EURO 2012 (I)
Por Eduardo Louro
Como não podia deixar de ser, iremos acompanhar por aqui o Euro 2012.
Em véspera do pontapé de saída na Polónia e na Ucrânia deixo aqui as primeiras notas.
A selecção portuguesa lá está. Carregada, não de esperança, mas de críticas. Daí, quem sabe, até a critica à carga do avião!
Criticas deste, daquele e de todos. Críticas às charrettes e à exibição das bombas dos jogadores, ao preços da hospedagem e ao bronquismo do nosso herói mor (“queremos convidar você a assistir a um jogo nosso, tá!) e, the last not the least, à equipa, ao que (não) joga, aos golos que sofre e aos que não marca.
Dir-se-ia que, no meio de toda esta carga, nem era preciso que o grupo onde a selecção portuguesa teve a desdita de disputar o apuramento fosse o que é: o mais difícil de todos. E onde moram dois dos principais favoritos a levar o caneco para casa: a Alemanha e a Holanda, como toda a gente sabe. É certo que nestas coisas do futebol damo-nos tendencialmente melhor com as dificuldades que com as facilidades. A história prova-o!
Mas os últimos resultados e exibições – que provocaram um trambolhão (da quinta para a décima posição) no ranking da FIFA, onde passou a ser a menos cotada das selecções que disputam o grupo de apuramento -, a defesa e o meio campo, o trinco e o ponta de lança não são animadores, e teremos de reconhecer que são imensas as probabilidades da selecção regressar na primeira oportunidade. É que do bom futebol daquela parte inicial de Paulo Bento, daquele memorável jogo com a Espanha, por exemplo, nem réstias…
Se esta selecção é actualmente apresentada como a mais fraca deste século por claro défice de jogadores de qualidade em quantidade, a qualidade da equipa é, neste momento e a meu ver, bem inferior à soma da qualidade individual dos seus jogadores. Por razões de ordem táctica e estratégica, evidentemente. Que ficam para próximas abordagens!
Sobre os favoritos para este campeonato da Europa já acima referi a Alemanha e a Holanda, na minha opinião as principais favoritas. Claro que a Espanha continua favorita, mas não a coloco na primeira linha de favoritismo. Porque faltam peças chave – Puyol e Villa –, porque há mossas da rivalidade Madrid/Barcelona, e porque, como de resto se tem visto com o Barcelona, já há antídotos para o tiki-taka. A selecção francesa completa a minha lista de favoritos, sem que deixe de admitir que a Itália e a Rússia poderão surpreender. A Rússia porque, para além de apresentar uma boa equipa, que joga bom futebol, poderá tirar vantagens daqueles ares. Daqueles ares de leste e do seu calendário competitivo, encontrando-se os seus jogadores - praticamente todos nas competições internas, agora em iníco/meio da época - bem mais frescos que os adversários, todos com uma época de alto desgaste para trás. E a Itália por força da História e da tradição. É que futebol italiano volta a navegar em águas sujas, como em 1982 e em 2006, anos em que foram campeões mundiais. Precisamente os seus últimos títulos!