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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Cúmplices - disse ele!

Por Eduardo Louro

 

Se a Comissão Parlamentar de Inquérito ao BES não servir para mais nada serve, pelo menos, para mostrar que o governo e o Banco de Portugal "jogaram à roleta" não só com a estabilidade do sistema financeiro,  conforme hoje lá disse Fernando Ulrich, mas também com os portugueses e com a economia portuguesa.

Bastou que Fernando Ulrich tivesse dito - e disse muito mais - que tinha avisado Vítor Gaspar, então ministro das finanças, ainda antes da irrevogável revogada demissão de Portas do início do Verão de 2013, do que se estava a passar no GES e no BES. E que tivesse demonstrado que, dois dias depois, já estava um alto funcionário do Banco de Portugal a contactá-lo na sequência dessa sua iniciativa, para ficar claro toda a gente do governo tem mentido, com o primeiro-ministro à cabeça, quando diz que só teve conhecimento da situação no final de 2013. E que o governo e o Banco de Portugal são cúmplices, por passividade, com o rol de crimes financeiros praticados por Ricardo Salgado e seus pares no últimos 12 meses da actividade do BES!

Já não há assim tanto para contar... (II)

Por Eduardo Louro

 

Não sei se há quem possa atirar a primeira pedra. Mas Fernando Ulrich não perdeu muito tempo. Primeiro foi o anúncio - televisivo, muitos anos depois: certeiro, nitidamente a entrar por ali dentro. Depois, não se ficou pelas meias palavras...

Passos Coelho é que - disse-o sempre - não estava preocupado. Nem tinha nada a ver com aquilo. Afinal parece que tem, e chegou já ao ponto de dizer que, se houver alguma coisa, o Estado cá está. 

Não sei bem porquê, mas acho que gostei mais de o ver calado!

Traquinices

Por Eduardo Louro

 

Aí está Fernando Ulrich de regresso ao seu melhor.  

Nem em 75 houve uma política tão redistributiva”, ou “não se pode é dizer que a política não tem tido uma preocupação redistributiva enorme” são as novas preciosidades do senhor ai aguenta, aguenta!

Que a desigualdade tenha disparado em Portugal, que o número dos mais ricos tenha aumentado, e que tenham aumentado as respectivas fortunas, é outra coisa. Não tem nada a ver com política. Nem com distribuição de riqueza!

Muito traquina e muito dado à brincadeira, este senhor. Que temos de aguentar, pois claro!

Ai aguenta...aguenta...

Por Eduardo Louro

 

As nomeações da rapaziada continuam. Técnico especialista ou assessor, não há dia sem novidades!

Desta vez é o Despacho nº 14730/2013 do Secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Sérgio Paulo Lopes da Silva Monteiro, publicado no Diário da República do passado dia 4: “designo como técnico - especialista João Melo de Castro Ulrich para realizar estudos e trabalhos técnicos no âmbito das respectivas habilitações e qualificações profissionaisno meu gabinete”.

Claro que os termos do despacho chamam a atenção: o Secretário de Estado designa  o rapaz “técnico especialista". Para quê? Pois, "para realizar estudos e trabalhos técnicos no âmbito das respectivas habilitações e qualificações profissionais”. Para que não haja, nem nunca possa haver, a mínima desadequação entre as qualificações e o posto de trabalho. No tacho é normalmente assim... Dá sempre com o testo! Acrescento que o rapaz é jurista, pelo que a sua função será a de realizar estudos e trabalhos jurídicos…

Mas o nome do rapaz não lhe fica atrás!

Desconfio que o papá Fernando passará agora a sujeitar-se a alguma continência verbal. De outra forma melhor seria que tivesse arranjado um lugar para o menino lá no BPI… 

A SAGA DE ULRICH

Por Eduardo Louro

 

A autêntica saga que Fernando Ulrich inaugurou com o célebre “ai aguenta… aguenta” não tem fim à vista. Promete eternizar-se. Ou, pelo menos, bater a regressada saga dos Ewning, que parecia nunca mais acabar!

Mas não devia. O líder do BPI tem a obrigação de pôr fim à novela muito rapidamente, e não pode continuar a alimentá-la como tem feito. Por uma razão simples: porque tudo começou num erro grosseiro de comunicação!

O “ai aguenta… aguenta” inaugural foi um erro grave de comunicação que só tinha que ser corrigido de imediato, com o saber e a humildade que devem ser próprios dos verdadeiros lideres. E mesmo das elites!

Teria sido fácil fazê-lo, e dispõe de meios para isso e para muito mais: agências de comunicação, gestores de imagem, sei lá… Mas não o fez, e nem sequer se pode dizer que a emenda lhe tenha saído pior que o soneto. Não houve sequer uma verdadeira tentativa de emenda, houve apenas uma tentativa de fuga para a frente. E as fugas para a frente normalmente correm mal!

Hoje, no Parlamento, onde foi ouvido em sede de comissão de orçamento e finanças, que está a ouvir os presidentes dos bancos ajudados pelo Estado, o que foi notícia foi precisamente a sua novela, acabando por lhe acrescentar mais um episódio. Ao ponto de o deputado comunista Honório Novo lhe ter recomendado que se demitisse – há gente que resolve tudo com demissões – obrigando-o a responder que o seu lugar está sempre disponível e nas mãos dos accionistas.

Bem o sabemos, mas … não havia necessidade…

E é verdade que, por incompetência na comunicação, e por uma certa arrogância intelectual que não o deixou voltar a trás, está a prejudicar o banco que dirige. E os accionistas, por muito bem que achem que ele o dirige, podem até não achar muita graça a este particular!

 

AGUENTAM?

Por Eduardo Louro

 

O tema da semana – a chamada, apenas por facilidade de expressão, crise interna do PS -, aqui sobejamente tratada, teve uma particularidade notável: António José Seguro, que antes era pouco menos que indigente, passou a ser, aos olhos da opinião que sustenta a maioria e o governo, o mais respeitável líder da oposição!

Em poucos dias, Seguro deixou de ser um líder frouxo, fraquíssimo, sem ideias nem projecto para passar a merecer todos os elogios e encómios. Passou de vilão a vítima, a mártir da deslealdade, como se pôde ver por tudo o que era opinião publicada a partir de toda a comunicação que se esforça para defender o actual poder.

Conta hoje o Expresso que a onda de solidariedade passou já para o governo. Que decidiu dar tréguas a Seguro a ver se ele se aguenta… Ou se se aguentam ambos!

Será que se aguentam?

Dou a palavra a Fernando Ulrich: ai aguentam, aguentam!

 

NÃO SE AGUENTA!

Por Eduardo Louro

 

Fernando Ulrich voltou ao “ai aguenta …aguenta”. Desta vez para dizer que, se a Grécia aguentou uma quebra de 25% no PIB, Portugal também o aguenta. Que, se os sem abrigo aguentam as respectivas condições de vida, qualquer português as aguenta, também!

Não se aguenta esta gente…

O presidente da RTP, em entrevista à própria, disse que era necessário despedir trabalhadores. Quantos? Não sabe, não tem ainda o estudo que lho diga!

Mas sabe que a empresa tem trabalhadores a mais. E que o ministro Relvas disse que a reestruturação seria dolorosa. E que isso queria dizer despedimentos!

Não me surpreende que haja gente a mais na RTP. Se ao longo destes anos todos foi um dos albergues preferidos para a rapaziada do centrão, é mais que provável que por lá esteja mais gente que o necessário. O que me surpreende é que o seu Presidente fale em despedimentos sem que saiba do que está a falar. Apenas em sintonia com a dolorosa profecia de Relvas. Que, mais que uma profecia, é um castigo: como não vos privatizo, despeço-vos. Vão ver como dói!

Não se aguenta, não…

Marques Mendes, falando da remodelação, disse que, a sério, só depois das eleições autárquicas, onde o governo levará uma tareia das antigas. Que é sempre assim, que é normal um governo em funções ser sempre penalizado em eleições! Quer ele dizer - e sabe do que fala - que não há governo capaz de governar a contento de quem o elege, de acordo com o que promete. Que nunca há governos sérios. Que tem de ser assim…

Que é assim, já há muito o sabemos. Que esta gente não tenha vergonha de o dizer, é que já não se aguenta…

 

COISAS DE HOJE III

Por Eduardo Louro

 


(foto daqui)


Na discussão do Orçamento de Estado na Assembleia da República discutiu-se tudo menos o dito. A politquice do costume, com mais ou menos encenação e com a amnésia do costume. PS e PSD muito esquecidos: um de que foi governo e do que aí foi feito, e outro, tanto como das promessas feitas, da garantia que nunca se desculparia com a pesada herança. O governo e a maioria na realidade já não têm outro argumento que não a governação anterior, esquecendo duas coisas: que garantiram não recorrer a esse expediente e que estão a governar há quase ano e meio.

Mas a verdade é que na discussão do orçamento não se discute o orçamento, a provar aquilo que aqui tem repetidamente sido dito: que este orçamento apenas existe porque é preciso haver um. Se não vale de nada, se não serve para nada, se nem o governo que o apresenta nem a maioria que o defende e aprova acreditam nele, o que é que há a discutir?

Quando se deveriam estar a discutir os enormes aumentos de impostos” do Orçamento, o primeiro-ministro apresenta medidas contingentes – mais impostos - para a falha da execução orçamental. Está a apresentar o Orçamento e o seu primeiro rectificativo, ele que, neste ano, bateu o recorde de orçamentos rectificativos, ultrapassando os governos provisórios do PREC!

Quando se deveriam estar a discutir os cortes de despesa do Orçamento, o primeiro-ministro, refundador, alarga a refundação ao Estado, depois do pontapé de saída dado na semana passada pelo ministro das finanças com aquela depensar nas funções do estado e no preço que se está disposto a pagar por elas”.

O governo que prometeu reformar o Estado, que foi eleito também com essa promessa, em ano e meio não mexeu uma palha. Mas quando apresenta um orçamento que não consegue executar, repara que a única saída que tem é cortar funções ao Estado. É, quando mais tira aos portugueses para dar ao Estado, que mais vai tirar no que o Estado tem para dar aos portugueses.

E é quando desperdiçou toda credibilidade que chegou a ter, depois de perder todas as muitas oportunidades que teve, e depois de ter esgotado toda a boa vontade, compreensão e disponibilidade de colaboração da parte do PS, que vem apelar – de forma pública e alvoraçada, sem o mínimo tacto político – à ajuda de Seguro para consensos na reforma do Estado. Faz algum sentido?

Nunca tanta incompetência junta foi vista neste país…

Valha-nos que um banqueiro nosso amigo – e muito competente - acha que tudo vai bem. E que é com mais austeridade - que o país aguenta, garante – que nos salvamos do destino da Grécia. “Ai aguenta, aguenta” – diz ele! Até poderá aguentar, Sr Ulrich, mas esse é mesmo o caminho da Grécia. Com o mesmo destino, como já toda a gente viu!

Excepto os banqueiros, claro…

 

 

É PRECISO TER LATA

 Por Eduardo Louro

 

Acompanhei a entrevista de Fernando Ulrich na RTP. Que fale como um banqueiro não surpreende ninguém. Também a hipocrisia não surpreende: embora não pareça rima com banqueiro.

Mas a lata surpreende. Nem é por dizer que as empresas portuguesas não têm falta de crédito, que têm é falta de capitais próprios e de mercados. Ou que o não há milhares de portugueses a ficar sem as suas casas, obrigados a entregá-las aos bancos. Que no BPI não acontece nada disso. Ou que a Banca não teve nada a ver com a decisão dos portugueses de comprar habitação, e que essa foi uma decisão exclusiva dos portugueses, por sinal a melhor que tomaram… É por dizer que o governo deveria pôr os desempregados a trabalhar – de borla, evidentemente – nas grandes empresas. No seu BPI, pois claro…

É preciso ter lata!

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