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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Carácter e inteligência

Por Eduardo Louro

 

Não sei se Miguel Macedo era um dos melhores ministros deste governo. Acredito que sim, e pelo que se conhece de todos os outros, é muito provável que sim. Não tenho grandes dúvidas que, de todo o governo, só dois ministros se aproveitam.

Miguel Macedo é um deles. O outro - e não sei se será uma questão de apelidos - é Paulo Macedo, ministro da saúde. Talvez pela forma como se soube preservar, e não tanto pelas facilidades da pasta - a administração interna não é uma pasta fácil, o ministro é que teve certamente o mérito de o fazer parecer -, Miguel Macedo esteve menos exposto e, por isso, menos sujeito a desgaste. As condições climatéricas, ajudando a fazer deste ano um dos mais tranquílos em matéria de incêndios, ajudaram-no bastante. Mas também não esquecemos que o ano passado foi sujeito a um dos mais difíceis de sempre. Nunca os incêndios tinham sido tão dramáticos, nem nunca tinham provocado tantas vítimas mortais entre os bombeiros. E nem assim Miguel Macedo saiu muito chamuscado pelas chamas...

Tem que ter, evidentemente, competência e carácter, atributos que hoje poucos reconhecerão à generalidade dos membros do executivo. E por isso, ao contrário de muitos dos seus colegas em circunstâncias de responsabilidades directas muito mais graves, não só reconheceu que não poderia continuar em funções depois do que foi conhecido no processo dos vistos dourados, como não se dispôs a fazer o frete ao primeiro-ministro, que queria mantê-lo a todo o custo, metendo-o no saco dos Cratos, das Teixeiras da Cruz e de outros que tais.

Mas Miguel Macedo não deixou deixou nesta sua demissão apenas uma nota de carácter. Deixou ainda uma de inteligência e de sentido de oportunidade política, tornando-se porventura no único ministro deste governo com futuro político asseguardo. A médio, ou mesmo a curto prazo!

Demissão... demissão...

Por Eduardo Louro

 

 

A contestação social que tem atravessado o país e que, tudo o indica, se agravará rapidamente, tem-se centrado no objectivo da demissão do governo. É certo que não é apenas a rua a exigir a demissão já, essa é uma exigência praticamente transversal na sociedade portuguesa, desde as manifestações mais espontâneas às mais preparadas e organizadas. Das acções estritamente corporativas às politicamente mais abrangentes. Das galerias às bancadas da Assembleia da República, ou à Aula Magna…

É uma exigência compreensível e mesmo legítima. O governo violou e continua a violar todos os compromissos eleitorais que assumiu, violou e viola direitos, mesmo que constitucionalmente garantidos, despreza e ignora princípios democráticos básicos, mente e engana os portugueses como nenhum outro. Como se tudo isto não fosse suficiente falhou todos os objectivos que se propôs alcançar, e em nome dos quais exigira sacrifícios desmesurados aos portugueses. Contra tudo e contra todos defendeu o indefensável, foi para além da troika, destruiu a economia e o país... Disse uma coisa e o seu contrário, mandou os portugueses embora e cortou-lhes a esperança, de que é feito o futuro.

Tudo isto é verdade e tudo são razões mais que suficientes para que os portugueses se queiram ver livres deste que é seguramente o mais incapaz e incompetente governo que o país conheceu. Mas não vale de muito demitir o governo, seja lá de que forma for. Caído o governo, e sendo de todo improvável uma substancial alteração do comportamento do eleitorado, será o PS a ganhar as eleições e António José Seguro a formar governo - muito provavelmente com os mesmos que hoje governam. O que vai dar exactamente no mesmo: substituir Passos Coelho por Seguro é manter o mesmo perfil, a mesma impreparação, se não também a mesma política.

Seguro é o Passos Coelho do PS, eventualmente mais incapaz ainda. Tomou o aparelho do partido e escondeu-se, fingindo-se de morto, à espera que o poder lhe caísse no colo. Replica agora no país o que fez no partido, na garantia do mesmo resultado. Basta ver como anda desaparecido... Quando o país fervilha e as decisões apertam, Seguro está escondido algures, atrás de um arbusto qualquer, à espera que passe… António José Seguro já não é apenas o líder baço que não convence nem entusiasma ninguém. É uma figura ausente e vazia, simples refém de uma clique que já se atropela na fila para o pote.

Com esta liderança o PS não é alternativa. E se os socialistas não têm lucidez e sentido patriótico para perceber e resolver isto, não resta outra alternativa aos portugueses que, antes e em vez de exigir a demissão do governo, passarem a exigir na rua a demissão desta liderança socialista!

REGULAÇÕES

 

Por Eduardo Louro

 

Henrique Gomes deixou de ser o Secretário de Estado da Energia e fica como a primeira baixa no governo.

Oficialmente apresentou a demissão por razões pessoais e familiares, mas é do conhecimento público que não é nada disso. São conhecidas as tensões entre Henrique Gomes e os mandões do sector, agora que, pela sua mão, se estava a entrar na parte do Memorando da Troika que trata da energia: umas páginas do Memorando que primeiro-ministro e ministro das finanças gostam de passar depressa, enquanto assobiam para o lado. Como conhecidas são as suas posições contra a política rentista que alimenta e engorda a EDP, à custa de todos nós.

Para o seu lugar foi nomeado, e tomará posse dentro de poucas horas, Artur Trindade. Que ocupava o lugar de director de Custos e Proveitos da Entidade Reguladora do Sector Energético (ERSE)! Dadas as circunstâncias da demissão de Henrique Gomes é fácil de perceber o posicionamento de novo Secretário de Estado. De que lado está…

Há muito que entendemos o papel da regulação em Portugal. Percebemo-lo por esta mesma ERSE, pelo Banco de Portugal, etc. Percebemos e sentimo-lo todos os dias com os combustíveis. Estamos fartos de saber de que lado é que está o regulador!

Não era nada preciso que nos fizessem o desenho…

 

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