Chegou a hora, Sr Professor Cavaco Silva. Fora de horas, mas chegou. Chegou muitas vezes a pensar-se que nunca mais chegaria, mas chegou. Porque, por muito que se atrase, acaba sempre por chegar.
Passe bem. Não se preocupe connosco... Nós ficamos bem... Certamente muito melhor sem o senhor por perto... Vá gozar a sua reforma, se para tanto derem as suas pensões... E desfrute do seu estatuto de pior Presidente da democracia portuguesa.
Não admira que à medida que esta campanha eleitoral se está a aproximar do fim se encha cada vez mais de balelas, de guerras de alecrim e manjerona. Não é apenas porque Paulo Rangel se presta a isso, um verdadeiro mestre dessa arte, capaz de, num abrir e fechar de olhos, virar um discurso do avesso, passar de agressor a vítima, de vilão a herói... Sempre empolgado e empolgante, arrebatador. Nem que, como ontem dizia o Joaquim Vieira, esteja apenas a contar o que comeu ao pequeno-almoço… É de resto disto que os media gostam, é a isto que chamam de capacidade política!
É porque a máscara da festa do governo está a cair todos os dias, e é preciso que as pessoas não reparem nisso. Pelo menos por mais três dias, que é também preciso que passem depressa. E com muitas luzes e muito barulho...
O PIB caiu no I trimestre. A dívida pública – soube-se hoje – está já nos 132,4% do PIB, continua a crescer e já não há peneira para tapar o sol da sua sustentabilidade. Os juros estão a subir. Ontem, ir ao mercado, já saiu mais caro. Estão a chegar decisões do Tribunal Constitucional sobre o Orçamento em vigor. Sabe-se já que uma das inconstitucionalidades é o corte dos salários da função pública, que deverão ter de ser repostos nos níveis de 2010. E sabe-se, como o primeiro-ministro ameaçou, que tudo isso – cerca de mil milhões de euros – será coberto com mais impostos…
O tempo é de fim de festa. A festa está a dar as últimas, mas é preciso que se aguente até domingo!
Acompanhe-nos
Pesquisar
Subscrever por e-mail
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.