"São assim as primeiras páginas dos principais jornais desportivos espanhóis, hoje. Fosse em Portugal e a A Bola e o Record tinham o Amorim na primeira página, e o O Jogo o Samu ou uma treta qualquer do Pinto da Costa. É a diferença entre futebol e futebolite, entre uma das melhores e mais competitivas ligas do mundo e uma liga insignificante, uma liguilla".
As inundações deste fim de semana no Algarve determinaram o primeiro acto público do novo governo em trânsito, que revelou ao país um dos seus novos ministros.
Não se pode bem dizer que era de todo um desconhecido. Logo que foi anunciado ficamos a saber que era o ministro que simplesmente não poderia ser ministro. Era já uma questão fé, de crença no Espírito Santo. Na primeira oportunidade, na primeira aparição pública, o ministro tratou de esclarecer que aquele pormenor, que alguns pretenderam transformar em impedimento, não é mesmo nada mais que apenas um lado do triângulo da sua fé de homem da Católica.
Quando o novo ministro da Administração Interna atribuiu as inundações à “fúria demoníaca da natureza” percebemos o holismo da sua crença e a dimensão da sua fé. Quando João Calvão da Silva acrescentou que " a fúria da natureza não foi nossa amiga", que "Deus nem sempre é amigo, também acha que de vez em quando nos dá uns períodos de provação" percebemos-lhe a veia pregadora. Mas quando o ouvimos dizer que "em Albufeira a força da natureza na fúria demoníaca, embora os ingleses digam que é um ato de Deus, um act of God, nós temos que traduzir de outra maneira”; ou, sobre a morte que há lamentar, que "era um homem que já tinha vindo do estrangeiro, tinha 80 anos, fica a sua mulher, Fátima, ele que era um homem de apelido Viana. Ele entregou-se a Deus, e Deus certamente que lhe reserva um lugar adequado. A família também está determinada em continuar..." ficamos inundados de dúvidas sobre muitas coisas muito sérias. E com uma única certeza: com todo o seu campo político esgotado, a Passos Coelho tudo serviu para ministro!
Deus nos valha...
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