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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

De Steve Bannon a Elon Musk

Elon Musk e Steve Bannon, gurus de Donald Trump, brigam publicamente por  causa de imigração

 

A versão Trump 2.0 destingue-se da inicial na exacta medida em que Elon Musk se distingue de Steve Bannon. Enquanto este vendia banha da cobra nas redes sociais, Elon Musk é dono delas (e de tudo e mais umas botas) e escreve nos jornais.

Que a editora do jornal onde escreveu tenha escolhido a rede de que é dono para anunciar a sua demissão é mera ironia.

Gostava de vos desejar um bom Ano Novo ...

"Resolver os problemas da vida das pessoas"

Ideologia: o que é, tipos e exemplos - Toda Política

A expressão surgiu no espaço do comentário político, que alimenta uma larga casta de políticos, jornalistas e espécies  afins, e rapidamente se tornou "mainstreaming".  "Resolver os problemas das vidas das pessoas” entrou no léxico da política que está na moda. 

Foi usado e abusado na campanha eleitoral. Na tomada de posse do governo, ou na apresentação e discussão do seu programa. É moleta para tudo, e para todos, seja a que propósito for. E é a saída para a resposta a qualquer pergunta mais incómoda. São muito poucas, mas de vez em quando lá surge uma.

Ainda há pouco, questionado - nem sei bem a que propósito, mas tinha a ver com mais umas insistências do Ventura - sobre o “não é não”, Hugo Soares, já na qualidade de líder parlamentar do PSD, limitou-se a despejar que o que importa é "resolver os problemas das vidas das pessoas”. Não importa que problemas, nem de que vidas, nem de que pessoas.

Na verdade é apenas um novo "sound byte" que pretende fazer crer que há uma nova forma de "fazer política" que não precisa de ideias. Que o tempo das ideias já passou, esmagado pelo novo tempo do pragmatismo. 

Não é assim. Este "sound byte" nega as ideias mas afirma uma ideologia. "Resolver os problemas das vidas das pessoas” é todo um manual ideológico. E nem sequer é um novo paradoxo. É bem velho, por sinal.

Tão velho que há muita gente que já não se lembra dele!

 

Um compêndio

Como funcionavam as câmaras de gás na 2ª Guerra Mundial ...

 

Ainda no quadro da histeria que se instalou no país na contestação à evocação do 25 de Abril na Assembleia da República, surgiu mais um episódio que encerra um autêntico compêndio da realidade política deste país.

Conta o JN de ontem que um funcionário da Câmara Municipal da Trofa, um dos muitos portugueses que se manifestaram nas redes sociais incomodadíssimos com o 25 Abril, para quem a celebração foi apenas um instrumento útil para a manifestação desse incómodo profundo, escreveu no seu facebook, convencidíssimo que estava cheio de graça que, se houvesse alguém que pusesse a Assembleia da República a funcionar como uma câmara de gás, pagaria o gás. Expressão que é o que é, mais tudo aquilo que sugere que é. 

E que, nessa plenitude, mereceu mais de uma dúzia de "gostos", entre os quais o do Presidente Câmara Municipal da Trofa (e também o do seu adjunto), e líder da estrutura local do PSD. Partido que tem na Assembleia da República dois deputados do próprio concelho da Trofa. E que, através da sua "distrital" do Porto, sem revelar qualquer incómodo com aquela (ex)posição publica, a que não atribui qualquer  relevância política, prefere exaltar o excelente trabalho do Sérgio (assim se chama o Presidente da Câmara) e o seu carácter, de que “ainda agora tivemos todos prova ... quando anunciou que tinha decidido doar o seu salário do mês de abril a instituições de solidariedade social do concelho, bem como à Delegação da Trofa da Cruz Vermelha”.

Um autêntico compêndio. Basta reflectir um bocadinho e encontramos aqui praticamente tudo o que nos permite entender o momento político que atravessamos.

 

Dos conselhos aos milionários

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A esquerda é historicamente acusada de reivindicar uma certa superioridade ética e ideológica. E de arrogância, quer na forma como o faz, quer na forma com que se apropria de alguns temas tidos por fracturantes.

Dou por mim muitas vezes a pensar se não terá sido exactamente aqui, nesta acusação - ou na forma como a agarrou -, que a direita começou a ganhar a batalha do combate ideológico. A verdade é que, independentemente de onde e quando começou a ganhar esta batalha, a direita domina hoje o debate ideológico. Para isso muito contribuiram os últimos anos de governação, certamente a mais ideológica da nossa democracia, as novas tecnologias de informação e as novas formas de comunicação - as redes sociais são o que são, mas são ainda o que fizeram a comunicação profissional ser. Os jornais adoptaram os padrões tweeter ou facebook, o toca e foge, o inviesamento, as gordas manipuladas a preceito, sempre ao lado da leitura mais fácil.

Por exemplo: no sábado, no conforto dos militantes do seu partido - que, tendo em consideração o desgaste das últimas semanas, deve ter sido uma coisa parecida com o chegar a casa no fim de um dia complicado e esticar as pernas no sofá, em frente à lareira - António Costa, em evidente descompressão, produziu alguns comentários em torno das consequências fiscais de algumas das medidas do orçamento. Logo foram ridicularizados nos "conselhos de Costa", e potenciados através de página própria no facebook, e logo daí inundaram os jornais, criando uma dinâmica onde já fica difícil saber onde está o ovo e onde está a galinha.

Ontem, em entrevista ao Diário de Notícias, o ministro das finanças, Mário Centeno, perguntado como classificaria alguém que tem um rendimento bruto de 2000 euros por mês, disse: "Lá está, uma pessoa que tem um rendimento bruto de 2000 euros por mês está numa posição da distribuição de quem paga impostos em Portugal, altamente privilegiada. Se isto faz dessa pessoa uma pessoa rica ou não… garanto-lhe que não faz". Para título, para as gordas, o DN foi logo buscar: "Quem tem 2000 euros de rendimento tem uma posição privilegiada". Em menos de um fósforo, nos jornais, televisões e redes sociais o ministro das finanças era acusado de chamar milionário a quem tem um rendimento bruto de dois mil euros mensal...

 

 

 

 

É a ideologia, estúpido...

Por Eduardo Louro

 

Paga mal e trata pior os médicos. Entrega-os a empresas de trabalho temporário, que lhes pagam como pagam a trabalhadores de limpeza, metendo o resto ao bolso. Empurra-os para a emigração, mas acha que o problema está na falta de médicos. Que há que formar mais médicos... Nas universidades privadas, evidentemente... Resolvem-se todos os problemas entregando ao ensino privado a formação de médicos!

Não se percebe? É a ideologia, estúpido...

"As pessoas estão pior, mas o país está muito melhor"

Por Eduardo Louro

 

Às portas do congresso do PSD Luís Montenegro, mais um cromo da actual nomenkclatura do partido, e líder parlamentar, deu uma entrevista ao JN em que, por entre outras alarvidades, diz que os portugueses estão pior, mas que o país está melhor.

Não há dúvida que esta gente, por ignorância ou por arrogância – ou talvez mesmo por ambas – não faz sequer o mínimo esforço para se desviar dos maiores buracos da sua esburacada estrada ideológica. As pessoas não existem, existem números e um conjunto de institutos a que se chama país. Que as pessoas, que os portugueses estejam pior, não tem qualquer relevância. Não importa!

As pessoas apenas servem para atrapalhar o caminho brilhante que eles pretendem trilhar para o país. O país está melhor, dizem eles. Uma, duas, cem, mil vezes. As vezes que forem necessárias, em qualquer sítio e circunstância.

Ninguém – ou muito pouca gente - acredita. Não é isso que se percebe na cara das pessoas. A bota não joga com a perdigota, eles dizem que o país está melhor mas as pessoas sentem que estão cada vez pior.

O chefe da banda parlamentar do PSD veio agora resolver esta discrepância e pôr a bota a jogar com a perdigota. Tudo claro: afinal o país está mesmo melhor, e as pessoas estão mesmo pior. Uma coisa não tem nada a ver com a outra, o país simplesmente não tem nada a ver com as pessoas!

 

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