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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Assim é que é!

Joe Berardo exige 900 milhões de indeminização aos bancos

Nada como assim!

Depois de os bancos andarem anos e anos à procura de ver alguma coisa dos mil milhões de euros do calote de Berardo, agora é o "comendador" que vai para para os tribunais reclamar deles o dinheiro que deles recebeu e nunca pagou. 

O “empresário que nada deve a Portugal e a quem Portugal tanto deve” - nas suas próprias palavras - entrou hoje com uma acção de 900 milhões de euros contra CGD, BCP e Novo Banco, mas também o BES. O rol de testemunhas que apresentou é do melhor que há - António Costa,  Pedro Siza Viera, Graça Fonseca e Mário Centeno.

Assim é que é! Vergonha para quê?

Corrente de ar

As condecorações mais polémicas de Portugal - Portugal - SÁBADO

 

Não sabemos no que vai dar, mas a detenção de Joe Berardo e do seu advogado surge como uma lufada de ar que entra por uma janela que se entreabre numa sala congestionada de ar absolutamente irrespirável.

Depois dos desfiles pelas comissões parlamentares de inquérito, e das respectivas prestações televisivas, de tantas figuras de proa dos negócios em Portugal, iniciados até pelo próprio Berardo, o que mais faltava era que nada se passasse. Que ninguém, para além de nós todos, pudesse achar que não teria de haver alguma coisa a fazer.

Berardo é apenas o mais tóxico mito de um país saloio, de deslumbramento fácil. Recebeu comendas das mãos de insuspeitos e respeitados Presidentes da República, encheu horas de televisão e páginas de jornais e revistas. Fez os negócios que quis, como quis. Os bancos puseram-lhe nas mãos o dinheiro que quis, sem garantias. 

Comprava acções com dinheiro dos bancos, garantidos por essas acções. Garantia o risco com o próprio risco, e os bancos achavam graça. De longe acenava-lhes com a famosa coleção de arte, mas só para a verem em exposição. E ria-se. Ria-se muito... E dizia "babe"... E que não devia nada... Que não tinha nada, nem medo de ninguém...

Claro que tudo isso já se passou há muito tempo. O tempo não volta para trás, passa pelas coisas e elas prescrevem. Não há meios ... 

Mas há mais comendadores. E mais chicos-espertos que parecem parvos, e só por acaso não são comendadores.

Danados prá brincadeira

Joe Berardo transforma estação rodoviária em palácio sem ter licença de  construção | Arrábida | PÚBLICO

 

Joe Berardo continua notícia. Na primeira página do Público é dada conta de mais uma habilidade do senhor comendador. Desta vez em pleno parque da Arrábida, onde transformou uma estação rodoviária num palácio (na imagem). Sem licença de construção. Naquela ... "não tenho medo de ninguém".

Já terá recebido um auto de contra-ordenação do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), mas ... que lhe interessa isso... Aquilo nem é dele. O homem até só é proprietário de uma garagem no Funchal...

Os senhores comendadores são danados prá brincadeira.

 

Perceber ou não perceber - eis a questão!

Imagem relacionada

 

Vítor Constâncio não se lembrava de nada, e não percebia que ninguém percebesse que era normal não se lembrar de qualquer coisa que se tenha passado há tantos anos. Há 12, podemos ajudar... Como podemos ajudar lembrando que, em causa, estava a tomada de uma posição qualificada no maior banco privado português, integralmente financiada pelo banco público. No montante de 350 milhões de euros... E que isso implicava uma avaliação de idoneidade do investidor, um juízo de sensibilidade sobre a operação de crédito, e uma avaliação das garantias prestadas...

Podemos ainda dar uma ajuda de memória de contexto relembrando que, muito pouco tempo depois, o presidente do banco público que aprovou a operação, passou a presidir ao banco privado objecto de tomada da posição qualificada.

Depois destas ajudas de memória  certamente que também já Vítor Constâncio percebe que não se percebe que não se lembre. E se calhar até já percebe que, ter estado ou não presente na Reunião do Conselho de Administração do Banco de Portugal "que decidiu não objectar" à participação qualificada da Fundação Berardo no capital do BCP, não contribui nada para perceber o que ele pretensamente não percebia que não se percebesse.

Francisco Assis garante que Vítor Constâncio é um homem sério. Será! O problema é não perceber que, nesta altura, ninguém se esquece da mulher de César...

 

Indignação*

Resultado de imagem para joe berardo e elites

 

 

Faz hoje precisamente uma semana que o país se escandalizou com o descaramento - para me ficar pelos mínimos – de Joe Berardo perante os deputados na Nação, na Assembleia da República.

A indignação tomou rapidamente conta do país, tão rapidamente como o tema das comendas tomou conta da semana mediática. E o país passou a exigir que lhe fossem retiradas as condecorações atribuídas pelos presidentes Ramalho Eanes, em 1985, e Jorge Sampaio, em 2004. Boa parte da vasta comunidade de comendadores correu para os baús a confirmar se a medalha e a ordem honorífica conferiam com as do "babe" e, enquanto uns respiravam de alívio, outros ameaçavam publicamente devolvê-las. E hoje até reúne extraordinariamente o Conselho das Ordens Nacionais, presidido por Manuela Ferreira Leite, justamente para encontrar uma resposta (que) conforme a opinião pública.

Perante tanta indignação inclino-me mais para me indignar com o país indignado.

Berardo não foi na Assembleia da República nada diferente do que sempre foi. A mesma impreparação, a mesma desarticulação de ideias e palavras, os mesmos valores, a mesma ética. Em suma, a mesma respeitabilidade nula e a mesma seriedade zero.

Não é agora que as comendas lhe assentam mal, como dizem agora as elites que lhas atribuíram. Nem é agora que mancha o tecido empresarial português, como a elite da CIP sugere sem rodeios. Não é agora que se revela um simples especulador financeiro, arredado da ética e avesso às boas práticas empresariais. Foi sempre assim. E, tendo sido sempre assim, temos que nos indignar é contra o país pacóvio e bacoco que se deixou deslumbrar por um chico-esperto sem escrúpulos, assessorado por bons, e certamente caros, advogados do mesmo quilate, que lhe gizavam os golpes perfeitos.   

Não, no Parlamento o Sr Berardo não gozou com todos nós. Gozou com os deputados! Quem gozou connosco foram as elites - essa "elite medíocre e parasitária" retratada no riso de Berardo, na certeira expressão da Marisa Matias, algures nesta semana - a quem entregamos este país, que tudo lhe permitiram nestes 40 anos … E a tantos outros, sempre no mesmo caldo. 

Resta-nos agora seguir o exemplo daquela garrafeira do Bairro Alto, e deixá-lo sozinho a beber o seu próprio vinho. Que nem dele é, afinal…

 

* Da minha crónica de hoje na Cister FM

 

 

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