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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

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Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

A política em caso de polícia

O caso de corrupção que envolve a eurodeputada grega, eleita pelo PASOK, a até agora desconhecida vice-presidente do Parlamento Europeu, Eva Kaili, transporta-nos para a mais famosa expressão da nossa política caseira - "à política o que é da política; à justiça o que é da justiça".

Na Europa, "à política o que é da política", materializou-se, entre outras, na reacção de "fúria, raiva e tristeza" da presidente do Parlamento Europeu, a maltesa Roberta Metsola, inequivocamente expressa nesta declaração curta, mas profunda: "Não se enganem, o Parlamento Europeu, a democracia europeia e as nossas sociedades abertas, livres e democráticas estão sob ataque"! 

A deputada corrupta foi imediatamente suspensa, e a imunidade parlamentar de imediato levantada. A política a ser política, para que a justiça fosse de imediato justiça, e a senhora detida - "à justiça o que é da justiça"!

Por cá, sabemos que não é assim, e que "à política o que é da política; à justiça o que é da justiça" nunca é mais que o biombo que esconde o que é a política. 

Quis o destino que, nesta segunda-feira, em que em Bruxelas se não falava de outra coisa, por lá estivesse o nosso ministro dos negócios estrangeiros, João Gomes Cravinho. Precisamente no olho do furacão de mais um caso de corrupção (ou "de participação em negócio", ou  "peculato" ou de tantos outros eufemismos que por cá gostamos de usar para esta palavra "proibida") no Ministério (da Defesa) em que então estava ministro, que acabara igualmente de rebentar.

Instado por cá a pronunciar-se sobre o que cá se passara, João Gomes Cravinho - curiosamente filho de um histórico da causa anti-corrupção -,  cá se escondeu atrás do biombo "à política o que é da política; à justiça o que é da justiça". Lá, em Bruxelas, já teve no entanto oportunidade de manifestar grande "grande preocupação" com as alegações de corrupção que envolvem membros do Parlamento Europeu, que "põem em causa as instituições".

Por cá, que uma obra (para reforçar a capacidade de resposta no pique da pandemia) num hospital militar, ajustada por 750 mil euros, tenha acabado a custar 3,2 milhões, através de ajustes directos de um quadro superior do ministério (já com "currículo" na matéria, e posteriormente premiado pelo ministro com uma transferência para uma empresa da tutela)  com empresas constituídas de véspera, nem preocupa nem põe em causa as instituições.

É apenas um caso de Justiça?

Não. Não é. É a política a virar caso de polícia!

PS: A foto da Srª (ou menina?) Eva kaili é só por coisas...

"Não passar cavaco às tropas"

AOFA acusa ministro da Defesa de “abrir linhas de guerra” com declarações  “ofensivas” – Observador

 

Este governo tem problemas em muitos ministros. Às vezes, muito raramente mesmo assim, pode resolvê-los mudando de ministro. Com o ministro da defesa é que nem assim, muda de ministro e o problema mantém-se exactamente na mesma - não informa ninguém!

O anterior ministro, sabia do roubo das armas de Tancos, mas não informou ninguém. O actual, sabia dos crimes de tráfico com os militares na República Centro Africana ... e fez o mesmo. Não informou ninguém. Ninguém de quem tinha que informar, ninguém a quem deve o dever de informar. O anterior, Azeredo Lopes, que por isso deixou de ser ministro. E o actual, João Gomes Cravinho, que por isso tem de deixar de ser ministro!

Caso estranho, este. Nos dois mais graves problemas com as tropas, os ministros que sucessivamente as tutelas têm o mesmo problema: "não passam cavaco às tropas"!

Marcelo, que para além de primeira figura do Estado, é o comandante suprema das Forças Armadas, não foi informado. Não gostou, e disse-o, dizendo que não fora informado pelo primeiro-minsitro. Que logo disse que não tinha informado, porque também não estava informado.

Há poucas semanas, o ministro esquecera-se de o informar que tinha demitido o Chefe do Estado-Maior da Armada. Mas aí Marcelo tinha a última palavra. Teve-a, e no fim resumiu tudo a "equívocos". Esclarecidos, por isso. 

Agora tudo é diferente. Não há equívocos para esclarecer.

 

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