Passos recomenda uma aliança dom o Chega, Montenegro finge que não ouve e põe-se a recriar uma história de 40 anos, sobre a qual não diz nada. Põe os outros a falar.
A recriação da AD é tudo pelo que o CDS suspirava. E "chega" a Montenegro, que anda à procura do PPM como de gambozinos, e de independentes como de tesouro escondido. Mas nem tudo é em vão, o CDS não tem votos, mas tem quadros. Que não dão votos, mas podem servir de independentes. E há o método que o Sr Victor Joseph Auguste D’Hondt criou há mais de século e meio...
O IL põe-se de fora, mas lá dentro anda tudo à bofetada. Uns porque não querem ficar de fora. Outros porque só querem estar dentro das listas. Mas lá em cima.
Os jornais exultam, e dão sondagens que mais não são que lenha para a fogueira que arde no IL.
Faltava o PCP juntar-se à festa. Como não sabe onde ir buscar votos diz-se que "pisca o olho" ao eleitorado do Chega. Boa parte dele de lá saído, como se tem visto por aquele Alentejo fora.
Isto anda bonito, anda. E a procissão ainda só vai no adro ...
Pronto. Já há orçamento, o último de António Costa, emocionado, ao que se diz. A Assembleia já pode ser dissolvida, e o governo já pode cair. Tudo nos "conformes".
Agora é esperar pelo 10 de Março do próximo ano, já no fim do Inverno que ainda não começou. Então, esperar-se-á pela Primavera, provavelmente a única coisa boa a esperar. Creio que nem o mais irritante optimismo dará para esperar por muito mais!
O congresso do PSD deste fim de semana foi mais parecido com um comício do que com um congresso. Lá apareceu Cavaco, a dar perceber que Montenegro o preferiu a Passos. E como se percebe...
Saiu à pressa, porque a mulher já o esperava para jantar. E Cavaco não é de deixar a mulher à espera, nem de deixar o jantar arrefecer. Passos poderia não ter tanta pressa.
Montenegro lá espalhou promessas. Prometeu tudo. Não a todos, mas aos que se contam em votos. Aumenta pensões, claro. A mínima promete chegar aos 820 euros. E há-de até igualar o salário mínimo. É mesmo assim, iguala a retribuição a quem trabalha a uma pensão a quem não contribuiu. E claro, vai pagar tudo aos professores. Os tais seis anos, seis meses e 23 dias. É tudo para pagar, votem lá...
Nem assim convenceu os companheiros de congresso. Há deles, e parece que não são poucos, que acham nem assim lá "chega". É preciso “uma base comum que possa dar o tal élan que permita acrescentar ao que o nosso líder tem feito” - disse Nuno Morais Sarmento, um deles.
Pois é. O problema é essa "base comum". O IL já deu "tampa". Há o CDS, e o PPM. Mas isso é na História.
Olha-se à volta ... e não "chega" para "base comum". Então há que contar com os eleitores do PS que se assustam com Pedro Nuno Santos. Ora aí está, como dizia o Ricardo Araújo Pereira, o congresso do PSD elegeu o líder do PS. Os socialistas já não têm que se dar a essa maçada, Montenegro resolve tudo. E até isso.
Em "comício", Montenegro resolve tudo. Tem outro problema: percebe pouco do que se passa à volta. Ainda não percebeu por que é que Francisco Assis foi o primeiro protagonista da candidatura do "radical" Pedro Nuno. Nem por que é se lhe juntou Álvaro Beleza.
Pois é. Sem Chega, não chega mesmo. E o diabo - afinal ele havia de chegar - é que nos Açores as coisas não correram nada bem, mesmo que disso não desse o Congresso notícia. Nem o próprio José Manuel Bolieiro, agora às voltas com o Presidente Marcelo para lhe dar uma segunda oportunidade, e não dissolver a Assembleia Regional.
O diabo é mesmo assim. Aparece donde menos se espera, e até se disfarça de ironia.
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