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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Calculismo político ao volante em contra-mão

Ministro rejeita que PSP não venha a ter reforços em 2019 - Portugal -  Correio da Manhã

Demitiu-se o passageiro que seguia no banco de trás de um automóvel que seguia em excesso de velocidade, e de luzes de emergência ligadas, quando atropelou mortalmente um cidadão. Era também passageiro do governo, onde seguia no banco da frente, à pendura.

Na altura da demissão, o passageiro, que nunca deu nota de qualquer solidariedade com a família do cidadão morto, nem com o motorista que então o conduzia, não poupou na solidariedade com o motorista do governo e à sua família. 

Que, seis meses depois, o passageiro se tenha demitido para não prejudicar o motorista do governo e a sua família, diz tanto sobre o passageiro como sobre o motorista. É o calculismo político ao volante, mas em contra-mão.

Especulações … mas não só!

Rui Rio afirmou hoje que o carro utilizado por Eduardo Cabrita, que provocou há duas semanas o atropelamento mortal ainda por esclarecer, e sobre o qual o ministro mantém total silencio, não consta no Registo Automóvel.

Não faço ideia se o carro está ou não legalmente registado, custa-me a crer que não esteja. Como me custa a crer que Rui Rio tenha feito tais declarações de forma leviana, e não confirmada.

Mas há outra coisa que, custando-me também a crer, é absoluta realidade. O carro é de 2011, isto é, teve o seu primeiro registo em 2011. A matrícula é de 2018. Esta é a realidade.

Uma realidade que normalmente corresponde a carros importados usados, que na chapas de matrícula legalmente em vigor até ao final de 2019, levavam a numeração da série em vigor no acto do seu registo em Portugal e, na faixa amarela da esquerda, o mês e o ano do seu primeiro registo. 

O que custa a crer, e é certamente uma enorme surpresa para todos, é que o governo português adquira carros velhos no estrangeiro - neste caso com sete anos - para uso dos seus ministros. Não bate certo.  A não ser que - perdoe-se-me a brincadeira - esta seja a forma que o governo encontrou para, já então, castigar Eduardo Cabrita. Se calhar, em vez de o pôr em frente à janela com orelhas de burro, Costa - ou terá sido Centeno? - deu-lhe um carro velho.

 Há sempre outra hipótese. A de Eduardo Cabrita querer muito andar num BMW série 7 mas o plafond para o Ministério que lhe entregaram só dar para um série 3...

Quando não se resolve um problema…

Homem de 43 anos é vítima mortal atropelada pela viatura oficial que  transportava Eduardo Cabrita - Postal do Algarve

Eduardo Cabrita já devia ter abandonado o governo há muito tempo. Desejavelmente pelo seu próprio pé; à falta de discernimento, de senso político, ou mesmo de caracter para isso, empurrado pelo primeiro-ministro. Aliás, nem lá deveria ter chegado a entrar. Tendo todo o jeito para comissário político, não tem jeito nenhum para ministro!

Há ministros que têm azar, caem em desgraça por um lapso qualquer, muitas vezes sem grande relevância, e depois ninguém mais os larga. Depois são cenas consecutivas de perseguição, em que o perseguido quanto mais foge menos escapa. Em mais azares tropeça.

Não é o caso do ministro Eduardo Cabrita, por maior que seja a tentação de o fazer parecer. 

O atropelamento mortal (pelo carro em que seguia o ministro) de um cidadão português, chamado Nuno Santos, na A6, que ali fazia trabalhos de limpeza e manutenção, não é um azar do ministro. É azar da vítima, e da sua família.

A não ser que o motorista conduzisse em velocidade excessiva, ou alcoolizado, ou sob o efeito de estupefacientes - porque tinha a obrigação de constatar tais circunstâncias, e de o impedir de seguir ou prosseguir ao volante - o ministro Cabrita não qualquer responsabilidade no acidente. Porventura até viria a dormir, porque imagino que ande extenuado. Ou a rever uns papéis, para que - imagino - não tenha outro tempo.

Tem porém toda a responsabilidade em tudo o que é conhecido. E o que se conhece é que o que deu a conhecer tem sido desmentido, que não houve qualquer contacto com a família da vítima, que nem ele nem o motorista sequer saíram do carro na altura do acidente e que, independentemente de tudo o que se diz, incluindo que a GNR está impedida de aceder ao carro para efectuar qualquer peritagem, que continua a não encontrar "oportunidade adequada" para esclarecer o que aconteceu.

Tem ainda outra responsabilidade, e politicamente talvez mais relevante: a de saber que, na sua condição de ministro acossado, todo o seu comportamento foi tudo o que não poderia ter sido.

São demasiadas responsabilidades. Fugir delas, como Eduardo Cabrita foge, apenas torna mais insustentável António Costa mantê-lo em funções. Mas é sempre assim, nestas coisas. Quando não resolvemos um problema, e acabamos como ele, é ele que resolve acabar connosco.

Os fins de ciclo estão cheios de histórias destas.

Elogio fúnebre

Ministro Eduardo Cabrita Mente sobre SIRESP para Proteger António Costa |  Notícias Viriato

 

Ninguém esperaria que, no pique da contestação, António Costa apontasse também o dedo ao ministro Eduardo Cabrita, engrossando a onda de acusações, a rebentar de gorda. Raramente um primeiro-ministro o faz, e António Costa nunca o faria. Mas, daí a dizer que tem em Eduardo Cabrita "um excelente ministro da administração interna", vai uma enormíssima distância, de todo incompreensível.

O que não tem faltado é oportunidades a Eduardo Cabrita para exibir a sua incompetência, falta de senso, de de equilíbrio e até de sentido político. Não desperdiçou nenhuma, aproveitou-as todas e com a sobranceria e a arrogância que faz questão de usar como imagem de marca. Nos últimos dias, em Odemira, no processo de realojamento dos imigrantes, ou em Lisboa, nos festejos do Sporting, acrescentou à incompetência e à arrogância o uso da força, à bruta.

E não só piorou a sua situação como, porventura, tornou "fúnebres" os elogios do primeiro-ministro, apenas compreendidos pela lógica de cumplicidades que sempre puxa pelo pior do que, de pior, o PS tem. E de que Eduardo Cabrita é parte integrante!

 

 

 

Caneladas debaixo da mesa

 

Uma coisa é eu achar que, na sequência do assassinato vergonhoso daquele cidadão ucraniano às mãos de uns torcionários do SEF,  Eduardo Cabrita há muito que deveria estar fora do governo. Em boa verdade nunca lá deveria ter entrado, nem ele nem mais uns tantos, como por exemplo o Sr Augusto Santos Silva. Outra coisa é o Presidente da República achar o mesmo.

É que, eu, digo o que acho e ... nada. Não tem problema nenhum. Marcelo, não. Não diz nada mas desata às caneladas por baixo da mesa. Ontem fê-lo sem grande descrição e nenhuma reserva. Primeiro mandou recado pelo Marques Mendes, e depois meteu mesmo ao barulho, e com estrondo, o Director Nacional da PSP. Que, ou não está bom da cabeça. ou foi incumbido pelo Presidente de acabar com o SEF e incluir as suas estruturas na PSP. Deu até as boas-vindas ao pessoal, garantindo-lhes que seriam bem acolhidos e tratados...

Ouvimo-lo todos. E, mesmo com algumas dificuldades no português, percebemos bem que aquilo não era nenhuma opinião pessoal. Era ele a levar a sério, como não poderia deixar de levar, uma ordem do Presidente. Que tinha por objectivo queimar o ministro e chamuscar seriamente o chefe do governo, a quem "inúmeras vezes" terá falado do assunto.

Bem pode agora o ministro espernear ... A António Costa só lhe faltava mais esta. Mas pôs-se a jeito, e quase dá para, como antigamente, dizer que só se perdem as que caírem no chão.

 

 

Pânico sem botão*

Há nove meses, ao entrar no nosso país, um cidadão ucraniano foi selvaticamente assassinado nas instalações do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) do aeroporto de Lisboa, oficialmente designado de Centro de Instalação Temporária do Aeroporto de Lisboa.

Segundo o despacho de acusação, depois de algemado, o homem foi violentamente agredido a pontapé, a murro e à bastonada, até à morte. Escondida por todos os envolvidos, e por todos os que os envolvidos envolveram, a ponto de ter chegado ao Ministério Público como causada por doença súbita.

Aos poucos, foram-se conhecendo as circunstâncias deste crime de Estado próprio das mais sanguinárias ditaduras, sempre escondido pelas autoridades portuguesas. A julgamento em Tribunal chegam apenas três arguidos, acusados directos dos actos do sinistro assassínio que cobre de vergonha Portugal e os portugueses, colocados ao nível da mais repugnante barbárie. A viúva diz apenas que sente ódio sempre que vê o nome de Portugal!

As altas estruturas do SEF e da sua tutela no governo, que tudo fizeram por esconder tão inqualificável violação dos direitos humanos, passam ao lado de qualquer responsabilização. Soube-se apenas agora da demissão da directora geral do SEF, uma demissão premiada com um alto e bem remunerado cargo na estrutura diplomática do país em Londres. E soube-se igualmente agora que o governo vai promover uma restruturação daquela polícia com vista a separar as funções policiais das administrativas colocando, para isso, na sua chefia mais um boy que lá estava à mão. E mandando instalar um botão de pânico.

Que ficará mesmo à mão de qualquer outro cidadão amarrado de pés e mãos que tenha a infeliz sorte daquele imigrante ucraniano. Um botão que não serve ao ministro Eduardo Cabrita, em pânico para se segurar num lugar que por dever de consciência já deveria ter abandonado. Se a tiver, o que de todo não parece!

* Da minha crónica de hoje na Cister Fm

 

 

Brincar com o fogo

Resultado de imagem para eduardo cabrita

 

Não é por Marques Mendes, na sua homilia dominical da SIC, ter declarado desastrosa a sua actuação que a semana do ministro da Administração Interna foi um desastre. Para ele, para o primeiro-ministro António Costa e, pior que isso, para o país. 

O desastre é que na política portuguesa, em vez de se escolherem para ministros pessoas profissionalmente competentes, eticamente inatacáveis, e capazes de assumir as suas responsabilidades, se escolham pessoas pelo dito peso político. Mais a mais quando esse é um peso avaliado numa balança que, em vez de pesar, mede fidelidades.

Em vez de peso pesado da política, Eduardo Cabrita revelou-se apenas um rapazinho de 10 quilos a "brincar com o fogo". Que sempre se disse aos miúdos que dava mau resultado!

 

 

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