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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Sem glória, e também sem brilho...

Jonas e bons ventos da Madeira colocam Benfica na rota da Champions

 

Contra todas as expectativas, no jogo de despedida do campeonato, com a Luz longe daquilo que foi durante toda a época, o Benfica assegurou o segundo lugar. O tal que se diz que não é o primeiro dos últimos porque dá acesso à Champions, agora com mais milhões. Mas também de mais difícil acesso, porque há ainda que ultrapassar dois adversários.

Contra as expectativas mas não contra a realidade da competição, se bem que contra a realidade deste jogo.

Na realidade o Benfica foi melhor que o Sporting ao longo do campeonato (mais 17 golos marcados e menos 2 sofridos)  e foi também melhor nos jogos disputados entre si. Foi melhor - muitíssimo melhor - no empate a um da Luz, em Janeiro, e voltou a ser melhor no empate a zero de Alvalade, há uma semana. Só uma absurda regra de desempate para uma prova deste género, em mais uma originalidade o futebol cá do burgo dava, em caso de empate pontual, vantagem ao Sporting pelo golo marcado na Luz. E não se esperava nada que os de Alvalade desperdiçassem essa vantagem, deixando de ganhar ao Marítimo, no Funchal!

Mas na realidade o Sporting perdeu, contra todas as expectativas. Todas, não: o presidente do clube alimentava secretamente essa esperança!

O Benfica teria pois de ganhar o seu jogo de hoje com o Moreirense, e esperar uma ajuda do Marítimo. No que sempre pareceu que os jogadores do Benfica não acreditaram muito. Só pode ser essa a explicação para terem jogado tão pouco!

À medida que o jogo ia avançando mais claro isso ficava. Até não entraram mal de todo, e na primeira metade da primeira parte conveceram-nos que podiam jogar para ganhar o jogo. A velocidade era pouca, e a intensidade ainda menor, mas com o Moreirense lá encostadinho atrás ... podia ser que sim. As três únicas iniciativas, daquelas que tinham a chave do jogo, aconteceram nessa primeira metade  -  uma em trocas de bola rápidas e de primeira, outra num desiquilíbrio individual e a última num remate de fora da área -  aconteceram nesse período. Deram nas três oportunidades de golo do Benfica, e deram para mostrar que teria de ser por ali.

Mas parece que ninguém percebeu isso. Esperava-se que o intervalo fosse aproveitado para treinador e jogadores perceberem que teriam de repetir e alternar aquelas três opções até à exaustão. Mas não foi. Ou, se foi, os jogadores esqueceram-se disso naquele tempo todo que ficaram ali à espera que a partida recomeçasse...

Valeu que, 5 minutos depois de finalmente ter começado a segunda parte, caiu do céu um penalti - claro e indiscutível, mas primário - que Jonas, finalmente regressado, transformou no golo único do desafio. Porque, depois, a intranquilidade regressou em todo o seu esplendor, e o futebol dos últimos tempos do Benfica de Rui Vitória, feito de passes para o guarda-redes e de pontapés para a frente, instalou-se na sua plenitude. 

E foi assim, com o coração nas mãos e o credo na boca, que se chegou ao fim do jogo. E nem foi preciso que o Moreirense criasse uma oportunidade de golo. Ou que fizesse sequer um remate para o Varela defender. Bastava ver o desacerto generalizado dos jogadores, cada um pior que o outro.

Simplesmente miserável. Uma miséria tão grande que apaga qualquer brilho que o segundo lugar possa acabar por ter, numa época absolutamente lamentável.

 

 

E pronto. Já está!

 

Foi o melhor Benfica dos últimos largos anos, em Alvalade. Uma equipa personalizada, ambiciosa, afirmativa, e capaz de se impôr claramente ao adversário, coisa que, como se sabe, nem sempre aconteceu ao longo desta época.

Rui Vitória fez o percurso que muitas vezes fazem os treinadores, de besta a bestial, em poucos dias. Ninguém dava nada por aquela equipa que decidiu apresentar hoje, sem Jonas e sem André Almeida. E com Douglas e Samaris...

E no entanto, o Benfica arrasou. Com Rafa em grande, espectacular mesmo, com Pizzi de regresso, e com o Jimenez dos grandes jogos, a sair do banco. Com uma primeira parte de grande nível, da qual deveria ter saído com uma vantagem de dois ou três golos. Logo no início, e descontados aqueles minutos de pirotenia que interromperam o jogo, a bola rematada por Rafa bateu no poste e não quis entrar. Voltaria a fazer o mesmo, meia hora mais tarde, quando depois de uma enorme defesa de Rui Patrício voltou a ir ao poste e a sair. 

O Sporting, na sua máxima força, engasgara porque Bruno Fernandes, o municiador do jogo da equipa, o cérebro e a sala de máquinas do futebol da equipa de Jorge Jesus, foi secado pela dinâmica do meio campo que o Benfica apresentou.

A segunda parte foi diferente, e o jogo conheceu então fases de equilíbrio. Seria difícil ao Benfica manter o mesmo ritmo endiabrado, e  o Sporting já tinha a possibilidade de reagir e reajustar posições. Mesmo assim foram do Benfica as oportunidades de golo, aquelas em que, sem o adversário já poder intervir, a bola acaba por não entrar. Do outro lado, as oportunidades que o Sporting conseguia criar eram sucessivamente anuladas pela defesa benfiquista, onde Jardel esteve insuperável. E Rúben Dias igual a si próprio, o que quer dizer bem, mas com aquela falta de cuidado na abordagem aos lances que tudo pode deitar a perder, e que o começarão a deixar marcado pelos árbitros.

Com as oportunidades desperdiçadas pelo Benfica, o Sporting acreditou que podia segurar o nulo, e passou a jogar para o zero a zero, recorrendo a tudo para destruir o jogo de ataque do adversário, incluindo à violência, como sucedeu especialmente com Bruno Fernandes. Mas também com Acuña e Piccini, sempre com Carlos Xistra a ver qualquer coisa, para que o VAR não pudesse ver nada.

No fim ficou um grande jogo, com o resultado, mais uma vez, a penalizar o Benfica, a deixar ingloriamente 4 pontos nos dois dérbis. A entregar o título o Porto e, à conta de um regulamento anacrónico que adopta, para uma competição de 34 jogos, o mesmo critério de desempate de uma eliminatória de dois jogos entre duas equipas, a relegar os ainda campeões nacionais para o terceiro lugar. Fora da possibilidade de discutir o acesso à Champions...

Há três semanas atrás faláva-se de penta, e ninguém admitia sequer tal hipótese. Hoje ainda se diz que não, que ainda falta um jogo. Mas o que é que há-de dizer quem há duas dizia que "ainda não acabou"?

Não foi hoje, nem em Alvalade, que o Benfica perdeu o campeonato. Nem sequer o segundo lugar. Foi na Luz. Há três semanas, perdeu o campeonato, quando na segunda parte fez como hoje fez o Sporting mas, ao minuto 90, deixou que Herrera fizesse aquele golo. E ao minuto 92 Artur Soares Dias fez o que sempre faz. E, na semana passada, perdeu o segundo lugar quando permitiu que o impossível acontecesse com o Tondela!

 

 

 

 

O último adeus

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Não faço parte da imensa maioria da turba da bola que ficou surpreendida com o que hoje se passou na Luz, mais uma vez com mais de 50 mil nas bancadas. Tornara-se evidente que, depois de ter perdido Jonas, já lá vai um mês, o Benfica entrara em queda livre. Só faltava saber onde é que iria parar. Em pleno movimento de queda, olhar para a constituição da equipa que Rui Vitória decidiu apresentar, era mais um factor de previsibilidade do que se viria a passar. A lesão do André Almeida, à meia hora de jogo e quando já se via claramente o que o jogo tinha para dar, e a opção (um tal Douglas) para a sua substituição, naquela defesa, transformou o previsível em inevitável.

Se já se percebera que o Benfica tinha regressado ao registo da primeira fase da época, não conseguindo manter o controlo dos jogos, nem um ritmo aceitável durante muito tempo, desligando-se facilmente do jogo e perdendo rapidamente as poucas ideias tinha, este jogo de hoje fez questão de que confirmar essa evidência. Foi o teste do algodão, a prova provada que a regra deste Benfica que se queria penta é esta pobreza, este descalabro técnico-táctico, esta falta de qualidade. A dúzia de jogos bem sucedidos, com bom futebol, que nos alimentaram o sonho do penta são a excepção.

Como naquele período em que perdeu tudo o que havia a perder, entre Setembro e  Dezembro, que julgávamos enterrado bem fundo no passado, o Benfica entrou bem e marcou cedo. No primeiro remate do jogo, mal se tinham jogado os primeiros 10 minutos. E durou até ao meio da primeira parte, quer dizer, mais outros 10 minutos.

A partir daí, foi o descalabro. De tal forma que, mesmo sem que o Tondela tivesse feito qualquer remate, o primeiro golo, à saída da primeira meia hora, era já esperado. Não há melhor forma de perceber o que se estava a passar: sem ter feito sequer um remate, já se percebia que o golo do Tondela estava a chegar. Aconteceu numa perda de bola de Cervi - culpa do argentino que não está jogar nada, mas consequência da falta de soluções da equipa - e depois lá estava Luisão, que não merecia passar por isto, para assistir na primeira fila ao bom trabalho do ponta de lança tondelense. Logo a seguir, pouco mais de 5 minutos depois, Varela recebeu uma bola atrasada, complicou e acabou por chutá-la para fora, logo ali. É inacreditável, mas é verdade: lançamento lateral e... novo golo. Ao segundo remate. Mais uma vez  com Luisão a assistir, agora literalmente.

Ao intervalo, a substituição do costume. Sálvio entrou para o lugar do desaparecido Cervi, e dispôs logo de duas oportunidades incríveis. Numa delas fez mesmo o mais dfifícil, em frente à baliza, sozinho e a 1 metro da linha de golo, conseguiu mandar a bola para a bancada. Foram muitas as oportunidades de golo desperdIçadas, é verdade. Faltou sorte, mas a equipa não fez por merecê-la. E foi o Tondela que voltou a marcar. Primeiro, um golo que me pareceu mal anulado, e que seria o hat-trick do Miguel Cardoso. E, depois a valer, o terceiro. Em 5 remates!

Faltava ainda a terceira substituição, também a habitual. A entrada de Seferovic, mais uma vez à espera não se sabe de quê, para retirar o melhor - ou o menos mau - dos que estavam em campo: Zivkovic. Qual Pizzi?  Qual Douglas? Não, Zivkovic é que era!

Que deu no que sempre tem dado: nada!

Já nos descontos Salvio fez o segundo golo, com que fechou a segunda derrota em casa. Consecutiva. E a do último adeus a um título que seria o penta. Que, percebe-se bem, ou ninguém que manda no Benfica quis, ou todos negligenciaram!

 

Cumprir calendário sem cumprir os mínimos

Benfica apresenta-se no Estoril com o mesmo onze que perdeu a liderança 

 

Depois da derrota no clássico da Luz, que acabou com o sonho do penta, o Benfica apareceu hoje no Estoril (com bancadas seguras e sem quaisquer riscos para os adeptos) para cumprir calendário. Se não foi assim, foi isso que pareceu!

A primeira parte foi do que de mais fácil o Benfica encontrou nesta época. O Estoril não se remeteu à defesa, distribuiu-se pelo campo todo e, com isso, sobrou espaço para os jogadores do Benfica jogarem à bola ... em ritmo de cumprimento de calendário. As facilidades eram tantas, e de certa forma tão inesperadas, que a ideia que se instalava era que ... não havia problema. De resto, com os pequenos nunca há problema, pensava-se. Problemas é com os grandes, aí é que não há volta a dar...

Fez um golo - Rafa, aos 10 minutos - e poderia ter feito mais três ou quatro, para além da (péssima) arbitragem de Hugo Miguel ter deixado por assinalar um penalti contra o Estoril, e de lhe ter permitido continuar a jogar com onze, ao perdoar, nesse lance mas já pela segunda vez, a expulsão ao defesa esquerdo, Ailton. 

Ao intervalo o resultado não era apenas escasso. Era perigoso, e mais perigoso ainda pelas facilidades que o jogo tinha evidenciado.

O arranque da segunda parte confirmou esss perigos. O Estoril apertou e o Benfica cedeu. Aos 5 minutos chegou o primeiro grande aviso, com o golo estorilista. Não contou, o marcador estava em fora de jogo, mas ficou o susto. 

O jogo nunca mais foi o que fora na primeira parte. Abriu ainda mais, partiu-se, como se diz em futebolês, e o Benfica passou a ter oportunidades umas atrás das outras, na maior parte dos casos na sequência de transições rápidas, na resposta aos ataques do Estoril. Todas sucessivamente falhadas, fosse na cara do guarda-redes, fosse com a baliza aberta. Rafa poderia ficar lá toda a noite sozinho com guarda-redes do Estoril que não marcaria. Desesperante!

Pelo meio o Estoril empatou, à entrada do segundo quarto de hora. E menos de 5 minutos depois já a bola batia no poste da baliza de Varela. Se na primeira parte a ideia era "que não havia problema", agora era que uma equipa que falhava tantas e tão claras oportunidades de golo não merecia ganhar o jogo.

Essa ideia ia ficando mais consolidada à medida que nos lembravamos de Jonas, e da falta que faz. Que, com muita pena, víamos a lástima a que chegou o André Almeida, numa crise de forma como nunca lhe víramos. Que víamos como Pizzi desapareceu, e como continua com lugar cativo na equipa. Que víamos como Raúl Jimenez não encaixava. Que víamos a equipa a piorar, em vez de melhorar com as substituições. Ou que tínhamos vontade de agarrar Rui Vitória pelos colarinhos para que nos explicasse o que lhe ia na cabeça para colocar Seferovic em campo...

Com tudo isto a fervilhar-nos na cabeça, ao segundo dos 7 minutos de compensação, chegou o golo da vitória, pela cabeça de Salvio. Da goleada por 2-1, como disse no fim Rui Vitória. Mais que agastado, visivelmente desgastado!

Contingências

 

O Benfica perdeu o jogo que não podia perder. Este era um jogo que valia muito mais que qualquer outro alguma vez disputado pelo Benfica. O Benfica não perdeu apenas um jogo, nem perdeu apenas um campeonato. Perdeu o penta, não sendo provável que venha tão cedo a ter nova oportunidade de igualar esse feito único do futebol nacional. E, porque no futebol as coisas decidem-se dentro do campo, perdeu a oportunidade de derrotar uma estratégia de desespero, verdadeiramente inqualificável, de que sairá certamente com muito a perder.

Sem Jonas, de novo de fora, mas com a Luz cheia que nem um ovo - 64 mil - e ao som do "eu amo o Benfica", a equipa entrou bem no jogo. Não se pode dizer que tenha subjugado o adversário, nem sequer que se tenha exibido a alto nível, nada que se pareça com o que, por exemplo, fez contra o Soporting ou, há dois anos atrás, na última derrota na Luz até hoje, com o Porto, então de Peseiro. Mas esteve sempre bem por cima, praticou o melhor futebol que se viu sobre a relva, e criou duas oportunidades de golo. 

Sobressaíam alguns jogadores, e eram todos do Benfica: Fejsa, ao seu nível, mas especialmente Zivkovic, Cervi e Rafa. Esperou-se meia hora para ver a primeira verdadeira  iniciativa atacante do Porto, e o primeiro remate a sério surgiu já à beira do intervalo. Mesmo sem atingir a baliza, porque na verdade os portistas não tiveram único remate enquadrado.

Na segunda parte tudo foi diferente. O Benfica  perdeu o controlo do jogo, e em vez de tentar recuperá-lo, deixou-se ir, deixou-se tomar pelo andamento do jogo, decididamente lançado nas bases que mais interessavam ao Porto. As decisões de Rui Vitória mostraram isso mesmo, mostraram que o Benfica tinha embarcado sem destino e deixava-se ir com a maré. 

Se, tirar Rafa do jogo, foi uma má ideia, e, mais tarde, meter lá Samaris foi péssima, a entrada de Seferovic já nem ideia era. Era uma simples crença num milagre. Só que os deuses do futebol também são castigadores, e entregaram o milagre a Sérgio Conceição, acabando o Benfica por morrer com os ferros com que quis matar.

Ah... E o árbitro? Há sempre o árbitro, não há?

Soares Dias foi o que é sempre: um árbitro habilidoso, que insistem em considerar o melhor que por cá há. Para além das habituais habilidades também os habituais erros grosseiros: aos 69 minutos, Sérgio Oliveira agarrou Rafa pelo pescoço, que saía em contra-ataque, em clara falta para amarelo. Que seria o segundo, tinha visto o primeiro na primeira parte, quando havia feito o mesmo, só que então Rafa seguia isolado, pelo que deveria ter sido vermelho. E, logo depois do golo de Herrera, houve mesmo penalti de Ricardo Pereira sobre Zivkovic.

Mas isto são contigências. Como contingencial é praticamente tudo no futebol!

Nem sempre a sorte está de costas voltadas

V. Setúbal-Benfica, 1-2 (destaques)

 

Não começaram nada bem as coisas em Setúbal, onde o Benfica se apresentou hoje pela primeira vez na condição de líder. Logo no aquecimento, ainda antes do início do jogo, Jonas lesionou-se e teve de ficar de fora. Era a primeira grande contariedade para mais esta "final". Depois, o árbitro apitou para o iníco da partida, e o Vitória marcou. Primeiro ataque, primeiro remate, e golo!

A equipa do Benfica acusou a pressão de tanta contrariedade, e revelou dificuldade em soltar o seu futebol. Demorou a reagir à adversidade, e passou toda a primeira metade da primeira parte agarrada a um futebol engasgado, que não dava se não para acrescentar tranquilidade e confiança aos jogadores do Vitória. À dobragem dessa primeira metade, as coisas mudaram, e o Benfica, sem  nunca atingir a exuberância que tem vindo a revelar, começou a melhorar, e as oportunidades de golo a aparecerem. À terceira, ao minuto 28, surgia o empate, com o golo de Jimenez depois de um bom cruzamento de Rafa.

O Benfica dominava o jogo por completo, mas no último passe, no cruzamento final, aparecia sempre mais um pé, uma perna ou uma cabeça setubalense. Quando isso não sucedia, as ocasiões eram desperdiçadas. A bola ou saía ao lado, ou era defendida pelo guarda-redes. 

A entrada na segunda parte indicava que o jogo se manteria nesse registo, com o Benfica a dominar sem ser nem exuberante nem eficaz. Mas depressa tudo mudou, e cedo se foi percebendo que a equipa se ia desligando do jogo, enquanto o Setúbal ia crescendo. 

Para isso muito contribuiu a desastrada decisão de Rui Vitória de trocar Rafa por Seferovic. Percebe-se que tem o chip, mas uma coisa é ter Jonas lá dentro e juntar-lhe Jimenez; outra é o mexicano já lá estar, e no banco estar sentado o Seferovic.

O problema não era pôr gente na área sadina. Era pôr lá a bola. E não era Seferovic que a levaria até lá. Não fazia isso nem qualquer outra coisa. E o futebol do Benfica caiu para níveis verdadeiramente  inaceitáveis. É certo que desfrutou de duas boas oportunidades de golo. E teve um golo mal anulado, por fora de jogo (Jardel) inexistente, sem que se percebesse a decisão do VAR, na únca jogada bem conseguida na segunda parte. Mas o que se sentia era que o Benfica não iria ganhar o jogo, e que poderia mesmo vir a perdê-lo.

Falhado o futebol, o Benfica recorreu ao coração. E passou ao pontapé para frente, para pôr a bola na área de qualquer maneira, à espera da sorte. E a sorte apareceu num penalti sobre Salvio, no segundo dos 5 minutos de compensação. Que Jimenez converteu, bisando e dando ao Benfica, nesta época, a primeira vitória que a equipa não mereceu. Hoje houve estrelinha, nem sempre a sorte está de costas voltadas.

Com esta vitória o Benfica segura o primeiro lugar. Vai passar a segunda semana na liderança e é nessa posição que vai agora receber o Porto, no jogo do título. Quem o ganhar será  campeão!

Claro que o Benfica terá que jogar mais do que fez hoje. Sabe-se que há sempre jogos assim, e que estes jogos nunca têm nada a ver com os grandes e decisivos clássicos. Mas também se vê que a qualidade de jogo, que vinha sendo altíssima, tem a vindo a cair nos dois últimos jogos. E isso não é bom...

Letra de cor

Benfica-V. Guimarães, 2-0 (destaques)

 

Não foi nada fácil, este primeiro jogo das últimas sete finais. Cada vez mais será assim, jogos difíceis onde o que importa é ganhar. Gostaríamos que fosse de outra forma, que as últimas exibições se repetissem sucessivamente, com os mesmos resultados, mas sabemos que não vai ser assim. Porque tudo aperta, e na hora do aperto...

A Luz estava bonita, como sempre, e o Benfica entrou bem no jogo. Com ritmo, muita bola, muita variedade naquele jogo de toca e foge, de muita tabela e muita desmarcação. O Vitória (de Guimarães) foi-se aguentando, muito recuado, com as linhas muito juntas, e com muita dinâmica defensiva - também há dinâmica a defender, não é só a atacar. E à medida que o tempo ia passando - é dos livros - foi ganhando confiança e, com ela, começou a aventurar-se por terrenos mais adiantados. De tal forma que lhe pertenceu o primeiro canto do jogo. E depois o segundo, e o terceiro e o quarto...

Quer isto dizer que o Vitória começou a superiorizar-se e a criar perigo junto da baliza de Varela? Não. De maneira nenhuma!

Quer apenas dizer que, embora dominado, nunca foi asfixiado. Que o domínio do Benfica era evidente, mas o ritmo era intermitente e, nessas intermitências, o Vitória, que nunca foi submisso, esticava o jogo. E a  partir de metade da primeira parte o jogo do Benfica começou a revelar uma pressa que o levou a perder fluência. Passes longos, e de maior risco, em vez de transporte de bola e de tabelas rápidas, começavam a ser características de um jogo que começava a não correr bem.

Estávamos nisto quando, ao terceiro canto favorável ao Benfica, surgiu o penalti que daria no primeiro e decisivo golo. Quando o defesa João Aurélio, na área, desviou com a mão uma bola a que Jonas não chegara e que iria acabar por sair pela linha de fundo. Toda a gente viu, menos o árbitro, Carlos Xistra. O  VAR também viu e e contou-lhe o que viu. Ou, no mínimo, aconselhou-o a ir também ver. Foi o que fez, e a partir daí fez o que só podia fazer - assinalar penalti. Que desta vez Jonas converteu de forma irrepreensível, quando faltavam dois minutos para o intervalo, que deixaria para trás uma primeira parte de grande domínio (68% de posse de bole) mas poucas oportunidades de golo. Duas, apenas ...

Para a segunda parte o Benfica atacava para a "baliza grande" - sempre que escolhem campo os adversários decidem contrariar a crença benfiquista - e esperava-se mais e melhor. Tudo prometia ser assim, com uma entrada fortíssima. Nos primeiros cicno minutos, três grandes oportunidades de golo, duas delas de Grimaldo, que justificava já o estatuto de melhor em campo.

Foi sol de pouca dura porque... aí está. São este jogos assim. Se a bola não entra, se os jogadores começam a perceber que não é dia sim, activam outro comando para o plano de jogo. E ao fim do primeiro quarto de hora da segunda parte já o jogo estava tão incaracterístico quanto estivera na maioria do primeiro tempo. Com a agravante de Fejsa ter sido amarelado muito cedo - ficando à beira de supensão, tal como Jardel, mais tarde - num jogo muito exigente para a sua posição.

A entrada de Raul Jimenez, aos 69 minutos e talvez tardia, ajudou a arrumar com o jogo. Aos 77 minutos, num fantástico passe de letra - não havia alternativa para aquela bola, mas isto é só para quem sabe a música (e a letra) de cor - colocou a bola na cabeça de Jonas, para fazer o segundo golo e fixar o resultado final. Curto, face às oportunidades de golo apesar de tudo criadas - Zivkovic falharia, aos 85 minutos, a mais flagrante de todas - e face ao domínio exercido (72% de posse de bola, no final) mas aceitável face às dificuldades do jogo. E do momento!

E, por falar em momento, talvez este fosse o melhor para a pior exibição deste ano. Porque este deve mesmo ter sido o jogo mais fraco do Benfica deste ano de 2018, se é que, com uma letra daquelas, se pode dizer isso.

O espectador que não pagou bilhete

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Benfica tinha hoje mais uma final. Desta vez na Feira, na última visita ao Norte (as saídas de Lisboa, para norte, são sempre ao Norte), num jogo tido por elevado grau de dificuldade. Bem apregoado, e com rábulas várias, a começar na dos bilhetes.

Terá no entanto sido o mais fácil dos últimos jogos do Benfica, com um resultado que não tem nada a ver com o que se passou no campo. Mesmo sem ter feito uma grande exibição, que não fez, a superioridade do Benfica foi absolutamente evidente durante todos os minutos do jogo. Que começou a construir-se logo no pontapé de saída - o Benfica empurrou o Feirense lá para trás, para a sua baliza, e não mais lhe permitiu que de lá saísse. Com a equipa azul remetida à sua área, o Benfica usou preferencialmente as alas para conduzir a bola para a finalização. Os cruzamentos sucediam-se, como se sucediam os cortes da defesa adversária. E os cantos. Remates é que poucos. Muita construção para pouca finalização, porque faltava presença na grande área sobrelotada de jogadores do Feirense.

Mesmo assim meia dúzia de oportunidades de golo, a mais flagrante das quais num remate de Rafa ao poste, numa das poucas jogadas pelo centro do terreno, em que o mais infeliz rematador do Benfica fez gato-sapato da desfesa adversária. Varela tocou na bola três vezes: duas para a repôr, em dois pontapés de baliza, e uma para a recolher de um balão da defesa feirene.

Chegou-se assim ao intervalo. Assim, e com a expulsão de um jogador do feirense - Tiago Silva. Inevitável: depois de um primeiro amarelo que já deveria ter sido vermelho, fez falta por trás sobre Rafa, isolado a caminho da baliza.

A segunda parte abriu no mesmo tom, mas com o Benfica com mais qualidade. Os primeiros cinco minutos foram um sucessão de bom futebol e de oportunidades flagrantes, mas a bola continuava a teimar em não entar. Até que entrou Raul Gimenez. A provar que tinha chegado atrasado, fez golo na primeira vez que tocou na bola. E não foi por acaso, foi porque trouxe de facto novas coisas ao jogo, que o Benfica não tinha e que lhe faziam falta.

O golo trouxe outro jogo, como quase sempre acontece. O Benfica recuou e chamou o Feirense para a frente, convidando-o a abandonar o conforto da sua área. Mesmo não tendo aceite o convite sem reservas, o Feirense lá se adiantou um bocadinho uma vez por outra. Bastou isso para o Benfica encontrar espaço para as saídas rápidas, coisa nova no jogo, e para que Rafa, que já era o melhor em campo, se passasse a sentir como peixe na água. E a continuar a mandar bolas ao poste, a continuar a perder duelos com o guarda-redes, e até a marcar. O segundo do jogo e o seu segundo no campeonato. Faltava jogar o último quarto de hora, e faltava o golo de Jonas.

Esperou-se, esperou-se ... mas não apareceu. Mas não foi por falta de oportunidades, nem por ter sido seguido à pedrada. Foi porque ... há dias assim. E hoje foi dia de a bola se embeiçar pelos postes - por três vezes foi bater no lado errado do poste -, pelas pernas dos jogadores e pelo próprio guarda-redes do feirense.

No fim, ficou um resultado escasso para tanto futebol. Mais umas entradas maldosas sobre jogadores do Benfica, mas apenas mais uma expulsão, mesmo já no fim. E tanta superioridade. Num jogo em que o Varela foi mais um dos milhares de espectadores benfiquistas. Com a vantagem de não ter sido obrigado a pagar um preço escandaloso pelo bilhete!

 

 

 

 

Mais uma final. Mas não há coincidências...

 

 

O Benfica não entrou bem neste jogo com o Aves, uma das noves finais que tinha pela frente, com a Catedral novamente bem perto de cheia, com mais 50 mil nas bancadas. Os primeiros dez minutos, sempre importantes na definição dos jogos, deram ao jogo o tom morno, que viria a ser difícil retirar-lhe. 

O Desportivo Aves não entrou na moda da pressão alta. O José Mota é raposa velha, e sabe bem que isso desgasta muito e rende pouco. Esperou sempre mais atrás, e apostou sempre na redução dos espaços, o que não o impediu de manter o jogo equilibrado nos primeiros dez minutos, tendo mesmo sido a primeria equipa a rematar, já no fim desse período. 

O Benfica respondeu logo a seguir com o remate de Rafa, a concluir a primeira boa jogada da equipa. A partir daí tomou conta do jogo e, tivesse Rafa (hoje o melhor em campo) resolvido o seu problema com o golo, como já resolveu praticamente todos os outros, tê-lo-ia resolvido ainda na primeira parte. Com o Aves sempre encostado á sua baliza, a bola encontrava sempre mais uma perna, mais umas costas ou mais uma cabeça para se desviar do caminho da baliza. E o Benfica não conseguia tiirar do jogo outra coisa que não cantos.

O arranque da segunda parte prometeu logo golos, com três oportundades claras para marcar. A que o Rafa falhou só tem mesmo explicação na sua insanável relação com o golo.

A partir daí, desses primeiros três ou quatro minutos, bem cedo portanto, o jogo pareceu querer voltar ao regime da primeira parte. Muita bola, muitos cantos, mas poucos sobessaltos, poucas roturas, pouco ritmo e pouca intensidade... Parecia que os minutos, à medida que iam passando, levavam consigo a crença dos jogadores do Benfica. Nunca desistiram de procurar o golo, é certo, mas nem sempre as coisas não corriam bem. Aqui uma má recepção, ali um mau passe, em evidentes falhas técnicas, preocupavam. Do outro lado, o adversário ia ganhando cada vez mais confiança. Era este o cenário a meio da segunda parte.

A partir daí o Benfica ganhou novo ânimo, aumentou a intensidade e partiu para o assalto final. E o golo acabou finalmente por surgir - por Jonas, evidentemente - na primeira vez em que se percebeu que a bola teria mesmo que entrar. A substituição do João Carvalho (mais um excelente jogador que tarda em explodir) pelo Raúl Gimenez ajudou a resolver o problema, porque era evidente que, com Jonas muito e bem marcado, era necessário colocar mais gente na área. Três minutos depois, numa recarga a um remate do ponta de lança mexicano, safado por mais uma grande defesa do guarda redes avense, que já então brilhava a grande altura, Rúben Dias fez o segundo. É já o quinto golo do miúdo!

E o último quarto de hora do jogo acabou por ser de uma tranquilidade - mesmo com a (expectável) entrada do Paulo Machado sobre o Cervi, já no fim e que só lhe valeu amarelo, para fazer mal - de todo inesperada. O Benfica criou ainda mais algumas oportunidades para marcar, o guarda-redes Adriano (que tirou o lugar a Quim, e sentou no banco o Artur, duas velhas glórias benfiquistas) continuou a brilhar, mas o resultado não se alterou. Pode até dizer-se que, apesar ter criado nove oportunidades claras para marcar, a exibição do Benfica, hoje, não dava para muito mais.

Não sei as coisas são mesmo como Rui Vitória diz. Que na sua "Caixa Forte" não entra nada que perturbe a equipa. Sei é que a exibição de hoje esteve bem abaixo das que a equipa tem vindo a efectuar. Poderá não passar de uma simples coincidência...

 

O futebol (do Benfica) é isto mesmo!

 

 

"O futebol é isto mesmo". É um jargão do futebolês, mas se dissermos que "o futebol do Benfica é isto mesmo" estaremos a descrever o que se passou hoje na Luz - praticamente cheia - numa noite diluviana para receber, desta vez, o Marítimo. 

O jogo até nem começou lá muito bem. Pertenceram ao Marítimo o primeiro remate e o primeiro canto - a até o segundo - do jogo. Com uma pressão muito alta, os jogadores da equipa insular não condicionavam apenas a saída de jogo do Benfica. Ganhavam permanentemente a bola, e logo com a baliza do Varela ali à mão.

Foi assim no primeira dúzia de minutos. Mas... aí está - o "futebol do Benfica é isto mesmo", e percebia-se que os jogadores do Marítimo eram apenas os pardais a tentar aproveitar o primeiro milho. Quando o primeiro quarto de hora se despedia do jogo já o Benfica rompia a teia, construia a primeira jogada do seu "futebol que é isto mesmo" e fazia o primeiro golo: Jonas, claro. Com a classe que só Jonas dá aos golos...

A tendência direitista vinda da semana passada mantinha-se. Era da ala direita que o Benfica desferia os golpes, uns logo a seguir aos outros. À famosa ala esquerda de Grimaldo e Cervi, assessorada por Zivkovic, respondia, à procura da mesma fama, a ala direita de André Almeida e Rafa, assessorada por Pizzi. Tudo,  da direita ou da esquerda, a desaguar na classe dos golos de Jonas. Se o primeiro tinha sido muito bom, o segundo - terceiro do jogo, porque o segundo, com certificado de denominação de origem na esquerda, fora obra de Grimaldo, seis minutos depois do primeiro - foi uma obra de arte, em mais uma assistência de André Almeida. 

Faltavam 10 minutos para o intervalo quando Jonas assinou essa obra prima. Até o terceiro, quarto do Benfica, sete minutos volvidos, na cobrança de um penalti cometido sobre Rafa em mais uma jogada do "futebol do Benfica  que é isto mesmo", foi notável. Depois de ter falhado dois penaltis (Belenenses, que custou dois pontos, e Boavista) Jonas quis mostrar como se marcam penaltis indefensáveis. E com categoria.

Com quatro a a zero ao intervalo perspectiva-se um recorde de golos. Sete, oito, sabia-se lá...

O início da segunda parte apontava para aí. Tivessem sido mantidos os índices de eficácia e assim teria sido. Mas não foram, e o Marítimo defendeu-se muito mais. Especialmente depois de, já perto da hora de jogo, ter ficado reduzido a dez jogadores, pela inevitável expulsão de Gamboa, por sugestão do VAR confirmada pelo árbitro, depois de consultar as imagens. A partir daí o Marítimo só defendeu.

Defendeu com dez, e o Benfica só marcou por mais uma vez - aos 81 minutos, num golaço de Zivkovic. Até deveria ter valido por dois!

Nem a chuva pára este "futebol do Benfica  que é isto mesmo". Com o que se tem visto, até pode nem dar para o penta, mas que é - de longe, a enormíssima distância - o melhor futebol que por cá se vê, lá isso é!

 

 

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