A Comissão Política Nacional do PSD reuniu e emitiu um comunicado, cuja única relevância era convidar o CDS para uma reunião. O CDS respondeu de pronto e a reunião ocorreu ao início da noite, mas sem Passos Coelho e Paulo Portas. Terminou há pouco também com a emissão de um comunicado, cuja única relevância é dar conta que os dois partidos vão estudar a constituição de listas conjuntas para as próximas autárquicas.
Quer dizer: quando no ar está uma das mais graves crises políticas da nossa História, nas actuais circunstância do país, de consequências imprevisíveis, aberta pelos desvarios da governação e pela irresponsabilidade dos líderes da coligação; quando os dois partidos da coligação ainda numa roda-viva a retirar e a limpar as facas, tudo se resolve com as listas conjuntas para as autárquicas.
Mas será possível que esta gente não dê mesmo mais que isto? Então, depois do que assistiram no sábado e da sondagem hoje publicada – que dá 24 e 7% das intenções de voto respectivamente para o PSD e o CDS, igualando no conjunto as do PS, que nem sequer está a subir – esta gente usa a cabeça, nem que seja por uma única vez?
Repare-se: manda o défice para cá dos 5,9% - coisa em que já pouca gente acreditava (não confundam, as folgas ou as almofadas que por aí se reclamavam reportavam-se ao orçamento do próximo ano) – e ainda dá para pagar 2 mil milhões de dívidas do Estado. Atrasadas, mas mesmo assim… Também não dá para muito mais que para tapar a cova de um dente, mas mesmo assim…
Com os 6 mil milhões do fundo de pensões que a Banca entregou, o Estado – repito, nas palavras do primeiro-ministro – para além de atingir o seu principal desiderato - o défice -, paga as pensões dos bancários, aplica em capitalização para garantir a responsabilidade pelos pagamentos futuros - tranquilizando os contribuintes - e ainda liberta 2 mil milhões para pagar dívidas.
Pois é! Quando não há rigor nos conceitos (e nos números) fazem-se grandes negócios!
Ah! E se houver por aí alguém com dinheiro a receber de algum hospital ou de qualquer organismo público, pode tirar o cavalinho da chuva. Quem vai receber é a banca. Era o que faltava… Esse dinheiro nem chega a sair de lá!
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