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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Acesso bloqueado

Sérgio Godinho - O Acesso Bloqueado - YouTube

 

Adivinhar o futuro
É muito duro, é muito duro ...

Adivinhar o passado
É mais seguro, é mais seguro ...

Agora adivinhar o presente
Mesmo se fosses vidente
Isso é que é mais complicado
Tem o acesso bloqueado

Estas são as palavras com que Sérgio Godinho fez a canção a que fui roubar este título, que espelham o que se está a passar na Europa, com o bloqueamento do eurogrupo. Primeiro, Alemanha, Áustria, Finlândia e Holanda, bloquearam qualquer forma de dívida conjunta para financiar o ataque à pandemia e à recessão por ela provocada. As eurobonds, ou coronabonds como agora lhe quiseram chamar para lhe dar novidade e cortar qualquer ligação com o passado recente da crise das dívidas soberanas, propostas por Espanha, França, Grécia, Itália e Portugal morreram aí. Por muito que Itália, mas também a França, continuem a insistir na ideia. 

Não havia alternativa, e o financiamento para esta encruzilhada em que nos encontramos teria de ser encontrado no chamado mecanismo europeu de estabilidade (MME), o mesmo que tinha sido utilizado para os chamados programas de ajustamento em Espanha, e na Grécia e Portugal,  com a troika. Apuraram-se os montantes e tudo parecia que parecesse avançar. Os montantes eram claramente insuficientes, mas poderia argumentar-se que era para as primeiras impressões. Depois haveria mais...

E o grande bicho de sete cabeças do MME estaria afastado.

Na Europa tudo tem nomes bonitos, e até a um bicho enorme e monstruoso com sete cabeças, se chama, com alguma ternura, condicionalidades. Ou outros nomes igualmente ternurentos como "condições económicas". Ninguém lhe chama austeridade brutal para pagar com língua de palmo esse financiamento.

Portugueses e gregos sabem bem o que é isso. E os italianos viram-no bem de perto.

Quando Centeno esfregava as mãos, e já pegava no copo para brindar, o senhor Wopke Hoekstra - mais um nome impronunciável, de mais um ministro das finanças holandês, porque só as moscas mudam - diz que não senhor. Quem recorrer ao MME tem de se sujeitar "às condições económicas". 

A Holanda - e não é porque o senhor Wopke Hoekstra assim o queira, é porque assim quer o Parlamento holandês, e porque assim querem os holandeses, que votam - não aceita sequer que qualquer país membro recorra a estes financiamentos sem ficar obrigado a um programa de intervenção que garanta o regresso a curto prazo ao cumprimento dos critérios do défice e da dívida. 

É cada vez mais claro que este problema, único e sem precedentes, não se resolve apenas com dívida, é também necessário imprimir dinheiro. Isto, a que estamos a assistir, é como alguém, numa emergência, ter que sair de Lisboa para chegar ao Porto impreterivelmente duas horas depois e ficar bloqueado ali em frente ao Ralis.

 

 

Dia de números

Capa Jornal de Negócios

 

Ontem foi dia de divulgação de resultados, tendências e previsões, com a publicação de Relatórios da Comissão Europeia, Boletim Económico do Banco de Portugal e dados do INE. 

A Comissão Europeia mantém as previsões de crescimento para a nossa economia nos 1,7%, mantendo as duas décimas abaixo dos 1.9% do governo, em qualquer dos casos acima do crescimento que prevê para a UE e para a Zona Euro, de 1,4% para este ano e 1,6% para o próximo.

Ou seja, a economia portuguesa vai, pelo quinto ano consecutivo, manter-se no caminho da convergência com a Europa. O que não impede a verdade trazida à estampa na capa do Jornal de Negócios: "Portugal está mais pobre face à Europa do que antes do Euro".

Mas também pelo quinto ano consecutivo, segundo o Boletim Económico do Banco de Portugal também ontem publicado, a  produtividade baixou no nosso país. No ano passado voltou a cair, baixando em 0,6% face ao ano anterior.

Segundo os dados ainda também ontem publicados pelo INE, quase 1,8 milhões de portugueses está em risco de pobreza. 17,3% da população vive com menos de 467 euros por mês, mesmo que desde 2014 estes números estejam a descer. Pelo quinto ano consecutivo, também.

Números são números. E diz-se geralmente que não mentem. E os números deste dia particularmente cheio deles dizem três coisas. 

A primeira já a conhecíamos de há muito. É que a adesão de Portugal ao Euro foi uma aventura. Poderia ter sido um desafio, um enorme desafio às nossas capacidades, como muitos de nós o vimos, mas acabou por ser uma apenas aventura que pagamos caro. Duas décadas depois são os números a dar razão aos poucos que sempre acharam que não tínhamos pedalada para o desafio, e aos mais -  bem mais - que se sustentavam em razões ideológicas. 

A segunda confirma que estamos cada vez mais longe de agarrar o desafio que se transformou nesta aventura. Sem moeda para desvalorizar para adquirir competitividade, e com a produtividade a cair em vez de aumentar, são os salários que continuarão a pagar a factura

E a terceira é que estas primeiras duas décadas do século se dividem em três partes: uma primeira, de uma década inteira perdida, em que toda a gente tratou da sua vidinha sem que ninguém ligasse nada ao país; uma segunda, na primeira metade da segunda década, a lamber umas feridas e a aprofundar outras, e a terceira e última nos últimos 5 anos. Sim, são os números que falam nos últimos cinco anos!

 

Mentira de 1º de Abril

 

 

Resultado de imagem para primeira página do expresso centeno sondado para substituir

Como já se sabia - só o Presidente Marcelo é que não sabia, mas isso é lá com ele... - Mário Centeno foi eleito por ... - não; isso de  votos é que não se sabe - não interessa quantos votos, à segunda volta, presidente do eurogrupo. Mas que já se sabia, sabia. E não é por aqui termos dado previamente conta, ontem de manhã; nem pelo lapsus linguae do outrora irascível mas agora simpático Sr Dijsselbloem (ainda bem que vamos poder deixar de escrever este nome, espero...), quando à hora de almoço disse que sairia no dia 12 de Janeiro e que o Mário Centeno entraria a 13. De nada lhe valeu pedir para não o citarem...

Claro que hoje estamos todos contentes porque é prestigiante para ele próprio (e nós somos mauzinhos uns para os outros, mas gostamos que haja portugueses a mostrar aos outros "como é que é") e para o país e, se calhar e acima de tudo, porque é uma tareia do caraças naquela malta que, depois de nos esmifrar até à humilhação, passou a profeta do diabo que, por tabela, também mete o rabinho entre as pernas. Mas sabemos bem que quem manda nisto tudo é a Srª Merkel e o Sr Macron. E também sabemos bem quem manda neles, mas isso, agora, não vem para o caso.

Por isso é que, a partir do momento em que se soube que aqueles dois "se tinham deixado conquistar", se sabia que nada mais havia para decidir. Isto até o Marques Mendes (obrigado pelo título!) sabia, veja-se bem o artista em que Marcelo se transformou... Agora fala-se num enorme trabalho diplomático e numa esgotante correria de António Costa, em Abidjan, à volta de Merkel mas, na realidade, quem manda no euro dificilmente encontraria melhor que Centeno. E, melhor que o actual ministro das finanças do governo de Portugal, não encontraria de todo. Nisso tem Marcelo razão, mesmo que não fosse nisso que estivesse a pensar naquela recomendação mal amanhada (que Centeno não esquecesse que primeiro tinha sido ministro das finanças de Portugal) com cheiro a azia.

Esta primeira página do Expresso de 1 Abril, onde Marques Mendes mais uma vez se estampou, há oito meses já era clara: Centeno era sondado, era sujeito passivo. Os elogios de Schauble - veja-se bem as voltas que estas coisas dão -, chamando-lhe Cristiano Ronaldo do ecofin, não queriam evidentemente dizer outra coisa.

Porque agora é que Portugal serve realmente de bom aluno. Fez sempre bem tudo o que lhe mandaram fazer: fez bem quando fez ainda mais do que lhe mandaram, e fez ainda melhor quando passou a fazer diferente. E ter à frente do eurogrupo o ministro das finanças do governo português que fez diferente, é garantir os limites da diferença. É assegurar, por exemplo, que as absurdas ideias sobre a reestruturação da dívida nunca passarão disso. De absurdas!

Ou antes pelo contrário...

Por Eduardo Louro

 

  

Deixei ontem aqui a ideia que, ao contrário do que muita gente pensa, o processo em curso que opõe a Grécia à ortodoxia alemã – as coisas são cada vez mais assim, não é a Europa que está de um lado e a Grécia do outro – não está bloqueado. Que, antes pelo contrário, está agora aberta a fase de negociação. E que, depois de reafirmadas as posições de cada uma das partes, se entrará num processo de cedências onde a semântica tratará de esbater muita da conflitualidade que hoje está á vista.

Não sei se será assim que as coisas se irão passar. Sei que é esse o meu desejo, e que seria assim que o bom senso mandaria. Mas também sei que, antes pelo contrário, o bom senso não abunda na Europa... E que os tratados pós Mastricht que a Alemanha impôs à volta do euro são irredutíveis, precisamente com o objectivo - antidemocrático, como todo o processo de construção do actual edifício europeu - de amarrar os governos á sua bíblia ideológica. Às escolhas que os cidadãos europeus façam pelo seu voto livre e democrático, sobrepõem-se sempre os compromissos impostos pelos tratados alemães, que os velhos centrões europeus correram a subscrever sempre à revelia do mandato popular, fugindo dos referendos como diabo da cruz. Não deixa de ser insólito que uma união que tinha justamente a democracia como condição sine qua non de acesso, tenha acabado na sua sistemática negação.

E, francamente, também sei que a falta de bom senso é ainda agravada pela falta de estatura e de visão política dessa gente que manda na Europa. Que é gente bem capaz de a deixar cair no abismo que está aí, mesmo à frente dos olhos…

 

 

As taxas de juro batem no fundo. E o resto também!

Por Eduardo Louro

 

 

O BCE decidiu, não diria baixar ainda mais as taxas de juro, que já estavam nos incríveis 0,15%, mas acabar praticamente com os juros. Mário Draghi fixou a taxa de juro em 0,05% – zero, na prática –, decidiu ainda cobrar sobre depósitos dos bancos centrais e avisa que não vai parar nos estímulos ao investimento.

O BCE, que tem existido para se preocupar com a inflação, só está preocupado com o investimento porque tem, agora, de preocupar-se com a deflação, que é bem pior. Que resulta da austeridade imposta pelo fundamentalismo europeu, que destruiu o consumo e o investimento. Que se deslocou para outras partes do mundo, especialmente para Ásia que entretanto começou a crescer e … a consumir.

A Europa precisa, e há muito, de incentivos à procura, e não à oferta. É, como toda a gente sabe, e os neo-liberais melhor deviam saber, a procura que motiva a oferta, e não o contrário. Estimular a oferta quando não há procura não faz simplesmente sentido. O Senhor Draghi sabe isso perfeitamente, e como sabe que tem que fazer qualquer coisa, faz o que pode. E isso, baixar as taxas de juro, ele pode. No lado da procura é que não!

Porque não tem instrumentos para isso e, mesmo que tivesse, a Senhora Merkel e o Senhor Schauble não o permitiriam. Repare-se como estes jihadistas da austeridade lhe puxaram publicamente as orelhas quando, na semana passada em Jackson Hole (EUA), ousou falar na necessidade de "impulso da procura agregada". Ou como reagem sempre que se fala na necessidade de subir os salários alemães…

A deflação está aí, e com ela nova e mais complicada recessão. O estranho é que aquele par alemão não perceba que, desta, nem a Alemanha escapará! 

 

Tiro no porta-aviões

Por Eduardo Louro

 

Quando parecia que a crise do euro estaria ultrapassada, e que a União Europeia já dourava a pílula dos países do sul – já nem a própria Grécia é problema – da Alemanha sai mais um tiro no porta-aviões.

O Tribunal Constitucional alemão (sim, eles também têm Tribunal Constitucional) admitiu que aquilo que pôs ordem nos mercados e segurou o euro – o programa ilimitado de compra de dívida pelo BCE, que nem sequer foi preciso utilizar, bastou ser enunciado – poderá não estar em conformidade com os tratados europeus. Para já, remeteu o assunto para o Tribunal de Justiça da União Europeia, mas sem se esquecer de deixar claro que não aceita essa actuação do BCE. Que a acha ilegal e que excede mesmo o seu mandato…

Quer dizer, que viola a Constituição alemã!

Será que assim o euro sobrevive?

EURO: DEZ ANOS

Por Eduardo Louro 

 

Há 10 anos corríamos para as ATM para levantar as primeiras notas do euro e sentíamos nas mãos as primeiras moedas de euros e cêntimos. Fazíamos contas, encontrando cada um a melhor fórmula de os converter em escudos e contos.

Depressa deixamos de as fazer, até para que nos não apercebêssemos de como, num ápice, tudo ficara mais caro. Para não nos apercebermos que, por exemplo, a bica que levamos à boca várias vezes por dia passara, de repente, para o dobro do preço…Tudo ficara mais caro mas, em contrapartida, o crédito era mais fácil e mais barato e não dava para perceber como os velhos escudos tinham encolhido. E assim fomos vivendo estes dez anos!

Logo nesse dia 2 de Janeiro tive, por razões profissionais, de partir para Itália. A ausência de fronteiras tinha-me já permitido aquela agradável sensação da liberdade de movimentos mas, não ter de trocar dinheiro, abrir a carteira e não ter que estar a escolher as notas previamente separadas ou andar à procura das moedas certas, dava-me pela primeira vez a verdadeira ideia de cidadão europeu. Isso mesmo: a moeda é um instrumento de soberania mas também é algo que nos une, se calhar mesmo o maior factor de identificação comum a seguir à língua.

Dei conta naquela altura de um sentimento que ultrapassava largamente a simples comodidade que aquelas notas e moedas representavam para a minha mobilidade. Senti que aquelas notas e moedas representavam algo mais, que eram mais que uma moeda comum. Que eram qualquer coisa que nos aproximava, qualquer coisa que nos unia e que nos acrescentava identidade. Lembro-me como trocámos moedas – que, ao contrário das notas, continham elementos de diferenciação nacional – como se quiséssemos, na diferença, aprofundar a nossa identidade comum, convencidos que estávamos que aquele era um passo decisivo na construção de uma grande casa comum, fraterna, solidária e de progresso.

Hoje, dez anos depois, já não somos apenas nós – portugueses e italianos – a perceber como essas expectativas foram frustradas. Hoje é já toda a Europa que percebe que não cabemos todos nessa casa. Que é uma casa a que faltam condições básicas de sobrevivência, donde uns empurram outros até que fique vazia. Se vá degradando até que fique em ruínas, sem pedra sobre pedra…

Hoje percebemos que a construção era tão frágil que nem dez anos aguentou. Uma construção de pato bravo, sem garantia! E que não há grande vontade de lançar mão de apressadas obras de recuperação que lhe possam valer…

VAMOS SAIR DO EURO?

Por Eduardo Louro 

 

Vamos sair do euro?

Estamos a acordar – uns mais ressacados que outros – da noite que dedicamos à chegada deste que nos irá responder a esta pergunta, que nos assalta de há largos meses a esta parte!

Claro que traz mais respostas, mas é esta que lhe dá importância. Até pode ser que, à boa maneira de quem sabe como gerir o alinhamento do espectáculo, a guarde para o fim. Mas, como em muitos espectáculos, o público pode levar a profundas alterações de alinhamento…

Também traz no bolso a imposição (final?) do acordo ortográfico. Para já começa por impô-lo em tudo o que seja documento oficial. O Quinta Emenda não é nem tem nada de oficial. É resistente e não se entrega sem luta…

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