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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

A criança

Por Eduardo Louro

 

Diz-se que todos temos uma criança dentro de nós. Uns mais vezes que outros, não conseguimos deixar de soltar a criança que os anos nunca nos fizeram largar. Os psicólogos explicarão isto muito bem; eu, certamente que não. Limito-me por isso a dizer que isso é normal e até saudável, e que não é isso que faz de nós mais ou menos adultos, mais ou menos responsáveis.

O que nos distingue uns dos outros é a oportunidade em que deixamos que isso aconteça. É o momento que cada um escolhe para soltar a criança que tem lá dentro, e a frequência com que o faz, que revela a maturidade e o sentido de responsabilidade de cada um e que, em última análise, projecta a sua respeitabilidade e a sua credibilidade.

Sabemos que há adultos que nunca cresceram – e não me refiro, evidentemente, aos casos de patologia física ou psíquica - que são eternamente crianças. Não dão descanso à criança que têm lá dentro, de tal maneira que nunca recolhe, está sempre cá fora.

Não dão tréguas à traquinice, e passam todo o tempo em brincadeiras e jogos e joguetes tão mais sofisticados quanto mais desenvolvida seja a mente adulta prisioneira e refém da criança que deixam permanentemente à solta.

Quando pensamos nisto lembramo-nos imediatamente de dois nomes. Aí estão eles já na sua cabeça, amigo(a) leitor(a). Exactamente: Marcelo Rebelo de Sousa e Paulo Portas!

São pessoas divertidas, às vezes mesmo entusiasmantes, que quase conseguem que os levemos a sério. No entanto, pensando bem, ninguém lhe compraria um carro usado…

Marcelo Rebelo de Sousa, que nunca chegou ao poder – tentou a Câmara Municipal de Lisboa, mas na altura Jorge Sampaio não lho permitiu e, depois, quando Cristo veio à terra para lhe entregar a liderança do seu partido, com o pote ali tão à mão, foi curiosamente uma traquinice do menino Portas que lhe tirou o pão da boca para o colocar na de Durão Barroso – já só pensa nas presidenciais que já se começam a avistar. Ainda não deverá ser desta, mas a televisão faz presidentes…

Paulo Portas, mesmo sem nunca atingir grande expressão eleitoral – quer dizer, mesmo sem nunca ter conseguido vender o carro – já por duas vezes, mercê da nossa geografia eleitoral, chegou ao poder. Chegou ao quarto dos brinquedos de sonho e conseguiu mesmo, desta vez, depois de uma mistura de brincadeiras e joguetes com algumas birras pelo meio, apoderar-se sozinho de tudo o que era brinquedo.

E é vê-lo brincar. Brincar perdidamente… Dá gosto, só de ver. Brincou como se não houvesse amanhã com todos nós com o tal Guião da Reforma do Estado. Quando pensávamos que estaria exausto, cansado de tanta brincadeira, ei-lo de partida para a China para dar pessoalmente aos donos da EDP os esclarecimentos que eles tinham pedido por carta, explicando-lhes que aquilo do novo imposto sobre a energia (que os Catrogas e os Mexias nos farão a nós pagar) não é nada, comparado com o que ganharão com a redução do IRC. Para disfarçar a brincadeira, para que se não pensasse que só tinha ido dar explicações aos homens da Three Gorges, agendou mais umas brincadeiras para Macau. A uma delas chegou com duas horas de atraso, coisa que, pese a sua mítica paciência, os chineses tomam por ofensa e falta de consideração. Foram embora antes que Portas chegasse e, como se nada fosse, sem desculpas a pedir a ninguém, começasse a ler para uma plateia de portugueses um discurso destinado a empresários chineses. Que já lá não estavam, sem paciência para o aturar!

 

 

 

TRAGÉDIAS

Por Eduardo Louro

 
Fim-de-semana trágico em Macau!

Na quinta-feira, na sessão de treinos para o Grande Prémio de Motociclismo, na chamada curva dos Pescadores, morreu o piloto português Luís Carreira, de 35 anos. No dia seguinte morreria o piloto de Hong Kong, Philip Yau Wing-choi, durante a prova de qualificação para a Taça Turismo CTM, na chamada curva Mandarin.

Ontem seria a vez das boas notícias: a promessa, e grande esperança portuguesa para a categoria máxima do desporto automóvel, o jovem António Felix da Costa, venceu a prova maior de Macau: o Grande Prémio de Fórmula 3!

Mas a tragédia espreita sempre, mesmo fora das pistas: não deixou de ser trágico o que se passou na cerimónia do pódio. Num território que ainda há uma dúzia de anos estava sobre administração portuguesa, num circuito onde uma trágica curva se chama dos Pescadores, não se respeita um português campeão, não se respeitam os portugueses e não se respeita o seu símbolo maior dos portugueses: o   hino nacional … É trágico!

Vale a pena ver e ouvir....

 

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