Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Coitado do Paulo Portas

Por Eduardo Louro

 

A notícia é de ontem, mas por falta de disponibilidade só hoje lhe pego. Foi trazida à estampa pelo Diário Económico e dá conta que a rábula da irreversível demissão de Portas, no princípio de Julho, e a crise política que lhe sucedeu, custou ao país 2,3 mil milhões de euros em agravamento de juros.  

Não é exactamente novidade, há muito que corria por aí. Há muito que se atribui a mais esta brincadeira de Portas o momento de viragem no comportamento dos mercados, e de inversão do sentido descendente das taxas de juro. Sempre que se tem falado da saída directa da Irlanda do programa de resgate da troika comparam-se as suas taxas de juro com as portuguesas, e logo vêm à conversa as culpas de Portas.

Não é, evidentemente, aquela que foi apenas mais uma brincadeira de Paulo Portas que tem responsabilidades nisto. É mesmo injusto acusar Paulo Portas de mais esta malfeitoria, quando ele já tem tantas outras .

E não estou a defendê-lo. Até porque não seria fácil!

Quero apenas tentar pôr as coisas no seu lugar, separar o essencial do acessório. A crise política do final do primeiro semestre é da responsabilidade de Portas, isso é indiscutível. Mas surgiu na sequência de uma demissão a sério, realmente irrevogável, daquela que era a primeira e principal figura do governo: a decisiva demissão do decisivo Vítor Gaspar. Decisiva porque era exactamente quem tutelava o governo, e na verdade o representante da troika e dos credores no governo. Mas ainda mais decisivo porque, podendo simplesmente ter-se demitido, optou por explicar claramente porque o fazia: porque ele próprio falhara em toda a linha, mas também porque falhara a política em que tinha acreditado. Disse com todas as letras que a receita estava errada, e que por isso falhara!

Foi isto que foi determinante para os mercados – atenção que mercados e credores não são a mesma coisa - perceberem que o programa não funcionava e que, com ele, o país apenas se afundava cada vez mais. Foi esta declaração pública de falência do programa da troika, pela voz mais autorizada para o fazer, que fez com que as taxas de juros subissem e não mais descessem. E não as rábulas de Portas!

Só que a política se manteve e, pese embora as declarações de negação das cúpulas, especialmente do FMI, o programa da troika e do governo seguiu inalterável o seu rumo, como se Vítor Gaspar não tivesse dito nada do que disse. Era preciso fazer de conta que tudo estava a correr bem e esconder depressa as palavras do Gaspar. Por isso nada melhor que culpar Portas pelo arrepiar de caminho das taxas de juro.

Não é estranho que os comentadores do regime o tenham sacrificado para construir esta história. Estranho é que toda a comunicação social a tenha seguido! 

Dança de jotas

Por Eduardo Louro

 

Esta rapaziada das jotas que tomou  conta do país, e que ameaça não mais o largar, acha que isto de governar um país é como jogar qualquer coisa numa consola ou num iPad. A Passos Coelho não lhe bastou trazer o país para este buraco sem saída. Continuou a jogar, a brincar e não se deu ainda por satisfeito por, nesta altura, deixar o país neste estado e politicamente bloqueado. Sem recursos políticos nem institucionais para evitar a tragédia que aí vem. 

Não satisfeito com toda a incompetência que revelou, decidiu dar largas à irresponsabilidade. À garotice!

Irresponsavelmente, usando e abusando da arrogância e da teimosia - últimas fronteiras do bom senso - que, pelos vistos, gostam de tomar conta dos  primeiro-ministros em Portugal, criou condições para perder o último dos apoios com que podia contar. E que não podia desperdiçar, como antes fizera com todos os outros. Irresponsavelmente diz que não aceita o pedido de demissão de Paulo Portas, deixando a dúvida sobre qual a parte, nas palavras de incompetência e incapacidade de que Portas o acusou, ou nas da sua decisão irrevogável, que não teria percebido. Irresponsavelmente, ameaça sequestrar um  ministro. Irresponsavelmente, com sequestro ou apenas com a declaração dessa intenção, inviabiliza até o funcionamento do governo em regime de gestão.

Tudo para, irresponsavelmente, dizer que não se demite. E adiar o mais possível a data das eleições, fugir da das autàrquicas. E, irresponsavelmente patético, iniciar a campanha eleitoral!

Não admira que o jota que se segue - é esse o nosso fado - tenha também aparecido logo depois nos ecrans da televisões em plena campanha eleitoral. Ao ver que Passos Coelho abrira a campanha, o jovem Seguro seguiu o mesmo caminho. Como continuará fazer, disso não tenhamos dúvidas!

Que se lixem as eleições, não era? Não, que se lixe o segundo resgate. Que se lixe o país. Que nos lixemos todos...

Última hora: Paulo Portas (também) sai do governo!

 

Por Eduardo Louro

 

Paulo Portas apresentou a demissão. Bateu com a porta e deixou claro o que ainda havia quem não quisesse ver: o governo caiu!

E caiu por onde tinha de cair, deixando Cavaco ainda mais encurralado. Este foi o buraco onde o presidente se meteu. E onde, sem surpresa, o presidente nos meteu!

Ainda ontem aqui escrevia que Pedro Passos Coelho foi teimoso. E que Passos e Cavaco, mão na mão, lá seguiam cada vez mais sozinhos...

Era premonitório!

Daqui a pouco, em Belém, a tomada de posse de Maria Luís Albuquerque será certamente a mais deprimente de todas as cerimónias de posse...

Acompanhe-nos

Pesquisar

 

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2025
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2024
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2023
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2022
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2021
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2020
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2019
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2018
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2017
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2016
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2015
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2014
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2013
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2012
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2011
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2010
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D

Mais sobre mim

foto do autor

Google Analytics