Regressou a festa à Praça Tahir
Por Eduardo Louro
Há de novo festa na Praça Tahir. Que dure mais, desta vez!
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Por Eduardo Louro
Há de novo festa na Praça Tahir. Que dure mais, desta vez!
Por Eduardo Louro
Morreu Hosni Mubarak, o ditador egípcio que há semanas havia sido condenado a prisão perpétua. Pena leve, como se vê!
Com as confusões - eleitorais e não só - que se têm sucedido, e com a desesperança instalada no Egipto e com a manutenção do poder nas mãos dos militares, talvez esta morte represente mais para os que fizeram brotar a Primavera na praça Tarik do que propriamente o caminho onde a revolução desembocou!
PS: Deveria ter começado por: "Morreu - ou talvez não - Hosni Mubarak".
Esta não é uma das mortes em que as notícias sejam manifestamente exageradas. Mas uma daquelas em que as notícias se confirmam e desmentem à velocidade de um raio!
Por Eduardo Louro
Aconteceu num jogo de futebol entre o Al Masry e o Al Ahly - de Manuel José - do campeonato egípcio, ficará na História como uma das maiores tragédias em recintos desportivos, mas tenho alguma dificuldade em aceitar que esta tragédia de Port Said tenha alguma coisa a ver com futebol.
Todos sabemos que, infelizmente, há violência no futebol. Mas não este tipo de violência, que dificilmente deixaremos de associar à situação política e social que se vive no Egipto, caracterizada ela própria pela violência.
Há muito que o sol deixou de brilhar na Primavera Árabe, em particular na egípcia. Há muito que a as flores que nasceram na Praça Tahrir secaram e que nuvens bem negras anunciam o inverno ... e o inferno.
Morreram 74 pessoas num campo de futebol. E quase duzentas ficaram feridas. Estou em crer que é essa localização circunstancial o único elo de ligação desta tragédia ao futebol. Mesmo no Médio Oriente!
Por Eduardo Louro
As recentes e bem sucedidas movimentações populares na Tunísia e no Egipto deixaram muita gente surpreendida. Gente que, no Ocidente e mesmo no nosso país, entendia bem mais cómodo, seguro e interessante manter ditadores no poder, sabendo com o que podia contar, do que correr alguns riscos que poderiam provir da abertura desses regimes.
Sobre esta perspectiva histórica do Ocidente já aqui me pronunciei recorrendo, inclusive, à célebre e notável expressão utilizada por Kissinger. O que hoje me faz voltar ao tema são as opiniões de alguns sectores da nossa opinion making que, partindo eventualmente do mesmo princípio, vêm publicando teorias da desgraça que mais não fazem que desvalorizar aos olhos da opinião pública a enorme importância da queda de Mubarak e da romântica libertação do Egipto a partir da agora famosa Praça Tahrir.
Refiro-me a pessoas como José Pacheco Pereira, Vasco Pulido Valente ou Vasco Graça Moura. Que preferiram amedrontar com o que aí vem, profetizar a desgraça substanciada no que já ameaçavam como a eminência de uma viragem do Egipto para o fundamentalismo islâmico, a exaltar a fantástica oportunidade para nascimento da primeira experiência democrática do mundo árabe.
Esta lamentável, do meu ponto de vista, visão corresponde exactamente à falta de proactividade ocidental na defesa da democracia. Ou talvez pior, a uma certa ideia que a democracia é privilégio de apenas alguns. Nosso, só nós temos direito à democracia e, num sentido mais lato, ao nosso privilegiado modo de vida. Os outros que se lixem…É por isso que as coisas correm tantas vezes mal!
Pela tese dessas pessoas os egípcios estariam já, a esta hora, a dar vivas a Ahmadinejad e dispostos a engrossar as fileiras de Bin Laden. Pois, mas é ao contrário. O que já se vê é o povo do Irão de novo a levantar-se e a acreditar que a hora da sua libertação também poderá estar a chegar!
Vale a pena apostar no povo egípcio. Vale a pena apostar no povo árabe que não poderá estar condenado a escolher entre os ditadores pró-ocidentais e os fundamentalistas islâmicos. Também tem direito a escolher a democracia e o respeito pelos direitos humanos. E, fundamentalmente, pelo reconhecimento dos direitos das mulheres, que só a abertura à democracia poderá promover
Por Eduardo Louro
A revolução iniciada na Tunísia alastrou ao Egipto? É o que se diz!
Até pode ser que seja assim, que tenha alastrado… mas, não é a mesma coisa. Nem mais ou menos!
O Egipto não é o Magreb. Em comum pouco mais têm que o facto de serem governados pelos nossos filhos da puta (a expressão não é minha; é de Kissinger quando, referindo-se a Pinochet, dizia: é um filho da puta, mas é dos nossos)!
O papel do Egipto nos equilíbrios da mais instável região do mundo dos últimos 50 anos é único e decisivo. Como único e decisivo é o papel do Egipto no futuro do radicalismo Islão. No seu incontrolável avanço ou na sua contenção…
O Egipto é o único aliado árabe de Israel e um forte parceiro nos acordos de paz. O Egipto é dos maiores países árabes e a biblioteca do mundo árabe, o seu maior centro cultural. E o principal berço da Al Qaeda…
Joga-se neste momento no Egipto mais que o seu futuro. Mais do que o futuro do Médio Oriente: o futuro do mundo e de uma certa forma de olhar para ele a que chamamos civilização!
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