É por isto que o futebol tem um encanto único. É por isto que o futebol é paixão!
A Espanha chegara à final depois da sorte dos penaltis, depois de não ter conseguido superiorizar-se à nossa selecção nacional mas, mais que tudo isso, depois de parecer ter-se esquecido que os jogos se ganham com golos, e estes fazem-se de remates. Quando o seu famoso tiki-taka já enjoava e aborrecia, servindo apenas para defender, para ter a bola não para construir jogo, remates e golos mas apenas para que o adversário a não tivesse. Depois de garantido o apuramento no seu grupo – o que ditaria os finalistas de hoje – com mácula, com a mancha da arbitragem naquele jogo com a Croácia. A mancha que, como aqui se disse, não seria fácil de limpar!
A Itália chegava à final depois de uma vitória que, não sendo clara e expressiva nos números, fora categórica pela exibição. Sempre em crescendo, depois do jogo inaugural do seu grupo de apuramento, precisamente contra esta mesma Espanha, onde já mostrara não ser inferior. Uma equipa objectiva, constituída por grandes jogadores, com um Pirlo sublime e Balotelli a aparecer, como que a querer dizer que este seria um europeu onde haveria de deixar marca. Desde logo como principal marcador!
E de repente, como só no futebol acontece, tudo isto foi virado ao contrário. Quem parecia estar por baixo, renascia. E quem parecia estar por cima estava afinal lá bem em baixo!
E essa Espanha que enjoava de repente voltou a encantar e, sem piedade, goleou e humilhou esta Itália renovada e sedutora. Sem essa posse de bola pornográfica – pela primeira vez esteve em inferioridade nesse capítulo, 43% no final da primeira parte – a selecção espanhola goleou e criou inúmeras oportunidades de golo mas, acima de tudo isso, encantou os adeptos do bom futebol (também há dos outros). E obrigou a Itália a partir precisamente pelo seu ponto mais forte: a defesa. Estranhamente pela defesa, que tão bem se entendera no primeiro jogo com esta mesmíssima equipa, a do 4-6-0, sem ponta de lança e com Fabregas. Mas que não era a mesma defesa…
Prandelli tinha então apresentado três centrais, sistema que abandonou logo a seguir, para começar a construir o futebol sedutor com que chegaria aqui. Hoje não quis regressar à primeira fórmula, e estará provavelmente bem arrependido.
Mas não é apenas no atípico pormenor da posse de bola, na inimaginável superior posse de bola dos italianos, nem nos buracos abertos pela defesa italiana, que este jogo surpreendeu. Casillas teve muito mais trabalho que Buffon, que sofrendo quatro golos - e poderia ter sofrido alguns mais - fez apenas duas defesas em todo o jogo. A primeira no último minuto da primeira parte, muito fácil, num remate à figura de David Silva. E a segunda no último minuto do jogo, que nem se deveria chamar defesa, porque foi Sergio Ramos a entregar-lhe a bola quando, de calcanhar, tentou concluir uma excelente assistência de Torres. E, na primeira parte – que foi quando o jogo se resolveu, a segunda foi mero proforma, especialmente depois de Prandelli ter, muito cedo, esgotado as substituições e a equipa ter ficado reduzida a dez, com a lesão de Thiago Motta (apenas três minutos em campo) aos 60 minutos – as equipas remataram o mesmo número de vezes: oito! E no entanto a superioridade de la roja foi imensa…
Pirlo, que vinha sendo a estrela que brilhava mais alto, na azurri e no campeonato – e que provavelmente discutiria hoje com Iniesta o título de melhor jogador deste euro – hoje apenas teve oportunidade de se mostrar nas bolas paradas. E se confronto havia, perdeu-o para o catalão. Xavi, de quem se dizia que passara ao lado do torneio, cansado ou mesmo esgotado, ressurgiu hoje ao seu nível. E já não surpreende que, com o melhor Xavi, tenha aparecido a melhor Espanha. Como um cavalheiro que traz a senhora de braço dado, pela melhor passadeira: a da final!
A Espanha soube apresentar-se ao seu melhor nível neste desafio que a História lhe propunha. Tornou-se na primeira selecção a vencer por três grandes competições consecutivas: europeu – mundial - europeu. E igualou, com três títulos europeus, a Alemanha. Com um único golo sofrido - logo no primeiro jogo - e doze marcados. Só sofreu da Itália e só não marcou a Portugal. Notável!
Pedro Proença está em maré de sorte, ninguém tem dúvidas. Deixou um penalti por marcar, logo no início da senda parte, a favor da Espanha. Mas, com 4-0 ninguém se vai lembrar disso…
Fizemos aqui uma espécie de balanço da primeira fase deste Euro 2012, voltamos a fazê-lo quando o pano caiu sobre os quartos de final. Não há razão para que não o façamos sobre as meias-finais!
A esta competição, marcada por um certo paralelismo com a crise do euro – do outro, que afinal conta bem mais – e da Europa, chegaram em maioria os representantes dos PIIGS, todos representados nesta fase final deste Euro 2012. Na primeira fase caiu apenas um – a Irlanda -, coisa que se repetiu nos quartos de final, com a pobre Grécia a ser expulsa pela implacável Alemanha. Que se viu depois sozinha nas meias-finais rodeada de PIIGS por todos os lados, a reclamarem o protagonismo na bola que a economia e as finanças lhes negam no euro. E dispostos a vingar-se da Alemanha!
Portugal e Espanha, os vizinhos ibéricos em dificuldades, abriram a discussão pela presença na final, num jogo marcado pelo medo, como então aqui se caracterizou. Um medo que pareceu mais evidente na selecção espanhola, que abdicou do seu estilo de jogo habitual, recorrendo como nunca ao improvável jogo directo.
Normalmente, no futebol, quem abdica dos seus princípios de jogo, quem se descaracteriza em função do adversário, é penalizado. Esta é uma regra universal do futebol, sobejamente provada!
Não aconteceu isso desta vez porque os penaltis sorriram-lhe. E ninguém mais se lembrará que foi por essa unha negra que a Espanha chegou à final. Disse-se, e continua a dizer-se, que os espanhóis – que apenas se superiorizaram no prolongamento - ganharam porque tinham mais e melhores opções no banco. A que Del Bosque lançou mão com apurado sentido de oportunidade: no timing certo, as opções certas!
Sendo isto verdade, e tão mais evidente quanto Paulo Bento esteve no lado oposto, no timing – substituições muito tardias - e nas opções, com a entrada de Nelson Oliveira a ser completamente falhada e a de Varela, porque em substituição de Meireles, a esburacar o meio campo, a realidade é que a selecção nacional acabou por perder porque, antes de tudo isso acontecer, não conseguiu ganhar. Portugal podia e devia ter feito ganho o jogo nos 90 minutos. Não o tendo feito, não podia ter consentido que o domínio do jogo no prolongamento caísse para o lado dos espanhóis que, fisicamente mais desgastados, fizeram das fraquezas forças. E isto é do domínio mental. O factor mental pesou bem mais que o da qualidade do banco!
Porque falta-nos o hábito de ganhar, a rotina de vencer que faz com que se arrisque quando há que arriscar, que se percebam as dificuldades do adversário e que se entenda que é a altura do ataque fatal. Não é uma só uma questão de ambição – embora também passe por aí – é um problema de instinto. É o nosso fado do quase!
Esta Espanha do tiki-taka nunca como desta vez esteve tão ao alcance de Portugal. Não está, como desde o primeiro dia aqui se defendeu, ao nível de há anos atrás. Nem tem o melhor futebol da Europa!
Na outra meia-final, a imperial Alemanha, super favorita e disposta a impor o seu poder e a sua hegemonia também na Europa do futebol, encontrava-se com uma Itália surpreendente, com um futebol que ganhou atracção sem perder eficácia. E em crescendo, ao contrário do que começava a perceber-se na equipa alemã!
A Itália foi técnica e tacticamente muito superior à Alemanha, superioridade que o resultado não espelha. Por mérito próprio mas também por muito demérito alemão, pelo qual Low é principal responsável. Porque - mais uma vez o medo – abdicou também dos seus princípios de jogo para jogar em função do adversário. E desta vez não houve excepção à regra. Porque, mexendo muito na equipa de jogo para jogo, por ventura em excesso de confiança, lançou-a num processo descendente. E acabou com o fundamental Mario Gomez quando, esquecendo-se que um avançado vive de golos, o colocou de fora no jogo com a Grécia, quando era o melhor marcador em prova. Igualmente incompreensível a sua substituição ao intervalo. Erros a mais, perante um adversário que, ao contrário de Portugal, não está habituado a perdoar!
Ao lado do mérito italiano está, como a outra face da moeda, Prandelli. O treinador que, se não está a revolucionar o futebol da squadra azurri anda lá perto, tal é o salto de qualidade que evidencia. Um tipo de futebol que não abdica da habitual segurança defensiva, mas que defende muito mais alto, permitindo à equipa - e a Pirlo, o maestro e o melhor jogador deste europeu – recuperar a bola em zonas subidas do terreno, já mais perto da baliza contrária, onde depois chega com enorme facilidade. Tudo isto servido por jogadores de alta qualidade, em todos os sectores. E dois génios, um dos quais com muito de louco, de que todos temos um pouco!
Invariavelmente, nos períodos de maior lamaçal no calcio, a squadra azurri ganha o que houver para ganhar. É a minha favorita para amanhã levantar o caneco!
A Itália empurrou a Alemanha para fora do Euro e, contrariando os desejos de Platini, vai ser ela a disputar a final com a Espanha.
Foi um grande jogo, uma meia-final que pouco teve a ver com a de ontem. Onde a Alemanha, com mais dois dias de recuperação e com muito menos para recuperar – a Itália até vinha de um apuramento através de um prolongamento e de grandes penalidades – como aqui havido sido dito, até entrou melhor no jogo. Mesmo surgindo com alterações ao seu modelo de jogo, em tão evidente quanto surpreendente sinal de receio – não sei se dos italianos se da história - dominou por completo o primeiro quarto de hora, com duas claras oportunidades de golo, a primeira salva por Pilro – começou cedo mais um festival - em cima da linha de golo, logo aos 5 minutos.
Só que o jogo tem seis quartos de hora, e os restantes cinco foram da Itália. Que só fez o seu primeiro remate à baliza de Neuer aos 17 minutos. Mas para fazer o segundo no minuto seguinte e o golo logo no outro a seguir. Em três minutos três remates, um dos quais golo. De Balotelli!
A resposta alemã ao golo só surgiria aos 33 minutos numa excelente iniciativa de Boateng, logo seguida de um grande remate de Kehdira, com uma enorme defesa de Buffon. No minuto seguinte, aos 36, Balotelli deu espectáculo e fez o segundo golo. E continuou o espectáculo, a tirar a camisola – e levar com o amarelo mais estúpido que há no futebol – e, em vez de festejar, a posar para a adoração.
Arrumou com o jogo. Com o jogo e com a Alemanha! Ninguém admitia que a Itália, com dois a zero, pudesse deixar de estar em Kiev, na final do próximo domingo. Ao intervalo os italianos tinham feito quatro remates, todos direitinhos à baliza, e dois golos. Dividiam a posse de bola com os alemães (50-50) e tinham corrido mais!
Ao intervalo, Joaquim Low fez duas substituições. Surpreendentemente trocou Mario Gomez por Klose, ficando sem o melhor goleador do Europeu quando precisava de marcar pelo menos dois golos.
A segunda parte continuou a ser um grande jogo, dos melhores do campeonato. Com o domínio técnico-táctico dos italianos a acentuar-se, sob o comando do melhor jogador presente na Ucrânia e na Polónia: Pilro, evidentemente! Uma, mais uma, exibição de sonho deste extraordinário jogador para que faltam adjectivos. Atenção à bola de ouro! Foi o homem do jogo, apesar de Balotelli que fez os dois golos. E que golos!
A Alemanha reduziria para 2-1, praticamente no último minuto, através de um penalti convertido por Ozil. Mas foi a squadra azurri quem, na sua praia, construiu mais e as melhores oportunidades de golo.
Cumpriu-se a história: a Alemanha nunca ganhou à Itália em jogos oficiais. Coisa de que mais ninguém se consegue orgulhar. E pôs fim a uma série notável de 15 vitórias consecutivas da Alemanha em jogos oficiais!
Quando se admitia que a final fosse discutida entre os apurados do Grupo B, o da morte – porque a Alemanha tinha lugar cativo desde o início – vai afinal ser discutida entre os apurados do grupo C. Não deixa de ser curioso!
Contra todas as expectativas – se bem que, mesmo depois de esmagada pela Rússia em Roma, socorrendo-me da história, lhe tenha aqui entregue uma boa dose de favoritismo – a Itália, que apesar de chegar à final com apenas duas vitórias, apresenta um futebol que foge dos velhos cânones do calcio, será provavelmente o novo campeão europeu!
Que pena Portugal não ter ontem aproveitado a sua oportunidade. Por todos nós e por Platini!
No final do jogo de ontem, conhecido o desfecho da chamada lotaria dos penaltis – não é assim tão lotaria, é última forma de decisão, quando todas as outras falharam, é um ponto alto do espectáculo, e creio mesmo que, a curto prazo, o prolongamento será abolido porque não serve ao espectáculo, e é, cada vez mais, um teste importante à capacidade técnica e mental dos jogadores - quando as câmaras se dividiam entre as caras felizes dos jogadores espanhóis e as de desiludidas dos portugueses, privilegiando evidentemente Cristiano Ronaldo, percebeu-se no seu movimento labial este desabafo: “Que injustiça”!
Que injustiça – a eliminação de Portugal?
Que injustiça – não ter tido a oportunidade de marcar o seu penalti?
Que injustiça – aquele desfecho para ele próprio?
Que injustiça – não ter mais equipa para a sua dimensão?
Provavelmente poderão colocar-se mais hipóteses para interpretar aquele desabafo, mas creio que entre estas quatro estará a sua verdadeira substância.
Eventualmente a maioria achará que ele achava injusto o afastamento da selecção portuguesa da final do europeu. Poderá ter sido isso, mas uma das duas teria de ficar de fora, não poderiam ir ambas à final porque estavam a disputar precisamente esse direito. E não seria, naquela altura, menos injusto que fosse a Espanha a ficar de fora
Poucos acharão que ele terá achado injusto não ter tido oportunidade de marcar o seu penalti. Não sei se a decisão de ficar como marcador do quinto foi decisão sua ou de Paulo Bento. Mas a generalidade das opiniões é que Cristiano Ronaldo quis ficar com a posição de marcador do penalti decisivo, que lhe daria o protagonismo ímpar, a capa de todos os jornais e, evidentemente, um bónus eventualmente decisivo na corrida para a obsessiva bola de ouro. Sendo assim, também aqui não havia injustiça. Houve uma opção!
As duas últimas hipóteses são uma espécie de dois em um. E nelas ele coloca-se acima da equipa, pensa nele e não na equipa. E, paradoxalmente, é aí que ele terá mais razão em lamentar a injustiça…
A selecção nacional foi afastada da final do campeonato da Europa, no desempate por grandes penalidades. Que é sempre uma questão de sorte e de azar…
Na circunstância da suerte espanhola no decisivo remate de Fabregas, quando a bola, do poste, segue para dentro da baliza; e do azar português, quando a bola rematada por Bruno Alves, da barra segue para fora!
Antes, o Rui Patrício – finalmente com a oportunidade de se mostrar – defendera, com grande brilho, o penalti de Xabi Alonso, hoje um dos melhores dos espanhóis. Alegria de pouca dura porque, logo a seguir, Moutinho – o jogador português que menos merecia que isto lhe acontecesse – marcou muito mal o primeiro (percebe-se, pela história recente, que Paulo Bento não tenha optado por Cristiano Ronaldo para abrir a série) dos penaltis nacionais, e permitiu a defesa de Casillas. E tinha Sérgio Ramos marcado à Panenka, esse sim, mais ou menos à Panenka!
Desconfio que, a partir deste europeu, com o impacto que esta irresponsabilidade teve na viragem do curso dos penaltis, irão multiplicar-se os Panenkas…
E, antes de tudo isso, foram 90 minutos de um jogo que esteve longe de ser sequer aceitável. Com duas equipas dominadas pelo medo, às vezes mesmo de pânico. Foi tanto o medo que ambas traíram o seu modelo de jogo, no caso português seja lá isso o que for. Porque na realidade não se percebe bem!
Foi, por isso e não só, a Espanha quem mais infidelidades cometeu. Desde logo com a introdução de Negredo, um ponta de lança com que a equipa não sabe jogar. Mas também não conseguiu impor o seu tiki taka, nem atingir os tais níveis pornográficos de posse de bola (apenas 57%) nem sequer assumir o domínio no jogo. Da selecção nacional ficou a ideia que poderia ter jogado bem melhor, que teve condições para o fazer, e que só não o fez pelo medo que revelou, que não era perspectivável na conferência de imprensa de Paulo Bento na véspera do jogo. Só não diria que se descaracterizou tanto quanto a Espanha porque jogou de forma muito semelhante à dos piores períodos dos jogos anteriores. Aos vinte minutos iniciais do jogo com a República Checa ou a boa parte do jogo com a Dinamarca, com pouco critério no passe e muito chuto para a frente, sem condições de servir os nossos dois melhores jogadores, aqueles que têm condições para desequilibrar.
Portugal perdeu uma boa oportunidade de ganhar à Espanha e de voltar à final de um campeonato da Europa. Porque a Espanha teve muito medo da selecção nacional, porque a Espanha, por via disso e pelo cansaço que evidenciou, foi bem inferior ao que se espera e exige de um campeão do mundo e da Europa. A equipa nacional não aproveitou a oportunidade que Del Bosque e os jogadores espanhóis ofereceram e limitou-se a defender bem e a controlar o jogo. O que umas vezes basta e outras não!
Quando Del Bosque corrigiu - voltou ao seu sistema alérgico a pontas de lança, e tirou do banco as armas que Portugal tinha em campo mas não sabia utilizar (alas velozes e de grande categoria como são Pedro e Navas) - acabou-se. Manteve-se a defender bem – é certo – mas perdeu o controlo do jogo.
Quando se chegou ao prolongamento o jogo já era outro. A selecção espanhola, que sempre deixara a ideia de bem mais fatigada, foi então superior. O que não deixa de ser surpreendente, porque Paulo Bento deixara as substituições para mais tarde. Tarde de mais, mas também infelizes!
Não resultaram, ao contrário das que Del Bosque fez. Que, evidentemente, também tinha no banco opções que nada têm a ver com as de Paulo Bento.
Acabamos derrotados, com honra mas sem glória, pela armada invencível. Que foi apenas espanhola, não teve - como se receou – ajuda decisiva e visível de mais ninguém. O árbitro turco não esteve sempre perfeito – o maior erro terá sido um benefício ao infractor, quando, aos 30 minutos, marcou uma falta sobre Nani quando ele, resistindo, prosseguiu em direcção à baliza ou, dez minutos antes, quando não assinalou outra sobre o mesmo Nani, o melhor da frente na primeira parte, mas a desaparecer depois - mas também não interferiu em favor dos desejos do Sr Platini.
Nem o resultado nem a exibição de hoje retiram o que quer que seja ao que Portugal fez até aqui neste euro. A selecção nacional fez um grande europeu, muito acima do que seria legítimo esperar e muito acima dos seus limites. O que não quer dizer que sejam as melhores as perspectivas que se abrem, ao contrário do que afirmou Paulo Bento no final do jogo…
Tinha aqui dito quando escrevia sobre o jogo Itália – Inglaterra, que apurou os transalpinos para as meias-finais deste euro, que Pedro Proença regressaria a casa, depois de mais uma brilhante actuação para a imprensa e comentadores portugueses, mas de nada disso do meu ponto de vista.
Normal seria que assim fosse, que tivesse regressado para umas férias que eu desejaria fossem inspectivas e de auto crítica, na perspectiva de preparar uma nova época em que se esforçasse por ser isento e competente, mas que seriam certamente de deslumbramento e de reforço do seu sentido de parcialidade que lhe acentuarão a sua vocação, natural ou trabalhada, para interferir activamente nas decisões do títulos indígenas. A selecção nacional está envolvida na discussão deste campeonato da Europa e o normal, repito, seria que, independentemente dos juízos que a UEFA e os jornalistas e comentadores nacionais façam da sua competência, ele estivesse naturalmente impedido de arbitrar qualquer dos três jogos que faltam.
Surpreendentemente, ficou! E, com o inglês Howard Webb e com o italiano Nicola Rizzoli, forma o trio de árbitros de prevenção para a final…
O que quer isto dizer?
Simplesmente que, para a UEFA, a hipótese de uma final entre a Itália e Portugal nem sequer se coloca. Quer dizer que o Sr Platini tem a forte convicção que a final é mesmo entre a Alemanha e a Espanha. Que o seu desejo é uma ordem!
Aumentam por isso as razões para a suspeição levantada com a nomeação do turco Cuneyt Çakir para o jogo de hoje com a Espanha. As ligações deste árbitro a Angel Villar - o eterno patrão do futebol espanhol e manobrador mor na UEFA –, neste contexto, cobrem esta nomeação de suspeitas.
Por mim, tenho a forte convicção que há motivo de suspeição. Tão forte como a que tenho que a selecção nacional, daqui a poucas horas, vai conseguir ganhar à Espanha, ao árbitro turco, à UEFA e ao Sr Platini!
Estamos às portas das meias-finais, no meio de dois dias de descanso, sem futebol.
Meias-finais onde Portugal, sendo o primeiro a chegar não deixa de ser considerado um intruso. Um outsider!
Não deixa de ser curioso que tenha sido Laurent Blanc, o seleccionador francês – até por ser francês, com tudo o que é a ideia que temos dos franceses, como o Sr Platini – o único a não o considerar assim, quando, no final do jogo com a Espanha, afirmou que “estavam nas meias-finais as quatro maiores nações do futebol da Europa”.
Por muito simpático que isso seja para Portugal, não corresponde, nem de perto nem de longe, à verdade. Diferente seria se dissesse que estavam as quatro melhores equipas que disputaram este campeonato da Europa. Estão, de facto!
Tudo isto apenas reforça os méritos da selecção nacional e os créditos de Paulo Bento. Ninguém lhes podia pedir tanto, nem ninguém – ou muito poucos – ousou sonhar tão alto. É certo que, lograr o apuramento naquele grupo de qualificação, era por si só qualificante. Muitas eram as vozes que prognosticavam que daquele grupo A sairia o futuro campeão, ou até mesmo os dois finalistas. O grande mérito da selecção nacional está pois na forma como se saiu no chamado grupo da morte e, sobre isso, já aqui se escreveu.
Na realidade, nas meias-finais estão três das quatro grandes nações do futebol europeu. E estão representados três dos quatros principais campeonatos da Europa. Não é a mesma coisa!
Se falarmos nas quatro principais nações do futebol – retribuo, Sr Laurent Blanc – falta lá precisamente a França. Por tudo: pelo número de praticantes, pelo historial de títulos e pela quantidade e qualidade de jogadores de elite que fazem parte da sua História. Se estivermos a falar dos principais campeonatos falta lá a Inglaterra que, tendo na Premiere um dos dois melhores campeonatos, não só da Europa mas do mundo, não tem, nem nunca teve, uma selecção a esse nível. Em qualquer dos casos Portugal é sempre um intruso, e o único dos semi-finalistas virgem em termos de títulos. Todos os outros somam títulos de campeões europeus e mundiais!
Tem uma das quatros melhores selecções da Europa porque tem quatro jogadores do melhor que há no velho continente – um, mesmo o melhor -, mais uns tantos em momento de superação, e um treinador que, apesar de todos os defeitos que possa ter – e tem alguns -, soube pôr a equipa a funcionar. Cheguei a dizer aqui que, sendo este lote de jogadores o menos forte deste século, o todo (a equipa) estava, mesmo assim, abaixo da soma das partes (dos jogadores). E esta era a imagem da selecção à chegada à Polónia, deixada nos jogos disputados neste ano.
Hoje, já ninguém se lembra dessa imagem. O que não é bom, é óptimo!
Hoje o todo vale mais que a soma das partes, o que faz desta selecção uma das melhores equipas nacionais de sempre!
A Espanha está com naturalidade nesta fase. Tinha colocado os campeões europeus e mundiais logo na segunda linha de favoritos, e é sem surpresa que aqui chegam. Sem o futebol espectacular de há quatro anos mas, mesmo assim, com o seu tiki taka a colocar enormes dificuldades aos adversários que, pelos vistos, ainda não encontraram o antídoto eficaz. Mas, como aqui disse, esse é hoje um instrumento eminentemente defensivo.
A Espanha do um a zero, que cria menos oportunidades de golo e remata pouco, serve-se da pornográfica posse de bola para defender. Por isso sofre poucos golos e, por isso, é proibido deixar que marquem em primeiro lugar. É o que a selecção nacional tem de fazer: impedir que os espanhóis marquem primeiro. E só há uma fórmula para isso: marcar primeiro que eles. Nem Lapalisse diria melhor, não há outra!
O que quer dizer que a equipa nacional tem potenciar todas as suas qualidades e entrar a jogar com o objectivo de marcar. Quanto mais cedo melhor. E não pode, de todo, alterar o que quer que seja que lhe corte ou reduza as suas qualidades.
A selecção francesa – para além das suas debilidades próprias e dos seus problemas internos - deu, nisso, uma boa ajuda. Laurent Blanc tanto se preocupou em contrariar o sistema espanhol que acabou por se descaracterizar por completo, deixando de fora jogadores fundamentais para a identidade da equipa e transformando um dos melhores laterais direitos que passou pelo europeu num médio de marcação.
Na outra meia-final os alemães surgem com alguma vantagem sobre os italianos. Vêm de 15 vitórias (!) sucessivas em jogos oficiais, têm mais dois dias de recuperação que os italianos e muito menos necessidade de recuperar. Porque garantiram o acesso a esta fase com muito mais tranquilidade e com possibilidade de rodar a equipa. E têm muitas mais soluções!
Mas os italianos - que também aqui referenciara de favoritos - quando chegam a esta fase da competição não costumam ficar por aqui. Como se viu no penúltimo mundial quando, na própria casa alemã, lhe retiraram o pão da boca…
Bem que gostaria de uma final entre Portugal e a Itália. E não era só para chatear o Sr Platini!
E, ao enésimo dia, o primeiro jogo sem golos. E, ao quarto dos quartos de final, o primeiro prolongamento. E a primeira vez em que a decisão chega dentro do envelope das grandes penalidades.
Apetece-me dizer que ainda bem! Porque se assim não tivesse sido nunca veríamos o fabuloso penalti marcado pelo Pirlo. Valeu a pena esperar mais de duas para assistir àquilo. E não me venham com falta de sentido de responsabilidade. Aquilo é classe pura, e classe é classe. Responsabilidade – ou falta dela – é outra coisa…
Foi à Panenka? Não, foi à Pirlo! E não é preciso registar a marca, porque ninguém consegue copiar… À Panenka, até o Postiga conseguiu: pobres ingleses!
Desculpem, mas tinha de começar por aquele momento único. Agora vamos ao jogo que – apetece-me dizer – pôs frente a frente duas Itálias. A Itália – la vera – e a Inglaterra, italianizada. E o certo é que uma Inglaterra assim obrigou a Itália a ser menos italiana, o que quer dizer: a especular menos e a assumir mais o jogo!
E a Itália até não se deu mal nesse papel contranatura. Posse de bola à Barcelona (64%) e 35 remates (20 na baliza), contra apenas 9 (4 na baliza) dos ingleses. Nada que tenha surpreendido Cesare Prandelli, o seleccionador italiano, como se percebeu quando apresentou uma equipa em plano B, abdicando dos três centrais e dos laterais que servem o plano A. E chamando Balotelli!
A Inglaterra não apresentou novidades, agora que já pode contar com Rooney. E o jogo acabaria por valer pela primeira parte, jogada a grande ritmo e com alta intensidade. O jogo abriu mesmo assim: logo aos três minutos, um grande remate de De Rossi só parou no poste da baliza de Hart e, aos cinco, é Buffon quem, do outro lado, nega um golo feito (Johnson) com uma defesa impossível.
E assim foi a primeira parte, em ritmo vivo, de bola cá bola lá, mais lá – na baliza inglesa – e sempre muito mais trabalhada pela squadra azurra, com Pirlo - imperial, como sempre – e Montolivo no papel de donos da bola. E do jogo!
Do outro lado, Gerrard e Rooney iam dando conta do recado, que é como quem diz: da capacidade de resposta inglesa que mantinha os italianos em sentido.
A segunda parte foi diferente e começou com duas excelentes oportunidades de golo para os italianos, a segunda, aos 52 minutos, foi três em um. Com duas enormes defesas consecutivas de Hart para o terceiro remate sair por cima. Os ingleses só responderam aos 65 minutos por Walcott (no cruzamento) e Carroll, acabadinhos de entrar. Foi o canto do cisne!
A partir daí, com o estoiro de Gerrard – que Hogdson manteve em campo, e percebeu-se porquê – a Inglaterra não quis outra coisa que levar a decisão do jogo para os penaltis. Vá lá saber-se porquê...
Só a Itália parecia querer – e poder – ganhar o jogo, não obstante os 90 minutos se terem esgotado precisamente numa vistosa – como sempre é - bicicleta de Rooney, que até poderia ter saído para a baliza e não por muito por cima da barra. E o prolongamento foi mais do mesmo. Mas ainda mais devagar, porque já não havia quem pudesse com uma gata pelo rabo. E desse período ficam dois registos: um cruzamento de Diamandi a que Nascerino respondeu enfiando a bola na baliza, em fora de jogo milimétrico mas bem assinalado; e mais uma habilidade de Balotelli, ao exigira cobrança de um livre – mal assinalado por Pedro Proença, que ao terceiro jogo foi obrigado a regressar a casa pelo envolvimento da selecção bacional nas meias-finais - que Pirlo se preparava, como sempre, para marcar. Atirou para as nuvens!
E lá se seguiu para a decisão pelos pontapés de grande penalidade, a tal por que, sem ninguém perceber porquê, os ingleses tanto ansiavam. Só vejo uma razão: o exacerbar de italianismo desta selecção inglesa!
Do período de alta tensão que precede aqueles minutos dramáticos da angústia dos penaltis, vem um enigma: o que terá Buffon ido fazer ao balneário antes de se posicionar na baliza?
Dos penaltis – francamente – nada mais interessa que aquela obra de arte de Pirlo. O resto é a maldição inglesa!
E já que se fala de penaltis, também se deve dizer que Pedro Proença, aos 65 minutos, transformou um puxão de De Rossi a Terry, na área italiana, num livre contra a Inglaterra. Situação que se repetiria aos 83, só que dessa vez não viu. Pelo menos não marcou falta ao inglês!
E pronto: está completo o quadro das meias-finais! E a Itália, com este trabalho suplementar de hoje e menos dois dias de descanso que a Alemanha, é bem capaz de ter dificuldade em evitar que os desejos de Platini sejam uma ordem!
Já há dois dias que estávamos à espera do adversário para as meias-finais. Desconfiávamos que seria a Espanha, mas tivemos que esperar pela confirmação, hoje!
Desembaraçou-se facilmente da França, com dois golos do improvável Xabi Alonso: o primeiro – também improvável - de cabeça e o segundo de penalti. E também improvável, quando por lá estão Iniesta, Xavi ou Torres…
Tinha aqui dito há uns dias que estas duas selecções chegavam aqui com manchas no percurso do apuramento. E que se a mancha que a Espanha trazia seria muito difícil de limpar, a da França não. Isto porque a da Espanha vinha da arbitragem – e ainda amplificada pelas declarações de Paltini – enquanto a da França vinha do seu défice exibicional e do banho de bola que a eliminada Suécia lhe deu.
À França, para limpar essa mancha, bastava-lhe hoje uma boa exibição, independentemente do resultado. A Espanha não podia fazer nada …
A França acabou por não limpar nada. Pior: acrescentou ainda mais mancha à mancha!
A Espanha, de novo sem ponta de lança, como no primeiro jogo, com a Itália, dominou completamente o jogo. Mais acentuadamente na primeira parte mas nem por isso menos claramente na segunda. Sempre com o seu tiki taka a funcionar como uma cerzideira, fabricando linhas de passe e espaços que os franceses, sem antídoto, não conseguiam tapar.
Na primeira meia hora do jogo, e o golo de Xabi Alonso aconteceu aos 19 minutos, a França não saiu do seu meio campo. Só a partir dos 30 minutos a França começou a pisar, com alguma consistência, terrenos mais adiantados. Remates só de bola parada e, ainda assim, apenas dois - um à baliza!
Quer isto dizer que a Espanha fez uma grande exibição? Não! De maneira nenhuma, o que ainda penaliza mais a exibição dos franceses. Os espanhóis, depois de se encontrarem a ganhar, limitaram-se a ter a bola – 60% de posse de bola na primeira parte, como habitualmente – e a trocá-la, como só eles sabem, como naquelas brincadeiras da rabia, para trás e para os lados, sem criar oportunidades para marcar.
Era a confirmação do regresso da Espanha campeã do mundo na África do Sul. Da Espanha do um a zero - não era um elogio – que marca um golo e defende-o com unhas e dentes. Só que – e agora é que vem o elogio – da forma mais inteligente, competente e eficaz que há!
A segunda parte não foi mais do que isto, embora a França tenha tido mais bola - no final a posse de bola da Espanha era de apenas 55%, o que é muito pouco para os seus padrões – sem que qualquer das equipas criasse oportunidades para marcar e, à medida que o tempo passava, a darem sinais de contentes com o resultado. A Espanha, porque era a Espanha do um a zero, e a França porque acharia que perder por um é melhor que perder por mais.
O penalti que o árbitro assinalou no último minuto é que veio estragar isto tudo. Se foi o prémio imerecido para os espanhóis, foi o castigo merecido para os franceses!
E pronto, lá temos que nos haver com os nuestros hermanos. E com os desejos de Platini!
A Alemanha expulsou a Grécia do Euro. Ameaçou com uma expulsão violenta, mas acabou por ser uma saída controlada!
A posição da Grécia foi sempre difícil, desde cedo se percebeu que só um milagre poderia evitar o que estava dado como certo. Samaras - este - ainda deu alguma esperança aos gregos, coisa em que o outro terá mais dificuldades. Mas foi uma esperança efémera, porque já não há milagres!
Merkel – essa – lá estava. Não sei se na qualidade de amante de futebol se na de carrasco dos gregos. As imagens que dela as televisões nos trouxeram não deram para esclarecer. Não tinham as repetições suficientes, nem passaram em slow motion. Ordens da UEFA, certamente. Há dúvidas que não gostam de esclarecer!
Claro que este era mais que um jogo. Mas era acima de tudo um jogo de futebol, e acabou por não ser nada mais que isso. À parte a senhora Merkel e o destino, que quis que o golo do empate – e da esperança, curta mas nem por isso menos esperança – tivesse o nome do novíssimo – mas velho conhecido – primeiro-ministro grego, tudo não passou de um jogo de futebol, em que um que teria de ganhar e outro de perder. Não havia três resultados possíveis, não podia haver empate: um seguiria para as meias-finais, onde Portugal está sentado num confortável cadeirão a ver o que se passa volta, e outra para casa. Mesmo que essa fique na Grécia!
O seleccionador alemão surpreendeu ao apresentar toda uma frente de ataque nova, deixando no banco os famosos Mário Gomez, Muller e Podolsky, que nem chegaria a entrar. Para estrear o velho Klose e dois promissores miúdos: Reus e Schurrle.
Excesso de confiança ou estratégia? Se calhar nem uma coisa nem outra: apenas excesso de opções. Ou, se calhar, todas juntas!
Do outro lado, Fernando Santos não tinha problemas desses. Bastava-lhe o de não ter Karagounis, que não era pequeno!
O jogo começou e a Alemanha não perdeu tempo a dizer ao que vinha. Estava ali para fazer o serviço – quer dizer, despachar os gregos – e, à boa maneira alemã, foi-se a isso!
Foi para cima dos gregos, encostou-os lá atrás – o que nem lhes exigiu grande esforço, porque eles também não estavam muito dispostos a sair de lá – e cedo as oportunidades de golo começaram a surgir. Mas o tempo ia passando, e de golos só havia o cheiro. Veja-se só: em apenas dois minutos - do 23 ao 25 – a Alemanha construiu quatro oportunidades de golo. No entanto, e como a Senhora Merkel ainda não tinha aparecido com toda a sua exuberância, a festa era dos gregos. Parecia que no estádio havia muito mais gregos que alemães, percebia-se pela festa, mas mais ainda pelos assobios. Estava-se nisto quando, aos 39 minutos, Lahm marcou o golo que há muito estava anunciado. A equipa grega estava metida dentro da sua grande área e esqueceu-se que os alemães sabem que, quando assim é, remata-se de fora. Pareceu um grande golo. O remate até foi bom, mas beneficiou de um desvio num defesa, que talvez tenha impedido o guarda-redes Sifakis – que não tem nada a ver com aquele Nikolaidis que nos fez a vida negra em 2004 -, que ainda tocou na bola, de evitar o golo. Até ao intervalo – em que os alemães tiveram 70% de posse de bola, 13 remates contra 2 da Grécia e cinco cantos, contra nenhum (a Grécia apenas beneficiou de um em todo o jogo) - apenas e ainda mais uma oportunidade de golo para a Alemanha, num grande remate de Schurrle.
E ao intervalo Fernando Santos fez aquilo a que já nos habituou: mexeu na equipa como só ele sabe. Fez duas substituições, mudou mais outras tantas peças e surgiu uma Grécia diferente. Não era a primeira vez!
E o golo do empate – o tal da esperança de Samaras – surgiu logo aos 10 minutos. Obra de Salpingidis – o mais excitante jogador grego, embora não seja o mais influente – que fugiu pela direita para cruzar para o golo. Quando parecia que o relógio andara para trás e que o jogo regressara à primeira parte, Khedira, pouco mais de cinco minutos depois, desfez o sonho grego com o que seria um grande golo, se porventura um golo com a canela pudesse ser isso. A Grécia ainda esboçou uma reacção nos 5 minutos seguintes – aconteceu então o único canto a favor – mas não passou disso. De um esboço!
Porque, logo a seguir, o velho Klose fez aquilo que há muito sabe fazer: não perdoar erros aos guarda-redes. Mais 5 minutos e seria o miúdo Reus a molhar também a sopa, fazendo o 4-1 que atiraria violentamente com a Grécia para fora do Euro. Valeu o penalti, já no fim – aos 88 minutos – que permitiu a Salpingidis suavizar um bocadinho o empurrão violento dos alemães!
Teria sido bonito umas meias-finais integralmente PIGS…
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