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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Fintas

Fernando Santos: «Paulo Bento tem de continuar» - Mundial 2014 - Jornal  Record

Há poucos dias, já sobre o final da semana, Paulo Bento era anunciado como a escolha da Federação Polaca de Futebol (FPF) para tomar conta da sua selecção. Hoje sabe-se que, afinal, é Fernando Santos o escolhido.

Nas estórias das FPF´s  há sempre uma estória de Fernando Santos a passar a perna a Paulo Bento. Já no campo é mais o inverso!

Depois de Paulo Sousa lhe ter passado a perna, parece que esta FPF (do P de Polaca) acredita mesmo que os treinadores portugueses são melhores a fintar que os jogadores.

E agora?

Marcelo entre o "otimismo" de António Costa e a "preocupação" de Fernando  Santos - Euro - SAPO Desporto

Creio que se poderá dizer que nunca uma selecção nacional de futebol saiu tão arrasada de um campeonato do mundo como esta. Nem no México, de Saltillo, em 1986. A Direcção da Federação, então presidida por Silva Resende, saiu vergada ao total descrédito, com a incompetência estampada na cara que deveria estar coberta de vergonha. Os jogadores não saíram bem mas, carregados de atenuantes, acabaram protegidos atrás deles. E acabou por sobrar para o seleccionador - o bom gigante José Torres, vítima, não responsável - a cruz que carregou para toda a vida . 

Desta vez os jogadores também não saíram bem - as cenas de Cristiano Ronaldo são um caso à parte, aí não entram jogadores - quando metade deles não regressou com a outra metade. Mas nem aí lhes cabe a responsabilidade maior. Essa pertence a quem lhes permitiu isso!

O seleccionador sai "refém da sua incapacidade táctica, do medo, da incoerência, mas sobretudo da sua pequenez", como referiu o embaixador no Japão. Para além das exibições e dos resultados - e não apenas nesta competição, porque se repetem há anos de mais - a que condenou um lote de jogadores como nunca outra selecção tinha encontrado, acabou trucidado à boca da(s) cena(s) de Ronaldo, onde conseguiu o "all in" - incapacidade, medo, incoerência e pequenez.

Fernando Gomes sai como o líder que nunca existiu. A personificação da inacção, que assistiu a tudo quieto e mudo, certo que essa é a posição certa para quem está à porta do elevador da sede da FIFA. Conivente, quieto,  mudo e inimputável, são as senhas de acesso ao confortável gabinete de Zurique por que espera. E onde se espera por pessoas exactamente assim. 

É por isso provável que, agora, quando há responsabilidades a assumir, tudo fique exactamente na mesma. Que não se passe nada. 

Outra coisa não seria de esperar de quem, presidindo a uma associação a que o Estado atribui o estatuto de utilidade pública desportiva, celebrou contratos com uma sociedade para preencher um cargo pessoal de relevante representação nacional com o fim único de burlar esse mesmo Estado.

Nem outra coisa será de esperar dos representantes máximos desse mesmo burlado Estado - cujos Tribunais declararam "artificiosa na contratação e realização de prestação de serviços de uma sociedade comercial, que é desprovida de substância económica ou de razões comerciais válidas e que serviu proeminentemente para a obtenção no período tributário de uma tributação mais favorável em sede de IRC em face daquela que resultaria da tributação dos mesmos rendimentos em sede de IRS" - que fizeram as figuras que vimos fazer a voar para o Catar.

Nem outra coisa será de esperar quando o Presidente é o comentador mor da bola - esteja onde estiver, não falhando sequer as "flash interviews", e só lhe faltando, como dizia o Ricardo Araújo Pereira, narrar nas televisões os jogos em directo - e sempre pronto a pegar no telefone para dar parabéns aos signatários da "artificiosa contratação" mas,  sobre o assunto, não tem uma só palavra a dizer àqueles que que levam uma vida inteira a pagar impostos, e que pagam com língua de palmo uma simples falha de um prazo.

Portanto ... agora, nada!

Então ... boas férias

Se, em ambos os jogos de ontem, as coisas só se resolveram no desempate por penáltis, nos hoje tudo se decidiu nos 90 minutos, sem sequer necessidade de prolongamento.

No França - Inglaterra, um grande, grande jogo de futebol, porque Harry Kane falhou o penálti. Que foi o segundo a favor dos ingleses - assinalado porque, naquela que foi uma das piores arbitragem deste mundial, houve mais dois por assinalar, e ainda outro a favor dos franceses -, e restabeleceria a igualdade a dois golos, se tivesse sido convertido. Não foi assim, e a França acabou por ganhar um jogo em que não foi superior, e prosseguir a caminho para a revalidação do título mundial. 

No jogo de Portugal porque Marrocos marcou um golo e não sofreu nenhum. Ainda ninguém lhe conseguiu marcar um golo, e percebeu-se que também não seria hoje a selecção portuguesa a consegui-lo.

A equipa marroquina não fez nada que não se esperasse. E nem o facto de vir de um jogo com prolongamento, nem de ter perdido para este jogo dois dos defesas titulares, alteraram o que quer que fosse. Por isso a selecção portuguesa não teve motivos para qualquer surpresa, e teria que saber o que tinha a fazer.

Não sabia, e esse é o problema. Que não é de agora, mas de sempre. Não tendo feito o trabalho de casa, começou por copiar o que a Espanha tinha feito. Se não tinha resultado para a Espanha, que até o faz melhor, era garantido que não resultaria!

Entusiasmei-me, como creio que toda a gente, com aquela exibição e aquela goleada do jogo com a Suíça. Mas comecei por dizer que os problemas da selecção não se esgotavam nos de Ronaldo. Que, antes, depois e durante, havia os que vinham da ideia de jogo do seleccionador.

Nesse jogo - aparentemente com o problema Ronaldo mitigado - o primeiro golo surgiu, mais que na primeira oportunidade, na primeira chegada à baliza. O adversário precisou de procurar o resultado e abriu espaços. Com espaço os jogadores portugueses jogam como na rua. É o tal futebol de rua, que não precisa de treinador. 

No futebol de alta competição, e num campeonato do mundo, isso não existe. Aconteceu com a Suíça, e sabe-se lá se não poderia até ter voltado a acontecer hoje com Marrocos se, no arranque do jogo, aos 4 minutos, Bounou, a abrir logo com uma enorme defesa, não tivesse negado o golo a João Félix. Mas isso era se os milagres não habitassem também território de Alá!

Não falta à selecção portuguesa apenas ritmo, ideias de jogo trabalhadas e consolidadas, e mentalidade para enfrentar a adversidade. Falta tudo de que se faz uma equipa. Falta liderança. E falta estratégia. Para cada jogo, mas mais ainda para todo o edifício da selecção nacional, uma teia de interesses sempre em conflito com o objectivo desportivo. Que deveria ser o seu único e inegociável interesse.

Por isso esta eliminação aos pés de Marrocos só surpreende, e choca, porque se seguiu àquele jogo com a Suíça. Se olharmos bem para os outros três jogos - Gana, Uruguai e Coreia -, ou até mais para trás, nas derrotas, quando bastava o empate, com a Sérvia, para a fase se apuramento, ou com a Espanha, no afastamento da Liga das Nações, não há muito por onde surpreender.

E basta olharmos para três dados estatísticos do jogo para ser maior o choque pela exibição que pelo resultado: com 73% de posse bola, a selecção portuguesa rematou 12 vezes, apenas em 3 delas acertou na baliza; com apenas 27% de bola, os marroquinos remataram 9 vezes - pouco menos - e as mesmas 3 na baliza. O guarda-redes Bounou defendeu os três que lhe apareceram pela baliza, com três grandes defesas. O Diogo Costa sofreu o golo  logo no primeiro remate. 

Numa falha grave, a segunda, depois da do jogo com o Gana, porventura a deixar a nu a "verdura" escondida. Faltou-lhe determinação na saída ao cruzamento, mas acima de tudo avaliou mal toda a situação. Optou por tentar agarrar a bola com as duas mãos, em vez de a interceptar a punho e, o avançado marroquino En - Nesyri - a saltar sem oposição de Rúben Dias, que terá entendido que a sua intervenção na disputa da bola iria obstaculizar a acção do Diogo Costa, em condições de chegar primeiro à bola - chegou com a cabeça bem primeiro, e bem mais alto, que o guarda-redes com as mãos. 

Mas apenas mais um incidente de jogo. Que pouca importância tem no meio de tudo o que envolve esta participação portuguesa. Do contrato com o seleccionador, que é uma empresa, lá por coisas de impostos, onde a FPF, que até tem "utilidade pública", se mete; às novelas da entourage de Cristiano Ronaldo. Da estrutura de comunicação da FPF, do que brifa e não brifa ao treinador, ou do que deixa ou não dizer; aos jogadores que não regressam todos a Lisboa, porque por lá ficam uns tantos de férias...

  

Dia Histórico na selecção nacional

Cristiano Ronaldo não é a fonte de onde brotam todos os problemas da selecção. Mas que de lá sai a maior parte deles, ficou hoje mais que demonstrado. 

Os que não têm essa origem, têm-no, como tem sido dito e redito, por aqui e não só, no seleccionador. Na sua ideia de jogo que mata à nascença o talento e a alegria de jogar destes jogadores, mas também naquilo que tem sido a notória subserviência a Ronaldo. 

Hoje Fernando Santos libertou-se dessa subserviência e, com isso, libertou os jogadores para uma exibição e um resultado que, agora sim, dá sentido às palavras que antes eram proferidas em vão. A proclamada aspiração de ser campeão do mundo, que antes era ridícula, é hoje ambição legítima.

Acredito, e creio que a maioria das pessoas que acompanham estas coisas também, que na origem de tudo o que hoje mudou na selecção portuguesa esteja o episódio do minuto 67 do jogo com a Coreia.

As palavras de Ronaldo no momento da sua substituição, foram uma óbvia traição a Fernando Santos. Traição de Ronaldo, porque o tem defendido, acima de tudo e de todos. E traição da estrutura da Federação porque, para defender o jogador do indefensável, o projectou, mais que para o ridículo, para a indignidade e o descrédito.

Ao fabricar aquela patética "concertação" de comunicação, escondendo-lhe o que tinha sido testemunhado por dezenas de câmaras de televisão, e impingindo-lhe um  insulto de lana caprina a um coreano qualquer, a Federação atingiu-o na própria dignidade.

Traído, Fernando Santos, percebeu finalmente que, para sobreviver, teria de se libertar da teia de cumplicidades que o envolvia. E de mudar de paradigma.

E ganhou respeito. Dos adeptos, mas acima de tudo dos jogadores.

Ronaldo ficou no banco, como não poderia deixar de ser. Não ficavam resolvidos todos os problemas da selecção, como os primeiros 10 minutos do jogo demonstraram. Mas ficaram resolvidos quase todos.

Foi o tempo que os jogadores demoraram a soltar-se e a habituarem-se ao novo paradigma de liberdade, que lhes permite jogar o que sabem. A partir daí foi jogar à bola.

E isso todos sabem fazer. João Félix, Bernardo Silva, e Bruno Fernandes como poucos. E como jogaram ... E como jogou, e o que trouxe Gonçalo Ramos para o futebol da selecção. Com três golos - o primeiro hat-trik deste Mundial - e ainda uma assistência para Rafael Guerreiro, no quarto golo.

Foi "só" isso o rendimento do substituto de Ronaldo. Saiu a 20 minutos do fim, com o resultado em 5-1, para entrar Ronaldo, numa substituição que se entende perfeitamente. Que reforça a autoridade do seleccionador, protege a equipa e ... protege Ronaldo. Que continua a não saber proteger-se. Foi o primeiro a sair para o balneário, deixando os colegas no relvado a festejar o apuramento. Por ele, só festeja os seus êxitos pessoais!

A fechar uma grande exibição, e um resultado histórico, sem paralelo nestes oitavos de final, um grande golo de Rafael Leão, um dos últimos a entrar, mas ainda a tempo de deixar a sua marca num jogo onde a Suíça foi completamente atropelada, e vergada a - certamente - uma das derrotas mais pesadas da sua História. 

Agora, nos quartos, segue-se a sensacional selecção de Marrocos. Com os novos horizontes abertos por este dia histórico para a selecção nacional é legítimo, agora sim, aspirar às meias finais. E, para já, repetir 1966 e 2006.

 

 

 

Só a Coreia tem paciência para o futebol de Fernando Santos

Portugal perde com Coreia, de Paulo Bento, mas garante 1.º lugar do Grupo.  Coreanos apurados - Mundial - SAPO Desporto

Com últimos jogos dos grupos G e H encerrou-se a fase inicial deste Mundial do Catar, com a curiosidade de nenhuma das 32 equipas ter conseguido ganhar os três jogos. 

Já só Portugal e o Brasil tinham essa possibilidade. Ambos perderam.

Surpreendentemente, o Brasil. Sem surpresa, Portugal!

Diria que, pelo que tem sido o desempenho da selecção portuguesa, foram mais surpreendentes as duas vitórias anteriores que a derrota de hoje. 

Na realidade, o futebol da selecção de Fernando Santos - mais propriamente da Femacosa, Lda - não foi hoje diferente do que tem sido. As duas vitórias não esconderam nada, mas turvam a vista de toda a gente. 

Os que jogaram hoje - houve seis alterações relativamente ao último jogo, com o Uruguai, mantendo-se apenas o guarda-redes Diogo Costa, os defesas Pepe e João Cancelo (mesmo mudando da direita para a esquerda), Rúben Neves, no meio campo, e o inevitável Ronaldo, na frente - não jogaram melhor nem pior que os outros. Tal e qual como os outros, jogaram muito menos do que aquilo de que são capazes.  

Esse é, como se sabe, o problema de Fernando Santos. Não consegue pôr os jogadores, sejam eles quais forem à excepção do mesmo de sempre, a jogar o que sabem e podem. Um problema tanto maior quanto ele nunca tem a nada a ver com isso. Se ganham, mesmo não jogando nada, jogaram bem. Se perdem, os jogadores erraram. E há que corrigir esses erros.

Hoje as coisas voltaram a começar a correr bem. Logo aos 5 minutos, na primeira vez que a equipa chegou à área dos coreanos, marcou: passe longo de Pepe para a direita que encontrou Diogo Dalot, que cruzou para Ricardo Horta marcar, na pequena área.

Estava dado o mote para a estratégia de ataque da equipa: passes longos de Pepe. O meio campo não era preciso para nada que não fosse, ou para defender, ou para entreter o jogo e deixar passar o tempo. 

Era isto que se pedia a Rúben Neves, João Mário, Vitinha e Matheus Nunes. A Ronaldo não se pede nada, já se sabe. E a Ricardo Horta que ajudasse Diogo Dalot a defender.

Claro que, assim, a Coreia do Sul não tinha por onde encontrar dificuldades. Bastava-lhe disputar e ganhar as bolas longas que lhe chegavam à defesa e, tanto quanto a sua paciência lhes permitisse, assistir às trocas de bola para trás e para o lado dos centro-campistas e defesas portugueses.

Quando essa paciência se esgotava disparavam para a frente, incomodando muito mais do que eram incomodados. Foi sempre assim, durante todo o jogo. Não houve diferença nenhuma da primeira para a segunda parte. 

Mostraram que era assim logo depois de sofrerem o golo. E marcaram, de um canto (os cantos fazem o resto da história do jogo), poucos minutos depois. Valeu que o marcador estava fora de jogo. Não valeu.

Mas não demorou muito que valesse. Pouco passava do meio da primeira parte e, de novo de canto, a Coreia empatava mesmo. Desta vez nem nunca poderia haver fora de jogo, porque o jogador coreano foi servido por ... Ronaldo. Que abdicou de atacar a bola para desfazer o cruzamento, encolheu-se e virou-lhe as costas. E foi com as costas que assistiu o jogador coreano, um desconhecido central que responde pelo nome de Joung-Gwon Him.

Depois de empatar a equipa de Paulo Bento reforçou a paciência. Se até aí era paciência de coreano, a partir daí mais pareceu paciência de chinês. Tanta que durou bem mais de uma hora.

Já nos descontos, no segundo dos 6 minutos de compensação, lá entra outro canto na história. Só que, desta vez, os coreanos nem precisaram que o canto fosse a seu favor. Serviu-lhe na mesma que o canto fosse na sua baliza. E não, não é um hino ao contra-ataque. É simplesmente qualquer coisa de inimaginável numa equipa que dizem querer ser campeã do mundo: um jogador correu com a bola de uma área a outra sem ser sequer incomodado; quando chegou à área de Diogo Costa tinha chegado apenas um colega de equipa, já no meio de cinco ou seis portugueses. E mesmo assim conseguiu entregar-lhe a bola. E mesmo assim, Hee-Chan Hwang, que até é colega de equipa de Rúben Neves e Matheus Nunes, marcou!

E a Coreia ganhou o jogo, com os uruguaios incrédulos. Mas só porque não estavam a ver o jogo, estavam apenas focados em ganhar o seu jogo ao Gana. Se tivessem alguém a ver o jogo teriam sido avisados que seria prudente dilatar 2-0, a que chegaram na primeira meia hora do jogo.

Assim, acabaram de fora, com os mesmos pontos e a mesma diferença de golos dos coreanos, com quem tinham empatado na primeira jornada. Mas com menos golos marcados 

O Brasil também perdeu. Também com um golo nos descontos. Épico, de resto. De Aboubakar, já esgotado. Que, já esgotado, poucos minutos antes, nas mesmíssimas circunstâncias em que os portugueses perderam o jogo, correu atrás do Bruno Guimarães, agarrou-o, e acabou com a fuga do brasileiro. Viu o amarelo. Esquecido não deveria estar, não tinha dado tempo para se esquecer. Mas nem assim resistiu a tirar a camisola na celebração do golo, acabando expulso, acarinhado pelo árbitro.

O golo épico do antigo jogador do Porto, que somou ao outro, espectacular que marcara no empate a 3 com a Sérvia, que no outro jogo decisivo perdia (2-3) com a Suíça, não serviu de nada aos Camarões. Ia, isso sim, quase servindo para roubar o primeiro lugar ao Brasil. Faltou apenas um golo à Suíça para passar para a frente do grupo.

Se calhar não o quis, como já fizera a Espanha. Talvez tenham preferido a selecção de Fernando Santos à de Paulo Bento. E se calhar têm razão!

 

  

Quando tudo errado acaba a bater certo

No último dia da segunda ronda do mundial quebrou-se a regra, e os vencedores da primeira ronda repetiram a vitória. E garantiram desde logo o apuramento para os oitavos, o que só a França tinha feito, na tal excepção que confirma a regra.

No grupo G foi o Brasil a conseguir isso, numa vitória difícil, apenas 1-0, mas merecida sobre a Suíça. O que faltou de golos neste jogo sobrou no outro. Foram seis, e dos bons, no empate a três entre os Camarões e a Sérvia. A selecção africana, porque vai no último jogo defrontar o Brasil e, por isso, com poucas probabilidades de ganhar, está muito próxima de ser eliminada. Deixando a questão do apuramento em coisa a decidir entre a Suíça e Sérvia que, para lá chegar, terá obrigatoriamente de ganhar. O empate serve aos helvéticos.

No grupo H o Gana ganhou à Coreia do Sul, num jogo electrizante. O Gana chegou ao 2-0, ainda na primeira parte. Os sul-coreanos, ainda no primeiro quarto de  hora da segunda parte, com dois golos de rajada, de Cho Gue-Sung, em apenas 3 minutos, empataram. Kudus, o avançado do Ajax que já é craque, não lhe quis ficar atrás, marcou pouco depois o seu segundo golo e, perante os desespero dos asiáticos - e do português Paulo Bento, que acabou expulso -  garantiu a vitória à selecção africana. Que, não lhe garantindo ainda nada - qualquer das três equipas pode ainda conseguir o apuramento - é a única que, matematicamente, pode sonhar com o primeiro lugar do grupo. Que, no entanto, dificilmente fugirá à selecção de Portugal, depois da vitória desta noite frente ao Uruguai.

Voltou a não fazer um jogo aceitável, e minimamente compatível com a valia dos jogadores portugueses. E voltou a ser bafejada pela sorte. Fernando Santos não consegue pôr estes jogadores a jogar um futebol empolgante, nem sequer decente. Mas consegue os favores dos deuses. Ou será de Nossa Senhora?

Sem Otávio e Danilo, lesionados, Fernando Santos optou por William Carvalho e Pepe. Nuno Mendes, recuperado - ou talvez não - foi a terceira alteração relativamente ao jogo com o Gana. De resto, tudo na mesma. E com tudo na mesma, tudo fica na mesma. E muito fraquinho.

Nunca a selecção portuguesa mandou no jogo, e andou mais tempo atrás dele que a controlá-lo. Só o controlou verdadeiramente, só nos últimos 10 minutos.

Entrou no jogo na habitual posição de espera, sem iniciativa, enquanto equipa uruguaia entrava para amedrontar. Não por força da qualidade do seu futebol, mas pela intimidação do confronto físico, e pela intensidade na disputa  de todos os lances. No último quarto de hora da primeira parte era já o Uruguai que estava por cima do jogo, e só não marcou naquela jogada em que o Betencur fez gato sapato da defesa portuguesa porque Diogo Costa voltou a mostrar que, apesar de tudo, aquela baliza lhe pertence por direito próprio.

Entretanto Nuno Mendes mostrava que, afinal, não estaria recuperado, e teve que ser substituído por Raphael Guerreiro, já perto do intervalo. Com uma substituição e uma das três oportunidades para o efeito queimadas, e com Rúben Neves em sub-rendimento, esperava-se que o seleccionador aproveitasse o intervalo para, pelo menos, o substituir e compensar o momento perdido pela substituição a que já tinha sido obrigado.

Não o fez, e começou aí o primeiro erro nas substituições.

A segunda parte começou na linha do que tinha sido a primeira meia hora. A primeira nota foi mesmo a invasão do campo por alguém com uma T shirt alusiva aos direitos das mulheres no Irão para lá deixar a bandeira arco-iris LGBT, que a FIFA não tinha autorizado nas braçadeiras dos capitães que a isso se tinham proposto, na altura em que Rúben Neves estava a ser assistido, e a fazer ressaltar, a cores tão vivas como as da bandeira no relvado, a asneira de não ter sido substituído ao intervalo. 

Não se imaginaria que, três minutos depois, e ainda antes de se esgotarem os primeiros 10 minutos, do céu voltaria a cair um golo salvador. Bruno Fernandes cruzou para a área, Cristiano Ronaldo saltou, mas só isso, o guarda-redes uruguaio foi enganado, e a bola acabou dentro da baliza. Num golo estranho. Tão estranho que era o golo de Bruno Fernandes com que CR 7 igualaria Eusébio!

A perder, os jogadores uruguaios mandaram-se aos portugueses como gatos a bofes. O treinador tirou um dos cinco defesas - velho Godin - e Vecino,  praticamente o sexto, e um dos mestres da intimidação, e lançou dois rapazes que jogam à bola - Arrascaeta, do Flamengo, e Pellistri, o miúdo do Manchester United, que deu cabo da cabeça a Raphael Guerreiro. E não só.

 E as coisas começaram a correr mal a sério. 

A resposta de Fernando Santos não podia ser pior - tirou finalmente Rúben Neves para fazer entrar Rafael Leão. Tudo errado: utilizou o segundo momento para fazer uma única substituição; quando a equipa estava sujeita a uma pressão enorme, como nunca lhe tinha acontecido, trocava um jogador de meio campo por um avançado; e quando em campo estavam avançados esgotados (João Félix) e/ou a que só viam a bola à distância (Ronaldo).

Claro que tudo se agravou. O seleccionador uruguaio continuou a carregar, e mandou lá para dentro Luís Suárez e Maxi Gomez. Que só não marcou na primeira vez que tocou na bola porque a bola foi ao poste direito de Diogo Costa.

Foi um quarto de hora de sufoco!

Mas Fernando Santos é homem de fé. E de sorte. Tanto que teve tempo de chegar às substituições. Aos 83 minutos.Três de uma vez, porque já não tinha mais nenhuma vez. Tarde de mais, mas ainda a tempo.

Às saídas de João Félix e Ronaldo juntou a de William. A entrada de Palhinha deu capacidade de combate ao meio campo. Matheus Nunes foi a companhia de que precisavam Bruno Fernandes e Bernardo Silva. E Gonçalo Ramos introduziu frescura e movimento no ataque.

Faltavam 7 minutos para os 90, e a selecção passou finalmente a ter controlo sobre o jogo. A ser claramente superior, e a justificar, em 10 minutos de jogo útil, a vitória. Tanto que deu para Bruno Fernandes marcar o segundo golo, de penálti (do VAR, o segundo em dois jogos), rematar ao poste, para que os uruguaios nem do seu se possam queixar, e ser eleito o melhor em campo. Que hoje até foi o Bernardo. No jogo com o Gana é que tinha sido ele o melhor, não o Ronaldo. Mas isto anda sempre tudo trocado!

Tão trocado que, fazer tudo errado, acaba a bater certo!

Apresentações feitas

Mundial 2022: Ronaldo eleito o melhor em campo no Portugal-Gana |  MAISFUTEBOL

Com Marcelo a ver - e a cumprir a promessa de "partir a loiça toda", em privado, num encontro com o Presidente do Gana, Nana Akufo-Addo, sobre educação, numa iniciativa da fundação Education For All, em conjunto com as Nações Unidas, transmitida na Internet - a selecção portuguesa estreou-se neste último dia da primeira jornada do Mundial, num estádio feito de contentores e com nome de indicativo de número de telefone (974 - o indicativo internacional do Catar, o 351 deles).

Nos contentores da selecção não havia carga, apenas emoção, percebeu-se logo pela humidade nos olhos de Cristiano Ronaldo quando se iniciou o hino. O indicativo também facilitou a comunicação. A equipa não comunicou, e não foi só para Rúben Dias, no primeiro golo do Gana. Nem para Cancelo, no segundo. Nem ainda para Diogo Costa, no último segundo do jogo, no que esteve perto de ser o hara-kiri final desta selecção.

Na verdade pouco ou nada funcionou na selecção. Funcionou sim - isso nunca falha - o futebol pobrezinho de Fernando Santos. Sempre pobrezinho, e sempre mais pobrezinho ainda com Cristiano Ronaldo na equipa, como está mais que demonstrado. Como demonstrado está que Fernando Santos é mesmo capaz de transformar jogadores de classe mundial em meros jogadores banais.

Já não há paciência para o que dizem ser o futebol de paciência da selecção. Nem para o resto!

Por exemplo, Fernando Santos escolheu jogar com a Nigéria para preparar este jogo. O argumento é que seria a equipa mais parecida com a do Gana, para quem perdera a qualificação. Se era para isso, quem é que compreende que a equipa que hoje subiu ao relvado, quase nada tivesse a ver com a que passou, com distinção, no teste. E, sim, na boa exibição com a Nigéria não jogou Cristiano Ronaldo.

A sofrida vitória sobre a 61ª selecção do ranking da FIFA - sim é equipa menos qualificada que está no Catar - acabou por ser a única coisa positiva da estreia da selecção. E, se não caiu do céu, não faltou muito.

Na primeira parte foi o tal jogo de paciência, para que já não há paciência. A equipa portuguesa nunca mandou no jogo a sue bel-prazer. Nunca sufocou o adversário, nem nada de perto. Mas, na verdade, também nunca deixou que o Gana mostrasse qualquer tipo de ameaça.

Na segunda foi pior. Não dominou o adversário, nem sequer nunca controlou o jogo. E permitiu que o adversário ameaçasse.

Ameaçava já quando, já mais de metade da segunda parte se tinha esgotado, do céu, caiu um penálti. Que Cristiano Ronaldo converteu em golo, estabelecendo mais um recorde - o primeiro jogador a marcar em cinco campeonatos do mundo. E sabe-se como isso é o que mais importa.

Nem com um golo caído do céu a equipa serenou, e permitiu o empate poucos minutos depois, na primeira falha da defesa portuguesa. Falhou Rúben Dias, e  falhou, em acto contínuo, Danilo. 

A equipa do Gana mandou-se para cima da selecção portuguesa, com todos estes nomes. E foi isso, essa desenfreada busca pelo golo da vitória, que permitiu, em contra-ataque, que a equipa de Fernando Santos chegasse ao 3-1, com dois golos em dois minutos. 

Mas, nem ainda assim, e a 10 minutos do fim do jogo, tivemos equipa. João Cancelo, transformado num jogador banal, foi isso mesmo. E o Gana voltou a marcar, transformado os inacreditáveis 9 minutos de compensação num pesadelo. Que só não tenebroso porque, no último minuto, o IñaKi Wiliams, saído de dentro da baliza portuguesa, e nas costas de Digo Costa, escorregou quando lhe roubou a bola que ele tinha no chão, à sua frente, para fazer passar os últimos segundos.

Fechada a primeira jornada, com os jogos dos grupos G e H, estão apresentadas as equipas. E deixadas as primeiras impressões daquilo que podem ser as suas ambições.

O empate a zero - mais um - no Coreia do Sul - Uruguai, num jogo muito dividido, em que o futebol da selecção orientada por Paulo Bento foi mais interessante, acabou por ser um resultado interessante para a selecção portuguesa. O pior é o resto...

O grupo G, onde a Suíça ganhou aos Camarões (1-0), teve no Brasil - Sérvia (2-0) um dos melhores jogos desta primeira jornada. Começou por ser um grande jogo, e acabou num enorme jogo do Brasil, com aquele fabuloso golo - segundo dos dois do Richarlison - a ser, desde já, muito provavelmente o melhor deste Mundial. E um dos melhores de sempre. Melhor, será difícil!

Não se sabe o que aí virá, mas que os candidatos já estão apresentados, lá isso estão. O que esta primeira jornada disse é que, na primeira linha, estão o Brasil, a França e a Espanha. Por esta ordem, mesmo.

Depois, a Inglaterra e a Alemanha. Falar de Portugal, só por graça!

 

 

 

E fez Rafa muito bem...

Conheça os heróis da seleção (parte 3)

O Rafa renunciou à selecção. Bateu com a porta, e fez ele muito bem!

De Rafa diz-se sempre que faz tudo bem, mas que falha nas decisões. Pois nesta não falhou. Na hora certa, puxou da luva branca e ... toma lá. 

Ouviu-se um estrondo. Ainda não sei se foi da porta, se foi da chapada. Mas lá que se ouviu, ouviu.

Ponto final. O Fernando Santos agora que brinque com outros. Com Rafa já brincou tudo, não brinca mais. Não sei se não vai haver mais alguém a dizer ao gestor da empresa que faz de seleccionador nacional para brincar com outra coisa.

Afinal o seleccionador nacional é só gerente do seleccionador nacional

FPF: Fernando Gomes explica as razões para a renovação de Fernando Santos -  Seleção Nacional - SAPO Desporto

 

Fernando Santos, o seleccionador nacional, tem o Fisco à perna.

Ao que consta criou uma empresa e, em vez de assinar um contrato de trabalho com a FPF, foi a empresa criada - a Femacosa - que assinou um contrato de prestação de serviços com a Federação. Quando pensávamos que Fernando Santos era o seleccionador nacional, estávamos enganados. Ele era apenas gerente da empresa, um homem de negócios, como se diz na gíria. O seleccionador era a desconhecida Femacosa.

Quando sabíamos que a vida tinha corrido ao seleccionador nacional, com os milhões do campeonato da Europa de 2016, não imaginávamos que pudesse não estar a correr assim tão bem a Fernando Santos, que afinal recebia apenas um salário mensal de 5 mil euros da sua empresa pelas suas funções de gerência. De que pagava o seu IRS, à taxa correspondente. Os milhões a sério que a FPF pagava è empresa eram tributados em IRC, à simpática taxa de 19 ou 20%. Coisas que a fiscalidade portuguesa trata sem grande margem para dúvidas no regime de transparência fiscal, e em especial numa cláusula geral antiabuso.

Daí que não surpreenda que a Administração Fiscal lhe esteja agora a exigir qualquer coisa como 4,5 milhões de euros de IRS por pagar. Como também não surpreende que Fernando Santos esteja a recorrer a advogados, daqueles pagos a peso de ouro, para fugir com o dito à seringa do Fisco. O seleccionador que não é seleccionador mas apenas gerente, é Santos, mas não é santinho. Por mais que o possa querer fazer crer. Santinho é só nos bonecos da Contra-informação. O que surpreende mesmo é o comunicado da FPF, entidade com o estatuto de utilidade pública, que acusa a Administração Fiscal de "violação grosseira do direito ao sigilo fiscal" e declara que "Fernando Santos não só não deve um único cêntimo à Autoridade Tributária, como nunca deixou de ter a sua situação regularizada nos termos da lei."

A verdade nem anda muito longe - se tudo tivesse permanecido em segredo, em "sigilo fiscal", todos estaríamos convencidos que o seleccionador era Fernando Santos e não a tal empresa, e tudo estaria regularizado nos termos da lei. O problema é o raio do sigilo. E outro ainda: é que Fernando Gomes, e a sua FPF com estatuto de utilidade pública, sabia que contratara Fernando Santos para seleccionador nacional mas que pagava à Femacosa. Que tanto quanto seja possível saber nem deve ter curso de treinador!

 

 

Sem honra nem glória. Apenas vexame!

 

Já sabíamos que Fernando Santos acredita mais em milagres que na capacidade de um conjunto de jogadores que estão entre os melhores do mundo, e que integram as melhores equipas do planeta. O que é absolutamente inacreditável é que, agarrado ao milagre do título europeu, tenha transformado tão extraordinário lote de jogadores numa selecção mediocre.

Mais inacreditável ainda é que Fernando Santos ache que faz tudo bem. Os jogadores, é que não. Os jogadores é que não conseguem. Aqueles jogadores não conseguem ligar o jogo, garante. Não conseguem ter bola. Diz e repete, como se nos quisesse convencer que jogadores que são dos melhores que há, e que jogam nas melhores equipas mundiais e que disputam as mais exigentes competições do futebol mundial, não sabem jogar à bola. 

A selecção nacional tinha a obrigação de ter garantido o apuramento para o malfadado mundial do Qatar bem antes de chegar a este jogo decisivo, em casa, em que lhe bastava um empate. Mesmo que aquele golo na Sérvia - já agora onde a selecção teve em metade do jogo, na primeira parte, a única prestação minimamente condizente com a qualidade dos jogadores -, que não contou, tivesse desde logo empurrado a decisão para este último jogo. Porque, em boa verdade, já foi por Fernando Santos ser o que é que a selecção empatou um jogo que ganhava por 2-0 ao intervalo, depois de exibir uma enorme superioridade sobre a equipa sérvia.

A Sérvia é uma selecção de terceira linha do futebol europeu, mas os outros adversários eram ainda muito mais fracos. Por isso, a partir desse jogo na Sérvia, o mais normal seria que as duas equipas ganhassem todos os jogos. A Sèrvia foi infeliz na Irlanda, e empatou esse jogo. Onde a seleccão portuguesa foi incompetente, e também empatou ... mas com muita sorte. Num jogo miserável que marcou, e muito, o de hoje.

Hoje bastava o empate para conseguir o apuramento. Era Fernando Santos nas suas sete quintas e, com jogadores de topo mundial, armou uma equipa para não perder com um adversário de terceira categoria, dentro da sua estratégia de eleição. Com a sorte de marcar no primeiro minuto, o que podia ser o melhor, foi o pior. A partir daí só uma equipa jogou à bola.  A Sérvia empatou pouco depois da meia hora (num frango monumental, para acentuar o vexame), e depois de já ter tido uma bola de golo no poste. Na segunda parte Fernando Santos jogou com três trincos - Danilo (é incrível como foi titular), Palhinha e Ruben Neves!

A Sérvia marcou o golo da vitória que lhe deu o apuramento ao minuto 90. Nada mais que o merecido castigo. Acreditar agora que no play-off é que vai ser, é pouco menos que acreditar em milagres. Fernando Santos acredita. Mas já ninguém acredita nele. Os senhores da Federação Portuguesa de Futebol podem estar-se nas tintas para os adeptos, mas convinha que não se esquecessem que nesse "ninguém" se incluem os jogadores. 

Há mais de 11 anos, Cristiano Ronaldo abriu a porta da rua a Carlos Queirós com uma frase: "assim não, Carlos, assim não". Se quer estar no seu último mundial é hora de se lembrar disso.

 

 

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