Ideias falhadas
Percebeu-se o esforço de tentar fazer sair do Congresso do PSD a ideia de unidade do partido. Do partido como um todo e do partido à volta do novo líder.
Santana Lopes foi o pivot desse processo. Quase que apareceu no Congresso como se tivesse sido ele a ganhar as directas. Baralhou, partiu e deu. E, claro, ficou com as melhores cartas... Nesse aspecto foi um congresso "à antiga", e sabe-se como Santana Lopes gosta disso.
Mas não resultou. NInguém ficou com a ideia que o PSD tenha saído deste congresso unido e com uma liderança forte e duradoura. Antes pelo contrário. Ficou a ideia de um saco de gatos assanhados onde tudo vai valer. Luís Montenegro puxou logo ali da faca, e não a vai voltar a pousar na baínha. E Rui Rio, com a meteórica ascensão de Elina Fraga (confessem lá: quem é que sabia que a senhora era do PSD? Não pensavam todos que era do partido do Marinho Pinto, se é que ainda existe?) não cedeu ao populismo, como diz Marques Mendes, cedeu à vingança. Foi uma facada nas costas do Passismo!
Mas, se o Congresso não conseguiu sequer deixar a ideia de um partido pacificado (quanto mais unido), também a ideia de um partido regenerado por uma liderança asséptica morre na fotografia do novo líder ladeado, à direita, pela imagem do populismo justiceiro e, à esquerda, pela do oportunismo promíscuo. Com Elina Fraga de um lado e José Luís Arnaut do outro, a ética de Rui Rio não cabe na fotografia!