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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Que a esperança não seja fumo

Eleições legislativas na França: Veja repercussão | Mundo | G1

Na segunda volta das antecipadas eleições francesas, contra tudo e contra todos, a esquerda travou a extrema direita, de Marine Le Pen e Jordan Bardella. Que, sendo o partido mais votado, no fim das contas não se livrou do terceiro lugar, com 143 deputados, atrás do centrista liberal "Juntos pela República" (24%), afecto a Emmanuel Macron, que terá 168; e da Nova Frente Popular (26%), aliança que inclui socialistas, ecologistas e esquerda de Melénchon, com 182 lugares. Os Republicanos (direita tradicional, 5%)) terão 45, havendo umas dezenas de deputados de outras filiações.

Tem agora a palavra Macron, para dizer se esta vitória da frente de esquerda muda radicalmente o espectro político francês, ou se, pelo contrário, e como há anos vamos ouvindo, apenas adia por dois ou três anos a inevitável tomada do poder pela extrema direita francesa. É ele, que destruiu o sistema partidário do país, e promoveu o assustador crescimento de Marine Le Pen, que decidirá. Se insistir em dividir para continuar a reinar, em contra-mão com a vontade expressa do eleitorado, acelera aquela inevitabilidade.

Também os socialistas, ontem "ressuscitados", e também eles, num passado ainda recente com muita responsabilidade no crescimento da extrema direita, poderão ter muito a ver com esse destino. Depende da forma como lidarem com esta "ressurreição". 

E também ainda Melénchon, obreiro da fórmula vitoriosa. Por ter feito ressurgir a esquerda, pela estratégia que desenhou e, acima de tudo, por ter optado por se manter "atrás das cortinas" na campanha eleitoral. Sabe, tem a obrigação de saber, que a sua taxa de rejeição é grande. E tem a obrigação de saber que não pode - não deve - ocupar a "boca de cena". Se não o fizer, se não entender que este não é o seu tempo - e deixou ontem, logo que conhecidos os resultados, a indicação que não consegue ceder à sua incontornável "vaidade" - também ele poderá rapidamente tornar em fumo a esperança que ontem renasceu em França. E na Europa! 

A França já é mais um problema

França. Projeções colocam Reagrupamento Nacional em vantagem na primeira  volta das eleições antecipadas

Conforme tudo apontava, a extrema direita ganhou a primeira volta das eleiçoes legislativas em França, que Macron, na sequência de idêntico resultado nas Europeias, decidiu antecipar. Sem que antecipasse nada de novo!

Na segunda volta, no próximo domingo, vão ser todos contra Marine le Pen e seus sucedãneos. O que não quer dizer que todos alinhem com esse todo. Seráo esses, os que, não querendo alinhar se sentirão tentados a mudar de barricada, que decidirão tudo. E poderão tornar a França em mais um problema para a Europa. E para o mundo!

 

 

Eleições em França

Expresso | Eleições em França: votaram 38% dos eleitores a meio da tarde,  sem atingir recorde de abstenção

Macron, reeleito há dois meses, perdeu a maioria parlamentar nas eleições de ontem, onde a abstenção continua a medrar, e a extrema direita saltou para resultados históricos. Ontem, na segunda volta das legislativas francesas, a abstenção passou dos 54%, e o partido de Marine Le Pen passou de 8 para 89 deputados, tornando-se na terceira força política no Parlamento, e no maior partido da oposição.

A coligação "Ensemble", de Macron, elegeu 245 deputados, e ficou a 44 da maioria que lhe permitiria governar sem grande sobressaltos. Assim, não terá tarefa fácil. 

Com 144 deputados eleitos, menos 101 mas a apenas 20 mil votos da coligação de Macron, a aliança de esquerda NUPES (Nova União Popular Ecológica e Social), liderada por Jean-Luc Mélenchon, que reúne o seu partido - "La France Insoumise" - Socialistas, Comunistas e Verdes, foi a segunda força mais votada.  

Macron não vai ter vida fácil. Depois do abalo que destruiu os partidos do sistema de todo o pós-guerra, o xadrez político francês voltou a sofrer novo terramoto. E a tendência de crescimento da extrema direita na Europa recebeu mais um impulso.

Em festa

Uma introdução à teoria de “o melhor dos mundos possíveis de Leibniz” –  Vagápolis

Hoje tenho mais um neto. Nasceu o Pedro, o meu quinto neto, e por isso estou em festa!

Ainda deu para assistir ao debate entre Macron e Marine Le Pen. E para perceber que foi Putin, a Rússia e a guerra na Ucrânia que mais "enterrou" a Senhora que ilumina extrema-direita na Europa. Para ficar a conhecer as razões por que o PCP vai amanhã estar ausente da sessão na Assembleia da República onde vai "tele-participar"  Zelensky e para, sem surpresa, perceber como são tão "iguaizinhas" às da Senhora Le Pen. 

Nada que me estragasse este dia de festa. Mesmo longe do melhor dos mundos...

Pneumonia em França?

Sondagens: Macron e Le Pen disputam segunda volta das presidenciais

(Photo by Nicolas TUCAT / AFP)

 

Aproxima-se o dia das decisões em França. É já no próximo domingo que os franceses vão decidir entre Macron e Marine Le Pen, pela segunda vez consecutiva.

Macron parte com ligeira vantagem nas sondagens. Os quatro pontos percentuais de vantagem cabem dentro da margem de erro das sondagens, pelo que não está garantido que a França resista - continue a resistir - à tentação extremista, nacionalista e populista. Esta situação já se repetiu em eleições anteriores, com o pai, Jean Marie, e Jacques Chirac, em 2002, e com estes mesmos protagonistas, há cinco anos. 

Nunca foi difícil congregar os votos no protagonista do regime para impedir o acesso da extrema direita francesa à presidência. Da última, há cinco anos, Macron acabou por ganhar com  larga margem,  2/3 da votação do eleitorado. Desta vez é diferente, e pode mesmo dizer-se que a única vantagem de que Macron desfruta é a das sondagens.

Macron não destruiu apenas o xadrez partidário de França, tornando irrelevantes todos os partidos clássicos do sistema, e reduzindo à insignificância a direita democrática e o gaulismo, em particular, que dominou a cena política francesa do pós-guerra, e o centro esquerda socialista, com quem passou a dividir o poder a partir da eleição de Miterrand, em 1981. Depois de dinamitar o sistema partidário francês, Macron dinamitou os pontos de equilíbrio da sociedade francesa, e radicalizou-a.

O inorgânico movimento dos coletes amarelos, o maior conflito na sociedade francesa desde o Maio de 68, foi a expressão dessa rotura. Macron criou "duas Franças" e foi presidente de apenas uma delas. Não soube ser o presidentes de todos os franceses, afastou-se das classes populares e tornou-se no mais impopular dos Chefes de Estado das últimas largas décadas. Quando assim acontece o crescimento dos extremos torna-se inevitável.

Cresceu a extrema-direita, não que Marine Le Pen tivesse crescido tanto assim, mas porque cresceu em representação, com três candidaturas, onde se incluiu Eric Zemmour, com a quarta maior votação da primeira volta.Cresceu a esquerda mais à esquerda, com Jean-Luc Melenchon a melhorar o resultado de há cinco anos, e a ficar muito perto de passar à segunda volta. E, acima de tudo, cresceu a resistência ao "voto útil" em Macron na segunda volta.

O próprio Melenchon apelou aos seus eleitores (21.2%) para não entregarem um único voto a Marine Le Pen, não apelou a que votassem em Macron. 

No meio da catástrofe que se está a viver na Europa, só faltava mesmo acrescentar Le Pen, a Órban. Há cinco anos, vimos na vitória de Macron uma lufada de ar fresco. Às vezes as lufadas de ar fresco são perigosas.Também dão em pneumonia.  

O furacão francês

 

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Já não há dúvidas: Macron é o furacão que destruiu o sistema partidário francês. 

Em apenas um ano formou um novo partido, tornou-se Presidente da República e passou a dominar por completo a cena política francesa, destroçando socialistas e republicanos, até aqui donos e senhores da política francesa. Nem a extrema-direita de Le Pen escapou.

A França já abanou. Espera-se que o abanão atinja a Europa...

Um lamento: com tanta agitação, não se esperava que fossem tantos os franceses a virar as costas às urnas. Um voto: que emendem isso na segunda volta. O momento histórico por que a França está a passar merece mais, não deve ficar manchado por abstenções de mais de 50%.

Macron, pois claro!

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Não surpreende, a vitória de Macron. Era esperada, agora que, passado não se sabe bem o quê, voltamos a confiar nas sondagens. Os números, a expressão dessa vitória - mais de 66% - também não. 

Poderá não surpreender os 90% de Paris, mas é um resultado notável. É verdade, em Paris Le Pen não passou dos 10%. E isso é uma excelente notícia. 

Poderá também haver quem não se surpreenda com os 12% de bancos e nulos. Mas é um resultado eleitoral relevantíssimo, que dá conta da expressão do eleitorado que resiste ao voto útil. Que não vota pelo que não quer, mas apenas e tão só no que quer. Se calhar porque sabe que outros o farão por si. Quem sabe?

Desta vez, já passou...*

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Regresso hoje às eleições presidenciais francesas, a dois dias da decisão final. Na primeira volta tudo aconteceu como previsto… pelas sondagens. Já não era sem tempo…

E os franceses vão agora decidir entre Macron e Marine Le Pen.

Parecia uma escolha fácil, como já fora no passado. Saindo da primeira volta à frente da candidata da extrema-direita racista e xenófoba, Macron terá também pensado assim. Que seria fácil ir buscar os votos que lhe faltavam para chegar à maioria.Talvez por isso tenha negligenciado os primeiros dias que se seguiram à votação de há duas semanas. Primeiro festejou - inapropriadamente, no tempo e no espaço  - e, depois, meteu férias...

Le Pen, experiente e sabida, não perdeu um segundo. Não só não abandonou o terreno, como pegou em tudo o que mexesse, desmultiplicando-se em acções e em espectacularidade.

Manteve o discurso simples, populista e binário, sem se preocupar em articular uma só ideia. Sem substância e sem conseguir sequer sustentar os factores críticos das palavras-chave do seu discurso. Usou de plágio, para captar os votos de François Fillon. E dos piores truques e manhas da política, como se viu no único, mas longo, debate televisivo desta segunda fase da campanha, há dois dias atrás. Onde Macron, goste-se ou não das ideias que defende, fez toda a diferença: na seriedade, na capacidade intelectual, e na competência política.

Marine Le Pen, mesmo beneficiando do debate da primeira volta, quando - estranhamente - dando por assegurada a sua passagem à segunda volta, todos os candidatos fizeram de Macron o adversário principal, aumentado o grau de dificuldade das piruetas que agora se exigem para o apoio que obrigatoriamente lhe terão de dar, não será eleita.

Desta vez, já passou. Esperemos que não volte a estar lá tão perto!           

 

* Da minha crónica de hoje na Cister FM

Até "plágio" é eufemismo

 

 

 

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Marine Le Pen plagiou um discurso de Fillon, de há duas semanas apenas. Plágio é plágio. Não é copiar, é roubar. Copiar é "citar", é subscrever.

A candiata da extrema direita racista, para conquistar os votos da direita ali ao lado, os 20% de Fillon da primeira volta, tem todo o direito de repescar ideias do derrotado candidato da direita francesa (e da portuguesa, como por aqui se tem visto). Não pode é pegar no seu discurso e repeti-lo, palavra por palavra, como sendo seu. Quentinho, acabadinho de sair.

Plágio é isso, é roubar para enganar. É dois em um. Depois ... sorrir e dizer que é apenas um piscar de olho é ... não ter vergonha na cara.

Não é a primeira vez que a extrema direita é apanhada com a boca n(est)a botija. Ainda temos bem fresca na memória a imagem da Srª Trump, durante a campanha paras as últimas presidenciais americanas, a repetir um discurso de Michelle Obama, palavra por palavra.

A extrema direita é mesmo muito pobre: sem ideias e sem criatividade. E muito reles: sem vegonha!

Aqui, até "plágio" é eufemismo.

Normalidade e previsibilidade

 

 

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Os resultados de ontem em França, na primeira volta das determinantes presidenciais francesas, representam com que um regresso à normalidade, mesmo que eles representem uma enorme e profunda brecha na normalidade.

Parece um pardoxo, mas se calhar não é. Se substituirmos normalidade por previsibilidade, teremos a resposta. 

Os resultados de ontem confirmam a rotura do sistema partidário francês, tal qual o entendíamos nos últimos 50 anos, e mostram uma outra França, definitivamente afastada de França de Giscard d`Éstaing, de Miterrand e de Chirac. E mais ainda dos seus fracos e fracassados sucedâneos dos últimos anos. A normalidade está no facto deste corte com a nomalidade estar completamente assimilado, previsto nas sondagens dos últimos meses, e por isso dado por adquirido. E o regresso à normalidade é o regresso das sondagens ao seu papel, coisa que já se começava a dar por perdida. E só apreciamos a previsibilidade, e deixamos de a considerar uma chatice, quando sentimos o desconforto de a ver fugir... e de a perder!

 

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