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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

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Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

À volta de Krugman

 

Paul Krugman voltou a passar por cá. E a defender as teses da anti-austeridade, a apontar o dedo ao fundamentalismo (político) económico reinante na União Europeia e, de uma forma geral, a dar cobertura à política económica do governo.

Apontou os dois maiores riscos da economia portuguesa: o envelhecimento da população - com o que representa de encargos, e com o que dificulta a inovação e o consumo - e a emigração, a caixa da emigração jovem que se abriu nos últimos quatro anos.

Na realidade entendo que Krugman se referia às duas maiores ameaças que pairam sobre a nossa economia e a nossa sociedade: a natalidade - hoje, mais uma vez, em discussão na Assembleia da República - e a emigração. O resto são tretas, modas, ou o que lhe queiram chamar.

O problema, como se qualquer deles não fosse suficientemente grave, é que ambos convergem para o mesmo ponto: o envelhecimento da população. Se, não nascendo gente nova, a população envelhece, envelhece ainda mais quando os mais novos partem, ficando apenas os mais velhos.

Fomentar a natalidade e estancar a emigração - é um fenómeno de pura aberração que um país pobre gaste recursos a formar pessoas para depois entregar os países mais ricos - não é uma mera decisão política. Tem que ser, sem qualquer sombra de dúvida, o principal objectivo estratégico do país. Mas, aí está: sem crescimento económico não vale sequer a pena enunciá-lo. 

 

KRUGMANIA

Por Eduardo Louro

 Krugman recebeu ontem em Lisboa o Doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Lisboa, Técnica e Nova.

Estes últimos dias, e em particular o de ontem, foram varridos por uma autêntica Krugmania. Três Universidades de Lisboa atribuiram-lhe o Doutoramento Honoris Causa e falou-se de Krugman a torto e a direito. E Krugman falou a torto e a direito, dando umas no cravo e outras na ferradura!

Disse que a Grécia iria sair do Euro e que Portugal tinha 75% de lá permanecer. Bom, se a primeira não é novidade nenhuma, a segunda, por muito bem que tenha sabido ao governo – que hoje, pela voz pausada (e pelos vistos bem vista) do ministro das finanças, já veio rectificar a queda do Produto para os 3,3% que a UE anunciara a semana passada, e o aumento do desemprego até aos 14,5% - também não. Há 25% onde tudo cabe, incluindo os erros de previsão do professor.

Reafirmou as suas posições de feroz adversário das políticas de austeridade, o que é simpático para os portugueses e nem tanto assim para o governo; mas reafirmou também que os salários deveriam descer entre 20 e 30%, o que inverte a ordem da simpatia. O que vale – e o que ele provavelmente não sabe - é que já não deve faltar muito para atingir esse desiderato. Valha-nos (mas pouco, porque dentro de poucos anos iremos querer muito de ter salários como os deles) que também afirmou que Portugal não tem que reduzir os salários para os níveis chineses

Ficava no ar um certo tom de contradição: como é que se pode ser contra as políticas de austeridade e defender reduções de salários?

Então esclareceu que o ideal seria que essa redução salarial em Portugal fosse acompanhada por aumentos nos salários dos alemães. Quer dizer, produzir barato em Portugal para que os alemães, com muito dinheiro nos bolsos, comprem.

Mas isso é fado: o nosso fado! Não é preciso ser um Nobel…

 

 

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