Entretanto, na Venezuela...
Francamente. Não sei se os acontecimentos dos últimos dias na Venezuela foram mais uma machadada no regime de Maduro se a primeira na aventura de Guaidó. Tudo falhou na estratégia do presidente interino e dos seus aliados internacionais. Falharam-lhes os apoios institucionais e falhou-lhe o apoio popular. Ambos pela mesma razão: porque o regime, fazendo dos militares uma das mais privilegiadas elites, continua a tê-los na mão.
E contra os militares, nada a fazer... Nem o povo sai de casa - as imagens dos blindados da polícia sobre as pessoas na rua mostram que a repressão não tem contemplações.
Depois de dois dias de desinformação e contra-informação, e de se concluir que a "Operação Liberdade" de Juan Gaidó acabou por se saldar na libertação de Leopoldo Lopez, percebeu-se que foi Diosdado Cabello, o presidente da Assembleia Constituinte investida por Maduro, e figura maior do narcopoder instalado, quem verdadeiramente ficou a mandar em Caracas. E que esta é uma mudança para ainda pior.
É que, se Maduro poderia facilmente salvar a pele, Diosdado Cabello é alvo de suficientes mandatos de captura internacionais para se barricar na Venezuela até às últimas consequências.