o golo. Depois ... foi seguir. Pela esquerda, pela direita, pelo meio. Com Rafa e Neres a pintarem a manta, mas com todos os jogadores em alto nível. Todos, os mesmo onze habituais, sem excepção.
Tanto futebol, e de tanta qualidade, não desaguava no entanto no golo. O adversário jogava "à portuguesa", muito fechado lá atrás, e toda aquela avalanche de futebol acabava em cantos. Até um deles, bem trabalhado, acabar finalmente no golo - de Otamendi -, ainda antes da meia hora, e depois de Grimaldo já ter rematado ao poste, e de Neres ter executado uma notável bicicleta que só por acaso acabou com a bola a sair na direcção do guarda-redes.
O golo não mudou nada. Nem a equipa ucraniana saiu lá de trás, nem os jogadores do Benfica desligaram. Fizeram, isso sim, por puxar os adversários mais para frente. Isso, e não a gestão cómoda do jogo.
E foi nesse registo que fabricou os dois restantes golos. O segundo, treze minutos depois do de Otamendi, por Rafa, na intercepção de um passe para o guarda-redes. E o terceiro, passados apenas mais três minutos, e a outros tantos do intervalo, talvez na mais esplendorosa jogada de toda a partida, toda construída ao primeiro toque, de uma baliza à outra, e concluída na perfeição por Neres.
Tinha caído o pano sobre o resultado, mas o espectáculo tinha ainda mais 45 minutos. A segunda parte arrancou mesmo a garanti-lo, e nem o arrepiante choque entre Rafa e Gonçalo Ramos em que acabou mais uma empolgante jogada daqueles minutos iniciais - e tinham passado apenas três - que chegou a fazer temer pelo estado de ambos, o colocaria em causa.
Rafa acabou por recuperar, e só Gonçalo Ramos teve de sair. Surpreendentemente substituído por Muza, que ainda não tínhamos visto jogar. E que, sem surpresa, e apesar da qualidade global da exibição da equipa, não convenceu quem nunca tinha estado convencido do mérito da sua contratação. Foram-lhe servidas três oportunidades para marcar, não aproveitou nenhuma. As duas primeiras foram mesmo desastradamente desaproveitadas. Só na última, já no primeiro minuto dos 3 de compensação - o árbitro entendeu, e bem, não prolongar o sofrimento da equipa ucraniana - acabou num remate defendido pelo guarda-redes, já com pouco ângulo e quando a decisão deveria ter sido outra.
O minuto 69 foi o das ovações. Merecidas, para Rafa, Neres e Florentino, substituídos por Henrique Araújo, Diogo Gonçalves e Weigl. Mudaram os jogadores, mas não mudou o jogo.
E o espectáculo prosseguiu, agora com estes. Mesmo sem os golos que João Mário, Enzo (ambos por duas vezes) e Musa tiveram nos pés. Com que os jogadores ucranianos, com apenas dois remates (um deles completamente desconchavado, a "quilómetros" do enquadramento da baliza), nem poderiam sonhar. Mesmo que um deles o tenha sonhado, naquele chapéu do meio campo que passou por cima da barra, com Vlachodimos, já na sua posição, a controlar o destino da bola.
Não foi com mangas de alpaca que o Benfica carimbou o passaporte para a fase de grupos da Champion. Foi com fato de gala. Como o Quinito se apresentou no Jamor, há mais de 30 anos, para disputar uma final da Taça de Portugal.
Para isto, para acabar assim, até dá vontade de dizer que o terceiro lugar da desgraçada época passada foi melhor que o segundo, que esteve sempre longe.
Esta noite, em Polza, na Polónia - casa emprestada ao Dínamo de Kiev, em função da situação de guerra em que vive o país - o Benfica regressou ás boas exibições, interrompidas no último jogo, em Leira, com o Casa Pia. E deixou dito que esse jogo foi mesmo uma excepção no nível exibicional da equipa neste início de época, justificada pelo que é o campeonato nacional ... e o estado do(s) relvado(s) do Municipal de Leiria.
Ganhar fora por 2-0 é sempre um bom resultado. Quando acontece no "play off" para a Champions, só pode ser ainda melhor, mesmo quando o resultado foi provavelmente o pior que saiu deste jogo.
Com o onze preferencial de Roger Schemidt, agora com Neres recuperado, depois de ter falhado os últimos jogos, o Benfica dominou completamente o jogo, e exibiu uma superioridade sobre o adversário bem maior do que aquela que já era esperada. Com o habitual bom futebol, bem desenhado e cheio de movimento, e com a habitual pressão alta.
Se bem que já uma pressão alta diferente, eventualmente menos notória, mas mais inteligente. Mais posicional, mais estratégica e menos enérgica. O que não é uma má notícia, porque, desta forma, é bem menor os desgaste exigido aos jogadores, e por isso mais consistente e mais coerente. E isso é evolução e progresso!
A primeira parte foi uma bela demonstração de tudo isso, com um Benfica absolutamente dominador, sempre em crescendo, acabando com a equipa ucraniana do experimentado e astuto Lucescu literalmente encostado às cordas.
Na altura em que, em Munique, Pichardo saltava para a medalha de ouro europeia, os seus colegas de clube, do futebol, asfixiavam a briosa e competente equipa ucraniana.
O primeiro golo, mais um de Gilberto, chegou cedo, aos 9 minutos. A partir daí foi sempre em crescendo, e esperava-se o segundo, o terceiro, e até que não parasse por aí. Só deu para mais um - também mais um de Gonçalo ramos - já aos 37 minutos. Mas, antes e depois, bem mais poderiam ter surgido.
A equipa dominava o jogo a seu belo prazer, criava oportunidades e deliciava os espectadores, especialmente os benfiquistas, como é natural. O seu futebol enchia o campo e, desta vez, eram Florentino e João Mário a brilhar com mais intensidade, com Neres a deixar o perfume do seu futebol, e mostrar que, com ele em campo, tudo fica melhor.
A segunda parte não teve nem a mesma intensidade, nem a mesma qualidade. E houve momentos em que a equipa se desligou o que, não sucedendo pela primeira vez, terá de merecer mais atenção a Roger Schemidt.
É certo que, em termos absolutos, e como comecei por dizer, o resultado era bom. E quando assim é há a tendência para trocar a intensidade e a velocidade pela contenção e controlo do jogo. Nada a opor, desde que a concentração competitiva não seja negligenciada. E houve momentos em que foi. Valeu então Vlachodimos, para que um belo jogo não tivesse acabado por descambar para um resultado nada condizente.
Com a clássica metamorfose para o 4x4x2, na última meia hora, com a entrada da dupla Yaremchuk/Henrique Araújo, e com o jogador ucraniano - que certamente desejaria fazer bem melhor num jogo como este - a continuar a não ser capaz de nos entusiasmar, a qualidade do futebol também caiu, e acabou por contaminar o desempenho global da equipa. Mesmo assim, com uma segunda parte bem abaixo do nível da primeira, não faltaram oportunidades para mais dois ou três golos.
No fim fica um bom resultado, que praticamente garante a imprescindível entrada na Champions. Mas fica também, e continua, o alerta para a tendência da equipa facilitar e cair em momentos de desconcentração. Hoje por hoje, o maior reparo que se pode fazer à equipa.
Até porque não se sabe o que acontecerá ao primeiro resultado negativo. Sabe-se é o que tem acontecido nos últimos anos. E isso não se pode repetir!
Antes da bola começar a rolar para este último e decisivo jogo da fase de grupos da Champions, na Luz, com o Dínamo de Kiev, último classificado com apenas um ponto - o tal do empate na Ucrânia, na primeira jornada - as sensações não podiam ser as melhores. Desde logo porque o treinador, acossado como está, e apenas a pensar na sua pele, tinha dado por cumprido os objectivos para esta competição - ter chegado à fase de grupos era tudo o que a sua ambição permitia. Mas também por vermos André Almeida a constituir o trio de centrais, depois do que tinha sido o seu desempenho na passada sexta-feira, no dérbi.
O início do jogo abriria no entanto outras perspectivas. e ameaçava fazer esquecer esses maus sentimentos. Logo aos 30 segundos Yaremchuk surgiu isolado na cara do guarda-redes ucraniano, que conseguiu a defesa mas deixou a bola à mercê de Rafa. Que chutou para a bancada, numa perdida que só não poderemos chamar de escandalosa porque, 7 minutos depois, Tsygankovo, com Lucescu incrédulo, fez igual em condições bem mais favoráveis - sozinho, a três metros da baliza deserta. E Rafa ficou perdoado.
E bem perdoado, pelo que viria a fazer ao longo de toda a primeira. Ele e João Mário, mas também o resto da equipa, que conseguiu uma exibição competente, com bocados de futebol agradável e com o jogo controlado. O primeiro golo surgiu aos 16 minutos, com Yaremchuk a concluir uma boa jogada colectiva, com muito Rafa e ainda mais João Mário pelo meio. E na assistência. O segundo tardou apenas seis minutos, depois de um recuperação de bola pelo João Mário, aliviada depois por um defesa ucraniano ... para Gilberto, que ainda não tinha recuperado e estava para lá da linha defensiva adversária, para marcar um golo que nem era nada fácil de fazer.
Também em Munique as coisas iam correndo de feição, e o Bayern chegava igualmente ao 2-0 sobre o Barcelona, e as portas do apuramento para os oitavos de final estavam escancaradas. Tudo perfeito - o Benfica jogava bem, fazia a sua parte. E o Bayern fazia o que era esperado que fizesse - ganhar a este Barcelona que só ganhara ao Dínamo de Kiev.
Só que havia a segunda parte para jogar. E aí voltamos ao Benfica de Jorge Jesus. É pena, mas a verdade é que a segunda parte deu ao jogo o verdadeiro espelho do Benfica que temos. E que continuamos a ter: uma equipa que não consegue jogar um jogo inteiro, e que é capaz do melhor e do pior num só jogo.
O Dínamo de Kiev dominou por completo durante toda a segunda parte, infligindo mais um banho de bola ao Benfica. Ainda agora está por perceber como não marcou um golo, que teria inevitavelmente mudado tudo. Voltou a valer-nos Vlachodimos!
É certo que a arbitragem alemã foi ainda pior que o jogo do Benfica, com dois penáltis por assinalar. É verdadeiramente escandaloso que nem o VAR tenha assinalado a mão dentro da área a cortar um cruzamento de Rafa. Naquela altura, o terceiro golo poderia ter mudado o rumo do jogo. Ou não, e apenas ter tornado ainda mais injusto o resultado para os ucranianos!
A equipa nunca se encontrou, não teve bola - a equipa de Lucescu deu por completo a volta às estatísticas do jogo, e terminou com mais de 60% da posse de bola, mais remates, mais cantos ... - nem estratégia que não fosse defender. Os jogadores apenas se encontravam quando se juntavam à frente da sua grande área, onde acabaram por passar a maior parte do tempo. Fora disso era sempre grande a distância que os separava, impossibilitando qualquer tipo de pressão sobre o portador da bola e permitindo ao adversário a construção de jogo ao ritmo de ondas sucessivas. Assistimos durante grande parte deste período ao inimaginável numa equipa de futebol de alta competição - três jogadores na frente a pressionar a saída de bola e, depois, os restantes sete lá atrás, deixando 60 ou 70 metros de terreno livre para os jogadores ucranianos jogarem completamente à vontade.
Depois, as substituições. E o mesmo de sempre - incompreensíveis. Primeiro entrou Everton, para o lugar de Pizzi. E Everton foi Everton... Depois entrou Lázaro, para o lugar de Gilberto, amarelado, esgotado e há muito desastrado, depois do Diogo Gonçalves ter passado o tempo todo em aquecimento. E, sem bola, sem capacidade de a segurar e fazer circular, trocou João Mário por Tarrabt e Yaremchuk por Darwin. Não está em causa que os substituídos pudessem estar esgotados, o que é incompreensível é trocar dois dos que melhor seguram a bola, cada um na sua função, por jogadores que mais a perdem. Jorge Jesus só percebeu isso quando fez entrar o miúdo, Paulo Bernardo, para o lugar de Rafa. E como se notou logo!
Salvou-se o resultado. O da Luz e o da Allianz Arena, que ainda subira para 3-0. E o - é verdade - à partida inesperado apuramento para prosseguir na Champions. Mas este Benfica de Jorge Jesus nem nas alegrias nos deixa sorrir!
Sem brilho, e com muita angústia, esta a estreia do Benfica na fase de grupos da Champions, em Kiev.
Quase que dá para dizer que, não fosse o hino que se ouviu no início, este mais pareceu um jogo da liga nacional. Já cá vimos muito do que hoje se viu no Olímpico de Kiev, com o Benfica instalado no meio campo do adversário, com este a esperar por um contra-ataque, ou por um erro qualquer que lhe permitisse chegar à baliza de Vlachodimos. Com muita circulação de bola, muita posse, mas poucos lances realmente bem construídos, e poucas oportunidades claras para marcar. Muita parra, para pouca uva!
A primeira parte foi isso, a segunda foi ... pior.
Na primeira parte faltou agressividade, assertividade, velocidade e intensidade ao Benfica. O resto esteve lá, mas o resto é muito pouco. E para a Champions é nada. Sobrou um jogo entretido, como lhe chamaria o Quinito, onde Weigl e João Mário mostravam a sua capacidade de recuperação e de circulação, a defesa cumpria, Grimaldo e Rafa faziam por provocar desequilíbrios na organização defensiva da equipa ucraniana, e Everton e Yaremchuk … andavam por lá.
O Benfica tinha o adversário - o mais fraco do grupo, como bem se sabe - à mercê, e uma oportunidade única de ganhar um jogo ... que só tinha que ganhar. Mas não soube, nem revelou competência para o ganhar.
Depois veio a segunda parte, que até começou exactamente no mesmo registo. Só que, se as coisas não estavam bem, com as substituições que o treinador promoveu, logo ao fim do primeiro quarto de hora, pioraram. A superioridade do Benfica, mesmo que estéril, esfumou-se e o Dínamo de Kiev, mesmo que apenas com um terço de posse de bola final, passou a dividir e a discutir o jogo em pé de igualdade.
Quando Jorge Jesus retirou do campo Everton e Yaremchuk apenas fez o que tinha de ser feito. Já a ideia de retirar o Gilberto não ficava lá muito fácil de entender, mas ele é que sabe… O problema foi os que escolheu para entrarem: Darwin e Radonjic - uma estreia na equipa - não eram para "aquele" jogo. E, no que mostrou na estreia nos Açores, e voltou hoje a mostrar, Valentino Lázaro, não é, por muito que seja difícil de acreditar, melhor que Gilberto.
Com um jogo em que o adversário defendia em bloco baixo, sem dar condições para o Benfica explorar a profundidade, Darwin e Radonjic, que vivem disso, ficaram sem ar para respirar. E, sem condições para ajudar a resolver os problemas que a equipa tinha pela frente fizeram, ambos e qualquer um deles, bem pior que o pouco que tinham feito os que saíram.
Aquela ideia que, com paciência, aquele tipo de futebol da primeira hora do jogo poderia dar num golo morreu. A partir daí só um golpe de fortuna o poderia dar. A qualidade de jogo, não.
As últimas substituições aconteceram já no final do jogo. Primeiro, a 5 minutos dos 90, mais um disparate (João Mário por Taarabt) e, depois, já mesmo aos 90, entrou Pizzi, por lesão de Rafa, um autêntico saco de pancada, perante a condescendência do inglês Anthony Taylor. Que deu apenas 3 minutos de tempo extra, consumidos na assistência ao Rafa, num jogo com as 10 substituições regulamentares.
O que nos parecia pouco rapidamente se tornou numa eternidade. Os ucranianos tinham afinal decidido apostar tudo nesse período de compensação, e os 3 minutos foram mais que suficientes. Um sufoco, aqueles três minutos. Duas bolas nos ferros (no mesmo lance, com um remate à trave e, no ressalto, o corte de um defesa do Benfica para o poste), três grandes defesas do Vlachodimos, e … um golo.
Valeu o VAR - porque a equipa de arbitragem em campo tinha-o validado - para impedir uma injustiça daquelas em que o futebol é fértil. Mas nem sempre o futebol é assim tão injusto quanto o pintam. Às vezes há injustiças que são apenas a justiça de penalizar quem, no fim de tudo, até merece ser penalizado.
O treinador do Benfica dissera, antes do jogo, que era para ganhar. Ao Dínamo de Kiev, ao Bayern e ao Barcelona, que são todos iguais. No fim, disse que o Benfica tinha feito um grande jogo…
O Benfica cumpriu com a sua obrigação de ganhar ao Dínamo de Kiev, na Luz, e já divide a liderança no grupo com o Nápoles.
Começar assim poderia até sugerir que não há grande mérito nisso. Mas não é isso. Cumprir com uma obrigação é sempre meritório, não é fácil, e nem todos o conseguem. Como tantas e tantas vezes se vê no futebol.
E hoje viu-se que não foi fácil para o Benfica cumprir com a sua obrigação. O campeão ucraniano apresentou-se na Luz com uma excelente organização e tacticamente muito bem, com a lição bem estudada. A explicar o que os resultados deixavam perceber: que é bem melhor fora que em casa.
Na primeira parte o projecto funcionou, com a equipa muito subida, a encurtar o campo, e uma pressão muito forte sobre o portador da bola, com os jogadores a desdobrarem-se, sempre com mais que um jogador sobre o adversário que tinha a bola, de forma a evitar o um contra um, onde a superior qualidade dos jogadores do Benfica desequilibraria as coisas.
Sabe-se que isto tem um problema: provoca um forte desgaste físico, que mais tarde ou mais cedo haverá de aparecer na factura. O problema complicar-se-ia ainda mais quando o Benfica chegou ao golo no último minuto da primeira parte. Antes de esgotado o prazo de validade daquela estratégia.
Daí que não admire nada que a segunda parte tenha sido bem diferente. O jogo já exigia ao Dinamo de Kiev outra postura em campo, e a factura do esforço dispendido aparecia a pagamento. O Benfica foi então dominador e criou sucessivas oportunidades de golo.
Só que... desperdiçou-as todas. E esse desperdício voltou a mudar o jogo, e trouxe de novo a equipa da capital ucraniana para a discussão do jogo. Especialmente depois de Ederson ter defendido o penalti que infantilmente permitiu, ao não evitar o truque do Derlis Gonzalez – o paraguaio formado no Benfica revelou-se um especialista na arte de enganar o árbitro, e deve ter ficado com muitos amigos na Luz... –, percebeu-se que Rui Vitória ficou sem saber muito bem se deveria continuar a insistir na procura do segundo golo, correndo o risco de, mantendo-se a onda de desperdício, vir a ser surpreendido pelas saídas rápidas, sempre para o flanco contrário, que o adversário usava - e abusava - ou se, pelo contrário, deveria começar a fechar a porta. Acabou por se decidir pela segunda.
Agora é fácil dizer-se que decidiu bem. Porque correu bem. Tudo teria de resto corrido bem não fosse a lesão, que parece grave, de Fejsa, a trave mestra da equipa, numa entrada inaceitável de um jogador ucraniano, que só poderia ser sancionada com cartão vermelho. O árbitro – que estranhamente, e ao contrário do que é corrente, assinalou faltas dentro da área que não assinalava noutras zonas do campo – nem falta assinalou. O que não o impediu de, depois, mostrar o amarelo.
Foi grande a superioridade do Benfica, que mais uma vez ficou por reflectir no marcador. O jogo ficou bem longe de se resumir ao aproveitar ou desperdiçar um penalti. Isso foi um incidente, um pormenor no jogo, que não no resultado. A centésima vitória do Benfica em jogos da maior cometição de futebol do mundo, que assegura desde já a continuidade nas competições da Europa!
Falta agora garantir os oitavos da Champions. E nem é preciso fazer contas para o primeiro lugar no grupo. Nem sequer ganhar os dois jogos que falta disputar!
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