Pronto. Está quase tudo decidio na I Liga de futebol. Quase... Falta o decidir o que de mais importante está por decidir: o campeão. Isso fica para amanhã.
Estava há muito decidido quem ia à Champions. Ficou para o último dia a decisão sobre quem acompanharia o Braga e o sensacional Arouca na Liga Europa: o Rio Ave, à custa do Paços de Ferreira.
Teve de se esperar também pelo fim para ficar a saber quem acompanharia a Académica na descida. Há muito que parecia decidido quem seria o último, mas já há algumas semanas se ficara a perceber que a notícia da morte do Tondela era francamente exagerada. Nos últimos sete jogos, quer dizer, nas últimas sete semanas, o Tondela foi a terceira melhor equipa do campeonato: fez 17 pontos, apenas atrás de Benfica e Sporting, que fizeram o pleno.
Esta decisão cruzava-se com a da última vaga para a Liga Europa, porque já ninguém acreditava que o Tondela deixasse de ganhar o seu jogo.. Ao falhar, o Paços de Ferreira salvou o Vitória Futebol Club, o de Setúbal. A pior equipa da segunda volta. Ao garantir o seu lugar na Liga Europa, o Rio Ave empurrou o União da Madeira para fora...
A este nível a Liga Portuguesa teve dois Leicester: o Arouca, de Lito Vidigal, e o Tondela, do grande Petit. Sensacionais!
Este último - que é penúltimo - dia acabaria em choque, com a detenção de jogadores e dirigentes da II Liga. Jogadores do Oriental, ao que se diz, por viciação de resultados para fins de apostas. Que atingiriam ainda empresários, ex-jogadores e gente dos Súperdragões. E dirigentes do Leixões, por corrupção activa, e jogadores da Oliveirense, adversário de hoje, por se deixarem corromper. A cheirar a Itália...
Mal, cheiram também as nomeações do árbitros para os jogos do título, amanhã. Com aestória que arranjou, Bruno de Carvalho conseguiu arranjar dois Hugo MIguel: um para si e outro para a Luz. Em Braga, fica com o sportinguista e parceiro de negócio Hugo Miguel. E para a Luz mandou o outro Hugo Miguel... mas com o nome de Nuno Almeida.
Às vezes está tudo a correr bem, mas lá vem uma vez em que as coisas correm mal. As coisas não estão bem, longe disso. Mas nem sempre correm mal. Foi hoje o caso: as coisas não estão bem, mas hoje correram bem. Nem tudo, é certo. Mas o essencial!
Veja-se: Talisca lá esteve os 90 minutos - as coisas não estão bem. Mas não correu mal: não jogou mas não fez falta. Carcela jogou mais um bocadinho, e bem, como tem sido norma: correu bem. Mas não está bem: para além de jogar bem fez um excelente golo, que quase não festejou. Um jogador que joga poucas vezes, que joga bem e que marca um golo daqueles tem de festejar. Nem que seja de raiva!
As coisas não estão bem, mas continuam a aparecer uns rapazes novos que nos deixam água na boca. Hoje foi o Clésio, que é avançado e jogou num dos mais halloweenizados lugares da equipa: isso... defesa lateral. E logo a titular. E mostrou, até durar, que é jogador, que tem ambição e personalidade. Durou 65 minutos e ninguém podia exigir-lhe que durasse mais... E foi o Renato Sanches, que no Porto teria entrado de início, para que se estabelecesse um recorde. Mas ainda está a tempo de se tornar no mais jovem titular do Benfica... Encheu-nos os olhos e os corações, mesmo que - dizem - não seja assim que se ganham campeonatos. E, claro, o grande golo - são três grandes golos, poder-se-ia até dizer que são quatro grandes golos, porque o segundo, o autogolo, é também ele de uma execução notável - do Gonçalo Guedes é a cereja.
Claro que já perceberam: é da vitória gorda do Benfica sobre o Tondela, hoje em Aveiro, que se tem estado a falar. Na ressaca do desastre de domingo e na antecâmara da esperada confirmação do sucesso na campanha europeia, sintomaticamente interrompida na desgraçada semana passada.
Parecia que os deuses não queriam nada com os festejos do Benfica. Tudo tinha começado em Guimarães, logo que o jogo acabou, há uma semana. Polícias e adeptos mais inclinados para estragar a festa, que outra coisa. Depois, no Marquês... Com provocadores, polícias, e adeptos, por esta ou por outra ordem qualquer, a darem cabo dela...
A maldição aguentou viva toda uma semana - em que não se falou de outra coisa - e apresentou-se hoje no Estádio da Luz, pronta a continuar a fazer das suas. Apostada em continuar a estragar a festa... que continuava hoje.
Primeiro foi o Marítimo a mostrar-se interessado em juntar-se a polícias, adeptos e sabe-se lá mais quem. Com a equipa bem organizada e os jogadores a correrem como se não houvesse ... segunda parte, estavam ali mesmo para estragar a festa. Depois, até os próprios jogadores do Benfica pareciam estar ali para o mesmo. Passaram grande parte do primeiro tempo a ver os outros correr. Mas também a vê-los chegar primeiro a todas as bolas, e a ganhar todas as divididas...
Quando na segunda parte as coisas mudaram - o Benfica pôs os motores a funcionar a rotações próximas da sua normalidade e o Marítimo tinha gasto a gasolina toda na primeira parte - e finalmente a festa começava a ganhar jeito, tanto que até Jonas ganhava jeito de juntar à festa o título de melhor marcador, logo apareceu um fiscal de linha disposto a estragá-la. O Jonas acabava de marcar o seu segundo golo, a um único do objectivo, e foi a correr tão depressa buscar a bola à baliza para rapidamente marcar o que faltava - e que chegaria logo a seguir - que nem teve tempo para se aperceber que o tal fiscal de linha resolvera anulá-lo. Nitidamente só para estragar a festa...
Roubou ao Jonas o título de melhor marcador: merecido, até porque participou em menos jogos que o Jakson Martinez, e não marcou golos de penalti, nem à sua conta foi parar qualquer auto-golo. Mas não conseguiu estragar a festa, mesmo que tivesse continuado a tirar foras de jogo que não lembravam ao diabo.
Desta vez a festa era em casa, fez-se com mais uma goleada e mais uns bons nacos de futebol, e não podia ser estragada de forma nenhuma. Nem com a lesão do Salvio. Que até fez questão de não faltar, e lá apareceu em canadianas a dizer que a festa era mesmo festa. Com a presença de todas as cores que disputaram a competição no corpo de crianças vestidas a rigor. E com dois irmãos que, menos de uma semana depois do inferno, perceberam que o céu também é vermelho!
Não gostei deste jogo, o primeiro dos três (ou dos dois?) que ainda separavam o Benfica do título.
As coisas não saíram bem, e o Benfica não fez um jogo à medida do que vinha fazendo. É certo que o Penafiel foi – e manteve-se sempre – uma equipa organizada, mas quase todas as outras que o Benfica defrontou o tinham também sido. E com casa cheia, com quase 60 mil em ambiente de festa, perante o último classificado, às portas da despromoção – donde acabou por se não livrar – ninguém esperava outra coisa que não uma grande jogatana.
O primeiro golo, bem cedo como é costume, logo aos 8 minutos, na primeira jogada à Benfica, toda ela espectáculo, prometia mais uma dessas grandes jogatanas. Se o era, ficou por cumprir!
A primeira oportunidade tinha dado no primeiro golo. A segunda só não deu porque o árbitro assistente assinalou mal um fora de jogo ao Jonas, quando já tinha passado pelo guarda-redes. À terceira, á meia hora de jogo, o segundo golo. Mais um golo de autor, um golo à Jonas. Fantástico! Ainda mais duas oportunidades antes do intervalo, com o guarda-redes iraniano do Penafiel a opor-se bem ao remate de Jonas, e a barra a impedir mais um golo a Lima.
A esta altura pensará o leitor: “dois golos e mais três oportunidades e ainda se queixa. Exigente, o tipo”…
Talvez tenha razão, mas já não basta que o Benfica ganhe. E a exibição do Benfica ressentiu-se do sub rendimento de Pizzi mas principalmente porque, sem Gaitan, Sulejmani não teve nada a ver com o que prometera em Barcelos, há oito dias. A equipa só teve uma asa, pelo regressado Salvio.
Na segunda parte as coisas não melhoraram. Com Olá John e Talisca (o croata, em modo off e o argentino, farto de levar pancada, e em risco de quinto amarelo, tinham mesmo de sair) o Benfica ficou sem asas. Já se percebeu que o holandês não está muito virado para ser jogador profissional de futebol. Também há muito que se percebeu que o brasileiro não é jogador para as alas. O que não se percebe é a insistência de Jesus…
Ficaram as exibições de Jardel (em grande forma), Jonas e Lima. Mas também de Luisão, Samaris e Maxi. E o resultado, com mais dois golos, em apenas dois minutos (60 e 62), com Lima em ambos. A assistir o Pizzi no primeiro e a aproveitar um mau atraso de um adversário para bisar no jogo, e ficar a apenas um golo de Jonas e Jackson no topo da lista dos marcadores.
Ficou uma arbitragem deplorável, e ficou um nome que ficamos a conhecer: Vítor Bruno. Quis conhecer melhor e fiquei a saber que é de Vila do Conde e fez a formação no FC Porto!
No meio disto tudo ainda faltam 3 pontos. Ou já só faltam 3 pontos?
Com cinco golos de Capela, o Benfica arrumou com o primeiro dos quatro últimos jogos que o separavam do título... Não, temos pena sr (F)LOPetegui... Não foi assim, eu é que ainda estava com o balanço da sua miserável conversa da treta. Não foi assim porque esse tal Capela passou o tempo todo, por tudo e por nada - a maior parte das vezes por nada -, a assinalar faltas aos jogadores do Benfica, e não lhe sobrou tempo para mais nada.
Não foi com golos do Capela, mas foi com golos do Maxi. O primeiro aos quinze minutos - onde o finalmente reaparecido Sulejmani foi pouco menos que brilhante - e logo roubado ao Jonas, que alcançaria o Jackson na lista dos melhores marcadores. Mas não faz mal, Maxi. Só faz bem, porque os golos só fazem bem, mesmo o primeiro, que já fez tão mal. E o Jonas não é o Cristiano Ronaldo...
Até porque não foi preciso esperar muito mais de cinco minutos para chegar a sua vez. E que golo. Um golo à Jonas, já se pode dizer assim. Simplesmente fantástico, de primeira, como tinha de ser. Com a bola a ir direitinha ao sítio onde a coruja dorme. O golo do jogo, porque foi um grande golo, daqueles com marca... Porque deixou finalmente o Jonas no topo da tabela dos marcadores...Mas acima de tudo porque foi o segundo, que acabava com aquela mala pata do primeiro golo marcado cedo, que tão maus resultados tinha já dado.
Mas nem assim, nem com o segundo golo os rapazes do Gil Vicente quebraram. Tinham as pilhas bem carregadas, percebia-se. Pena que as gastassem mais a fazer teatro que a jogar à bola. Compreende-se a ideia: os jogadores da casa terão tido ordem para acrescentar um espectáculo de teatro ao do futebol, como forma de justificarem o absurdo preço dos bilhetes. O dobro dos preços praticados na recepçâo ao Sporting e ao Porto, com o mais barato em 30 euros. Por isso os estádio não esgotou, por isso algumas clareiras... Porque nem todos os benfiquistas estão dispostos a pagar tanta distinção!
No reinício, logo no primeiro minuto da segunda parte, o capitão Luisão resolveu tudo com o terceiro, e pôs um pedregulho em cima do resultado, como diria aquele comentador que a gente conhece.
O Gil Vicente desapareceu do jogo, entregou-se exclusivamente ao teatro e dexou espaços por onde o Benfica passou a entrar para fazer o que queria. Pintou a manta. Fez mais dois golos e só não fez muitos mais porque a bola passou a não entrar. E porque o Gaitan, depois de tanta pancada que levou, tinha sido obrigado a abandonar o jogo ainda na primeira parte. Ah... com aquele espaço todo, se lá estivesse lá o génio do argentino...
Tem sido sempre assim. Quando foi preciso aparecer o Benfica afirmativo, sem deixar dúvidas a ninguém, ele apareceu. Assim mesmo, á campeão. O resto é conversa da treta, como diria o Jorge Jesus...
Foi uma correria, cansou só de ver. Cada um correu para seu lado, sempre o contrário do do outro!
O Porto entrou a correr para não deixar o Benfica jogar, descaracterizando a equipa. Percebeu-se desde logo a ideia: impedir que o Benfica pudesse pegar no jogo e fazer mossa em cima de uma convalescença bem congeminada. Que começou logo na noite do desastre, com aquela encenação no aeroporto de Pedras Rubras, continuou com aquela outra à chegada ao Altis e acabou no escalonamento da equipa inicial – incluindo a ressurreição de Helton na crucificação do Fabiano – e na estratégia de abordagem ao jogo. Tudo bem engendrado, digno da famosa estrutura.
O que não podia acontecer era o Benfica entrar e impor o seu jogo. E para isso era necessário encher o meio campo de gente capaz correr daquela forma. E para ter gente capaz de correr daquela forma eram indispensáveis aquelas encenações, bem preparadas. Depois, atingido esse objectivo inicial e equilibradas as coisas, trataria então de tentar gradualmente restaurar o seu figurino e procurar então ganhar o jogo.
Pelo contrário, o Benfica entrou dentro da sua estrutura habitual. Mas sem Salvio, que não recuperou, e com Talisca no seu lugar. O que faz toda a diferença!
Obrigado a correr e a lutar o Benfica viu-se impedido de jogar. Nem sequer deu para perceber se a ideia tinha alguma vez sido a de entrar forte, na tentativa de aproveitar as maleitas do adversário. Só quando na segunda parte o Porto mudou de registo, o jogo deixou de ser uma correria louca e uma sucessão de choques e faltas, para passar a ter alguma qualidade em cima da intensidade que nunca perdeu.
Nos últimos minutos passou a ser o Benfica a tomar os cuidados que, como os caldos de galinha, não fazem mal a ninguém. Não sendo bom, o empate não era mau de todo. Mau só para Lopetegui, que mais uma vez demonstrou o seu mau perder (não há ninguém que o ensine a dizer BENFICA, em vez de "ellos"?), deixando a sua assinatura em mais um momento de arruaça. Com a agravante de o ter feito por cima de uma outra, de respeito profissional e de fair play. Que acabou por deixar irreconhecível, completamente apagada!
E lá interrompeu o Benfica a notável série de 92 jogos sempre a marcar na Luz. E lá fiquei eu sem a minha prenda. Logo quando abandonei os meus na minha própria festa, com o argumento de ali estarem uns rapazes de vermelho para me dar a prenda de anos...
Mais um jogo fora, mais uma vez a confirmação de um Benfica de duas caras: uma para dentro, para apresentar na Luz, digna mais bela princesa das histórias de encantar, e outra para fora, a lembrar as bruxas más. Feias, assustadoras…
Hoje não chegou a tanto, mas durante uma hora pairou no Restelo, cheio de colinho, o fantasma da bruxa má... de Vila do Conde. Não foi tudo igual, valha a verdade, mas houve algumas semelhanças, a começar pelo golo madrugador, que até já parece mau presságio. Foi diferente – tinha mesmo de ser diferente – a atitude dos jogadores do Benfica. É verdade que não foi o caso de Olá John – estamos sempre a dizer que terá desperdiçado a última oportunidade, mas nunca é a última – mas uma andorinha não faz a Primavera. E foi muito diferente a eficácia: no primeiro remate à baliza (enquadrado com a baliza), logo no início do jogo, surgiu o primeiro golo; o segundo, já com uma hora de jogo, deu no segundo golo. Ambos de Jonas, ambos excelentes…
O segundo golo sim, desbloqueou o jogo. Não acabou com o jogo, mas levou-o para outro registo, bem mais favorável ao Benfica. É que não foi só o golo, foi também a hora de jogo que ficara para trás a deixar mossa na equipa de Belém, e a diminuir-lhe a resistência. A partir daí , na última meia hora, o resultado deixou claramente de estar em risco. Em risco só mesmo Samaris, que Jesus tardou em poupar. Por boa causa, deve dizer-se. Porque quis dar prioridade à substituição do Olá John, mesmo que lhe não sirva de lição…
Falar deste jogo é falar de tudo isto. É dizer que o Belenenses foi um adversário muito complicado, que se bateu sempre muito bem, mesmo quando as forças começaram a faltar e com boa organização táctica. Mas é também dizer que, quando durante toda a semana os media quiseram dizer que o Belenenses estaria impedido de apresentar sete ou oito jogadores com ligação ao Benfica afinal, só Rui Fonte não jogou. Dos sete ou oito apenas um - um único -, e por razões bem explicadas pelo seu treinador, não jogou!
Não houve nenhuma gastroenterite, nem ninguém se lesionou a subir para o autocarro. Não deixa de ser curioso que quem se não incomoda nada com esses desarranjos intestinais e essas lesões à entrada do autocarro tenha alimentado a novela toda a semana. Não deixa de ser notável que o anterior Presidente do Belenenses, que não tem vergonha de ter deixado o clube no estado em que deixou, nem de entregar a SAD a uma figura como Rui Pedro Soares, tenha a esse propósito vindo reclamar vergonha aos benfquistas. Nem deixa de ser confrangedor que tema dos jogadores emprestados só entre na agenda mediática quando o Benfica joga com o Belenenses. E depois… oops… Só um, apenas um não jogou. E… oops… por opção do treinador. E muito bem explicada…
Mais um jogo de grande qualidade de um Benfica afirmativo e dominador. De um Benfica campeão, e à campeão!
Esperavam-se dificuldades da parte da Académica de José Viterbo, hiper motivada, que ainda não perdera e que era apenas a segunda defesa menos batida da segunda volta. Mas cedo, bem cedo, se viu que o Benfica não estava ali para outra coisa que não para ganhar depressa o jogo. Para não dar qualquer hipótese… E que a Académica já entrava derrotada… Porque smplesmente não encontrou espaço para estacionar o autocarro que decidira trazer para a Luz. A Académica foi isso: um autocarro à procura de estacionamento!
Ainda se não tinham atingido os 20 minutos de jogo e já o Benfica ganhava por três, fruto de uma exibição que, sem ter atingido o brilhantismo de há uma semana, era uma exibição cheia. E em cheio. Mas também fruto de um coeficiente de aproveitamento inédito: 100%.
Depois o Benfica levantou o pé. Não desligou, como tinha chegado a fazer contra o Nacional, mas deixou correr… Deixou correr o jogo, deixou correr a bola e deixou correr os jogadores da Académica atrás dela. De tal forma que estava-se já em cima do intervalo quando o Benfica perde, por Maxi, assistido de forma brilhante por Gaitan, a primeira oportunidade de golo.
A segunda parte começou como a primeira, com o golo a chegar até pela mesma altura, pelos sete ou oito minutos. O Benfica jogava ainda mais bonito, mas sem o mesmo índice de eficácia. Agora eram as oportunidades de golo que se sucediam… Sucessivamente, sem cessar. Mas sem golo…
Golo que - ameaça a tornar-se lei - acabou por sofrer no primeiro remate do adversário. Um golo festejado em lágrimas pelo seu marcador, Rafael Lopes. Não foi esse o primeiro momento de emoção. A emoção tinha já entrado em campo com Fejsa, num regresso - um ano e duas operações depois - naturalmente muito festejado. Mas, emoção e festa a sério, foi quando o mesmo Fejsa fez o quinto. O último e o mais bonito do jogo!
Foram cinco. Mas cinco golos legais. Todos dentro de toda a legalidade!
E no meio de tanta emoção até a estreia de Jonathan Rodriguez passou despercebida. Mas aconteceu!
O resultado – um mentirosíssimo 3-1 – não tem nada a ver com o que se passou hoje na Luz. Esconde uma grande exibição – mais uma – mas não a apaga!
Um regalo para a vista este futebol que o Benfica joga quando se não deixa distrair. E quando o Gaitan joga, deve também acrescentar-se…
A qualidade que Gaitan acrescenta à equipa é muito superior à sua qualidade específica. Que é imensa, como toda a gente sabe. Ao nível do melhor que um jogador de futebol tem para mostrar!
Não é evidentemente por acaso que os oito pontos que o Benfica já perdeu nesta segunda volta aconteceram nos jogos em que ele não pôde dar o seu contributo à equipa. Por lesão – que o manteve afastado desde o jogo com o Marítimo, no Funchal – e no malfadado jogo de Vila do Conde pelo quinto amarelo, logo no regresso.
A qualidade do jogo do Benfica não se esgotou apenas no génio espalhado pelo relvado, nem na magia que subiu pelas bancadas. Viu-se também na reacção às nouances tácticas que o Nacional da Madeira foi trazendo ao jogo, em especial na forma – inédita – como a equipa começou a sair para o ataque, com o Júlio César a bater na frente, iludindo a estratégia de marcação que Manuel Machado tinha engendrado.
Claro que o jogo também teve o último quarto de hora. Claro que os jogadores do Benfica não resistiram à tentação de desligar do jogo. E claro que o futebol é implacável: no primeiro remate que efectuou, ia entrar-se no último quarto de hora do jogo, o Nacional marcou. E no fim, aquilo que poderia ter sido a maior goleada do campeonato, acabou num estranhíssimo 3-1.
Mas quem joga assim só pode ser campeão. Não pode ter outro destino!
Especialmente depois de devidamente avisado. A sério, em Vila do Conde. Num pequeno lembrete, nos últimos quinze minutos do jogo...
Não há muito a dizer sobre a derrota do Benfica (1-2) hoje em Vila do Conde. A ganhar desde muito cedo, o Benfica deixou perceber, também ainda muito cedo, que corria muitos riscos de não ganhar aquele jogo. Porque até parecia que não o queria ganhar, com toda a gente mal, incluindo Jorge Jesus, logo à partida com a péssima ideia de recorrer a Talisca para substituir o castigado e indispensável Gaitan.
Limito-me portanto a dizer que, dos três jogos que o Benfica perdeu, este foi o que claramente mais mereceu perder. O Rio Ave, que hoje teve nos centrais do Benfica os seus grandes construtores de jogo - Luisão e Jardel foram, e logo dois, os homens do último passe da equipa do Pedro Martins -, mereceu ganhar o jogo. E mereceu aquele golo no último lance do jogo, mesmo que tenha sido irregular.
O Benfica, como em Paços Ferreira, não soube cumprir aquele velho princípio de Trapattoni: quando não se consegue ganhar, tem que ao menos se empatar. Não demorou muito a perceber quanta razão tinha a velha raposa italiana, com o empate do Porto na Madeira. Ironicamente através de um golo em que tirou partido da inferioridade numérica do adversário, mesmo sem qualquer expulsão!
Pois é. A esta hora já toda a gente sabe o importante que teria sido, desta feita a jogar com 10, garantir o empate: tinha ficado tudo na mesma. E assim não ficou. O Porto já depende apenas dos seus resultados!
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