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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

You too Bo(u)no(u)?

Marrocos x Espanha vão para os pênaltis; confira detalhes da Copa do Mundo - GettyImages

E aos oitavos a Espanha foi embora... empurrada por uma sensacional selecção de Marrocos.

Foi nos penáltis, mais uma vez, num escandaloso 3-0, depois do nulo dos 90 minutos regulamentares que os 30 de prolongamento não alterou.

Começando pelo fim, a Espanha não converteu nem um dos três penáltis que que teve em oportunidade. No primeiro, Sarábia - que entrara já no fim do jogo, com Luís Henrique a pensar nessa forma de desempate, e que, nos últimos segundos do prolongamento tivera um remate ao poste, na melhor oportunidade dos espanhóis em toda a partida - acertou no poste. Nos outros dois, Bounou, que é nome de guarda-redes que por pouco não é nome de músico, dançou. Dançou na baliza, e defendeu espectacularmente os pontapés de Soler e de Busquets.

Antes, para trás, ficou mais uma grande exibição da selecção de Marrocos. Que, sem mais que dois ou três jogadores muitos bons, é uma verdadeira equipa, praticamente intransponível. Basta ver que sofreu apenas um golo - entre três jogos de 90 minutos, mais um de 120, e ainda três penáltis - e, mesmo esse, não foi consentido aos adversários. Foi um auto-golo, verdadeiramente infeliz, no jogo com o Canadá.

Só a espaços, e mesmo esses curtos, a Espanha conseguiu impor o seu futebol de cerco ao adversário. Aquele futebol que, em vez de snipers,  ou de mísseis, liquida os adversários por exaustão. 

Os jogadores marroquinos não só resistiram e essa exaustão - mesmo que exaustos no final do jogo - como tiveram ainda engenho, arte e alma para criar as melhores oportunidades do jogo, uma das quais na imagem. A Espanha pode queixar-se daquele remate ao poste de Sarábia, nos últimos momentos do prolongamento. Mas pouco, em boa verdade. Sem qualquer ângulo para atingir a baliza, aquilo não foi uma oportunidade desperdiçada, foi mesmo o melhor que o jogador que passou o ano passado em Alvalade dali poderia ter tirado.

Era impensável, mas aconteceu. A Espanha voltou a falhar, e é, depois da Alemanha, mais um candidato a ficar prematuramente de fora deste Mundial.

 

"É o futebol"

A selecção nacional de futebol voltou a falhar. Voltava a bastar-lhe um empate, em casa. Mas voltou a perder!

Chegou a este último jogo de apuramento para a fase final da Liga das Nações com dois registos históricos - um favorável, e outro desfavorável. A favor, quando o empate bastava, a história de empates nos largos últimos anos com a Espanha. Contra, a história das derrotas, nas duas últimas vezes, nas mesmíssimas circunstâncias - com a França, para esta mesma competição; e com a Sérvia, na fase de apuramento para o mundial que aí vem.  

Repetiu-se o fado, sempre mais virado para o lado desgraçado da história.

De Fernando Santos, e de Cristiano Ronaldo, até porque já nem se sabe bem onde começa um e acaba o outro, nem vale a pena dizer nada. Sem condição física nem psicológica, sem treinos nem jogos, e à beira dos 38 anos, ambos entendem que pode jogar dois jogos inteirinhos em 3 dias. E fica tudo dito, até porque Fernando Santos diz que tudo "é futebol". Em Praga, Cristiano Ronaldo não jogara nada, mas ... "é o futebol". Hoje, falhou desastradamente três ou quatro oportunidades de golo. Que  "normalmente não falha", no dizer de Fernando Santos. E que também isso é "o futebol".

Fale-se então de Luís Henrique, o seleccionador espanhol. Que escalou uma equipa de segunda linha, retirando-lhe sete dos titulares no último jogo, no sábado, com a Suíça, para entreter o jogo. Que teria de ganhar, em Braga, para seguir para a final a quatro a disputar no próximo ano.

Manteve o jogo entretido e entretendo-se com a bola. Ao intervalo fez entrar Busquets, para o entreter melhor. E um quarto de hora depois lançou os putos maravilha que lá tinha sentadinhos no banco. Quatro, ao todo: os consagrados Pedri e Gavi, e os debutantes Yeremi Pino e Nico Williams. E todos com menos de 20 anos!

E foi o bom e o bonito. Acabaram com a brincadeira, passaram a asfixiar e, com requintes de malvadez, marcaram o golo a dois minutos dos 90.

E foi isto. E isto é que é futebol: enquanto o seleccionador espanhol substituía os piores pelos melhores para a estocada final, o de cá fazia exactamente o contrário. O resto é um equipamento horrível e mais uma braçadeira de capitão para o chão!

O nacionalista Miguel Vasconcelos

O incompreendido Miguel de Vasconcelos | Blog

 

A Espanha celebrou ontem o dia da Hispanidade, na data que assinala a chegada de Cristóvão Colombo à ilha de Guanani, no arquipélago das Bahamas, em 12 de Outubro de 1492. É o "10 de Junho" deles, mas mais à "dia da raça" do que a "dia de Camões de das comunidades".

Pelo menos assim o celebra o VOX. Que reclama a anexação de Portugal e um império com todas as antigas possessões ultramarinas espanholas e portuguesas, com capital em Madrid.

A anexação de Portugal nunca deixou de ser o sonho da direita fascista e franquista espanhola, pelo que não é esta celebração do VOX que surpreende. Até porque nem é a primeira vez que o faz. Nem será a última. Ia dizer que o que surpreende é a vassalagem que o André Ventura lá foi prestar no passado fim de semana. Mas também não, não surpreende nada nem ninguém. Também não foi a primeira vez. Até nas questões mais básicas Ventura é tudo e exactamente o seu contrário.

Nacionalista, patriota e Miguel Vasconcelos, tudo na mesma personagem. Como um fantoche.

 

 

"La roja" mecânica

Imagem

 

La roja - mecânica - voltou, e está aí para iniciar um novo ciclo de domínio no futebol europeu e mundial. Para já, está na final da Liga das Nações, despois de um festival de futebol no Giuseppe Meazza, onde vingou a eliminação nas meias-finais do último Europeu, e impôs a primeira derrota à Itália em 37 jogos, e em três anos, e a primeira deste século em jogos em casa. E, já agora, a primeira em quase 100 anos naquele mítico San Siro, de Milão.

Um festival de futebol, este dos fantásticos miúdos espanhóis, a que os graúdos italianos, os campeões europeus, responderam com outro. De pancadaria. 

O resultado - vitória espanhola por 2-1 - é apenas mais uma das mentiras em que o futebol é fértil.

 

 

Euro 2020 - Itália, pois claro. Mas nem tanto assim...

Itália elimina Espanha nos penáltis e está na final do Euro2020. Morata foi de herói a vilão

 

A Itália vai estar na final de Wembley para discutir o título de campeão europeu, para encontrar a selecção que sucederá à portuguesa, que ainda assim é a segunda selecção que durante mais tempo foi detentora do título. Mais uma ano que qualquer outro campeão. Para fazer melhor, a Espanha teve de ganhar dois europeus consecutivos; a Portugal bastou-lhe que este Euro 2020 se realizasse em ... 2021.
 
Pelo que Espanha e Itália fizeram na competição, e mais ainda se contarmos com a fase de qualificação, os transalpinos merecem estar na final. Por este jogo de hoje, talvez nem tanto. Hoje a Espanha foi melhor que a Itália durante mais tempo, qualquer que seja a perspectiva com que se olhe para o jogo.
 
Um jogo que começou de forma verdadeiramente sensacional, e a prometer mais do que acabou por dar. O início dos jogos, e especialmente destes, decisivos, normalmente as equipas adoptam uma estratégia expectante, assim a modos de quem está à espera de ver o que aquilo dá. Os entendidos chamam-lhe mesmo "período de estudo mútuo". 
 
Hoje não houve nada disso. Não havia nada para estudar, tinham feitos os trabalhos de casa. Pareceu que mais por culpa dos italianos, que entraram no jogo a todo o gás, como que a dizer que vinham convencidos que eram os melhores, e que tinham os galões de melhor equipa do torneio para puxar. Pressão alta, e a tratar dos espaços como sabem fazer como poucos.
 
Os espanhóis não pareceram muito surpreendidos com o feito - lá está, trabalho de casa! - e muito menos atemorizados. Pelo contrário, puxaram do seu futebol, o tal de que já aqui falamos, de "muita parra e pouca uva" . E fizeram muito bem, porque esse futebol desta vez tinha muito para lhe dar. Desde logo, e não era o menos, era mesmo decisivo, tirava a bola aos italianos. E sem bola, nem os italianos jogam, por muito que bem saibam jogar sem ela.
 
E foi isto toda a primeira parte, o que não quer dizer que tenha sido desinteressante. Não foi, mesmo que também não tenha dado para cumprir as promessas dos minutos iniciais. E ia sendo assim pelo tempo fora, sempre a deixar no ar que os espanhóis não tiravam uvas debaixo daquela parra, e que os italianos haveriam de encontrar ali maneira de chegarem eles às uvas. Ou através de um contra-ataque ou, sabe-se lá se não lhes passou pela cabeça, através de um bónus de Unai Simón, que é um mais vezes um susto que um guarda-redes. Se passou, não estavam de todo enganados. A sua parte não ficou por fazer.
 
Quando, chegada a hora de jogo, Chiesa marcou mais um grande golo deste campeonato europeu, pensou-se que .. já estava. O inevitável não se pode evitar. É assim por definição!
 
O golo confirmou todas as expectativas. Até na forma como foi construído - Donaruma recebe a bola de um ataque espanhol, coloca-a rapidamente a rolar aos pés de Chielini ali à saída da área, um passe longo seguido de um segundo, e bola em Chiesa, para uma execução daquelas de que se fazem os grandes golos.
 
E os minutos que se seguiram foram de uma equipa italiana em controlo absoluto do jogo. Foram 20 minutos, que somados aos primeiros sete ou oito, no arranque da partida, perfazem o tempo em que a Itália foi melhor que a Espanha neste jogo. Esses 20 minutos acabaram quando a selecção espanhola recuperou uma bola no meio campo italiano e "engatou" uma bela jogada de bola, concluída por Morata, acabado de entrar, numa tabelinha perfeita com Dani Olmo, um jogador que aqui há uns anos, num jogo para a Liga Europa entre o Dínamo de Zagreb e o Benfica, era ainda uma criança, deixou toda a gente impressionada. Mas parece que só os tipos do Leipzig é que repararam nele.
 
Faltavam 10 minutos para o fim do jogo, e a Espanha voltou a estar melhor. E melhor continuou na primeira parte do prolongamento, não tanto na segunda, quando toda a gente passou a pensar nos penaltis. Que os espanhóis estavam fartos de treinar na competição. Mas sem grandes resultados, mesmo que tivesse sido assim que tinham eliminados a Suíça. 
 
De resto nem foi muito diferente o que se passou desta vez. Só que ao contrário. Também a Itália desperdiçou o primeiro, com defesa de Unai Simón. E a Espanha marcou o seu primeiro, e passou para a frente. O pior veio depois, com os dois da tabelinha do golo a desperdiçarem sucessivamente, deixando ao italo-brasileiro Jorginho a ocasião de arrumar o assunto. Superiormente, com uma classe tremenda!

Euro 2020 - O relógio suíço espanhol

Espanha sofre mas põe um ponto final no sonho suíço nas grandes penalidades

 

Em S. Petresburgo Espanha e Suíça abriram os jogos dos quartos de final. Depois da surpreendente eliminação da França, e apesar disso, a Suíça não parecia ter grandes possibilidades de impedir a presença da Espanha nas meias-finais. E no entanto esteve tão perto disso…
 
Os espanhóis apresentaram-se com o seu futebol habitual, certinho, a fazerem tudo bem feito. E cedo chegaram ao golo, que tem sido sempre a sua maior dificuldade. E ainda por cima com sorte, a bola rematada por Jordi Alba não entraria na baliza se não tivesse para lá sido encaminhada pelo defesa suíço, Denis Zakaria, a fazer o décimo auto-golo deste Europeu. Um recorde!
 
Tomaram conta do jogo, com o seu futebol tipo relógio … suíço. Os suíços não tinham relógio, nem bola, que era o que mais lhe importaria. Corriam atrás dela e dos jogadores espanhóis, que não a largavam.
 
Mas também não voltariam a marcar, nem sequer a criar grandes situações para isso. É que este relógio suíço em que se transformou o futebol desta Espanha de Luís Henrique, é mesmo isso. Certinho, sempre no mesmo tic-tac - não confundir com tiki taka, que isso era outra coisa, que Xavi e Iniesta levaram quando se retiraram - monocórdico e inconsequente. Falta-lhe rasgo e velocidade. Principalmente mudanças de velocidade, coisas que partam a louça toda, que provoquem distúrbios na organização das equipas adversárias.
 
E assim é relativamente fácil aos adversários resistirem àquele futebol, e depois aproveitarem um erro qualquer - há sempre erros a acontecerem, mesmo que sejam poucos - para lhes trocarem as voltas ao resultado. Tem sido demasiado assim nesta competição, onde os espanhóis apenas ganharam um jogo no tempo regulamentar, e foi à Eslováquia.
 
Hoje voltou a ser assim, e uma hora depois de terem sofrido o golo que marcaram na própria baliza, os helvéticos empataram. Desta vez não foi o guarda-redes, foram os dois centrais: Laporte e Pau Torres foram ambos à mesma bola, um cortou-a contra o outro e ela sobrou para Shaquiri fazer o golo. 
 
Ia a segunda parte a meio, os espanhóis tinham ainda muito tempo para voltar a acertar o relógio do resultado. Não seria muito difícil, e menos ainda porque poucos minutos depois, Freuler, o possante centro campista suíço, que era um dos que mais corria atrás da bola e dos espanhóis, foi expulso. Nem assim, com um a menos, as coisas passaram a ser mais difíceis para os suíços. Porque a roja jogava exactamente da mesma forma certinha, rodando o jogo, circulando a bola, mas sempre ao mesmo ritmo, à mesma velocidade. 
 
Os jogadores da Suíça não saíam da sua área, nem precisavam. Bastava-lhes esperar lá pela bola, e voltar a entregá-la para voltar a esperar por ela. E assim sucessivamente. Durante os vinte minutos finais da partida e os mais os trinta e tal do prolongamento. Quando assim não era, lá estava Sommer, certamente um dos melhores guarda-redes deste Europeu. 
 
E lá vieram os penaltis, com tudo para correr mal à Espanha. Tinha falhado todos - e já tinham sido muitos - os que tivera para marcar. E do outro lado estava um guarda-redes super inspirado e moralizado pela excelente exibição que acabara de fazer. E jogadores que tinham eliminado a França dessa maneira, convertendo cinco em cinco.
 
Para que a tempestade fosse perfeita, chamado a marcar o primeiro penalti, Busquets falhou, atirou ao poste. E Granavovic. logo a seguir, marcou o primeiro da Suíça. Só que foi o único a acetar nas redes. Até deu para Rodri voltar a falhar, e a Espanha apurar-se convertendo apenas três pontapés!
 
E a verdade é que a Espanha chega às meias-finais sem convencer ninguém. Mas lá está, e o importante é lá estar. Sem lá chegar não se chega a lado nenhum!

Euro 2020 -Emoção, golos e "adieu": o futebol é isto!

Campeã do mundo eliminada: Suíça afasta França nos penáltis em (mais um) hino ao futebol no Euro2020

O terceiro dia dos oitavos foi memorável, com dois grandes jogos. Com tudo o que de melhor há a esperar de um espectáculo de futebol. Com muitos golos, que é aquilo que sempre mais se espera de um grande jogo, com reviravoltas no marcador, e muitas surpresas. A maior, claro, a eliminação do campeão do mundo, a super-favorita França..

A jornada começou em Copenhaga, no Parken Stadium, com um emocionante Croácia - Espanha com oito golos. A história deste jogo começa aos 20 minutos, quando o miúdo Pedri, aos 18 anos um craque da cabeça aos pés, atrasou a bola para o seu guarda-redes que ... deixou-a passar por baixo do pé para dentro da baliza.

Foi o primeiro grão de areia na engrenagem da máquina do futebol espanhol, uma máquina muito nova, pela primeira vez sem uma peça do Real Madrid, mas que não engana. É fiável, como já são as máquinas espanholas. Talvez pela juventude, a equipa ressentiu-se, e andou um bocadinho por ali atrapalhada. Demorou 20 minutos a chegar ao empate, por Sarabia, com que terminou a primeira parte.

Cedo, ainda antes de se esgotar o primeiro quarto de hora da segunda parte, passou para a frente, com um belo golo de Azpilicueta. Em desvantagem, os croatas vestiram de espanhóis e, armados da fúria espanhola, passaram a discutir o jogo e o resultado palmo a palmo. Estavam por cima do jogo quando, já dentro do último quarto de hora, Ferran Torres fez o terceiro da Espanha.

Um rude golpe, uma machadada, nas aspirações croatas? Qual quê. Nem pensar!

Menos de dez minutos depois reduziram, num golo de Orisic em que a bola se fartou de ser pontapeada até entrar. E entrou mesmo, disse a tecnologia de baliza, porque a olho nu não ficava fácil de ver. Faltavam 5 minutos para os 90, e o seleccionador croata meteu o que tinha e o que não tinha dentro da área dos espanhóis, impedindo-os de se espraiarem pelo campo, e de "matarem" as suas jogadas à nascença. E ao segundo minuto dos 4 ou 5 da compensação, empataram o jogo com um golo de Pasalic (só nomes desconhecidos), e mandaram-no para prolongamento.

Era já uma surpresa, e não apenas uma meia surpresa. O prolongamento permitiu à maquina espanhola retomar, se não o seu normal funcionamento, pelo menos a sua matriz operacional. E ainda na primeira parte do prolongamento, em três minutos fizeram dois golos - aos 100, Morata (finalmente; e que execução!) e aos 103, Oyarzabal, fecharam o resultado de um jogo louco. 

E lá está a Espanha, à espera da ... Suíça!

Que noutro jogo fantástico, em Bucareste, com o mesmo resultado - e até com a mesma evolução do marcador - no final dos 90 minutos, e certamente na surpresa maior deste Europeu, eliminou a França.

A Suíça começou bem cedo a surpreender, ao impor-se à super-favorita selecção francesa. Chegou ao golo, por Sefevorivic, numa excelente execução de cabeça, aos 15 minutos, e nunca se deixou inferiorizar no jogo. Ao intervalo vencia, justamente.

Nos 10 minutos iniciais da segunda parte o jogo manteve as mesmas características, não obstante as alterações que Deschamps introduziu na equipa. Sem lateais esquerdos, com Hernandez e Digne lesionados, tinha optado, sem sucesso, pela moda dos três centrais, e na segunda parte achou por bem regressar à defesa a quatro, recuando Rabiot e fazendo entrar Coman. 

A melhor oportunidade de golo tinha já pertencido aos helvéticos quando, precisamente aos 10 minutos, Pavard faz penalti. Rodriguez marcou fraco e permitiu a defesa a Lloris, e o que poderia ter sido o 2-0 da machadada final nos campeões do mundo, acabou por virar o jogo. Empolgou os franceses e destruiu a moral e a organização dos suíços. Nos 3 minutos seguintes a França criou a sua melhor oportunidade de golo (Mbappé) e marcoiu dois golos por Benzema.

Estava dada a volta ao marcador, a equipa suíça estava destroçada, e pensava-se que só poderia acontecer o que era inevitável. Mais ainda quando precisamente à entrada do último quarto de hora Pogba fez um dos melhores golos deste Europeu.

Nada disso. A Suíça renasceu das cinzas e, a menos de 10 minutos dos 90, Seferovic voltou a marcar mais um belo golo, de cabeça. Para aos 90, Gavranovic empatar o jogo.

Para que a emoção fosse ainda maior, na compensação Coman atirou à trave, o prolongamento não deu em nada e vieram os penaltis. Ninguém falhou até ao último penalti. O décimo, que Mbappé - veja-se bem - não concretizou, permitindo a defesa de Sommer.

O futebol é isto. Não é aquilo

Euro 2020 - Grupo E, de Espanha

A Espanha venceu esta quarta-feira

E do grupo E veio a última ajuda à selecção portuguesa, pouco antes de iniciar o seu jogo com a França ... A Espanha, que tanta dificuldade tinha em marcar golos, despachou a Eslováquia com a maior goleada da competição, e a Suécia, ganhando, impediu a Polónia de Paulo Sousa de sair do último lugar.
 
Não há fome que não dê em fartura, mas as coisas chegaram a estar feias para a Espanha, em Sevilha. Falhou mais um penalti, com Morata a permitir a defesa de Dubravka, e não havia meios de a bola entrar. Passava já da meia-hora de jogo quando tudo se precipitou: um defesa eslovaco, ao sair com a bola entregou-a a Sarabia que rematou de imediato. A bola foi à trave e subiu na vertical. Ao descer, sem que nada o fizesse prever, Dubravka, o melhor guarda-redes do Europeu até àquele momento, deu-lhe uma palmada para dentro da baliza.
 
Foi assim que se desbloqueou um jogo que estava a ser complicado, onde só a vitória permitiria o apuramento da Espanha, em último lugar no grupo. No período de compensação da primeira parte, na última jogada, chegaria o segundo, pela cabeça do defesa Lapporte, o primeiro do francês cooptado pela selecção espanhola. E finalmente a Espanha descansou.
 
E acalmou definitivamente dez minutos depois do reinício, com o terceiro, de Sarabia. Depois tudo passou a correr bem - Ferran Torres entrou (para o lugar de Morata, que saiu entre assobios e aplausos) e na primeira vez que tocou na bola - e que toque! - fez o quarto. Nem precisou de marcar o quinto, Kucka, o defesa eslovaco, encarregou-se disso, passando a Eslováquia a dividir com Portugal o recorde deste europeu de dois auto-golos num jogo. 
 
Ah! E Busquets foi o homem do jogo. E nós, que nunca percebemos bem o que se passou com Cancelo, perguntamos: qual foi a pressa? Qual foi a pressa de o mandar para casa?
 
Em S. Petersburgo a Suécia ganhou à Polónia, por 3-2. Os suecos, que tinham apenas um golo marcado, mas eram a única selecção do grupo com o apuramento garantido, marcou logo no arranque da partida, acrescentando tranquilidade à tranquilidade que já tinha.  À beira do fim do primeiro quarto de hora da segunda parte chegou ao 2--0. No minuto seguinte Lewandowsky reduziu, e a seis dos 90 empatou, virando o jogo do avesso.
 
Quando parecia que poderia ainda ganhar o jogo, e apurar-se, ultrapassando a própria Suécia, aconteceu precisamente o contrário. E, surpreendentemente, os suecos ganharam o grupo!

Princípios e fins

Juan Carlos I foge de Espanha e já está exilado em Cascais - NiT

 

Aconteceu no fim-de-semana, apenas ao fim do dia de ontem foi conhecido, e é hoje notícia do dia. Juan Carlos, o ainda rei emérito de Espanha, partiu para o exílio. Saiu do país pela porta pequena. Não, não tem a ver por onde saiu - pelos vistos pela Galiza, com passagem pelo Porto - mas pela forma como saiu. Com o rabinho entre as pernas...

A imprensa hoje entretém-se a adivinhar o seu destino. Não se percebe onde esteja o interesse, mas é assim. Há gente para quem é mais importante saber o destino que a origem. E não é por qualquer razão filosófica que possa defender que o que importa é onde se chega, não de onde se parte. Também não tem a ver com os fins a justificar os meios, porque aqui só há princípios e fins.  

Na circunstância concreta do monarca, bons princípios a que faltaram princípios para bons fins. A princípio correu bem. Subiu ao trono na agonia do franquismo, assegurou a transição para a democracia e assegurou a impossível unidade nacional espanhola. Depois é que veio o diabo. Vestido de mulher, como tanta vez. E começou a faltar-lhe em princípios o que passou a sobrar-lhe em caça grossa...

Não importa para onde seguiu. Até porque reinará para onde quer que vá. E, como já há cinco séculos dizia John Milton, reinavam por cá os Felipes, é melhor reinar no inferno do que servir no céu!

 

 

 

O vizinho de porta aberta

Em Elvas com Badajoz à vista: Portugal e Espanha reabrem ...

 

A reabertura das fronteiras com os nossos vizinhos juntou as duas maiores figuras dos dois Estados, como documenta a fotografia. 

Não se percebe para que apontam o primeiro-ministro português e o rei espanhol. Noutra altura poderia dizer-se que estavam a marcar território e fronteiras. Ou a apontar para Olivença. Não se percebe quem apontou primeiro, nem se se afinam ou desafinam na ponta do dedo. Pode perceber-se que o chefe do governo espanhol e o chefe de Estado português não querem contrariar ninguém. Mas o que se percebe bem é que os espanhóis estão mais bem servidos de altura...

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