De António Costa diz o Presidente Marcelo ser um "optimista irritante". Não se cansa de o dizer em todo o lado, e há muito. Ao discurso de ontem do Presidente, chamou António Costa moderno: "é difícil interpretar a arte moderna, nem sempre é possível interpretar os discursos modernos" - referiu o primeiro-ministro no meio do pagode em piquenique, nos jardins de São Bento.
Claro que António Costa percebeu o discurso de Marcelo. Faz é que não percebe. Mas nós percebemos. E percebemos que "optimista irritante" é o mesmo que "assobiar para o lado". E começamos a ficar cansados de tanto optimismo e irritados com tanto assobiar para o lado, como se nunca nada se estivesse a passar.
António Costa já não pode continuar a fazer de conta que vivemos numa democracia imaculada e saudável, à prova de bala. Que Sócrates nunca existiu, e que nada há para dizer de um governo de que até aproveitou alguns ministros. E muito menos pode continuar a fazer que não percebe. Se não, não percebe nada!
Passos Coelho foi hoje à Maia encerrar uma conferência qualquer, ao que se anunciava em rodapé, promovida por autarcas. Por autarcas do seu partido, embora isso não constasse no rodapé informativo...
O seu palco preferido. O espaço priveligiado para quem, exactamente como o seu antecessor, vive em negação da realidade e numa narrativa sem quaisquer pontos de contacto com a verdade. Que, cantando,espalhará por toda a parte se a tanto o ajudarem o engenho e a arte!
E assim vai fazendo, espalando propaganda por plateias escolhidas a dedo, sempre disponíveis para aplaudir. Depois, as televisões fazem o resto. Como hoje, com a SIC Notícias e a RTP Informação a transmitirem em directo um discurso de não sei quantas horas (não sei porque não resisti a mais de 25 minutos). E, claro, os aplausos encomendados…
Surreal! Surreal o discurso, mais ainda o frete destas televisões. A SIC por opção – opção clara, militante - e a televisão pública por… obrigação!
E assim, em escalada, como se de uma bola de neve se tratasse, se vai impondo ao país um discurso que já chega ao limite, nas palavras dessa eminência parda que responde pelo nome de Marco António Costa, de chamar antipatriota a quem lhe não bata palmas…
O Benfica apurou-se para os oitavos da Liga Europa, depois de nova vitória, agora na Catedral, sobre os alemães das aspirinas, deixando o Jorge Jesus como que em estado bipolar.
A coisa chegou a estar feia, especialmente na primeira parte. E os primeiros minutos da segunda parte não auguravam nada de melhor… Às duas bolas no poste da primeira parte seguiu-se, na parte inicial da segunda, um golo que não viria a valer, anulado por um fora de jogo bem menos evidente que o do João Moutinho, que deu o golo que valeu… a vitória sobre o Málaga. Sendo em fora de jogo, o golo da equipa alemã não podia valer, porque, como os homens, os foras de jogo não se medem aos palmos. Assinalam-se. Mas nem todos, como se sabe!
Quer isto dizer que o Benfica teve alguma sorte? Sim, teve. Mas seria um crime de lesa futebol que uma equipa que marca dois golos como o do Cardozo, na Alemanha, e o do Ola John, há pouco, fosse eliminada. E – francamente – o Benfica demonstrou ser melhor que o Bayer Leverkussen. Grande parte dos jogadores do Benfica é melhor que os que trazem a marca da aspirina ao peito. E quando a equipa deixou de estar atada ao discurso do seu treinador soltou o seu futebol e mostrou claramente a sua superioridade. E no fim de contas acabou com mais oportunidades de golo que o adversário...
Não bato mais no ceguinho, mas o discurso de Jorge Jesus é simplesmente lamentável. O que é que interessa o que interessa mais? Como é que se pode desvalorizar uma competição e, ao mesmo tempo, injectar ambição - o dínamo das vitórias – nos jogadores? Como é que se pode reclamar de favorito a uma prova de que sempre diz não ser prioritária, que só estorva? Como é que se pode motivar uma equipa para uma competição quando se diz que ela inviabiliza o objectivo principal? O objectivo principal é isso mesmo, o mais importante entre vários, se não seria único!
Dizer que quem primeiro sair das competições europeias é que ganha o campeonato é tão disparatado como estar neste momento a enviar mensagens de motivação para os jogadores do Paços de Ferreira. Para apelar à presença do público no próximo jogo com o Paços seria preciso dizer que é tão importante como os jogadores? Que vai ser preciso o seu apoio porque a equipa vai passar por dificuldades? Os adeptos conhecem bem as dificuldades por que a equipa passa, não precisam de alertas públicos que motivem os adversários!
Definitivamente: não há ninguém que ensine o básico, os mínimos da comunicação a este homem?
Ai se ele não soubesse só de futebol…
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