Enquanto os clãs Trump e Netanyhau, de costas voltadas para todo o mundo, celebravam o selo americano que carimba Jerusalém como "capital una e indivisível do Estado de Israel", ali ao lado, à frente do mundo todo, o exército israelita respondia com snipers e bombas às fisgas e às pedras dos palestianos em protesto, matando e ferindo a eito. Perto de 60 mortos e mais de 1200 feridos!
Ao contrário da cena bíblica, aqui o Golias ganha sempre. Ao David só resta a agonia e o sofrimento...
Portou-se bem a diplomacia europeia. E a portuguesa. Já o mesmo se não pode exactamente dizer da comunicação social, onde se ouviram coisas inacreditáveis. Na TVI 24, no jornal da meia-noite, uma peça referia-se mesmo a "confrontos" entre "terorristas palestinianos" e o exército israelita...
Imunidade diplomática não significa impunidade. Diplomática ou qualquer outra.
A imunidade diplomática é um instrumento indispensável nas relações internacionais ao nível das respectivas representações. Não pode ser um instrumento de impunidade de quem quer que seja. Por isso o Estado português não pode, sob nenhum pretexto, deixar passar em claro a absurda e selvática agressão de Ponte de Sor.
A investigação tem de ser feita rapidamente e sem quaisquer condições que não as que determinam o apuramento da verdade. A embaixada iraquiana lançou já uma campanha de reversão dos factos. Mal amanhada, com duas peças: um comunicado oficial, em árabe, e uma entrevista dos suspeitos, á SIC, sem pés nem cabeça. Mas a deixar entender que lançou mão de todos os meios de que dispõe para uma defesa na esfera oficial.
O anterior embaixador declarou-se de imediato envergonhado. E os responsáveis pela política externa iraquiana já chamaram o actual embaixador e pai dos supostos bárbaros agressores. Da atitude do governo português ainda não se sabe grande coisa. Mas se calhar também não se deve, por agora, saber muito mais...
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