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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Giro de Itália 2025

Giro d'Italia 2025, scossone alla classifica dopo la sedicesima tappa ...

Termina amanhã, mas ficou decidido hoje, o Giro de Itália.

Sem João Almeida, este ano reservado para ajudar Pogacar a vencer o quarto Tour, Roglic e Ayuso partiram como grandes favoritos à vitória.

Roglic cedo começou a distanciar-se desse favoritismo e, de novo com quedas a atrapalhar-lhe a vida, acabou por desistir já na terceira e última semana. 

Ayuso, o jovem espanhol de mau feitio, companheiro de João Almeida na UAE, que a imprensa espanhola traz em andor para o altar do seu ciclismo, também não demorou muito a demonstrar que não estava à altura do favoritismo que trazia. Acabou também por abandonar, logo a seguir a Roglic, imediatamente a seguir a ter perdido mais de 10 minutos para os primeiros, e caiu para bem fora do top ten. Disse-se que fora mordido por uma abelha. Ou por uma vespa. 

A diferença não tem importância nenhuma. A polémica - vespa ou abelha - só serve à desculpa, que foi a que tudo aquilo soou.

O mexicano Del Toro (UAE), e o equatoriano Carapaz (Education First), não puseram Roglic e Ayuso fora de combate. Tomaram conta da corrida, e dominaram-na até hoje, ao penúltimo dia, no Cole de Finestre, nos Alpes. No Piemonte.

Tudo indicava que seria no alto do Finestre, lá nos  2178 metros de altitude, que os dois latino-americanos decidiriam o Giro. Mas não foi assim, e o ciclismo voltou a assistir a um golpe de teatro, que tantas vezes o visita. Nem pareceu que a Jumbo Visma tivesse preparado uma grande jogada para o cheque-mate à corrida, como  não parecia que Simon Yates estivesse em grandes condições para se bater com Del Toro e Carapaz. Ainda ontem perdera tempo para ambos, e mantinha o seu terceiro lugar na geral à custa de uma prestação discreta. Bastante discreta, mesmo.

Golpe de teatro é isso mesmo. Cedo se formou uma fuga, onde a Visma fez integrar Wout Van Aert que, sem ser Pogacar, Vingegaard ou Roglic, é um galáctico do ciclismo. Um dos mais decisivos corredores do ciclismo actual. A fuga foi acumulando tempo de vantagem, até chegar aos 10 minutos. Lá atrás, 10 minutos atrás, Carapaz e Del Toro marcavam-se. Simon Yates decidiu ver no que dava aquela marcação, e aproveitou para dar um esticão, meio a medo.

Os dois ibero-americanos olharam um para o outro, à espera de ver quem respondia. Nenhum respondeu, acharam - ou fizeram-nos achar - que aquele Yates não metia medo a ninguém. E o britânico lá foi montanha cima. Lá no alto do Finestre tinha o companheiro Wout Van Aert, levado pela fuga, à espera. 

Foi a vez do belga fazer a diferença. Pegou no colega e foi por ali abaixo, como só ele sabe ir. E a diferença para Carapaz e Del Toro nunca mais parou de crescer. Já Yates tinha a maglia rosa bem segura ao corpo quando, a cerca de 5 quilómetros da meta, e com Carapaz e Del Toro derrotados sem apelo nem agravo, Wout Van Aert encostou, exausto. Coube ao britânico fazer o resto.

E como o fez. Com a vitória no Giro ali à vista, a segunda, depois da Vuelta há meia dúzia de anos, Yates voou para a meta, sem parar de aumentar a vantagem, que chegou aos 6 minutos. O suficiente para cavar uma diferença (na casa dos 4 minutos) para o segundo e terceiro que nunca existira ao longo de toda a competição.

No fim, mais uma vez, a super-poderosa UAE deixou a ideia que não sabe gerir a fartura. Se calhar, no ciclismo como em tantas outras circunstâncias, gerir a fartura até é mais difícil que gerir a escassez.

Giro 2024

Giro d'Itália 2024 - Pogacar entra na história - TopCycling

O Giro, na sua 107ª edição, acabou ontem, sem que aqui o tivesse trazido, ao contrário do habitual. Talvez porque, também ao contrário do habitual, não tivesse portugueses a brilhar.

Só teve a presença (discreta) de um português: Rui Oliveira, colega de Pogacar na UAE, que concluiu a sua segunda participação (tinha estado em 2022) no 122º lugar da classificação, entre os 142 corredores que terminaram em Roma.

Sem concorrência à altura - essa ficará para o Tour, daqui a pouco mais de um mês - Tadej Pogacar dominou por completo a primeira das três grandes Voltas da competição mundial. E deu espectáculo. Correu para ganhar o seu primeiro Giro, mas muito especialmente para dar espectáculo -  permanentemente ao ataque - e para desafiar o recorde dos seis triunfos de Eddy Merckx, em 1973.

Igualou-o, e não o ultrapassou porque foi batido no segundo contra-relógio da prova, à 14ª etapa, pelo especialista italiano Filippo Ganna (Ineos), ex-bicampeão mundial da especialidade, por 29 segundos. No anterior, à 7ª etapa, com mais cerca de 8 quilómetros que terminava com uma subida prolongada, tinha sido ao contrário. Pogacar, muito melhor na subida, recuperou o tempo que perdera no trajecto plano e acabou por ganhar por 18 segundos, naquela que seria então a sua segunda vitória.

Ganhou ainda a classificação da Montanha (maglia azurra) com grande vantagem (64 pontos) sobre o jovem (20 anos) Pellizzari (Green Project). E deixou o segundo da geral, o colombiano Daniel Martínez (BORA), a 9.57 minutos, a maior vantagem desde 1965. O britânico Geraint Thomas (Ineos), vencedor do ano passado, fechou o pódio, a 10.24 minutos. 

Jonathan Milan (Lidl-Trek) foi o rei dos sprinters.

Este Giro, apesar do domínio esmagador de Pogacar, revelou que novos talentos continuam a chegar ao topo do ciclismo mundial. O italiano Antonio Tiberi (Baharain), quinto na geral e primeiro da juventude, a fazer lembrar a participação do nosso João Almeida nos últimos anos, é um deles. Pellizzari é certamente outro. E o neerlandês Thymen Arensman (DSM) outro ainda.

Pódio histórico

 

Uma imagem para a história: João Almeida no pódio final do Giro'2023 -  Fotogalerias - Jornal Record

Terminou o Giro, com a etapa de consagração, em Roma, onde o veteraníssimo Cavendish, agora na Astana, foi o primeiro a cortar a meta, depois de um sprint preparado por ... Geraint Thomas, o seu velho amigo, da Ineos.

Raro, e bonito. É sempre bonito ver do que a amizade é capaz, mesmo nas competições desportivas ao mais alto nível. Talvez não houvesse forma mais bonita para fechar esta edição do Giro!

A classificação geral tinha ficado ontem definida, naquele extraordinário contra-relógio que deixou Roglic no primeiro lugar, com 14 segundos de vantagem sobre Thomas, e 1 minuto e 1 segundo sobre João Almeida. Que ganhou a classificação da juventude, e conquistou o seu primeiro pódio numa grande volta. E o segundo para o nosso país, 44 anos depois de Joaquim Agostinho o ter feito, pela primeira vez. Então na Volta a França, em 1979.

É um grande resultado do jovem ciclista das Caldas. E, aos 24 anos, a confirmação de que é já um dos grandes nomes do ciclismo mundial. E que tem tempo e condições para vir a ser ainda melhor entre os melhores!

Tudo à espera de amanhã

Se João der a sua 'Almeidada' pode conseguir” – Observador

João Almeida este muito bem, não se tendo ressentido do dia de ontem, na duríssima etapa de hoje do Giro. A penúltima, em plenos Dolomitas, e porventura a mais dura desta edição, com 184 quilómetros e seis contagens de montanha. Que só não foi espectacular porque a montanha (e em especial o mítico Passo Giao) pariu um rato. Tudo por causa da brutal crono-escalada de amanhã, que obrigou os favoritos a pouparem-se. Mesmo assim bastaram as últimas centenas de metros, antes da meta de Tre Cime de Lavaredo, lá no alto, para não lhe faltar emoção. 

A corrida não foi muito diferente do que se poderia esperar, com a Jumbo, de Roglic, sempre tranquila no meio do pelotão, e a Ineos, de Thomas, a controlá-la. Sem que ninguém quisesse atacá-la, nem quando mais uma grossa coluna de fugitivos chegou aos 10 minutos de vantagem, na frente. 

No fim, da fuga, apenas resistiram o colombiano Santiago Buitrago, o vencedor lá no alto, e o canadiano Derek Gee,  o eterno segundo deste Giro, cinco vezes segundo em etapas, segundo da classificação por pontos e segundo da montanha. O terceiro já foi Roglic.

O grupo dos favoritos chegou ao último quilómetro e meio reduzido a 8 ciclistas. João Almeida, há muito sem colegas de equipa no grupo - J Vine, claudicou ainda no Passo Giao, quando faltavam três contagens de montanha para o final - tomou a frente, e logo Roglic e Thomas lhe responderam. E contra-atacaram, deixando-o para trás. À campeão, João Almeida foi ainda buscá-los, ziguezagueando entre o público que tapava a estrada. Mas, ao contrário do esloveno, já não conseguiu responder ao ataque final do britânico, já em espaço vedado, nos últimos quatrocentos metros. Roglic, depois de inicialmente batido pelo ataque de Thomas, acabou por reagir e ultrapassá-lo em cima da linha de meta, arrecadando ainda os últimos três segundos da bonificação.

João Almeida acabou por perder 20 segundos, na linha do que ontem perdera, que no fim passaram a 23 para o esloveno. Mas a resposta que deu foi hoje melhor que a de ontem, mesmo que não tivesse conseguido evitar a ideia que os adversários estão mais fortes.

Ninguém sabe nada do que será o contra-relógio de amanhã, com uma subida de 7,5 quilómetros com 11% de pendente, depois dos 11 iniciais em plano. Sabe-se apenas que fará diferenças e que, quando os três primeiros cabem em menos de 1 minuto (59 segundos para Thomas e 33 para Roglic, é a desvantagem do João), decidirá o vencedor. 

Força, João Almeida. Força campeão!

João Almeida vence. Recorde a 16.ª etapa do Giro

Correu-se hoje a primeira das três últimas decisivas etapas do Giro, a 18ª, entre Oderzo e Val di Zoldo, na região de Veneto, num percurso de 161 km cheio de montanhas pelo caminho, que Tibault Pinault aproveitou para conquistar a camisola azul, da montanha. Entrou na fuga logo no início, porque nos primeiros 50 quilómetros já havia uma de primeira categoria, e foi acumulando minutos vantagem. Chegou a ter mais de mais de 6 minutos de vantagem, e até a entrar virtualmente no pódio, perante a passividade do pelotão, e das principais equipas. No fim, nem ganhou a etapa (batido sobre a meta pelo italiano Fillippo Zana), nem conseguiu melhor que entrar no "top ten" (em sétimo). Os pontos somados - não parou de os somar até ao fim - é que ninguém lhos tira. Nem o título de "rei da montanha" deste Giro.

Mas a história da etapa não se fica pela do veterano trepador francês, em ano de despedida. À medida que as subidas iam empinando, e as montanhas ficando para trás, o pelotão ia encurtando, com todas as equipas a perderem corredores. Todas menos a Jumbo, de Roglic. Que não se mexia, não saía do meio do pelotão, aí se mantendo compacta.

Se não se mexia era porque Roglic não estaria a passar bem, pensava-se. Se permitia ao numeroso grupo de Pinault ir ganhando tempo e ameaçando as posições dos seus ciclistas - e até a de Roglic chegou a estar tomada - só poderia querer dizer que o seu líder não estava em condições de responder ao endurecimento da corrida. 

Afinal não era nada disso. Era estratégia pura e, na última subida - na realidade a penúltima, já que os últimos três quilómetros para a meta eram ainda em subida, mas já não propriamente montanha -, no Coi, quando a inclinação chegou aos 20%, com a equipa completa à sua volta, Roglic atacou e arrasou com todos. Menos Geraint Thomas, que nunca o largou e daria até uma ajuda decisiva, na subida para a meta.

João Almeida cedeu, e perdeu de imediato alguns metros e mais de 20 segundos. Depois do impacto inicial recuperou, com a prestimosa ajuda do seu companheiro da equipa, J Vine, e chegou ao final da subida de Coi com os seus dois, e principais, adversários ali à frente, a apenas 7 segundos. Mas sem se lhes conseguir juntar.

Tudo indicava que o conseguiria fazer nos 2 quilómetros da descida. Só que, logo no início, J Vine não conseguiu fazer uma curva e saiu da estrada, arrastando-o na trajectória, obrigando-o a parar e deixando-o, depois, sozinho na perseguição. Na frente, e já no início da derradeira subida (2,7 quilómetros) para Val di Zoldo, onde estava a meta, Geraint Thomas, que até aí se limitara a seguir a roda de Roglic, vendo que o João não tinha chegado, passou a puxar com o esloveno, cavando uma diferença (21 segundos) que tonaria inglório o enorme esforço, e a alma, do campeão português.

Mais que pela surpresa - e pela matreirice de Roglic - João Almeida foi traído por um dia menos bom. E por aquela curva. Com os 21 segundos perdidos, perdeu também o segundo lugar, e está, agora, a 39 segundos do britânico, e a 10 do esloveno. Não terá perdido o sonho da vitória final, mas ficou - ficamos todos - a saber que Roglic está vivo, e em forma. Que não estava acabado quando anteontem lhe ganhou. E que, aos 37 anos, hoje cumpridos, Geraint Thomas responde sempre. Respondeu-lhe anteontem, e respondeu hoje a Roglic!

Amanhã corre-se a última etapa em linha de montanha. Duríssima, sem as elevadas inclinações de hoje, mas mais longa e com ainda mais subidas. Depois, no sábado, o contra-relógio de montanha. Uma crono-escalada fora do comum, de que ninguém sabe o que esperar.

João Almeida tem o pódio praticamente garantido, o quarto classificado já está a 3 minutos. Garantido, mesmo, é que é figura maior neste Giro. E que é um campeão. E um campeão nunca se verga!

Uma grande notícia para o ciclismo português

FOTOS: O ataque, o sprint para a vitória, a euforia e a festa no pódio. As melhores imagens do triunfo de João Almeida

João Almeida ganhou a etapa de hoje do Giro de Itália, uma das mais difíceis decisivas da corrida, entre Sabbio Chiese e Monte Bondone, com cerca de 2200 metros de altitude, uma das montanhas do Trentino, em Trento, no norte de Itália. 

João Almeida, quarto na geral à partida, fez uma exibição de ataque. Primeiro foi a equipa a endurecer a corrida, depois, à entrada dos últimos oito quilómetros, e já sem companheiros de equipa, atacou no grupo dos favoritos, deixando todos os adversários para trás, numa altura da subida com pendentes acima dos 10%.  Geraint Thomas, o britânico vencedor do Tour em 2018, conseguiu depois recolar e foi a sua companhia nos últimos quilómetros, só não resistindo ao ataque do português na meta, para a vitória na etapa. A primeira numa grande 

Na classificação geral inverteram as posições na meta. O britânico reconquistou a "maglia rosa" e é agora primeiro, com 18 segundos de vantagem sobre João Almeida. E 29 sobre Roglic, à partida o principal candidato, e agora terceiro.

Os três primeiros cabem em 29 segundos e, se nada de anormal vier a acontecer, definem o pódio final. A partir daí as diferenças são já acentuadas.

A competição vai já  na terceira semana - termina no próximo domingo -  e tem este ano sido marcada pela chuva, e pelas muitas quedas que sempre provoca, a que o campeão português de fundo também não escapou, logo no início. É nesta fase da corrida, quando as forças começam a faltar a toda a gente, que João Almeida sempre aparece no seu melhor.

Falta ainda subir muita montanha, e um último contra-relógio. Mas, com uma equipa à altura, e sem as recorrentes indefinições na sua liderança, o ciclista português está, desta vez, em condições de lutar pela vitória. E esta é uma grande notícia para o ciclismo português!

 

O vírus tramou o nosso campeão

Diretor de João Almeida fez as contas: ″Carapaz tem de ganhar um minuto″

 

 Depois de em 2020 se ter revelado ao mundo do ciclismo, trazendo a maglia rosa  no corpo durante duas das três semanas do Giro, e consluindo no quarto lugar da geral, e de no ano passado, mercê de uma série de equívocos da sua equipa de então, ter acabado na sexta posição, a poucos milésimos de segundo do quinto, João Almeida entrou neste Giro deste ano com aspirações a vencê-lo ou, no mínimo, ficar no pódio.

Não tinha equipa para isso - a Emirates é uma das melhores equipas do World Tour, mas os ciclistas escolhidos para participar no Giro estavam longe de formar uma equipa à medida dessas ambições, e muito longe do poderio das equipas dos seus principais adversários - mas, até à etapa de ontem, andou sempre entre o segundo e o terceiro lugar da geral. E o desenho da competição, com apenas dois contra-relógios, e curtos - menos de 30 quilómetros no total dos dois - e muitas etapas de alta montanha (opção da organização para aliciar os principais trepadores do mundo para a prova), também lhe não era favorável. 

Mesmo assim lutou que nem um herói nas etapas de alta montanha. Os adversários, o colombiano Carapaz, da Ineos, o australiano Jai Hindley, da Bora, e o espanhol Mikel Landa, da Bahrain, todos com equipas muito mais fortes, elegeram-no como alvo a abater. Mas resistiu sempre. Ficou sempre sozinho, sem a ajuda de qualquer colega de equipa, contra todos eles, e lutou como um herói para defender a sua posição, com o objectivo de se aguentar até ao contra-relógio, no fecho, no próximo domingo, onde acreditava que, mesmo com os escassos 17 quilómetros, lhes poderia ganhar pelo menos 1 minuto. Ou até mais que isso a Landa, o menos dotado de todos para a especialidade.

Ontem, na mais dura etapa de montanha, mais uma vez sem ajuda da equipa, mais uma vez sozinho contra todos, as coisas não lhe correram pelo melhor. E perdeu a 3ª posição para Landa, de que ficou a 49 segundos. Que certamente recuperaria. Depois já só ficaria a faltar a última etapa de montanha, no sábado, para garantir um lugar no pódio. A camisola branca, da liderança da juventude, essa já ninguém lhe tiraria.

Hoje corre-se a única etapa em linha desta semana, tranquila. Para roladores e sprinters. Mas João Almeida já não partiu. Resistiu às altas montanhas italianas, e aos melhores trepadores, mas não resitiu ao Covid. Testou positivo, e teve de desistir. Logo a seguir ao único dia em que realmente perdera. Já com o vírus dentro dele, mas não derrotado.

O vírus não derrota os campeões. Só os trama de vez em quando. E o João estará de volta em pouco tempo, para espalhar classe por essas estradas fora e nos dar mais alegrias.

 

 

 

Que Giro!

 

O fantástico Stelvio - não, não é de automóveis que estou a falar - do alto dos seus 2.700 metros de altitude, tirara-lhe a camisola rosa, na quinta feira, e empurrara-o para o quinto lugar da classificação geral, mas não abatera o nosso espectacular João Almeida. Seguiram-se mais duas etapas de alta montanha, onde continuou a mostrar que era dos melhores, sempre na frente, reduzindo ainda alguma da desvantagem que trouxera daquele dia.

A camisola rosa, perdida no Stelvio para Kelderman que o seguia no segundo lugar, apenas se manteve um dia no dorso do holandês. Ontem mudou para o seu companheiro de equipa, o também jovem Jai Hindley, da Sunweb, com o mesmo tempo do também britânico Geoghen Hart, da Ineos.

Hoje, no contra-relógio final, decidia-se a vitória final. Mas decidia-se também o quarto lugar, onde o campeão espanhol de contra-relógio, Pello Bilbao, dispunha de 23 segundos de vantagem para João Almeida. Com prestações de alguma forma modestas dos dois primeiros, a menos modesta foi a de Geoghen Hart, que assim venceu o Giro. Com mais uma excelente prestação, João Almeida foi o quarto, e o melhor entre os dez primeiros do Giro. Superou a desvantagem para o espanhol, ganhou-lhe ainda mais 12 segundos, e alcançou um brilhante quarto lugar final, a apenas 2 minutos e 57 segundos de Geoghegan Hart. O melhor de sempre de um português em Itália. E o terceiro melhor nas grandes competições mundiais, depois do segundo lugar na Vuelta, e do terceiro no Tour, do saudoso Joaquim Agostinho.

Notável também a prestação de Rúben Guerreiro, que ganhou uma etapa e foi ainda o primeiro na classificação da montanha. 

 

João Almeida - um campeão!

 

O desporto nacional tem um novo ídolo. É ciclista, é cá da região, e chama-se João Almeida. Mantém a camisola rosa, símbolo da liderança do Giro de Itália, ao fim da segunda semana da competição. E vai passar com ela o último dia de descanso, que é amanhã.

Depois de um contra-relógio sensacional, ontem, em que, com o sexto lugar, ganhou tempo a toda a concorrência, hoje foi dia de sofrimento, do sofrimento dos campeões, na 15.ª etapa, uma duríssima etapa de montanha, entre Rivolto e Piancavallo, na distância de185 km. Hoje, foi de campeão!

No momento decisivo da etapa, a mais de 15 quilómetros da meta, sempre a subir, João Almeida ficou sozinho, sem colegas de equipa para a sempre necessária ajuda, no grupo da frente. A Sunweb, de Wilco Kelderman, um dos candidatos e segundo na geral, atacou a corrida, endureceu-a e construiu um grupo reduzido na frente. Irremediavelmente para trás ficaram todos os grandes nomes do Giro.

O corredor português seguiu montanha acima, agarrado ao grupo, mas sem protecção de qualquer espécie. O grupo acaba reduzido a quatro, Hindley e Kelderman, ambos da Sunweb, e Geoghegan Hart, da Ineos, com João Almeida a acabar por ceder, a cerca de 9 km da meta. A partir daí foi uma luta de campeão contra o tempo. Sozinho, escalada a cima, a ver os segundos a fugir, ora de dentes cerrados, ora de língua de fora.

Sofreu como têm de saber sofrer os campeões. E foi como um grande campeão que chegou à meta, em quarto lugar. Atrás Geoghegan Hart, que ganhou, e de Kelderman, a quem Hindley ofereceu as bonificações da segunda posição, segurando a maglia rosa por 15 segundos.

Aconteça o que acontecer na terceira e última semana, João Almeida é, aos 22 anos, um campeão. Nada apaga o que já fez na sua estreia na elite mundial do ciclismo!

 

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