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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Perder (a) iniciativa

Iniciativa Liberal elege um deputado

O que se está a passar na IL é o que se passa em todos os partidos políticos - diria mesmo em todas as agremiações - quando atingem expressão de poder. Seja de que nível for, o poder divide. E divide-se.

Logo que os partidos passam a ter lugares para distribuir, entram em estado de conspiração. É sempre assim, mas é ainda mais assim com os liberais. Foi assim no PSD. E assim foi no CDS, quando os liberais tomaram as rédeas do partido. Volta a ser assim quando daí emigraram para criar a Iniciativa Liberal.

Enquanto foi um pequeno partido, sem expressão parlamentar, João Cotrim de Figueiredo conseguiu ser o mínimo denominador comum da Iniciativa Liberal. Logo que atingiu o respeitável número de oito deputados na Assembleia da República, deixou de ter condições para segurar o partido. E a ilusão de pouca dura que semeou pelas gerações mais novas.

Valores que servem para servir

Entenda a importância da missão, visão e valores para sua empresa!

Já aqui me referi por algumas vezes à espécie de hooliganismo e de talibanização que, em torno guerra em curso na Ucrânia, se instalou na sociedade portuguesa a partir de um espaço mediático virado para a exploração de emoções.

Nada acontece por acaso. E esta escalada teria de ter consequências. Como é natural, não tardaram a surgir!

Hoje os jornais trazem-nos dois exemplos. No Expresso, Miguel Sousa Tavares,  reserva a sua habitual página semanal à notícia da criação do "Clube Liberal Português" e á transcrição dos seus princípios fundadores. E o Observador publica um artigo de um tal José Crespo de Carvalho, professor no ISCTE e dirigente  de uma plataforma que se dá pelo nome de "We Help Ukraine, Organizações cívicas e sociais. A platform to help Ukraine refugees find living support worldwide".

Ambos suficientemente elucidativos. No primeiro - procurei mas não encontrei mais informação deste "Clube Liberal Português", pelo que recorro exclusivamente à publicação do MST no pressuposto que tudo o que lá está seja verdadeiro - encontramos princípios doutrinários que de liberal não têm nada. Pelo contrário, todos aqueles dez pontos poderiam constar de qualquer manifesto do mais profundo totalitarismo. No segundo, a coberto de uma estrutura de suposto apoio a refugiados ucranianos, encontramos alguém com uma posição que não se distingue muito da das máfias que se juntaram nas fronteiras da Ucrânia para caçar mulheres e crianças para alimentar redes de prostituição e escravatura sexual.

As ondas criam-se para ser surfadas. Os valores, os apregoados valores, que se lixem. Só servem enquanto servirem para servir!

 

 

O ciclo vicioso funciona. E não faz falta!

Do círculo vicioso dos problemas à espiral virtuosa das soluções em 8  passos – Análise de Falhas e Gestão do Conhecimento | Télios

Temos visto que, no debate político eleitoral, praticamente toda a gente clama contra os baixos salários em Portugal. Nesse discurso há dois temas que são transversais, e praticamente aceites por todos: o salário mínimo está muito encostado ao salário médio; e os baixos salários fazem com que os mais qualificados abandonem o país e partam para destinos que valorizam as suas qualificações.

O primeiro dos dois temas, sendo consensual porque é factual, é apresentado com propósitos diferentes. Uns evocam-no para argumentar contra o aumento o salário mínimo, e alguns desses até contra a sua própria existência. Outros, para concluir que há um problema de retrocesso salarial no país, depois de dez anos desregulação laboral e de cortes salariais.

Sabe-se quem são uns e outros. 

O segundo, igualmente consensual e factual, decorre apenas da conclusão a que chegam os outros, os segundos. Os uns, os primeiros, que se sabe quem são, só por cinismo o podem referir. Seja porque em tempos mandaram emigrar, seja porque, depois, congelaram carreiras e salários. Ou seja, ainda, porque fizeram da transferência geracional uma locomotiva para o downsizing salarial.

Dez anos depois não há trabalhadores disponíveis para trabalhar pelos baixos salários que são oferecidos, e não há trabalhadores qualificados porque se foram embora. Mas nem assim os salários sobem. Mesmo assim todos os anos caem na pobreza milhares de pessoas com trabalho.

Só o salário mínimo aumenta porque é imposto por lei. Os outros salários não podem subir - dizem - sem crescer a produtividade. E a produtividade não cresce sem trabalhadores qualificados. E não há trabalhadores qualificados porque os salários são baixos. 

"O liberalismo funciona", como não se cansa de reclamar o Cotrim de Figueiredo. Pois .... mas cá só funciona à força da lei. E mesmo assim só às vezes. O que por cá funciona mesmo é o círculo vicioso!

 

O que ficou da votação que não contava

i

 

As propostas para a despenalização da eutanásia não passaram na Assembleia da República. Por pouco, mas não passaram. Como seria por também pouco, se eventualmente tivessem passado o que, como aqui ontem se dizia, iria dar no mesmo. Talvez da próxima!

Que sociedade portuguesa se divida ao meio sobre a matéria não é grande surpresa. Estas questões, ditas fracturantes, são mesmo assim. O que poderá supreender são os diferentes alinhamentos perfilados, e mais ainda se tivermos em atenção a violência que chega a ser utilizada no debate.

Como se viu são alinhamentos exteriores à dicotomia direita/esquerda. Há muita gente de direita que é a favor da despenalização da eutanásia, embora sejam poucos, muito poucos, residuais mesmo, os de esquerda que sejam contra. A questão do PCP - e já agora uma saudação ao PEV, que pela primeira vez fez jus à sua presença no Parlamento - é outra. É outra coisa, já lá vamos. 

Se procurarmos na dicotomia conservadores/liberais também encontramos dificuldades. Não que não percebamos de imediato que os (mais) conservadores estão contra, com poucas excepções. Mas porque lá, contra, encontramos também os mais assanhados liberais, os do tudo pela liberdade individual, do tudo pelo indivíduo e nada pelo Estado, que não tem nada que se meter na vida de ninguém. 

O PCP é outra coisa porque nunca a liberdade individual foi bandeira sua, e é hoje provavelmente o partido mais conservador do nosso quadro partidário. E porque provavelmente acredita no rendimento eleitoral desta sua posição, num eleitorado envelhecido. É curioso notar que o PCP não esteve ao lado do CDS apenas na votação. Esteve ao lado do CDS também ao nível do debate. Rasteiro, básico e manipulador... 

Ah... A primeira página do "i" é só porque sim... Porque nisto de capas não são nada maus!

 

 

 

 

 

 

O NOVO GOVERNO

Por Eduardo Louro

 

                                               

    

 

Aí está o novo governo! Um novo governo que também é um governo novo (de gente nova) e com algumas, ou mesmo muitas, surpresas. Escolhi quatro – e não sei se lhes chame surpresas se polémicas: estas quatro!

Começo pelas senhoras – primeiro as senhoras, que são apenas duas – e por Assunção Cristas. Não que seja exactamente uma surpresa, porque sabendo-se que faz parte do núcleo duro de Paulo Portas seria de esperar que o líder a requisitasse para o governo. Também o facto de ser claramente uma estrela em ascensão, com reconhecidos méritos patenteados particularmente no Parlamento, diluirá o factor surpresa. Mas surpresa mesmo é a pasta que lhe calhou em sorte: uma pasta de mixed feelings que leva a agricultura à cabeça (terá sido a fórmula encontrada para satisfazer a reivindicação de Paulo Portas) que acaba por congregar todos os sectores mais desprotegidos da nossa actividade económica.

Passando aos cavalheiros surge Paulo Macedo: um nome de que se vinha falando pelo que, também aqui, a surpresa/polémica vem agarrada à pasta. Ninguém se lembraria do quadro do BCP (agora administrador) que teve uma passagem marcante pela Direcção Geral dos Impostos para o Ministério da Saúde, mas são mesmos os resultados aí obtidos que acabam por justificar esta escolha de Passos Coelho. Está fora dos lóbis que se movimentam nesta área e tem um rótulo de reformador, e só isso já basta para esbater a eventual polémica.

Álvaro Santos Pereira é mesmo uma surpresa: uma surpresa no mega Ministério da Economia que poderá vir a ser polémica. É o segundo mais jovem, depois de Assunção Cristas, e um académico – muito prestigiado e, sem dúvida, um dos grandes talentos do país - fora, como tantos outros (vem de Vancouver, no Canadá) que tem dado a cara por opções económicas altamente polémicas. Por ele, por exemplo, a tal major reduction da Taxa Social Única que tanta polémica levantou na campanha eleitoral e que a tudo se prestou, é mesmo substancial: 10 ou 15 pontos! Há mais, muitas mais opções polémicas: basta esperar para ver!

Por último, Vítor Gaspar, talvez o menos conhecido de todos para o grande público, mas também de méritos indiscutíveis. Chega com dois handicaps que, curiosamente, abordei aqui em dois dos últimos textos sobre a constituição do governo: o primeiro terá a ver com o facto de não ter sido primeira escolha (Vítor Bento, o nome que aqui se adiantara, não aceitou), e o segundo com a falta de peso político, o tal factor que também aqui apresentei como determinante. Nada que, a meu ver, seja agora relevante. Para além de inquestionável competência Vítor Gaspar goza de grande prestígio pessoal e profissional em Bruxelas: na Comissão Europeia e no Banco Central Europeu. E conhece como poucos aqueles corredores. Nas actuais circunstâncias do país e da governação esta é uma mais valia que ultrapassa, em muito, o handicap da sua leveza política.

Para além das suas características individuais, e do brilhantismo de cada um, estas são também caras que acentuam o lado liberal deste governo. Para o bem e para o mal, goste-se ou não!

 

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