O IL não quis participar da maioria que haverá de suportar o governo de Miguel Albuquerque na Madeira. Não era problema, ainda havia o PAN. E anunciou-se o acordo com quem nunca se concorda...
Pior. Com parte dele. Pior ainda - com a parte que o não pode assinar.
É a Lei de Murphy também aplicada à política. E a Miguel Albuquerque. E, porque para isso se pôs a jeito, a Luís Montenegro.
Está mesmo a correr mal. Primeiro, Miguel Albuquerque anunciou que não governaria se não obtivesse a maioria absoluta nas eleições. Depois, já não era nada disso que tinha dito, mas apenas que só governaria em maioria. E que essa já estava garantida. De tal forma que apresentaria o governo até ao fim da semana.
Bom ... querem ver que o Chega - com quem nada de nada ... porque não fazia falta - ainda vai afinal fazer falta?
Há gente a quem nunca bastam os problemas que já têm. Têm sempre que arranjar mais. Não estarão todos no PSD, mas há por lá gente dessa que chega...
As eleições regionais da Madeira, ontem realizadas, animaram o espectáculo político do país.
O PSD já tinha deixado de ganhar sozinho na Madeira, já tinha precisado de dar o braço ao CDS, quando ainda se sabia o que valia. Apresentou-se coligado com o velho parceiro, que hoje, nem na Madeira nem em qualquer outro lado, ninguém sabe o que vale. Sabe-se - calcula-se - que valha pouco. Ganhou. Ganharam. Claramente, mas sem maioria absoluta e, consequentemente, com a necessidade de alargar a base parlamentar de apoio ao novo governo aos novos partidos que chegaram pela primeira vez à Assembleia Regional madeirense Chega, PAN e IL.
Bastando-lhe para a maioria parlamentar o deputado eleito pelo PAN, ou o outro eleito pela IL, pôde dar-se ao luxo de descartar, e assim continuar a empurrar com a barriga, a sombra arrepiante do Chega. É até provável que Miguel Albuquerque se socorra de ambos para se precaver de qualquer percalço, assim a jeitos dos que têm acontecido nos Açores.
Até aqui tudo normal. Mas não tão normal para evitar um fartote!
A jeito de aperitivo, começou pelo PS, objectivamente o maior perdedor, com Sérgio Gonçalves, o líder regional, a festejar por ter "mais votos em conjunto do que a terceira e quarta forças políticas que participaram neste ato eleitoral" e a garantir ter ficado “claro que o Partido Socialista é a única alternativa de governo para Madeira”. Continuou, como se fosse o prato de peixe, com Luís Montenegro a comparar "os 43,13% do resultado da coligação, os 41,37% que deram ao Doutor António Costa maioria absoluta". A caldeirada é prato de peixe, mas tão substancial que já dispensava prato principal.
Obviamente que não falta qualquer legitimidade eleitoral a Miguel Albuquerque para continuar à frente do governo regional. Legitimidade política e vergonha na cara é outra conversa!
E essa é conversa para continuar. A começar já no inevitável envolvimento do IL, do "menos Estado para tudo" na solução governativa que mais uso faz do " Estado para tudo" no nosso país!
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