Na entrevista de há pouco do primeiro ministro a António José Teixeira, na RTP, António Costa recuperou a forma. Não me refiro à forma física, nem sequer a política, onde são conhecidas as suas aptidões. Ou habilidades.
Recuperou na forma - a única que poderia recuperar, já que a substância nunca foi o seu forte - que também tinha perdido. Na realidade não disse nada de novo. Não esclareceu, e muito menos limpou, uma, que fosse, das múltiplas trapalhadas do governo. Não apontou para a saída de um, que fosse, dos becos em que estamos metidos. Mas foi António Costa, quando se duvidava que ainda o conseguisse ser.
Mas também, com tudo o que lhe aconteceu nestes últimos dois meses, só faltava que quisesse continuar a ser Luís XIV!
O primeiro-ministro foi á RTP para ser entrevistado por dois jornalistas - o António José Teixeira e o André Macedo - que, pelos vistos, integram agora a estação pública. Se não for assim, não se percebe.
A entrevista correu-lhe bem, pareceu-me. É, como se sabe, suficientemente tarimbado para que não lhe corresse bem. E também já não há por aí jornalistas suficientemente capazes para o atrapalhar... E deve ter abandonado os estúdios satisfeito, convencido que tudo tinha corrido bem.
O que não lhe deve ter passado pela cabeça é que a RTP da Ana Lourenço (ok. Eu mudo: a Ana Lourenço da RTP) chamaria a brigada "pafista" do Observador, ainda com um reforço cedido pelo Dr Balsemão, para durante uma hora lhe darem cabo da entrevista. Escolhidos a dedo: José Manuel Fernandes, Helena Garrido, David Dinis e João Garcia!
Não gostei da entrevista do primeiro-ministro e, francamente, não gostei do entrevistador. Não trouxe nada de novo, e creio que o João Adelino Faria ficou muito aquém do que, no momento actual, se exigia. Talvez por a entrevista ter sido agendada – e pensada – antes dos últimos acontecimentos…
Não me interessa muito que o primeiro-ministro tenha confirmado a participação do governo na resolução do BES, desmentindo a ministra das finanças. Nem que recupere o tema do enriquecimento ilícito, o que acho muito bem. Mas acharia ainda melhor que a maioria aproveitasse para, desta vez, tratar seriamente do assunto evitando introduzir-lhe, propositadamente ou não, inconstitucionalidades e impraticabilidades.
Também não me interessa muito que tenha enviado o recado para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ao BES. A conclusão que pediu à CPI já estava encomendada, já se sabia que não havia qualquer falha de supervisão do Banco de Portugal. E que a resolução era a única solução possível, na linha do guião da inevitabilidade que o governo apregoa.
Mas já me interessa, e preocupa, que Passos Coelho, na sua velha retórica de colocar o público contra o privado, ache que a corrupção é própria e exclusiva do que é público. E que por isso não há corrupção no que aconteceu no BPN, no BPP ou no BES… E por isso criar a confusão entre intervenção do Estado e a corrupção. E achar que evitar a destruição da PT seria criar condições para a corrupção… Coisa com que a política dos vistos gold não tem nada a ver...
Não me interessa, nem me preocupa, que Passos Coelho ache que o país lhe deve gratidão, e que não pode ser ingrato nas próximas eleições. Mas já me interessa e preocupa que queira que os portugueses julguem que tudo está resolvido, quando continuam sem emprego, sem os salários e as pensões que lhe tiraram, pobres, e afogados em impostos e em dívidas. Sem que isso tenha resolvido coisa nenhuma…
Não gostei da entrevista do primeiro-ministro e, francamente, não gostei do entrevistador. Não trouxe nada de novo, e creio que o João Adelino Faria ficou muito aquém do que, no momento actual, se exigia. Talvez por a entrevista ter sido agendada – e pensada – antes dos últimos acontecimentos…
Não me interessa muito que o primeiro-ministro tenha confirmado a participação do governo na resolução do BES, desmentindo a ministra das finanças. Nem que recupere o tema do enriquecimento ilícito, o que acho muito bem. Mas acharia ainda melhor que a maioria aproveitasse para, desta vez, tratar seriamente do assunto evitando introduzir-lhe, propositadamente ou não, inconstitucionalidades e impraticabilidades.
Também não me interessa muito que tenha enviado o recado para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ao BES. A conclusão que pediu à CPI já estava encomendada, já se sabia que não havia qualquer falha de supervisão do Banco de Portugal. E que a resolução era a única solução possível, na linha do guião da inevitabilidade que o governo apregoa.
Mas já me interessa, e preocupa, que Passos Coelho, na sua velha retórica de colocar o público contra o privado, ache que a corrupção é própria e exclusiva do que é público. E que por isso não há corrupção no que aconteceu no BPN, no BPP ou no BES… E por isso criar a confusão entre intervenção do Estado e a corrupção. E achar que evitar a destruição da PT seria criar condições para a corrupção… Coisa com que a política dos vistos gold não tem nada a ver...
Não me interessa, nem me preocupa, que Passos Coelho ache que o país lhe deve gratidão, e que não pode ser ingrato nas próximas eleições. Mas já me interessa e preocupa que queira que os portugueses julguem que tudo está resolvido, quando continuam sem emprego, sem os salários e as pensões que lhe tiraram, sem património que lhes valha, e afogados em impostos e em dívidas. Sem que isso tenha resolvido coisa nenhuma…
Não gostei da entrevista do primeiro-ministro e, francamente, não gostei do entrevistador. Não trouxe nada de novo, e creio que o João Adelino Faria ficou muito aquém do que, no momento actual, se exigia. Talvez por a entrevista ter sido agendada – e pensada – antes dos últimos acontecimentos…
Não me interessa muito que o primeiro-ministro tenha confirmado a participação do governo na resolução do BES, desmentindo a ministra das finanças. Nem que recupere o tema do enriquecimento ilícito, o que acho muito bem. Mas acharia ainda melhor que a maioria aproveitasse para, desta vez, tratar seriamente do assunto evitando introduzir-lhe, propositadamente ou não, inconstitucionalidades e impraticabilidades.
Também não me interessa muito que tenha enviado o recado para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ao BES. A conclusão que pediu à CPI já estava encomendada, já se sabia que não havia qualquer falha de supervisão do Banco de Portugal. E que a resolução era a única solução possível, na linha do guião da inevitabilidade que o governo apregoa.
Mas já me interessa, e preocupa, que Passos Coelho, na sua velha retórica de colocar o público contra o privado, ache que a corrupção é própria e exclusiva do que é público. E que por isso não há corrupção no que aconteceu no BPN, no BPP ou no BES… E por isso criar a confusão entre intervenção do Estado e a corrupção. E achar que evitar a destruição da PT é criar condições para a corrupção… Mas que já a política dos vistos gold não é palco privilegiado para a corrupção…
Não me interessa, nem me preocupa, que Passos Coelho ache que o país lhe deve gratidão, e que não pode ser ingrato nas próximas eleições. Mas já me interessa e preocupa que queira que os portugueses julguem que tudo está resolvido, quando continuam sem emprego, sem os salários e as pensões que lhe tiraram, e afogados em impostos. Sem que isso tenha resolvido coisa nenhuma…
Afinal a refundação do Estado vai fazer-se pelo lado da Educação. É que a Constituição não diz que é tendencialmente gratuita….
Um manhoso, este primeiro-ministro!
Despromover Paulo Portas na hierarquia do governo é que não é novidade. Nem manha, é assim mesmo... E ele merece a desconsideração, disso não há dúvida. Chega sempre o dia em que um tipo é apanhado de calças na mão. Para Paulo Portas começam a ser muitos... Já é quase todos os dias!
Acredito que Pedro Passos Coelho tenha gostado de se ver na televisão. Com o grau de inconsciência de que voltou a dar prova, é bem possível que esteja satisfeito com a sua prestação e convencido de se safou bem.
Se assim for, também aí está errado!
É certo que a tarefa era bem difícil. Depois do erro tremendo da TSU não era fácil minimizar danos: pela dimensão do próprio erro mas, fundamentalmente, porque era requerida uma inteligência política que claramente não está ao seu alcance.
A entrevista apenas piorou os cenários que já estavam traçados. E confirmou um primeiro-ministro sem ideias, sem preparação técnica e política para a função, que lança medidas sopradas por advisers sem qualquer filtragem – técnica, política ou de simples bom senso – e sem percepção das respectivas consequências.
A tentativa de justificação da medida da TSU chegou a atingir o ridículo: Vítor Gaspar tinha lançado aquela ideia inacreditável de controlar uma conta na qual as empresas guardariam os valores da TSU retirados às famílias; pois, Passos Coelho juntou-lhe agora a repercussão nos preços. Como funcionaria isso? Através das entidades reguladoras - respondeu com convicção -, as mesmas que tem deixado à rédea solta nos combustíveis e na energia… Para rir, se não fosse dramático!
Não explicou, mas também não lhe perguntaram, por que é que ainda há poucas semanas, no Pontal, tudo corria bem. E passou para o discurso da ameaça: para o eterno ou eu ou o caos…
Sobre a privatização da RTP, depois de tudo o que tem feito correr, teve o desplante – não pode ser outra a expressão – de referir que está à espera das propostas dos advisers. Mau, francamente mau!
Mas a entrevista tem uma novidade: ou apanhou Paulo Portas ou abriu-lhe a porta com que ele vai bater!
Ah! Seguro também chamou as televisões à hora do telejornal, pouco antes da entrevista. Lamentável e também com o seu tesourinho deprimente: um imposto sobre as PPP!
A entrevista do primeiro-ministro foi formalmente certinha. Pedro Passos Coelho é um entrevistado sereno e tranquilo. Transmite um ar de seriedade e de sinceridade que, conjuntamente com a serenidade, a tranquilidade e mesmo alguma simpatia em doses Q B, o coloca nas antípodas do tom arrogante e conflituoso de Sócrates, que em vez de responder às perguntas do entrevistador debitava apenas um discurso formatado e repetitivo e, também por isso, digno de pouco (ou nenhum) crédito. Pese embora a utilização de uma linguagem tecnocrática, que não ajudou na entrevista, Passos Coelho passa bem em televisão, como se sabe!
Deixando de lado a forma e virando-me para a substância diria que não houve novidades. É certo que pareceu indicar uma mudança de discurso quanto ao papel do BCE, que nesta altura do campeonato nem aquece nem arrefece. E que disse que havia um plano para a saída do euro, que não sei se será realismo se sinal descrença. Mas não teve medo de o afirmar, o que me parece reforçar os créditos da seriedade da sua comunicação!
Claro que com este cenário nem sequer vale a pena enfatizar o facto de, enquanto declarava que o orçamento hoje aprovado era o mais difícil de sempre, adiantar que mais e mais gravosas medidas de austeridade estarão a caminho… Quer dizer, o inferno que nos espera é bem pior do que aquele que se espreita a partir do orçamento!
Também não se fala de economia. Nem das inadiáveis reformas estruturais. Mas que importa tudo isso se nem sabemos se daqui por duas semanas ainda existe euro! Assim é conversa fiada…
Acompanhe-nos
Pesquisar
Subscrever por e-mail
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.