A fanfarronice "must go on".
Trump saiu do hospital e a primeira coisa que teve para dizer foi, sem surpresa: “Não tenham medo de Covid. Não deixem que ele domine a vossa vida”.
Não disse que afinal todas as porcarias que garantiu ter tomado, e recomendou que todos tomassem, não lhe tinham valido de nada. Não disse que acabara de sair de um internamento de urgência onde lhe tinham sido prestados cuidados e tratamentos que estão de todo inacessíveis aos americanos. Não repetiu as palavras do chefe da equipa médica que o assistiu no Walter Reed Medical Center, que dissera que, apesar do estado de saúde do presidente ser ainda considerado grave, poderia abandonar o hospital por dispor, na Casa Branca, do departamento médico presidencial com os melhores profissionais e as melhores condições de prestação de cuidados.
Nada disso lhe interessava referir. Interessa-lhe continuar a insistir na sua estratégia de minimizar o virus e a pandemia, porque é isso que alivia a percepção de toda responsabilidade que tem na realidade pandémica da América. E lhe alimenta a indissociável fanfarronice!